História After all, I love you – NAMJIN - Praça

Jin.

Eu só posso estar louco. Eu não quero acreditar nisso.

Estou chorando deitado no colo de Sarah, no banco de uma praça qualquer.

Agora, pensando melhor, mas ainda meio embaçado, relembro de todos os momentos com Taehyung. E pensando bem, essa foi a única vez que realmente transpareceu um pouco alguma coisa.

Suspiro.

Ela fazia carinhos em meus fios.

– Deve ser coisa da sua cabeça. O Taehyung sempre beijou meninas, Jin.

– Estou torcendo para isso, Sarah.

– Não chore por isso. Namjoon não te deixaria por ele.

– Não temos como saber isso. Às vezes nós amolecemos, e é aí que acontece a merda.

– Você acha que Namjoon te trocaria, ou até mesmo trairia?

Neguei.

– Não, não estou falando de traição – falei negando –, e sim dele não gostar mais de mim e querer ficar com Taehyung. Ele pode começar a achar que estou implicando demais com Taehyung e sentir pena dele.

– Mas ele não bateu em Taehyung hoje? Eu vi, Jin.

– Mas e se...

– Chega de "e se..." Ele te ama e você precisa acreditar nisso. 

– Mas Sarah... eu amo o Namjoonie e não é de hoje. Eu não suportaria ver ele me trocar...

– Ele gosta de você também e não é de hoje, Jin. Eu tenho certeza que ele não vai te trocar como troca de roupa.

– Hã? – me levantei para olhar a garota à meia luz da praça. – Ele já gostava de mim antes?

– Ele gosta de você faz um tempão, Jin. Só você não viu.

– Desde quando?

– Desde quando ele entrou na escola.

– Mas ele namorou com Naomi por um ano. Por que ele namorou com quem não gostava?

– Tentando tirar você da cabeça. Ele pensava que você não gostava dele. Não desse jeito, pelo menos.

Me deitei de novo em seu colo.

Sarah é nossa confidente. Minha e de Namjoon, e vez ou outra dos meninos. Ela nunca conta nada sobre o quê o outro disse; claro, fora hoje, porque o que ela disse não mudará nada. Ela sabe o quê dizer. 

Sempre que preciso de Sarah, ela sempre está fazendo algo e me sinto mal porque liguei para ela chorando, e ela veio para cá na mesma hora.

– Desculpe por te fazer vir até aqui.

– Que isso, Jin. Você é meu amigo, poxa, claro que eu viria. E não era nada demais. 

Vi Kookie se aproximando. 

– Olá, Sarah. – ele abraçou ela e se abaixou até o colo da mesma para me fitar. – Como você está, Jin? – passou a mão por meus fios.

– Bem. Eu queria você e a Sarah aqui comigo, se não for incômodo para vocês ficar ouvindo meus problemas amorosos. – dei um sorriso amarelo.

– Claro que não. – disse Kookie, e passou a mão em meu rosto. – Quer dizer que você acha que Taehyung gosta de Namjoon? 

Me sentei e indiquei o espaço ao meu lado para Kookie e ele sentou-se ali.

– Não sei ao certo. Sarah disse que ele sempre beijou garotas e que talvez fosse coisa da minha cabeça.

– Pode até ser, mas sempre existe uma possibilidade. Mas por que isso te incomoda? 

– Se ponha no meu lugar. Vocês dois. Como se sentiriam se o seu pior inimigo, digamos assim, gostasse do cara que você gosta e logo quando você conseguiu uma chance com ele.

– É, parece realmente ruim. – refletiu Sarah. – Aconteceu parecido comigo, a diferença é que eu não tive chances com ele.

– Você não está ajudando. – disse Kookie.

Eu ri.

– Quem não está ajudando mesmo? – disse ela. 

Kookie riu e Sarah também.

– Amo vocês, meu Deus. – disse eu, ainda com um sorriso no rosto.

– E nós você, Jin. – disse Sarah e me deram um abraço coletivo.

– Você está bravo com Yoongi? – perguntou Kookie, depois de me soltar.

– Um pouco.

– Por quê? 

– Ele permitiu que isso acontecesse. Você acha que Namjoon iria bater em Taehyung do nada? Sem ao menos contar para o Yoongi ou pedir para ele segurar Hoseok? 

Kookie ponderou.

– Você não acha que talvez Taehyung goste de você? E esteja te provocando dando em cima de Namjoon para você sentir ciúme? – refletiu Kookie.

– De mim? Não. Não, não, não, pelo amor de Deus. Não. 

– Verdade, pensando por esse lado pode até ser. – declarou Sarah.

– Quem ama às vezes tem isso de querer fazer ciúme. – continuou Kookie.

– Nossa, que pesadelo. – disse eu, colocando as mãos na rosto. 

Ouvi Kookie rir de leve.

– É só uma suposição. – falou. – Ele pode ser hétero e nós aqui falando sobre isso. Jin, o Namjoon te ama. Ele disse que fez isso por você e que não queria você bravo.

