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História After all, I love you – NAMJIN - Enquanto o caos segue em frente com toda a calma possível


Escrita por: Dih175

Notas do Autor


HEEEEEY EVERYBODY! (khe)

UM AVISO IMPORTANTE: se você abriu essa fanfic para ler ônibus; ou está de castigo e pegou o celular ligeirinho para ler; se você está no banheiro pq sua mãe já disse para você largar "essa droga de celular"; se você disse para si mesmo "vou ler rapidinho aqui"; dê meia volta e leia depois. Esse capítulo tem 9k e uns quebrados, vai demorar para você ler até o final. Volte depois se for o caso, beijinhos para quem foi e para quem fica <3


AGORA UM ENUNCIADO DE SUA QUERIDA (ou nem tanto) AUTORA: Enfim, olá, tudo bom? como estão vocês hoje? espero que bem.
tenho pensado ultimamente (por isso esse cheiro de queimado) que tipo, eu não agradeço a vocês o suficiente. Mas hoje estou aqui para dizer que, por mais que eu não agradeça muito, eu sinto bastante tudo isso. Eu fico muito feliz quando chega uma notificação nova, sendo um fav ou um comentário, sendo que essa fanfic cresceu muito rápido para quem está apenas na sua segunda história, e primeira homossexual. Eu sinto muito tudo isso, e eu queria agradecer e dizer que vocês fazem os meus dias mais felizes.
Eu não sei se vocês já perceberam que em alguns capítulos eu colocava/coloco "ah, apareci mais cedo dessa vez", é que muitas vezes eu me agarro a vocês para fazerem-me sorrir num dia não tão bom, e eu agradeço eternamente a vocês por isso. (merda, já virou textão de facebook)
Para finalizar, amo cada um, independentemente se você apenas acompanha a fic nas anônimas, ou se você faz isso e deu o seu fav, ou se você comenta: Amo cada um. adoro ver os views crescendo e sei que muitos me acompanham, e valeu por isso, obrigada de coração. Amo, amo, amo, amo e amo, cada um(a) de vocês.
Já sabe, né? desculpe os erros se acontecer, até as notas finais e boa leitura <3

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que texto fofis esse meu

30/5/17

Capítulo 33 - Enquanto o caos segue em frente com toda a calma possível


Fanfic / Fanfiction After all, I love you – NAMJIN - Enquanto o caos segue em frente com toda a calma possível

Foi mais fácil do que eu pensei que seria.

Depois que entreguei o pedido da mãe com seu filho, limpei algumas mesas e novos clientes chegaram.

Acontece que eu desenhei tudo como um bicho de sete cabeças, mas acabei descobrindo que aquele talvez venha ser o melhor emprego que terei. Não posso me precipitar e dizer que ele, é sem dúvidas, o melhor emprego, afinal, estou aqui há apenas um dia.

Em uma semana muita coisa pode acontecer. Mas aqui os clientes são gentis. Não que eles mostrem os dentes, eles não mostram, mas são melhores do que eu pensei que seriam. Tive algum problema que outro, mas nenhum deles fez escândalo. Não sei se é porque sou novo aqui e estejam me dando um crédito, mas gostei de cada um deles.

Às 3:30 PM, Namjoon ergueu o braço ao céu chamando-me com um aceno. Ele me avisou que levaria-os em casa e que mais tarde voltaria para me levar também. Jimin se pronunciou oferecendo-se para me levar, dando a desculpa que fazia tempos que não via a minha mãe e meu pai.

Mas falar com ela não faz muito, não é?

Agradeci mentindo que Namjoon e eu precisávamos estudar um pouco, pois ele está com problemas em matemática. Jimin disse que ficaria para outro momento e eu assenti sorrindo e dizendo que ele poderia ir lá quando bem entendesse, pois minha casa sempre estaria aberta. Namjoon me fuzilou com o olhar e eu fingi não ver.

Eles se foram após pagar a conta para Eunji.

Às 5:00 PM eu estava limpando a mesa 7 após um casal de amigos se retirar e ouvi o sininho da porta soar, indicando algum cliente novo. Dei uma olhadela para a porta e não acreditei no que meus olhos viram.

Minseok, mais conhecido como Xiumin.

Se ele não estivesse metido nisso, como ele saberia que eu estaria aqui?

Tudo bem, ok, o mundo não gira à minha volta. Claro, deve ser só coincidência, disse a mim mesmo.

Virei-me de costas para ele, fingindo que não o vi e torcendo para ele não ter me visto também. Torcendo loucamente para Haewon o atender.

Procurei ela rapidamente com o olhar e ela estava entretida atendendo alguém não muito longe de mim, mas de costas.

Continuei limpando a mesa e procurei Minseok discretamente, olhando por cima do ombro. Ele havia se sentado e mexia em seu celular. A merda é que ele estava do lado que era para eu atender. 

É muita coincidência para uma cafeteria só.

Terminei de limpar a mesa de costas para ele e peguei meu pano com meu pequeno spray, indo, ainda de costas, até o balcão.

– O que foi, Seokijn? – perguntou Eunji olhando-me quando fui passar por ele.

– Nada. – falei e continuei andando.

É muita coincidência para uma cafeteria só, não é possível.

Lavei o pano em uma pia na despensa e o espremi, tirando as luvas e as deixando ali. Lavei minhas mãos com água e sabão.

Voltei para a "janela" e já havia um pedido pronto. Mesa 19. Não precisei coloca-lo em uma bandeja pois a senhora Danbi já havia o feito, então só peguei.

Tomara que Haewon tenha o atendido, implorava a Deus mentalmente, mesmo sabendo que ele estava do meu lado do atendimento.

Mas Haewon já havia atendido do meu lado quando eu estava fazendo alguma coisa, então tentei me acalmar.

Caminhei até o balcão e Haewon quase esbarrou em mim:

– Jin, aquele garoto faz questão que você o atenda. – disse ela, jogando a cabeça para a mesa de Xiumin, que ainda mexia no celular. – Eu tentei atender ele, mas ele se recusou. Você o conhece?

Suei frio.

– Ah, sim, conheço. Você não pode atende-lo por mim? – fiz uma careta misturada com um sorriso. – Eu tenho que levar esse pedido aqui. – indiquei a bandeja.

– Eu tentei, mas ele disse que só diria se fosse você. – então suei mais frio ainda. – Deixa que eu levo e você o atende, pode ser? Mas se você não quiser o atender por algum motivo pessoal... não quero problemas...

– Não – eu quis enfrentar logo isso –, pode deixar, eu o atendo. Leva para mim. – dei a bandeja para ela. – É da mesa 19.

– Têm certeza? Não quero tumulto.

– Tenho. – falei com convicção.

– Tudo bem, qualquer coisa me chama. – e ela se foi.

Respirei fundo.

Eunji não disse nada.

Caminhei em direção à mesa pegando meu bloquinho no bolso juntamente da caneta. Xiumin me viu e sorriu contente, mas eu só continuei andando.

– Boa tarde, já decidiu o que vai pedir? – abri meu bloquinho pronto para anotar, sendo um atendente e não um amigo.

Fiz o número da mesa (12) e um círculo envolta.

