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História After all, I love you – NAMJIN - Acerto de contas


Escrita por: Dih175

Notas do Autor


RÉLOU, ITS ME JFSJHFDKSFJ
voltei mais cedo! aeeeee
já estou escrevendo o último cap da fanfic e eu tô como????? isso mesmo, chorando. omg
acho que quando eu terminar de escrever e tiver tudo perfeitinho, vou postar mais rapidinho. n sei, ainda vou ver isso.
sentiram minha falta? porque eu senti a de vcs <3 aaaaaaa
desculpe aparecer tarde, desculpa mesmo.
desculpe os erros se acontecer e boa leitura, nos vemos nas notas finais <3

Capítulo 35 - Acerto de contas


Fanfic / Fanfiction After all, I love you – NAMJIN - Acerto de contas

*

Foi esquisito estudar sem o Kookie ao meu lado. Eu me senti indiferente, e não gosto de me sentir assim.

Mas foi interessante. Parece que sem ele eu reparei mais nos colegas a minha volta, mas mesmo assim não falei com eles.

No terceiro período, Hoseok se sentou ao meu lado e me fez um pouco de companhia. Falou um pouco comigo e me fez rir, perguntou se eu queria ajuda ou alguma coisa e saiu.

Me perguntei o que Kookie estaria fazendo e como ele estaria.

*

Estávamos no corredor na hora do almoço. Fazia dois minutos que o sinal havia soado e nós já estávamos ali.

Conversamos um pouco para dar tempo de todos do corredor sumirem, e Namjoon foi falar com Hoseok a respeito da cobra.

Depois de Yoongi e Namjoon debaterem sobre isso por alguns longos minutos, Yoongi disse que Hoseok deveria decidir, e o garoto aceitou ir até lá, o que fez Yoongi estalar a boca e ficar em silêncio e de cara fechada.

Hoseok abraçou ele forte contra seu peito, fazendo-o esquecer do porquê estava bravo.

Namjoonie se aproximou e deu um breve selar em meus lábios, se distanciando com Hoseok ao seu lado logo em seguida. Murmurei um "boa sorte" inaudível, e meu celular começou a tocar. Meti rapidamente a mão no bolso e vi o nome Kookie na tela.

– Se quiserem ir para o refeitório... – falei para Taehyung e Yoongi, virando a tela do celular contra meu peito para que o querido Taehyung não visse o nome.

– Eu espero, sem problemas. – ele deu de ombros.

– Vamos esperar. – concordou Yoongi.

– Só um segundo, então. – eles assentiram e me afastei um pouco. – Oi, Kookie.

– Oi, Jin. – cumprimentou ele. – Você está no intervalo agora, não é?

– Sim, sim. Onde você está?

– Faz uma hora, mais ou menos, que fiz o exame. Agora estou num café perto da clínica.

Fiz uma expressão de questionamento.

– Por quê? O exame sairá ainda hoje de manhã?

Kookie fez um protesto e tive a impressão de que ele estava com a boca cheia de comida, ou algo do tipo.

– Não, eu apenas quis dar um tempo para mim mesmo, mas decidi ligar para você porque eu tinha prometido.

– Claro... e você ficou bem na hora da coleta?

– Acho que sim. Me senti meio enjoado por sentir o sangue saindo, mas fui forte e não olhei uma vez sequer para a seringa.

Sorri mostrando os dentes.

– Esse é o meu garoto.

Ele sorriu fraco do outro lado da linha.

– Pretende ir aonde depois? – virei-me para ver onde Taehyung estava.

O garoto estava me olhando de onde eu havia o deixado minutos antes, e Yoongi também.

Voltei a ficar de costas para eles.

– Acho que vou ir no seu serviço.

– Mas falta muito ainda, Kookie. – falei em tom de questionamento.

– Eu sei. Vou dar uma volta e depois vou lá te ver.

– Certo, se cuide então. – eu não quis entrar muito no mérito da questão, porque eu sabia que Kookie precisava de um tempo para si.

Mesmo que ele precisasse desse "tempo para si" para pensar em Taehyung e em tudo à sua volta, eu também sabia que viria de brinde (ou efeito colateral) ele ficar em paz consigo mesmo.

– Eu vou. – garantiu. – Ei, como está sendo aí sem mim? – brincou ele.

– Ruim. – confessei sorrindo. – Mas enfim, Namjoon foi na diretoria agora falar sobre a cobra com a diretora... estou esperando ele.
"Namjoonie foi com o Hoseok e..."

