3 semanas depois.
Depois do ocorrido com a minha mãe, as semanas decorreram bem até o momento em que meu pai falou para eu ir para casa resolver tudo.
– Você acha que eu devo ir até lá? – disse eu, depois de desligar o celular.
Eu tinha um certo medo na voz.
– Não fuja do inevitável. Uma hora ou outra você teria que ir até lá, e essa hora chegou. Se você quiser eu te acompanho, mas claro, você terá de entrar sozinho.
Assenti.
– Me acompanha a pé? – perguntei igual a uma criança fazendo manha.
– Você gosta de andar, não é? – ele sorriu após eu assentir. – Vamos.
Nesse momento, não é que eu goste de andar de fato, eu apenas poderia pensar, me preparar, e demorar para chegar.
– Mãe, vou até a casa do Jin com ele. – avisou Namjoon para a sua mãe quando descemos.
A senhora Yang Mi assentiu sem questionar. Ela sabia que esse momento chegaria.
– Se cuidem meninos. – foi apenas o que disse, direcionando-se a cozinha. Ela disse meio que em um suspiro.
Como já mencionei antes, não sou bom com assuntos pré-meditados, e agora, andando pelas ruas, apenas tento me preparar para qualquer tipo de xingamento ou até mesmo outro tapa de minha mãe; ser forte e falar o que eu tiver de falar; e não ficar quieto chorando, por que se for assim, vou acabar explodindo de tanto guardar os sentimentos para mim e tentar matar no peito.
Parece que foi ontem quando ela me chamou de "viadinho de merda", já que quando eu lembro disso meu coração aperta como se ela tivesse o dito naquele exato momento.
Por que meu pai disse no café para eu esperar o tempo passar e ir para casa que eu iria entender? Isso só me faz vir à cabeça que minha mãe possa estar doente, que ela possa estar mal e tenha descoberto há pouco tempo. Ela pode ter descontado em mim sem querer, ou talvez dito o que não queria dizer...
Dói pensar nessa possibilidade, mas se ela estiver doente eu me assumo hétero para ela, mesmo que isso me custe ficar sem Namjoon.
– Preparado? – e só então parei de andar.
O caminho não é pequeno, mas também não é grande.
Chegamos tão rápido...
Neguei olhando para nossos pés.
Namjoon me abraçou e acariciou meus fios.
– Tenho certeza que ela te aceitará – ele me encorajava –, pode não ser agora, mas ela aceitará você do jeitinho que você é. – ele tinha convicção na voz.
Estou tentando aproveitar ao máximo esse pequeno momento por dois motivos: 1) Pode ser a última vez que eu abrace Namjoon do nosso jeito, com nós dois tendo algo; com ele não estando machucado. 2) Porquê sei que no momento em que eu entrar lá, eu vou chorar e/ou talvez sofrer.
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