– Oi para você também, Jin. – disse.

– Oi. Já escolheu o que vai pedir?

– Jin, não me trate assim. – pediu.

– Estou trabalhando e não cuidando da minha vida, Minseok. – rebati.

– O que aconteceu? Você não costumava me chamar de Minseok. O que foi que eu te fiz?

Então eu pensei melhor: se eu brigar com Minseok falando tudo, ele falaria ao Jimin e estragaria tudo.

– Nada, Xiumin, eu apenas não estou tendo um bom dia. – menti, falando calmo e suspirando, passando a mão por meus fios, dando a entender que eu estava exausto.

– O que aconteceu? – perguntou atencioso.

– Ah... – suspiro. – Fiz alguns pedidos errados... e depois fiquei no caixa, e acabei dando o troco errado... – menti. – Hoje definitivamente não é o meu dia...

– Acontece, Jin, apenas preste mais a atenção no que está fazendo.

Obrigado, isso se aplica no meu jogo com vocês. Só torço para vocês não demorarem a darem com a língua nos dentes.

– É, eu vou fazer isso. – e sorri fraco, ainda fingindo estar mal. – Por que sumiu?

– Dando um tempo para a sua cabeça e tal. Tive alguns trabalhos cansativos também e tive que me esforçar. Mas agora estou de volta.
"Que tal, depois que seu expediente acabar, nós dois sairmos para colocarmos o assunto em dia?"

– Sinto muito, Xiumin, mas hoje não vai dar. Tenho que ir para casa pois minha mãe ainda não sabe que estou trabalhando. Tenho que falar com ela.

– Como assim? – perguntou fingindo confusão.

Cínico, senti vontade de cantarolar.

– Comecei hoje porque o Jimin me desafiou. – expliquei.

– O Jimin? Nossa, faz tempo que não nos falamos mesmo! Deu até tempo de ele voltar.

Como se você não soubesse.

– Pois é... senti sua falta... – o que em parte é verdade. – Mas agora preciso pegar seu pedido, eu não posso conversar muito.

– Anote meu número aí. – disse ele.

– Ok. – e arranquei uma das folhas. – Diga.

Ele me deu o seu número e coloquei-o no bolso.

– Me ligue mais tarde.

– Certo. – disse eu. – Você vai fazer o pedido ou não? – sorri amarelo.

– Um café preto. – disse.

Anotei e esperei ele falar mais algo.

– Só. – finalizou quando percebeu que eu o esperava falar.

– Certo, já volto com o seu pedido. – me retirei.

Logo em seguida, após dar o café ao Minseok, ele se foi, sempre na mesma sutileza na que chega.

Ele veio só para me abalar, pensei, voltando ao que estava fazendo. Mas então me deu um estalo: ele não fingiu estar surpreso em me ver aqui, e trabalhando. E sorri comigo mesmo: acho que não vai demorar muito para eu os pegar na mentira.

"Jin, aquele garoto faz questão que você o atenda." Dissera Haewon.

"Eu tentei, mas ele disse que só diria se fosse você." Dissera ela, mais tarde naquele diálogo.

Nossa, ele pisou na bola, se descuidou muito. Como pôde ser tão burro?

Às 5:18 PM, Hyunshik voltou ao café e foi falar com Eunji. Imagino eu que para voltar lá para trás, tanto é que Eunji se foi e Hyunshik ficou no caixa.

Tentei não pensar demais em Hyunshik me cuidando – o que ele de fato estava fazendo – e me focar no trabalho.

Às 6:10 PM eu já estava mais que cansado de andar para lá e para cá. Agora entendo o que Haewon quis dizer sobre não precisarmos de academia. Ela é corpulenta, não vou negar, logo ela arruma alguém.

Coloquei minha toca pela vigésima vez e eu cantarolava uma música que havia vindo em minha mente, apenas para relaxar um pouco enquanto volto para pegar algum pedido pronto.

Quando voltei, já com os pedidos, Hyunshik disse que logo fecharíamos, e eu senti um alívio nos ombros fora do comum. Até abri um sorriso grato. Mesmo sabendo que ele tem o seu horário desde sempre, tive que sorrir.

Continuei cantarolando a música para mim e fui entregar os pedidos da mesa 3. Quando cheguei, claro que parei de cantarolar, e desejei bom apetite, ouvindo murmúrios de "obrigado" quando me retirei.

Peguei novamente minhas luvas, meu pano e meu spray e fiquei limpando as mesas, cantarolando e pensando.

O que minha mãe quer falar com Namjoon?

O que Jimin quer? Será que ele pretende voltar comigo? Babaca.

Minseokpor quê ele fez isso? Idiota.

O pai de Namjoon. Por que você não se mostra? Você não sabe que já é suspeito? Deve saber, não é? Rá, se você nos matar você vai preso. Um ponto para mim. Bom, não posso o acusar, mas pelo menos estou "seguro" se for mesmo ele, porque se ele me der um tiro, Namjoon vai o odiar pelo resto da eternidade.

Mas e meus amigos? Merda. Ele pode até ser preso, mas isso pode demorar. Que merda. Ter medo do invisível é uma merda.

Tenho que descobrir logo quem é, chega de enrolação e de tapar o sol com a peneira.

– Conheço essa música. – comentou Haewon passando sua mão por minhas costas/ombro. – Quer ajuda?

Olhei em volta e o café já estava parcialmente vazio, e quanto mais rápido limparmos as mesas antes de fechar, menos tempo ficamos aqui quando de fato fechar.

– Se você não tiver nada para fazer...

– Vou lá pegar outro pano. – respondeu, dando um tapinha no meu ombro.

6:30 PM já não havia mais ninguém dentro do café. Hyunshik fechou as portas e virou a plaquinha para "fechado".

Eu e Haewon já havíamos terminado de limpar todas as mesas e cadeiras/acentos, então busquei um pano de chão e um balde com produto de limpeza.

Passei o pano no chão do estabelecimento e Haewon me ajudou com as cadeiras, colocando-as para cima. Logo em seguida ela se retirou, indo para a parte de trás ajudar por lá. Hyunshik contava o dinheiro do caixa.

Quando terminei, levei o balde lá para trás, limpando-o e passando uma água nele. Lavei minhas mãos, apesar de ter usado luvas, e sequei-as no avental. Tirei a toca da cabeça, que eu nem percebi que usava, colocando-a no bolso do avental e pegando o número de Xiumin, pondo-o no bolso da minha calça jeans.

Meu celular começou a tocar e saquei ele no bolso.

Namjoon. São 6:50 PM.

– Olá. – atendi.

– Oi, Jin, tudo pronto?

– Acho que sim. Vou ver se Hyunshik precisa de mais alguma coisa e já estou saindo. Onde você está?

– Estou aqui no estacionamento. Não demore.

– Tudo bem. – desliguei e fui a cozinha.

Não havia ninguém e já estava tudo limpo. Quando passei para ir até a despensa ainda estava todo mundo ali.

Fui até o balcão e Hyunshik escrevia algo num papel.

– Hyunshik, onde está todo mundo? – perguntei.