– O quê? – ele quase gritou, me interferindo.

– Calma, ele não vai falar de você. – garanti.

– Seokjin, eu que dei o número do dono da cobra para a diretora. – falou estridente, querendo gritar. – Não precisa ser muito inteligente para ligar os pontos.

Suei frio.

– Verdade. – praguejei. – Ok, certo, não se preocupe, o Namjoon dará um jeito. Eu sei que ele vai se virar... – eu estava mais me consolando do que a ele.

– Meu Deus, onde eu fui meter o meu burrinho... – falou baixinho.

– Eu te ligo logo que eu tiver notícias, mas agora precisamos comer. Se cuide.

– Tudo bem. – concordou já que não tinha outra opção. – Se cuide também. Me ligue. – exigiu. – Até.

– Até.

Ele desligou.

Voltei até os meninos e fomos juntos ao refeitório.

– Falou com a Sayuri? – perguntei logo que entramos na fila.

– Não, mas ela me mandou uma mensagem dizendo que estava tudo bem. – respondeu Yoongi.

– O que Sayuri tem? – perguntou Taehyung.

Servi uma porção de arroz e Yoongi respondeu:

– Ela está com um amigo.

– Ah, sim. – ele não entrou no mérito da questão.

As dúvidas emanavam entre nós, o que nos fez ficar em silêncio enquanto comíamos.

Eu empurrava a comida garganta abaixo com suco, não estando com vontade de comer por causa da ansiedade, mas eu sabia que tinha de me alimentar.

Yoongi parecia estar do mesmo jeito que eu, mas Taehyung parecia estar indiferente.

– Eu não vou ficar negando – começou ele. – Eu gosto do Jeongguk – admitiu do nada –, e eu quero muito saber como ele está. Ele não me responde, Jin. Por favor, me diga como ele está. – implorava.

Que fofo.

Espera, o Kookie não veio hoje por sua causa, então você não devia ser fofo.

Mas é.

Droga, espera, o que eu digo? Porque se eu disser que ele está bem, é capaz de ele insistir em falar com o Kookie. Mas se eu disser que ele está mal, é capaz de ele querer ir até lá.

Yoongi me olhou esperando minha resposta também.

– Ele está melhorando.

Yoongi fez uma careta e acho que minha voz vacilou.

– Diga a verdade, Jin. – falou Taehyung, fazendo eu perceber que minha voz vacilou de fato.

– Estou falando a verdade. – e enchi minha boca de comida.

– Ele piorou? – quis saber sendo atencioso e olhando-me enquanto eu tentava mastigar toda aquela comida.

Neguei com a cabeça.

– O que o Jin quis dizer é que o Kookie melhorou um pouco e que precisa ficar de repouso. 
"Ele não me respondeu também. O Jeon só ligou porque o Jin tinha pedido mais cedo."

Então Taehyung se aquietou na cadeira e eu agradeci com o olhar para o Yoongi.

Comemos e saímos do refeitório, decidindo-nos de ficar perto da diretoria para esperar o Nam e o Hoseok. Ficamos tranquilos por não ouvimos gritos vindos de lá de dentro.

Demorou mais ou menos uns cinco minutos até abrirem a porta e Namjoon e Hoseok saírem de lá. Namjoon estava com o olhar no chão e Hoseok estava ok, mas não feliz como costuma estar.

A diretora nos olhou com expressão de poucos amigos e fez menção de bater a porta, mas quando foi bater, fechou normal.

Me aproximei apressadamente de Namjoon no meio do corredor, segurando seus braços e querendo que ele me encarasse.

– E então? – perguntei olhando nos seus olhos, os quais não me fitavam.

– Eu não fui expulso. – murmurou.

O abracei e ele retribuiu, mas algo estava diferente. Acho que é porque eu não costumo consola-lo, pois quem normalmente precisa de consolo sou eu.

– O que aconteceu lá dentro? – perguntei baixinho em seu peito, ainda o abraçando.

– Ela me chamou de inconsequente e gritou comigo. Gritou muito. Disse que eu fui um irresponsável e que eu poderia ter matado o Hoseok, por mais que a cobra fosse treinada e mansa. Falou também que além de Hoseok eu poderia ter machucado mais pessoas.
"Ela gritou muito comigo. Eu nunca pensei que seria uma coisa tão séria assim, mas ela mostrou que era e por vários motivos.
"Ela disse que de agora em diante vai me cuidar bem de perto..."