– Você deveria se sentir lisonjeado de namorar Namjoon. Ele levou suspensão para te honrar. – disse Sarah. – E ele te ama.

Assenti.

– É, eu sei. Também amo ele. O problema de tudo mesmo foi Taehyung e o meu ciúme.

– Que nem é necessário. – destacou Kookie.

– Não vou mais gastar o tempo de vocês com bobagens... – suspirei. – Vamos embora. – disse me levantando.

– Amigos não são bobagens, ainda mais suas desavenças amorosas. – falou Sarah.

– Vem cá. – abri os braços para ela. 

A mesma se levantou e entrou neles, e a abracei forte. 

– As vezes é bom ser baixinha. – comentou ela, em meu peito.

Sarah é fofa, de maneira que abracei ela forte e ela fez o mesmo.

– Amo você. – e beijei o topo de sua cabeça.

– Shhh, Kookie vai ficar com ciúme. – cochichou ela alto para que ele ouvisse.

– Não tenho ciúme. – disse ele com um beicinho.

Ri.

Soltei Sarah e fui abraçar Kookie.

– Eu também te amo, meu maknae.  

– Para, hyung. – disse ele me negando.

– Você pare com isso porque eu sei que você quer me abraçar e também me ama.

Vi ele abrir um sorriso, pois eu estava ao seu lado, e o olhava de cima.

– Amo sim. – ele finalmente me abraçou.

– Que fofo. – disse Sarah.

Olhei para ela com cara de "que?" do tipo "eca", e acho que Kookie fez o mesmo e nos soltamos, todos rimos.

Sarah nos largou na casa de Namjoon com seu carro e foi embora.

Namjoon me deu uma chave extra de maneira que entrei sem dificuldades. 

Kookie e eu fomos ao quarto de Namjoon pé por pé para não acordar a mãe dele e muito menos o pai.

Namjoon andava de um lado para o outro e Yoongi estava atirado na cama ouvindo música em seus fones, é a forma dele de se acalmar.

Yoongi não ouve músicas com muita frequência, e quando isso acontece, é para se acalmar.

Eles perceberam nossa presença. Entramos e fechei a porta.

– Jin. – disse Namjoon com alívio, vindo até mim. – Me desculpe... eu não queria que ficasse bravo... – Seu olhar era aflito.

Beijei Namjoon e ele pareceu surpreso, todavia me puxou mais para perto e retribuiu o beijo. 

Tive a impressão de ter ouvido um "Uau...", e  não sei se disseram ou se ouvi coisas.

Eu não tinha o que dizer, no fim, eu que tinha de pedir desculpas, se alguém tivesse de se desculpar. 

Não sei onde foi parar a minha vergonha do mundo para beijar Namjoon assim na frente de alguém que não fosse ele próprio, mas ali estávamos.

– Você que tem de me desculpar... – falei baixinho para ele. – Apenas não quero te perder...

– Você não vai. – assegurou ele com o seu halito de menta em meu rosto. – Nunca vai. 

O abracei e ele respirou o cheiro de meus fios.

Nos desabraçamos e vi Yoongi sentado na cama, esperando algum tipo de resposta.

– Me desculpe. – disse eu me sentado ali e o abraçando.

– Eu que te peço desculpas... mas era tudo por você, Jin. Ninguém mexe com meu amigo assim e saí limpo. Apenas não bati em Hoseok porque... ele... eu... eu não sei brigar. – falou por fim.

– Não precisava ter batido em ninguém por mim, mas fico grato por tudo de vocês três. – disse olhando para Kookie e Namjoon também.

– Por que saiu correndo? – perguntou Yoongi.

– Hã... – eu não sabia o quê dizer. 

Assumir que eu estava com ciúmes? Meu Deus, que vergonha seria isso!

– Ele estava com as ideias embaralhadas ainda. – disse Kookie atrás de mim, me salvando.

– É. 

– Yoongi, vamos para casa, minha mãe já me ligou pedindo para eu ir para casa dormir. – mentira, a mãe dele só ligou para ele quando estávamos no carro e foi para perguntar se ele estava bem e se iria voltar hoje ainda, e não pedindo para ir para casa.

Ele assentiu, e se levantou. 

– Vamos, então, se cuide. – Yoongi segurou minha cabeça e beijou o topo dela.  

Yoongi não me pressiona quando percebe que está sendo "inconveniente".

O mesmo se despediu de Namjoon e ele foi leva-los até a entrada.

Peguei uma roupa e toalha e fui tomar banho.

Tirei minha roupa e ouvi uma movimentação no quarto.

Abri o registro e entrei para o box. Namjoon entrou no banheiro e começou a tirou a roupa.

– Namjoon, o quê está fazendo...? – cochichei.

– Indo tomar banho com o meu amor. Não posso? – ele parou de tirar a roupa e ficou esperando uma resposta.

– Hã... pode.

Ele tirou a roupa muito rápido e entrou no box comigo.