– Devem estar lá no "vestiário". – ele fez aspas e achei esquisito. Por quê aspas? – Haewon não te levou lá? – perguntou.

Neguei.

– É logo depois da despensa, segunda porta à esquerda. – disse.

Assenti e olhei o estabelecimento. Ainda estava com as cadeiras para cima, mas depois faço isso. Virei-me para ir ao "vestiário" e Hyunshik falou:

– Espere, Jin, temos que resolver umas coisas.

E eu torci para não ter sido algo que fiz de errado. Virei-me nos calcanhares para ele.

– Sim?

– Bem, quanto tempo você pretende ficar? Pois senão eu preciso arrumar outra pessoa nesse meio período em que você for me dar essa mão.

– Ah – saiu mais como um "ah" aliviado. –, sim, claro, eu pretendo ficar. A aposta foi apenas um empurrão, digamos assim, porque eu preciso de um serviço. – mas lembrei da minha mãe logo em seguida que Hyunshik pareceu ficar contente. – Mas tenho que falar com a minha mãe ainda. Ela não sabe.

A felicidade pareceu vazar de Hyunshik igual ao ar de um balão furado.

– Certo. Ahn, você quer acertar as coisas agora e se sua mãe vir a não querer, você se "demitir", ou quer deixar para acertar as coisas amanhã?

– Pode ser agora. – falei, assentindo.

– Certo, Jin... – ele mexeu em suas coisas, organizando-as ou fazendo qualquer coisa que não me importei. – Você saí que horas da escola? – agora ele me olhava.

– Às duas. – respondi.

– Certo... – ele pareceu bolar algo e fazia algumas contas mentalmente (dava para perceber).

– Jin, faremos o seguinte: Você vai ter uma hora entre os dois.
"Às duas você saí da escola e têm até às três para fazer algo, desde sair, comer, dormir... o que você quiser fazer nesse meio tempo. Às três você têm que estar aqui. – ele falou olhando nos meus olhos, colocando um compromisso nas minhas costas. – E pelas minhas contas você trabalhará apenas quatro horas, no caso, saindo às sete, mas têm seus benefícios, como, por exemplo, eu darei folga no domingo e na segunda. No caso você trabalhará de terça à sábado. – ele sorriu. – Quer mais moleza que isso?

Sorri de volta negando: não existe mais moleza que isso.

– É que eu preciso de você nos dias em que têm mais movimento, mas se você quiser  vir na segunda dar uma mão, pago um extra para você, mas sem compromisso, só se quiser mesmo.

Definitivamente, esse é o melhor emprego que eu irei ter.

– Eu ainda não acertei o seu salário, mas vou cuidar disso e vou ser racional. Você, por algum acaso, têm carteira de trabalho?

Neguei.

– Hum.

– Acha necessário? – perguntei.

– Eu prefiro, e muito, assinar a sua carteira. – disse.

– Vou ver com a minha mãe. – garanti.

Ele assentiu, satisfeito com o que falei.

– Bom, você está dispensado. – falou, afinal. – Foi muito bom o seu trabalho no dia de hoje.

– Obrigado. Amanhã te dou uma resposta concreta. – sorri acenando com a cabeça e voltando de onde vim.

Procurei o tal vestiário-com-aspas. Bati e entrei na tal segunda porta à esquerda.

Há armários e um banco longo.

Danbi está colocando seu casaco; Haewon está fechando seu armário; e Eunji está sentado, ao que parece, esperando alguém; o senhor Dong-Yul me olhava.

– Eu gostei de trabalhar aqui. – comentei tranquilo e não tão alto.

– É um bom lugar. – disse a senhora Danbi, agora colocando sua mochila nas costas. – Hyunshik é um bom chefe, mas agora estou de saída, Jin, boa noite. – ela se aproximou, beijou-me e saiu.

– Boa noite. – falei, mesmo sabendo que talvez ela não ouviria.

– Sua chave, Jin. – disse Haewon, dando-me ela nas mãos.

– Do armário?

– É. Número 2. – apontou para ele.

– Ótimo... – peguei a chave. – Agora eu preciso ir. Boa noite e obrigado por tudo. – olhei para cada um deles, pois aquele agradecimento não era apenas para Haewon. – Obrigado.

Eles me lançaram sorrisos amarelos e me retirei.

Coloquei a chave no bolso, caminhando rapidamente de volta. Abaixei todas as cadeiras, colocando-as em seus devidos lugares e, depois, pedi para Hyunshik para sair. Ele abriu uma portinha dos fundos, que saía exatamente no estacionamento, e me agradeceu. Sorri, assenti e abaixei a cabeça, começando a andar.

Procurei o carro de Nam pelo estacionamento e ele me fez um sinal de luz.

* * *

– Que cara idiota. – comentou Namjoon, e talvez tivesse uma pitada de ciúmes.

Ponderei.

– Mas eu preciso dele.

– Para? – indagou.

– Quem sabe ele abra o bico igual Hoseok. Se eu der mais corda, quem sabe, não é?

– Dar corda? – isso sem sombra de dúvida é ciúmes.

Sorri e coloquei minha mão esquerda em seus fios, fazendo um carinho rápido ali, colocando uma mecha para trás da orelha e passando meu polegar pela mesma. Tão macia.

– Amo você.

Ele não esperava que eu dissesse aquilo e a sua reação foi linda: Ele sorriu com vergonha e deu a sua resposta com vergonha.

Coisa mais fofa.

Momentos desses fazem eu ser forte, tirando forças de onde não têm.

– O quê será que sua mãe quer comigo? – questionou como se tivesse se perguntado várias vezes aquilo.

– Não sei, você está nervoso?

– Um pouco, porque nunca se sabe, não é? – disse, jogando de ombros.

– Não se sabe o quê, Nam? – eu estava entretido com aquilo.

– Sei lá, Seokjin! – ele riu. – Não brinque com isso quando estou nervoso.

– Ela não vai te interrogar, mas se fizer isso apenas diga o que sente. – dei de ombros. – Eles já conhecem você, é só ser você mesmo.

E ele respirou fundo se preparando como se fosse pedir a minha mão. Achei muita graça daquilo, mas não ri.

– E como foi seu serviço hoje? – perguntou ele, e senti como se fôssemos um casal.

Somos um casal, mas não casados. Isso remeteu-me a minha mãe e meu pai. Meu pai sempre pergunta para minha mãe e vice-versa.

Então contei tudo a ele, como foi e como não foi. Uma das primeiras coisas que falei quando entrei no carro foi de Minseok, por isso Namjoon falou que ele é um idiota.

Contei a ele como eu pensei que fosse difícil, mas que não era, e na proposta de trabalho de Hyunshik.

– Você não vai arrumar um emprego tão rápido e fácil assim novamente. – comentou.

– É, eu sei. Não sei se estou me precipitando, mas esse emprego pode ser o melhor que eu irei ter.
"Tantas coisas podem acontecer em apenas uma semana, mas algo me faz pensar que nada vai mudar a minha primeira impressão."

– Você pode ficar com a sua primeira impressão, mas você só vai saber se ela vai valer daqui há um tempo. – falou.

– É, pode ser.

E continuamos o resto do caminho em silêncio, mas nossas mentes gritando.