– Oh, Nam, agora já passou... – passei minha mão por suas costas. – Você não imaginava, e nenhum de nós imaginou, que seria algo sério. O próprio Jungkook não falou nada.

– Aham... e por falar nele, a diretora o mencionou por ter dado o número do dono da cobra para ela.

Meu coração disparou.

– E...?

– E que eu disse que não entendi onde ela queria chegar. Que o Jungkook simplesmente devia saber de algum cara que cuidava de cobras.

– E ela?

– Ela me olhou como quem não acreditou, mas encerrou o assunto.

Respirei aliviado.

– Ok, mas e sobre vocês? O que ela vai fazer, já que não expulsou?

– Ela me deu o castigo de uma semana limpando a escola depois da aula. – respondeu. – Igual ao garoto que a Sayuri comentou aquele dia.

– Menos mal, Namjoonie. – falei.

– Uhum...

– E isso é a partir de quando?

– Hoje. – respondeu nada contente.

– Poxa...

– Eu sei. Mas eu pedi para ela para eu te levar ao serviço e que eu voltaria, que ela permitisse. 
"De primeiro ela negou e disse que compromisso era compromisso.
"Então eu disse que eu tinha esse compromisso com você, o que fez ela me analisar, fuzilando-me com o olhar.
"Contudo ela cedeu e dizendo para eu estar de volta às duas e meia. – ele sorriu fraquinho. – Vamos ter que correr."

Sorri contente por isso; por Namjoon conseguir convencer as pessoas.

– Ok, agora vamos lá, vocês tem que comer. – falei, soltando-o e pegando seu punho.

– Não dá mais tempo, Jin, depois eu como alguma coisa.

– Vamos lá, Namjoon. – falei.

– Jin, não dá mais tempo. – disse ele.

– Ei, ei, sem brigas. – disse Taehyung. – Eu tenho a solução para o problema de vocês.

Olhamos para ele: Nós não estávamos brigando, ora.

Taehyung abriu sua mochila e pegou duas barras de cereais, dando uma para Namjoon e outra para o Hoseok.

Fiquei confuso.

– Por que duas barras? Você não é um só?

Namjoon já havia aberto a dele e estava a engolindo.

Taehyung sorriu quadrado.

– Sim, mas pego uma a mais porque sempre dou uma para o Hobi.

– Valeu, Taehyung. – agradeceu Namjoon, já na metade da barra e falando de boca cheia.

Taehyung sorriu em resposta.

– Certeza que não quer ir comer? Vamos bem rapidinho...

Namjoon sorriu para mim, limpou a boca com as costas da mão e me deu um beijo na testa, fazendo sua boca grudar levemente nela quando se distanciou.

– Tenho.

E eu sorri daquilo.

– Tá bom.

Yoongi penteava com as mãos, e com carinho, os fios de Hoseok, observando-o comer como uma criança a barra de cereais.

Taehyung observava eles e achava fofo, mas eu via um pouco de tristeza em seu semblante. Talvez ele esteja sentindo falta de Kookie. Eu também estou.

* * *

Fazem exatamente cinco minutos que falei com a minha mãe. Eu avisei que Namjoon iria me levar em casa e que mais tarde eu explicaria tudo a ela; e que, sim, eu havia me alimentado e que eu iria me cuidar. Avisei também que eu estava na clínica para pegar o exame com Namjoon, já que ela me perguntou o que eu iria fazer nesse meu meio tempo da escola para o trabalho.

Ela disse para eu ser racional e não me deixar dominar pelo meu coração.

Eu quis entender o que ela quis dizer com isso, e ela explicou que o próprio Hoseok avisou sobre o exame dar negativo, como eu mesmo havia comentando com ela.

Eu ia falar mais com minha mãe, mas avistei Namjoon voltando com o papel do exame em mãos e o lendo enquanto andava na minha direção. Falei para ela que precisava desligar, e que mais tarde falaria com ela, dizendo que a amava. A mesma deu sua resposta e logo desligou, percebendo que devia ser o exame.

Levantei-me rapidamente e fui ao seu encontro, olhando para seu rosto baixo que fitava várias palavras sem sentido algum, procurando onde estaria o negativo ou positivo.

– E então? – perguntei, parando-me ao seu lado para tentar achar alguma coisa na folha.

– Aqui diz que eu não fui drogado... – disse, lendo as palavras desconexas.

Ele continuou lendo a procura de alguma justificativa para aquilo, mas de repente desistiu e levantou o olhar para mim, abaixando a mão.

Ele observou meus olhos por alguns instantes como se quisesse ler meus pensamentos e disse:

– Você ainda acredita em mim?

– Claro, Namjoon. – respondi calmo e no mesmo instante. – Eu nunca duvidei de você, eu apenas fiquei muito confuso vendo aquela cena e a minha razão não podia te perdoar. Eu espero que você entenda.
"Eu sempre soube que você não faria isso comigo, e eu tive mais certeza ainda quando você me escreveu aquelas cartas. Eu vi verdade em cada uma de suas palavras.
"Mas além disso tudo, Namjoon, eu confio em você."

– Mas se você acreditava em mim, por que não voltou comigo?

– Como não? – eu sorri. – Namjoon, se eu não confiasse, nós nem estaríamos juntos agora, no caso, antes de buscar esse maldito exame.
"Eu apenas não podia voltar com você tão rapidamente."

– Por quê? – quis saber.

– Por quê isso agora, Namjoon? – eu podia jurar que ele estava insinuando algo, mas me recusei a acreditar.

– Apenas me diga, Jin. – falou ele.

"– Jimin, eu já falei: não foi eu quem escolheu os grupos! Você sabe muito bem que foi a professora! Você queria que eu fizesse o quê?!

– Que quisesse fazer comigo, ora! Por que você não ficou ao meu lado quando eu disse que queria mudar de grupo?!

– Porque nós sempre fazemos juntos! E com sempre, eu quero dizer sempre!

– E qual a droga do problema nisso? Você não me ama?! É por isso que você estava na casa do Chung-ho ontem a noite?!

– O quê? – perguntei incrédulo.

Eu me senti horrível, não acreditando no que acabara de ouvir.

Como Park Jimin fora capaz de falar isso para mim? Eu não sou qualquer um; muito menos um qualquer um infiel.

– Apenas me diga, Jin! – exigiu Jimin."

– Namjoon, vamos embora. – falei, dando as costas e tentando respirar direito e parar de tremer.

– O que foi? Eu falei alguma coisa errada? – quis saber, tentando achar o seu erro em algo dito.

Continuei andando e tentando me acalmar. Entrei no carro e Namjoon entrou do outro lado.

– Jin, fale comigo. – pediu ele. – Desculpe se eu falei alguma coisa que te machucou, não foi a minha intenção... eu...

– Namjoon, não desconfie de mim. – interferi.

Ele me olhou confuso.

– Desconfiar?

– O que exatamente você queria me questionando a respeito de eu não te perdoar? – perguntei de volta.

– Ah – disse como quem descobre o seu erro no dever de matemática –, me desculpe...

– Você realmente pensou que eu estava com outra pessoa?
"Namjoon, eu te amo. Eu poderia ter ficado com outro cara, mas não. Por quê? Porque eu amo você e não desconfie disso."

– Mas, amor, eu não desconfiei. – disse ele. – Foi um ciúme idiota, e eu sei. Sinto muito por isso. Isso não vai se repetir, amor, desculpe.
"Eu te amo, me desculpe."

– Tudo bem. – sorri apenas com a boca, querendo mostrar que aquilo não me agradou nenhum pouco, mas que estava tudo ok.

Namjoon colocou o exame no porta luvas e ligou o carro.

Eu ainda sentia vontade de chorar quando coloquei o cinto e respirei fundo, e Namjoon girou a chave do carro, suspirando fundo e sabendo que devia ficar em silêncio por enquanto.

*

Quando chegamos no meu serviço, Namjoon se desculpou mais uma vez e disse que ele tinha sido um idiota de agir daquela maneira, e que nem ele sabia onde estava com a cabeça.

– A sua frase... aquela sua última frase me lembrou de uma discussão que tive com o Jimin... han...

– Ei – chamou-me ele, apertando minha perna –, não precisa falar. Eu sei que esse Jimin devia ser um osso duro de roer, mas você sabe que eu não sou ele.

– Eu sei, Nam... só que a frase me lembrou dessa discussão e eu me senti mal.
"Eu gosto do seu ciúme, não vou falar que não, mas esse tipo de ciúme eu não vou mais aturar vindo de ninguém, ok? Então não haja assim novamente, porque eu já sofri demais com o Jimin e não quero passar por isso de novo. 
"Eu sei que você é diferente e por isso estou com você, e eu te amo, tá? Mas não haja como um louco. Não desconfie de mim, assim como eu não irei desconfiar de você.
"Eu nunca te dei motivos para desconfiar de mim, então não teve sentido você agir daquela maneira. Não faça mais isso porque parece que você não confia em mim, e se você não confia em mim, melhor acabar por aqui."