Eu queria poder fazer tanta coisa, mas tenho que deixar tudo fluir no seu devido tempo, afinal.

Não posso correr atrás de Jimin pois eu não fazia isso nem quando éramos amigos ou namorados. Não vou atrás de Minseok porque eu não fazia isso e também porque não sei onde ele mora.

Deixe as coisas fluírem.

Quando o carro parou na frente da minha casa, Namjoon respirou fundo novamente parecendo limpar a sua alma e desligou o carro. Motivei-o dando um estalar em sua bochecha e sorrindo. Peguei minha mochila – que havia ficado no carro – e saímos, atravessando a rua.

Não sei por que, mas estou me sentindo mais forte do que pensei que seria nessa ocasião – do Jimin.

Parece que eu estou consolando Namjoon de algo, mas não sei ao certo do quê.

Meti minha mão dentro da mochila, tirando de lá a minha chave e abrindo a porta.

– Mãe? – falei entrando na casa.

Namjoon entrou logo em seguida cochichando um "com licença" e eu fechei a porta.

– Oi, meninos. – disse minha mãe, vindo da sala. – Vocês demoraram, hum? – comentou, vindo me dar um beijo no topo da cabeça.

Logo ela deu um abraço em Namjoon e sorriu para ele.

– Você avisou a ela? – perguntei para Namjoon.

Ele negou.

– Eu apenas disse que você iria demorar um pouco, porque eu queria que você explicasse a ela.

– Me explicar o quê? – perguntou, dando um passo para trás, ficando preocupada.

– Não é nada demais, se acalme.

– Não me peça para ficar calma. Uma mulher nunca fica calma quando mandam ela ficar calma. – disse rápido. – Diga logo, Jin!

– Arrumei um emprego. – disse eu de supetão, querendo livra-la logo da preocupação.

Ela ficou muito aliviada, voltando a respirar mais calmamente e colocou a mão no peito.

– Ai, garoto, não me assuste assim de novo. – disse tentando respirar.

Me pergunto o que passou pela cabeça dela.

Namjoon e eu trocamos olhares confusos.

– Que assunto é esse de emprego? – falou quando recuperou o fôlego. – Venham, vamos conversar na cozinha. – deu as costas. – Aceita um café, Namjoon?

– Aceito sim, senhora Tsugumi. – respondeu baixo.

Ela se divertiu com isso.

– Você e Xiumin com essa mania de senhora. – comentou, agora mexendo nos armários.

Namjoon me olhou: Xiumin, é? Ele vinha seguido aqui?

Obrigado, mãe.

Sentei-me à mesa e Namjoon fez o mesmo, sentando-se ao meu lado.

– Onde está o pai? – perguntei.

– Está tomando banho, daqui a pouco ele desce aqui. – respondeu, colocando o café no filtro.

Namjoon colocou sua mão esquerda em minha coxa direita, e não sei... Me senti tão... completo?

Me senti seguro e completo. Namjoon faz eu me sentir assim pelo simples fato de estar comigo e tocando em mim. É incrível o que ele causa em mim.

– Que assunto é esse de emprego, Jin? Eu sei que você queria um e tal... mas? – ela questionou, como se ainda não fizesse sentido.

Eu contei para ela há um tempo, há bastante tempo, que eu precisava de um emprego e ela questionou, porque não fez sentido em sua cabeça. Expliquei para ela na época o porquê e ela achou loucura o objetivo, mas disse que se nós, jovens, não tivéssemos um objetivo, não faria sentindo. Mas ela também interveio que ter um emprego e estudar seriam difíceis e cansativos, e que ela ainda poderia me bancar, mas eu não poderia comprar o que eu queria.

Ela também disse que ocuparia muito tempo meu. Só que a proposta que Hyunshik fez é irrecusável.

Namjoon me olhou como se ele fosse o único ali que não soubesse o porquê do emprego. E é, porque até meu pai que não está aqui sabe o porquê.

– O Jimin me desafiou. – expliquei.

Minha mãe ficou sabendo, depois de muito tempo, dessa nossa brincadeira de anos e quis saber se muitas coisas que eu dizia ou pedia a ela era por causa disso. Então eu ri, e nunca respondi.

– Estávamos na cafeteria que eu gosto e Haewon apareceu e eu brinquei que precisava de uma emprego e aí o Jimin me desafiou. Depois fui falar com o Hyunshik. – continuei.

– Mas o Hyun é o chefe? – questionou, agora virada para mim, escorada na cadeira a minha frente com a testa franzida.

– Eu também não sabia, mas falei com ele e tal.

– O que você falou para fazê-lo aceitar?

– Não sei ao certo. Hoje, enquanto eu limpava as mesas, pensei sobre e acho que foi quando falei que sou esforçado, porque foi bem nesse momento que ele pegou o avental e disse que eu estava contratado.

Ela sorriu e vi pelo canto dos olhos que Namjoon sorria também.

Ele apertou minha coxa: parabéns, Jin. Foi uma apertada calorosa, não foi uma apertada sexual, mas fez meu amiguinho dar uma despertada.

– E você quer mesmo isso, Jin? – perguntou-me ela.

Isso me fez lembrar do início disso tudo, quando Namjoon perguntou-me se era isso mesmo que eu queria. Não me arrependo de ter dito que sim, apesar de tudo que eu tenho sofrido para poder ficar perto de quem eu amo.

Vamos enfrentar essa pergunta de novo:

– Sim.

– Sim, o quê? – perguntou meu pai, coçando a cabeça com os fios molhados. – Oi, Namjoon, tudo bem?

Meu pai parou ao lado de minha mãe, que sorria pela minha resposta, à nossa frente, e estendeu a mão para Namjoon.

Namjoon não tirou a mão de minha perna, estendendo a direita para apertar a de meu pai.

– Nosso filho arrumou um emprego, amor! – minha mãe estava radiante e sorria de orelha a orelha.

Se motivássemos-a demais, tenho quase certeza que ela choraria.

Sorri quadrado para meu pai.

– Sério? – questionou, franzindo a testa. – Parabéns, Jin!

Então ele sorriu, e todos sorriam para mim. Fiquei tão feliz, foi um misto de alegria e medo: o que aconteceria a partir agora?

Depois da alegria e dos abraços que as três pessoas que eu mais amo me deram, minha mãe serviu o café de Namjoon em uma caneca que dizia "está chovendo agora, mas depois da chuva sempre vem o arco íris". Engraçado, essa caneca é minha. Logo em seguida ela serviu meu pai e eu, e eles sentaram-se à mesa.

– E o que Hyunshik propôs? – perguntou meu pai, depois de um gole do seu café.

Contei a ele que Hyunshik é meu mais novo chefe, e que, sim, ele é o chefe de lá.

– Eu gostei muito da proposta dele. – disse eu com as mãos envolta da xícara. – Ele propôs que eu entre às três da tarde, solte às sete e trabalhe de terça à sábado. Eu gostei muito para fazer apenas o que eu faço.

Todos escutavam atentos o que eu falava, cada um com seu café.

– E quanto ele vai pagar? – perguntou minha mãe.

– Ele disse que ainda não arrumou isso, mas que pensaria bem nesse aspecto. – respondi, tomando meu café.