– Tudo bem, eu vou me controlar mais – falou sério, e então sorriu se aproximando –, é que eu tenho um namorado muito lindo e muito charmoso e eu não aguento ver alguns garotos olhando para você... até garotas... – ele pegou minha nuca para beijar-me e eu sorri antes disso acontecer.

Namjoon me beijou muito docemente e fez eu esquecer de tudo; até de quem eu era e do que eu estava fazendo ali.

– Desculpe por essa lembrança ruim que eu te remeti. Prometo não agir como um louco novamente. – garantiu-me ao pé do ouvido.

Sorri bobo e sincero desta vez, o que fez ele ficar mais leve e deixar-me finalmente ir trabalhar, desejando-me um bom serviço e me lançando um sorriso caloroso antes de sair com o carro e me deixar ali na calçada sozinho.

Eu realmente estou com a pessoa certa, pensei enquanto dirigia-me a porta do estabelecimento, e eu tenho que me livrar desse meu passado que voltou apenas para atormentar a todos nós.

* * *

Yoongi

Sayuri me mandou uma mensagem antes de sermos liberados da escola. Nela dizia para nos encontrarmos em uma praça não tão longe da escola e a caminho de casa, para voltarmos juntos.

Hoseok fez questão de levar-me até a praça, e como Taehyung vai com ele para casa, fez questão de nos acompanhar também.

Estávamos falando sobre coisas aleatórias. Nós dávamos risada das coisas ditas e argumentávamos com coisas mais sem sentido ainda, dando mais risada.

Taehyung ainda estava meio esquisito e eu não sei o que ele tem, mas o Jin estava parecido. Deve ser algo entre eles, acho eu.

Taehyung estava fazendo graça e minha barriga doía de tanto que eu dava risada. Hoseok estava com seu braço em meus ombros e ria também.

Nós observávamos Taehyung fazer suas graças e por um momento eu desviei o olhar dele, dando de cara com a minha mãe.

Fiquei estático. Parei onde eu estava e Taehyung parou de rir, e Hoseok também. Ambos olharam para onde eu olhava e ficamos todos parados ali.

Senti as lágrimas brotarem em meus olhos. Fez agora assume, pensei comigo mesmo.

Eu devia ter contado para ela antes que isso acontecesse.

Ela vinha apressadamente em nossa direção, e parecia ter brotado ali.

Ela ajeitava sua bolsa no ombro e vinha rápido com e o semblante de poucos amigos. Parecia que ia me matar a qualquer momento, era só eu dizer "ai."

– Minha mãe... – murmurei para eles.

– Que diabos é isso, Min Yoongi?! – exclamou ela, estridente, logo que chegou perto.

– Mãe, eu... – tentei falar, mas ela me interferiu.

– Cale a boca!
"Você anda assim na rua?! Que bosta é essa Yoongi?! – ela olhou para a cena com desdém."

Coloquei minha mão na de Hoseok, que só precisava de um incentivo para tirar seu braço de meus ombros.

– Por quê você não me avisou?! 
"Você estava indo mesmo para casa? – disse, olhando para Taehyung e Hoseok."

Àquela altura eu já chorava e percebia que as pessoas a nossa volta olhavam o tumulto enquanto passavam.

Mais gays?, seus semblantes diziam. Gritavam.

Olhei para Hoseok e ele observava minha mãe gritar. Se ela me batesse talvez ele fizesse algo.

Taehyung estava assustado e vi sua boca mexer, talvez falando algo para ela.

Minha mãe gritou mais alto e Taehyung ficou em silêncio.

– ...! Você só pode achar que eu sou palhaça! – gritou para mim. – Eu tenho cara de palhaça, Yoongi?! 
"Que vergonha! Olha o que você está me fazendo passar!"

Senti uma dor incomum incomodar meu peito, e a minha garganta doía.

Quer dizer que eu ser quem sou é vergonhoso para você?

– E onde está a Sayuri, Yoongi?! – perguntou gritando.

Me calei como nunca.

– A Sayuri, Yoongi. Onde ela está? – perguntou estridente. – Me responde.

– Com... ela está na praça...

– Que praça?! E por quê? Por que ela não está com você?! 
"Vamos, me explica!"

– Han... – eu não ia conseguir falar nada.

– Vamos antes que eu dê na sua cara! – ela pegou meu punho, arrastando-me a caminho da praça.

Olhei de relance para trás e Hoseok me olhou triste, ficando lá atrás com Taehyung ao seu lado.

* * *

Talvez eu merecesse tudo isso, talvez sim. Eu devia ter falado para ela enquanto era tempo.

Não, não, nada justifica a sua ação. Ela disse que tinha vergonha de mim!

Talvez eu seja o errado. É, talvez eu não devesse ser gay. Talvez eu esteja errado.

Não, eu não posso fazer nada se é o que eu sou.

Mas e como será de agora em diante? Eu não estou com vontade nenhuma de olhar para a cara dela por ora. Mas e se isso nunca passar?

E se minha mãe nunca me aceitar? E se ela me enxotar de casa?

E Hoseok? Como ele está? Se bem que eu não devia pensar nele. Ele não fez droga nenhuma para me defender.

Mas pensando por outro lado, ele não tinha o que fazer. Se ele se metesse só estragaria tudo mais do que já está estragado. Pelo menos ele ficou ao meu lado e eu acho que ele faria alguma coisa se minha mãe viesse a me bater.

O esquisito é que ela basicamente brotou ali.

Ela não tem amigos naqueles arredores; o mercado fica para o outro lado da cidade; ela nunca vai a escola, só quando a diretora a chama; ela nunca vai me buscar, e a última vez que ela foi a escola foi para resolver a papelada de Sayuri; e o mais importante, é que aquele horário ela ainda está para chegar em casa.

"Ela vinha apressadamente em nossa direção, e parecia ter brotado ali. 
E

la ajeitava sua bolsa no ombro e vinha rápido com o semblante de poucos amigos. Parecia que ia me matar a qualquer momento, era só eu dizer "ai."."

Ela parecia ter brotado ali.

Senti-me na cama e passei a mão no rosto com raiva. Limpei as lágrimas com raiva.

Por que ela estava vindo atrás de mim? Ela nunca fez issopensei, tentando juntar os pontos.

Só pode...

– Porra!

Levantei-me da cama e procurei meu celular, mas lembrei que ela o arrancou de mim logo que chegamos.

Alguém bateu na porta de leve, e eu soube que era Sayuri.

– Yoongi... – murmurou ela com a voz chorosa.

Mamãe a xingou como nunca, mas pelo menos Kyungsoo não estava junto, fazendo Sayuri mentir dizendo que faltou a aula para ir ao shopping ver um filme (ela sabia que eu não a deduraria por mais que mamãe me batesse.)

Mamãe a xingou da mesma maneira, cortou a mesada dela e também pegou o seu celular.

Mamãe não falou nada a respeito da minha mesada, mas provavelmente não vai me dar.

– Maninho... – Sayuri estava a ponto de voltar a chorar.

É que mamãe não costuma nos xingar como hoje. Na verdade, ela nunca fez isso.

– Yoongi... – insistiu ela. – Eu sei que você está acordado... abre a porta...

Coloquei meus calçados num silêncio absoluto e abri a janela.

É alto. Como Hoseok consegue subir e descer por aqui? Se ele consegue eu também consigo.

– Vá para o seu quarto. – falei com a voz chorosa para ela pensar que ainda estou chorando.

– Por favor...

– Eu não quero falar com ninguém! – praticamente gritei. – Não me atormenta!

Ela começou a chorar e meu peito doeu, mas eu precisava sair e ter uma desculpa para não ter respondido se alguém me chamar nesse tempo que eu estarei fora.

Ela voltou para o seu quarto choramingando e eu coloquei meu corpo para fora da janela.

* * *

Se eu pensei em algum momento que iria dar merda? Várias vezes. Mas eu, sinceramente, cansei.

O que for para ser será.

– Olá – falei com o semblante inquieto e preocupado para a recepcionista –, eu preciso subir ao quarto 524. Diga para ele que eu tenho notícias do Jin, e que é importante.

Eu trocava o peso de um pé para o outro, fingindo inquietude.

A recepcionista assentiu e tirou o telefone do trinco, discando e colocando-o no ouvido.

– Olá, o senhor... – ela me olhou.

– Yoongi.

– O senhor Yoongi está aqui. Ele disse que tem notícias importantes do senhor Jin e que precisa falar com você... Posso deixa-lo subir?... Ah, claro, claro...

Ela desligou.

– Pode subir, tem um elevador ali. – ela apontou.