Eu sabia que meu pai diria algo, então fiquei o olhando.

– Acho justo. – disse, afinal. – É um tempo de trabalho bom e você vai ter folgas nos domingos e nas segundas, apesar de que durante a semana vai ocupar grande parte do seu dia. – pausa, e ele olhou no fundo dos meus olhos. – Jin, eu não quero que você se desfoque da escola, entende? Se você prometer que não vai desfocar, não vejo problemas. Se seu boletim sair bem, com as notas boas que sempre saem, você pode continuar lá. Caso contrário, quero que você se demita. Você não quer isso, quer?

Neguei e abaixei os olhos para a caneca.

– Você está de acordo, Tsugumi? – perguntou ele, acredito eu, olhando para ela.

– Sim, estou de acordo. – disse ela. – Eu falei para ele, quando ele comentou sobre ter um emprego naquela vez, que é importante ter um objetivo, mas que também é cansativo ter um emprego e estudar ao mesmo tempo. – ela colocou suas duas mãos nas minhas, por cima da caneca, altomaticame fazendo-me olhar para ela.

– Se você não aguentar, você pode terminar com isso, Jin. Eu não queria o meu bebê trabalhando agora, tendo que ter um esforço maior agora, mas você quem sabe. Se for o que você deseja, tudo bem para mim. Apenas prometa que se você se cansar e não estiver aguentando, que você vai largar o emprego. E que se você não conseguir levar o emprego e a escola, você vai largar.

– Eu prometo, mãe. – respondi, olhando em seus olhos preocupados.

Ela assentiu, largando minhas mãos e se escorando na cadeira.

– Namjoon, Namjoon... – disse ela e eu sabia que o assunto mudaria para o que ela queria falar.

Meu pai bebericou seu café.

Olhei para Namjoon e ele sua frio esperando que ela fale.

– Por que você nunca veio falar conosco? – questionou. – Você não gosta do Jin?

Minhas bochechas ferveram como se eu tivesse ficado com febre de repete. Namjoon apertou a minha perna. Ele não esperava por isso, tudo menos essa pergunta.

Mas a pergunta foi interessante. Por quê, Namjoon?

Olhei para ele e ele olhava para a mesa, procurando palavras.

– Aconteceram tantas coisas desde que eu e o Jin ficamos juntos que isso não passou pela minha cabeça, mas eu amo o filho de vocês. – disse ele com convicção, apesar do nervosismo, revisando o olhar de minha mãe para meu pai. – Se eu não gostasse, eu não sei porque eu estaria com ele ainda, sendo que está acontecendo várias coisas desagradáveis. Eu gosto dele; eu amo ele de todo o meu coração.

Meu coração disparou no peito e senti minha perna começar a ficar molhada. Namjoon está suando nas mãos.

– Eu sei que têm sido difícil, e nós temos conversado com o Jin, apenas queremos saber se você gosta tanto dele quanto ele gosta de você. – disse meu pai. – Namjoon, você não têm noção de como é quando ele está em casa. Ele fica cantarolando para lá e para cá. "E então, Jin, como foi hoje?", ah, o Namjoon tal coisa. – ele sorriu fraco e senti mais vergonha ainda. Onde eu poderia me esconder? – Apenas não quero que ele saia ferido, porque se você não gosta dele, é melhor acabar com isso logo.

O quê? Claro que ele gosta de mim. Ele acabou de dizer que gosta!

Namjoon olhou de relance para mim e senti um arrepio percorrer todo o corpo. Claro que ele gosta, que pergunta fútil. Ele mostra isso todos os dias quando falamos à noite antes de dormir, perguntando-me como foi o dia; em sua atenção me ouvindo falar; em seus ciúmes bestas (que eu estaria mentindo se falasse que não gosto); em seus toques, que por mais simples que sejam, mais carinhos, impossível; mostra em proteger-me como se eu fosse um bebê recém nascido; mostra quando disse que nós adoraríamos nossos filhos e contaríamos a eles juntos como foi nossa adolescência; mostra quando diz que se não gostasse realmente de mim, não sofreria com isso tudo; mostra de todas as formas.

– Senhor W – falou Namjoon, afinal, olhando para meu pai, tendo certeza no olhar e nas suas palavras –, com todo o respeito, mas não há como mostrar que eu gosto do seu filho se ele não acreditar que eu já o faça feliz. Quem pode responder isso é apenas ele, e mais ninguém. – e então os olhares deles caíram sobre mim.

Minha garganta embolou. É óbvio que eu gosto de Namjoon, eu amo esse cara, mas fiquei tímido de repente. Por quê eles estavam fazendo isso?

– Eu sei que você gosta de mim, Nam. – disse eu com a voz um pouco trêmula, olhando para Namjoon. – E eu gosto de você também, e eu sinto que você me faz feliz. – eu tinha vergonha por estar dizendo isso na frente da minha mãe e do meu pai.

É constrangedor.

Então Namjoon sorriu para mim. Um sorriso tão lindo e radiante. E foi então que eu percebi que quero acordar todos os dias da minha droga de vida e ver aquele sorriso estampado em seu rosto, mostrando sua felicidade. Ver sua cara de sono amassada e saber que eu vou ser a primeira pessoa a ver aquela dádiva. Saber que ele é meu.

– É tão fofo a maneira como vocês se olham. – comentou minha mãe baixinho.

Sorri sem graça, colocando minha mão esquerda embaixo do queixo, apoiando minha cabeça assim.

Namjoon apertou minha perna novamente. Cada toque era uma coisa diferente, e, desta vez, era um eu te amo. Eu apenas senti. E, claro, eu sorri novamente, ficando corado pelo comentário de minha mãe e o "eu te amo" mudo de Namjoon.

Tomei o meu café.

– Por que isso de repente, mãe? – perguntei, referente a sua pergunta de antes.

Acho que minha mãe e meu pai são um pouco ignorantes no assunto. Tenho certeza que se minha mãe soubesse de tudo, teria feito eu terminar com Namjoon. Ainda mais se soubesse que eu provavelmente leve um tiro.

– Não quero você metido com o Jimin, ainda mais ele sendo louco do jeito que é, por nada. Ou até mesmo com o pai do Namjoon. – disse ela. – Se for para encarar alguma coisa, tem que ter um porquê. E já que o Jimin apareceu, vocês tem que acreditar um no amor do outro, porque você sabe, Jin, que quando o Jimin põe algo na cabeça é difícil tirar.

Nosso namoro foi basicamente assim. Seu ciúmes foi basicamente assim. Ele encasquetava que eu ficava olhando as outras pessoas na rua, e isso não era verdade. Nós brigávamos.

"Não é assim, Jimin", então ele replicava dizendo: "É sim, Jin, por esse motivo, esse e esse."

Jimin era, ou é, idealista demais. E tudo tem que ser do jeito que ele quer.

O Jimin não é mimado, mas aprendeu a mandar cedo demais. A única pessoa que "passava por cima dele" seria uma pessoa mais velha e mais sábia, o que faria-o baixar a cabeça e ouvir. Mas muitas vezes ele batia de frente se o seu raciocínio não batesse com o da pessoa, ou se não fizesse sentido algum em sua cabeça.

Jimin não é um cara desrespeitoso, mas acredita demais no que crê.

Isso me faz ter medo do que vou enfrentar.

Nosso namoro nunca deu certo. Nós éramos felizes, mas na maioria do tempo brigávamos por coisas fúteis, e até hoje não sei o que fez ele querer continuar comigo após isso. Não sei o que me fez continuar com ele após isso.

Ele era muito cabeça dura. Não adiantava quantas vezes eu falasse para ele o contrário: ele não aceitaria e não abaixaria a guarda. Mas eu batia o pé: onde já se viu eu abaixar a cabeça, sendo que eu estou certo? E talvez ele tivesse o mesmo pensamento que o meu.

No fim, eu mandava-o embora e ele ficava e pedia perdão; dizia que não faria de novo – mas eu sabia que faria –, e então eu ficava quieto. Ele me amolava, e quando eu dava por mim, estava cedido ao amor que sentia por ele.

Mas eu tenho certeza no amor que sinto por Namjoon agora – é algo bem mais recíproco. Namjoon me entende; me compreende; e seu ciúmes é fofo e não possessivo. E é assim que têm que ser. 

Namjoon e eu, com um simples toque, ou um simples olhar, nos entendemos. Namjoon entende que de vez em quando eu preciso do meu espaço e ele não tenta o invadir, mas se preocupa se há algo de errado. E sem contar que eu amo fazer amor com o meu amor.

– Eu sei que ele é cabeça dura – falei para ela, suspirando –, mas eu acredito no meu amor pelo Nam e isso não vai mudar.

Eu realmente tenho vergonha de falar isso sabendo que minha mãe e meu pai vão ouvir.

– Eu amo o filho de vocês e vou lutar por ele até ele disser que não quer mais nada comigo. – declarou Namjoon.

Eu nunca direi que não quero mais nada com você, dã, pensei e ri do meu pensamento e do que Namjoon disse. Um riso sem dentes e de olhos fechados.

– Tudo bem, então. – disse minha mãe, se levantando, dando o assunto como encerrado.

Beberiquei meu café e tenho certeza de que minha perna está encharcada.

– Quer jantar conosco, Namjoon? Seria uma honra. – disse minha mãe, pegando algumas coisas na geladeira.

Tomei um grande gole do meu café.

– Ah, obrigado, senhora Tsugumi, mas eu preciso mesmo ir agora. – disse ele e fiquei meio triste por ele ter que ir.

Namjoon tomou o seu último gole de café e levantou-se. Ele secou as mãos úmidas nas próprias calças antes de apertar a mão de meu pai e dar um abraço e um beijo em minha mãe.

– Vem, te levo até a porta. – disse eu, levantando-me.

– Se cuide. – disse minha mãe.

Namjoon assentiu e fomos em direção a porta.

– Viu? Não foi tão ruim assim. – comentei baixinho e sorrindo.

– Claro que não, eu só quase suei igual um porco. – ele apertou suas coxas novamente, tirando o exesso de suor das mãos.

Então ele sorriu fraco. Esse sorriso e o que ele disse na cozinha só me motivaram mais ainda a quer o beijar. Olhei para trás dele e não vi ninguém, poderia o beijar agora. Fitei seus olhos e ele sabia que era o momento para nos beijarmos, então ele se aproximou fitando cada movimento meu e nossos lábios se tocaram tão devagar que parecia que iríamos quebrar se fôssemos mais rápido.

Namjoon colocou uma de suas mãos entre minha cintura e minhas costas e a outra estava em meus fios, apesar de ele segura-los com tanta delicadeza, fazendo-me pensar até por um instante se na cabeça dele eu era um boneco de porcelana frágil.

Seus lábios tinham gosto de café forte – o de minha mãe –, e um leve gosto de chiclete de Tutti Frutti – o seu preferido. – Mordi o seu lábio inferior fraquinho e ele sorriu. Namjoon deu um estalar em meus lábios e nos soltamos, cada um contente consigo mesmo pelo beijo e pelo momento só nosso.

– Preciso ir agora... – disse ele. – Amanhã buscamos o exame, no espaço de tempo que você terá.

Assenti.

– Te amo.

– Também te amo, Jin. – disse ele e estalou um beijo em minha testa, saindo porta a fora.

* * *


Namjoon

Ver o Jin daquele jeito não me agradou de nenhuma maneira, mas não havia o que fazer, porque não somos um casal.

Quando o Jimin atravessou a rua e veio até nós, eu percebi que o Jin teve várias emoções ao mesmo tempo. Talvez vontade de gritar, chorar, correr e gritar novamente. Mas ele não se saiu nada mal no sorriso em que lançou ao Jimin quando o abraçou. Eu podia jurar que ele estava bem. O Jin não é tão mal assim fingindo estar bem, e isso só faz eu me questionar se ele já fingiu estar bem perto de mim. Talvez não. Eu saberia, certo?

Mas se eu saberia, quer dizer que o Jimin também saberia, não?

Ou ele não percebeu ou ele merece um Oscar de melhor ator, porque o Jimin realmente parecia muito feliz em estar ali vendo o Jin e o mesmo abraçando-o e sorrindo "contente" por o ver.

Os garotos também não se saíram nada mal. Yoongi falou normal com o Jimin e eu juraria de pés juntos que o Yoongi realmente gostou da presença dele. Mas não, né? Que tipo de amigo ele seria?

Tudo bem, ele tem que ter suas amizades por fora, mas, porra, nesse aspecto não dá. Se eu estiver errado, me diga, por favor.

Já Jungkook estava esquisito e não sei o porquê. Depois que ele "se resolveu" com Taehyung, ele ficou esquisito. Me pergunto se é assim que ele fica quando está gostando de alguém. Talvez as coisas fiquem mais claras quando o Jin me contar o que aconteceu quando Jungkook saiu correndo.

Eu não consegui me conter, apertei a mão de Jimin e disse em outras palavras para ele ir embora, mas o garoto ou é muito burro, ou se fez de burro e fingiu que nada aconteceu, desconversando e fazendo-me leva-lo conosco ao café.

Ele se fez de burro, é óbvio. De burro esse garoto não têm nada, ele não me engana. Mas isso me fez pensar que talvez ele saiba que o Jin suspeita dele. E se tudo isso for um jogo? Tenho que falar com o Jin logo que eu chegar.

Naomi. Por quê, Naomi? Por quê? Garota, eu nunca deveria te dar aquela informação e mostrar meus dentes para você. Eu deveria ter dito desde que vi o Jin no meu primeiro dia de aula, quando ele estava todo descabelado e com grandes olheiras nos olhos, com um tênis mais velho que a minha vó, que eu me apaixonei desde que coloquei os olhos nele e ele sorriu quadrado para mim.

Eu nunca deveria ter escondido isso e ter ficado com você, Naomi. Eu sei que eu fui um filho da puta por ficar só por ocupação de espaço, e eu sinto muito por isso, mas essa é a deixa para você ser feliz com outra pessoa.

Minha gasolina está quase no fim. Terei de abastecer amanhã.