Assenti e fui até ele apressadamente.

Nada como falar que tenho notícias do Jin para ele liberar a minha entrada sem ao menos questionar, pensei, e a porta do elevador se abriu.

Eu sei onde ele está porque logo que ele chegou, o garoto nos deu o endereço dizendo que se nós viéssemos a precisar era só aparecer.

E agora eu preciso. Preciso muito dar um murro na cara dele.

Quando o elevador parou no quinto andar, saí e procurei a sua porta.

Bati, e no mesmo instante ele abriu a porta com um semblante preocupado.

– Oi, Yoongi. Como o Jin está? – perguntou assombrado.

– Não sei, mas eu vim te dar um presente.

Indiquei a minha mão fechada, logo olhei para o seu rosto e ele me olhou nos olhos, confuso, e minha mão fechada se fez presente no rosto do garoto, fazendo-o cair.

Entrei e bati a porta sem ao menos olhar para ela.

Jimin ficou confuso e colocou a mão na boca, apenas para perceber que ela sangrava levemente.

– Yoongi, o quê...?

– Por que você fez isso, seu idiota? – sibilei, olhando fundo nos seus olhos. – Você só pode ter problemas mentais! Tu não tinha a porra do direito, senhor Park Jimin!

– Direito do que, Yoongi?!

– Não se faça de bonzinho! – cuspi.

– Tudo bem, já chega. – ele se levantou e colocou a mão em suas costas, mirando uma arma para o meio da minha cara, à distância.

Fiquei assustado com sua ação, porque eu não esperava isso, mas eu sabia que ele não iria atirar.

– Ora, ora, você só é homem com uma arma em mãos? – sorri, zombando.

– Eu poderia te dar um surra, Min Yoongi, mas não vale a pena. – falou como se eu fosse um estrume.

Ele sacou seu celular no bolso e escreveu alguma coisa, logo o colocando no ouvido.

Fiquei o observando e ele a mim.

– Hoseok, venha ao meu dormitório. Agora. – e tirou o celular do ouvido, o jogando em cima da cama.

Meu coração disparou forte.

Merda, não era ele para meter o Hobi nisso. Ele não tem culpa! Foi eu, foi eu! Deixe ele em paz, poxa! Já não basta você estar virando a vida do Jin de cabeça para baixo, agora isso? Por que nós? Por quê todos nós?

– Por que isso, Jimin? – perguntei choroso.

– Levanta a camisa.

– O quê? – fiquei confuso.

– Levanta.

Levantei a camisa, mas não entendi o porquê.

– Beleza, agora me dê o seu celular.

– Minha mãe tirou. – falei.

– Bata nos seus bolsos. – mandou, duvidando do que eu disse.

O fiz.

– Satisfeito?

– Claro. – ele sorriu cínico. – O quê é que você queria saber mesmo? Ah, é, "por que isso?" Por que isso o quê, exatamente?

– Tudo.

– Ah, claro, claro. – ele sorriu entretido mais uma vez. – Porque eu amo o Jin, e por mais que ele tenha ficado com aquele tal Namjoon, eu sei que ele não me esqueceu e me ama.

Foi minha vez de sorrir.

– Você só pode estar brincando! 
"Jimin, o Jin está sofrendo mais do que todos nós juntos! Cara, você revirou nossas vidas do avesso e não está se dando conta disso!"

– Sofrendo? Revirar vidas? 
"Yoongi, eu estou ajudando todos vocês! – ele sorriu daquele jeito de novo, o que me fez querer dar mais um murro em sua cara, a qual começou a ficar avermelhada. – O seu querido namorado entrou para comprar as benditas alianças. Comprou.
"Taehyung entrou pelo amigo, então não conta.
"Minseok entrou porque precisava de dinheiro e queria morar em Seoul. Conseguiu.
"E claro, meu chefe porque quer separar os dois, assim como eu. – O que nós ainda conseguiremos, obviamente.
"Eu contei para a mãe do Jin que o Minseok estava o beijando para ela saber. Simples. Poupei o tempo dele. – ele sorriu novamente. – A seu respeito, eu também ajudei – ele jogou de ombros ainda sorrindo –, viu como eu fui útil para todos vocês? "E, cara, foi de graça."

– Cara, você precisa se tratar. – falei desacreditado.

– Quem se trata é louco e eu estou bem lúcido. 
"Agora chega de papo. Cale a boca e espere o seu namoradinho chegar. Sente ali se quiser. – ele jogou de leve a arma para onde eu poderia sentar.