Cheguei em frente a minha casa e desci do carro, fechando-o e entrando em casa.

– Mãe? – chamei, olhando para a casa vazia.

Virei-me e tranquei a porta.

Que estranho, a casa está tão silenciosa. Normalmente quando eu chego minha mãe responde.

– Mãe? – chamei de novo, agora andando pelo primeiro andar à sua procura.

Ela não sairia a noite para fazer alguma coisa, sairia?

– Mãe! – chamei de novo, já entrando em pânico.

Ela apareceu no topo da escada, e, ao que parece, ela veio correndo, descendo-as para vir até mim.

– O que foi?! – perguntou preocupada, respirando forte.

– Você me assustou! Já estava pensando no pior. Quando eu saí você estava aqui ainda, então eu pensei que... – mas não terminei a frase.

Ela sorriu fraquinho.

– Ainda não é a minha hora de partir dessa para uma melhor. – falou ela, vindo me abraçar.

Abaixei-me um pouco para ela poder me abraçar por cima, pois eu queria sentir-me seguro. Só as mães tem esse dom de fazer você se sentir bem e/ou seguro com um simples abraço.

Seu coração ainda estava disparado. Uma hora eu mato minha mãe do coração, mas fiquei preocupado.

– Como foi lá? Buscou o Jin? – perguntou, agora passando suas unhas em um cafuné na minha cabeça.

– Sim. – respondi. – Ele está bem feliz com o emprego.

Ela sorriu fraquinho.

– E por que ele decidiu trabalhar logo agora? – perguntou.

– Eu estou me perguntando a mesma coisa. – contei. – Ele não me contou ainda, e eu também não perguntei, mas ele não contou. Parece que a mãe e o pai dele sabem um "porquê", o que significa que ele não está fazendo isso só por estar fazendo.

– Huum. Pergunte para ele. – por sua voz, parece que ela desconfia de alguma coisa mas não quer me contar.

Soltei-a e olhei em seus olhos, em questionamento.

– O que foi? – perguntou.

– Parece que você suspeita de algo e não quer me contar. – falei.

– Eu não suspeito de nada. – ela desconversou e sorriu, parecendo se divertir com aquilo.

Eu ia rir, mas vi um volto se aproximar no topo da escada e olhei para lá.

Era o meu pai, com o semblante sério de sempre. Minha mãe viu que desviei o olhar dela e olhou para cima também, fechando o sorriso antes.

– Por que o assunto acabou? – perguntou ele.

Dei de ombros.

– Não era nada demais. – falei e me preocupei do quanto ele havia ouvido.

Por mais que eu não acredite que seja ele quem está bolando tudo, se ele ouvisse eu falar demais do Jin, ficaria desconfiado. E ainda não estou pronto para contar para ele.

Ele ficou em silêncio e desceu as escadas.

– Onde você estava? – quis saber.

Desviei o olhar dele para minha mãe e ela estava sem expressão.

Eu não sabia se minha mãe me castigaria por mentir, ou, se isso não acontecesse, se ela teria contado para ele onde eu estava e ele estivesse perguntando de novo para ver se eu mentiria.

– No café. – o que em parte é verdade.

– Sério? – questionou de uma forma retórica. – Com quem?

– Com o Jin. – decidi falar.

– Isso são horas, Kim Namjoon? – disse ele, olhando em seu relógio de pulso, como se não soubesse que horas são.

– Não podia ter ido dar as suas bandinhas mais cedo? – continuou.

Fiquei em silêncio por alguns instantes, estava a ponto de o xingar, mas ainda não sou louco. Procurei as palavras e tentei falar calmo.

– Fui levá-lo em casa, só isso.

– Ele tem um pai e uma mãe, e duas pernas. O meu dinheiro não dá em árvore para você ficar torrando com esse garoto. – falou ele, duro como sempre.

Eu sei que a droga do seu dinheiro não dá na droga da árvore, mas você fica naquelas duas empresas mais do que em qualquer outro lugar. Se elas não dão dinheiro para dar e rasgar, eu não sei para que dão.

Respirei fundo, mas baixinho, não querendo chamar a atenção para isso.

– Eu apenas quis o levar em casa. Eu que me ofereci, não foi ele que pediu. – falei claro, mas calmo.

Em parte era verdade, e a outra parte eu não contei. Não contei que a mãe dele queria falar comigo. Mas mesmo ela que não quisesse falar comigo, eu o levaria mesmo assim.

Ele me fuzilou com o olhar.

– Já chega, Namjoon. – disse ele, estridente. – Chega de gastar o meu dinheiro com esses garotos, levando-os para cima e para baixo.

– Mas me dar dinheiro para sair com garotas você queria me dar, não é? – falei logo em seguida, sem pensar. As palavras simplesmente saíram.

Minha mãe ficou boquiaberta.

– Kwan! – repreendeu ela.

– Já chega, Namjoon. – repetiu ele, ficando irritado.

Fiquei em silêncio por alguns instantes.

– Eu fico com gasolina por uma semana, quase uma semana e meia. Eu não sei por quê o senhor está bravo comigo.

– Apenas pare de gastar o meu dinheiro, Namjoon. Eu vou falir desse jeito.

Senti vontade de gargalhar. Minha gasolina que dura uma semana vai te falir? Eu riria alto, mas não estou afim de levar um tapa na cara.

– Você nunca se importou com isso antes, por que se importa agora? – perguntei. Era uma coisa que eu realmente queria saber.

– Os tempos são outros. – falou.

Neguei.

– A economia do país continua a mesma. Eu acompanho o jornal. Se subiu, foi coisa mínima.

Ele pareceu se ofender, como se tivesse sido desafiado por um mero funcionário.

– Se você não quiser ficar sem o seu carro, pare de gastar a droga da gasolina! – disse ele.

Essa conversa não levaria nenhum de nós a lugar algum, então assenti e passei por ele, subindo as escadas para ir até o meu quarto.

Falei por celular com Jin durante algum tempo. Logo ele disse que precisava descer porque a comida estava pronta, então fiquei jogando videogame na minha televisão.

Falei com o Jin sobre o Jimin. Que eu vi como ele ficou mal com aquilo e que se eu percebi, então quem era Jimin para não perceber?

Eu não posso ser idiota e fingir que o Jimin não foi um grande amigo de infância do Jin, mas isso não significa que eu goste disso.

O Jin disse que talvez o Jimin soubesse mesmo, mas ele iria querer o convencer de que não é ele ou algo assim. O que de fato, se paramos para pensar, faz sentido. Talvez ele queira provar que não é ele, o que só mostra mais uma vez que Minseok abriu o bico e que ele é pago por Jimin.

Todavia Jimin não pode abrir o bico, porque ele se incrimina e leva Minseok consigo.

Falei sobre Yoongi. Falei que Yoongi tinha dito ao Jimin que tinha uma namorada na qual morava longe. Tudo porque ele esqueceu de tirar a aliança e o Jimin perguntou brincando se Yoongi estava casado.

Eu vi quando seus olhos caíram do rosto de Yoongi até suas mãos na mesa, vendo ali a aliança. Não consigo descrever sua expressão, mas foi quase um questionamento. Então ele perguntou a Yoongi sobre.

Então Yoongi contou basicamente a história dele com Hoseok, tirando algumas coisas e colocando outras. Disse que "ela" era uma idiota e que "ela" tinha medo dos pais "dela" descobrirem então fingia estar "solteira" e tal e tal. Basicamente a história dele com o Hoseok, mas contada de outra maneira.

Jin disse que foi um erro o Yoongi ter esquecido de tirar a aliança porque agora ele teria que carregar consigo uma mentira mais complexa. Ele pediu a mim que eu não esquecesse o que o Yoongi disse sobre a suposta garota para ajudá-lo caso preciso.

E por último, contei a ele sobre o meu pai. Não queria ter que contar e fazer ele ter mais um motivo para desconfiar do meu pai, mas não quero que o Jin esconda as coisas de mim, então eu não vou esconder.

Seokjin ficou em silêncio. Um silêncio ensurdecedor. Até que disse:

"Tudo bem, Namjoonie..." ele parecia procurar o que dizer. "Nos vemos aos finais de semana. Vamos ao parque ou tomamos um sorvete, sei lá, apenas não se preocupe com isso. Se ele não quiser, tudo bem." Eu não sabia se ele estava cansado do serviço, ou se ele queria fazer-me não discutir com o meu pai.

Independentemente do que fosse, aquilo me deixou mais calmo, mas com o peito apertado: como faríamos para ir até a escola?

Eu seria o rico que vai de carro enquanto meus amigos vão a pé desnecessariamente por causa dos caprichos do meu pai.

Em todo caso, falei ao Jin que eu veria o que eu iria fazer, mas que amanhã nós iríamos, de um jeito ou de outro, buscar o exame na clínica. Ele disse para eu não discutir com o meu pai por causa disso e eu disse que tudo bem.

Então o Jin puxou o assunto de Jungkook, que até então eu já tinha esquecido.

"É complicado quando não nos sentimos confortáveis para abrir o jogo por causa da família." Falei quando ele terminou de contar. "Mas também acho que ele não tem que tentar não sentir nada pelo Taehyung só por causa da família. Ele tem que ter um porquê válido."

"Talvez o "porquê válido" dele seja que Taehyung aprontou conosco, e em parte eu entendo ele." Dissera o Jin.

"Se eu fosse o Jungkook não me entregaria por inteiro ao Taehyung. Se tudo isso for um jogo, ele vai se machucar. E vai se machucar muito."

"Vou ligar para ele mais tarde." Decidiu o Jin.

Falamos mais um pouco sobre a escola e alguns trabalhos pendentes até que a mãe dele pareceu no quarto. Ela dizia para ele descer que o jantar já estava pronto.

Em pensar que eu poderia estar lá, mas não. Tive que voltar só por causa do meu pai, porque tenho certeza que minha mãe deixaria numa boa.

Ele disse que me amava, disse para eu jantar bem e que precisava ir. Falei a ele que o amava também e para comer por mim, caso eu estivesse lá. Ele riu e disse que iria se esforçar, então desligou.

Ouvi um toc-toc na minha porta, fazendo-me acordar do devaneio e pausar o jogo.

– Pode entrar. – falei para quem quer que fosse.

Eu esperava que fosse minha mãe dizendo que o jantar estava pronto – o que em parte eu queria, pois já estava morto de fome –, mas era o meu pai.

– Ah. – escapou por minha boca baixinho.

Olhei de relance para a tela da televisão – eu queria voltar a jogar. Não queria ter que falar com ele. Da última vez que ele veio falar comigo assim foi para me oferecer dinheiro e garotas, e sério, não estou afim de ficar calmo mais uma vez.

Você pode me tirar para idiota uma vez, agora duas já é demais.

– Posso falar com você? – disse, se aproximando.

Assenti, como se eu tivesse escolha.

É esquisito porque não lembro de alguma vez ele já ter me feito essa pergunta.

Me acomodei mais para trás na cabeceira da cama e ele se sentou na ponta.

Ele suspirou pesado.

Ficamos alguns instantes em silêncio – aqueles que você não escuta nada além do "shh" em seus ouvidos. Aquele barulhinho chato que você quer que termine logo – e quando enchi os pulmões para dizer que tudo bem o assunto da gasolina, ele se adiantou:

– Está tudo bem você levá-los para a escola e dar as suas voltas, Namjoon. Sua mãe veio falar comigo e eu não posso privar você de viver por "caprichos" meus, como sua mãe disse.

Não consegui conter o sorriso.

– Sinto muito por ter te oferecido dinheiro, Namjoon, eu apenas quero que você curta sua vida. – falou ele, olhando para mim.

Meu pai é o tipo durão, mas não sei, ele parece mais solidário agora. É como se sua carranca toda tivesse saído no banho. Eu não estou entendendo.

– Eu também quero curtir a minha vida, mas isso não significa que eu precise de garotas para isso. – disse eu.

– Você interpretou mal. – falou. – Quando eu tinha a sua idade, o que eu mais queria era sair para namorar, mas o seu avô não me dava um tostão furado. Eu apenas quis te dar algum dinheiro para você sair com algumas garotas do seu interesse.

Mas esse é o problema: Eu não tenho garotas do meu interesse, pensei. Eu quase senti as palavras saírem por minha boca. Quase pude imaginar a sua reação a elas, mas me contive e apenas falei:

– Eu estou bem com a minha mesada e com o dinheiro da gasolina. O senhor não precisa me dar mais dinheiro. – eu falava calmo. 

Ele suspirou e seus ombros caíram.

– Até quando você vai me chamar de senhor? – perguntou.

– Você sabe. – respondi.

– Você sabe que eu poderia tirar o seu carro, não sabe? – sorriu ele, eu pude jurar que era um sorriso cínico.

– Sei.

– Eu vou provar que apenas quero o seu bem. – declarou.

Assenti, mesmo não entendo o que ele queria dizer com aquilo.

Ele sacou sua carteira de couro no bolso e me deu o dinheiro da gasolina junto de minha mesada. Essa carteira é mais cara que a minha vida.

– Daqui há dez minutos a comida estará pronta. Não se atrase. – disse saindo do quarto e fechando a porta atrás de si.

Por um lado eu estava feliz e pelo outro receoso.

Feliz por no fim o meu pai ter demonstrado algum afeto por mim depois de tanto tempo. Ele não é do tipo que diz "posso falar com você?" Ele é do tipo que chega e fala. Não quer nem saber se você quer ouvir, mas sabe que você é inteligente o suficiente para ouvi-lo.

E receoso por esse Jimin. Eu sinceramente não sei porquê, mas algo me diz que ele vai virar as nossas vidas ainda mais de cabeça para baixo.

Espero que o Jin esteja preparado e me ame a cima de tudo, porque eu espero que o nosso amor sirva para ultrapassar essa barreira que quer nos separar a todo custo.

Apenas quero saber o por que de ele não acreditar ser somente e exclusivamente o Jimin que está fazendo isso tudo.

 


Notas Finais


desculpe-me pelo textão lá em cima, sério. Beijos e até ;) fiquem bem e até semana que vem <3

~~~

até 💖😚

30/5/17


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