Optei por sentar e Jimin também sentou, só que de frente para mim e na cama, ainda apontado a arma para a minha cara.

*

Hoseok demorou tempo o suficiente para eu pensar no que provavelmente aconteceria quando o mesmo chegasse – só pensei em tragédia.

Deu tempo de chorar; tempo do Jimin receber ligações que não fizeram sentido algum para mim – deviam ser os seus clientes porque quando ele ia atender, fazia sinal com o indicador na boca para eu ficar em silêncio.

Deu tempo de ele rir de mim, que chorava baixinho e de cabeça baixa.

E, finalmente, bateram na porta. Eu estava crente que interfonariam, como fizeram comigo, mas a recepcionista deve ter sido avisada de que ele poderia subir sem avisar.

Jimin se levantou da cama e foi até a porta, apontando a arma para mim por de trás da mesma.

– Entre. – ele sorri para Hoseok.

O que eu não daria para poder dar só mais um soco nesse rostinho lindo?

Sequei minhas lágrimas rapidamente e me remexi na cadeira.

– Por que não entra para ver quem veio me visitar? – perguntou ainda sorrindo e dando espaço para o Hobi entrar.

Hoseok entrou olhando para os lados, até que deu de cara comigo sentado no canto e com – provavelmente – uma cara de choro.

Ele também tinha os olhos inchados.

Jimin fechou a porta.

Hoseok se voltou ao Jimin querendo explicações:

– O que você fez com ele?!

– Wow, wow, calminha aí. Quem devia estar puto aqui sou eu. E eu estou calmo até demais, queridos. – falou sorrindo. – Vai sentar do lado dele, Hoseok. – disse sério. – Vai. – ele apontou a arma para Hoseok porque ele ainda estava parado.

Hoseok cedeu e se sentou ao meu lado, em outra cadeira que havia ali.

– Eu vou avisar uma vez, e vai ser só desta vez. Se eu tiver que avisar novamente, vocês vão se ver comigo. – falou sério, e eu podia jurar que ele nos comeria vivos, se possível, pelo fogo em que ele tinha nos olhos. – Hoseok – ele se voltou a ele –, dessa vez vai passar, mas se acontecer de novo, eu mato você. Mato você. – repetiu.

– Do que você está falando? – blefou.

– Você acha que eu sou burro, seu... eu não tenho insulto o suficiente para dizer o quão puto eu estou com você, seu caralho. 
"Você falou de mim para todo mundo que eu sei, mas não tem problema. Não tem. Não tem porque sei que o Jin não acreditou, mas se ele tivesse acreditado você seria um rapaz morto, garotinho."

Fiquei rijo e senti que Hoseok também.

Ele apontava a arma para Hoseok, e então puxou o gatinho.

– Você compreendeu agora do que estou falando? – perguntou irônico.

Voltei a chorar em silêncio.

Hoseok apenas assentiu com medo.

Jimin então tirou a arma da cara dele, fazendo nós dois ficarmos mais calmos, e riu, começando a andar pelo quarto, balançando aquilo para todos os lados.

– Eu não preciso mais de você e nem do Taehyung. – falou Jimin, de costas para nós.

Eu ficaria muito alegre se minha alma não estivesse triste. Mas de fato eu estava contente.

– Mas – interveio, virando-se para nós e revisando para quem ele apontava a arma – se você abrir o bico, ou o Taehyung, ou você, Yoongi, eu vou quebrar vocês três. Não apenas quem falou, mas os três. Vocês vão se ver comigo.

– Obrigado. – murmurei.

– Ora, ora, de nada. – sorriu ele.

– Jimin – chamei-o, secando as lágrimas, o que fez ele me fitar esperando eu falar –, você sabe que acabou de jogar toda a nossa amizade, e tudo o que passamos aquele tempo juntos, fora, não sabe?

Ele pensou por alguns instantes​:

– Sei. Mas não interessa. – falou, dando de ombros com o semblante normal.

Ele só pode ser louco. Louco de pedra. Não é possível.

Como ele namoraria com o Jin – supondo, claro –, sendo que nós todos teríamos que "esconder" isso dele? Não faz sentido. O Jimin só pode ser louco e ter uma teoria mais louca ainda para acreditar que isso daria certo.

Ele precisa se tratar.

 


Notas Finais


até semana que vem meus amores. se aconteceu algum erro, eu arrumo mais tarde. bjooos e até <3


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