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História After all, I love you – NAMJIN - Por quê?!


Escrita por: Dih175

Notas do Autor


Olha quem resolveu aparecer antes do tempo? EUUUUUUU EBAAAAAAA, ok, parei.
Sabe o sábado? descartem. É um capítulo por semana, se tudo der certo, ok? Se der algum problema (na semana em questão), posto dois na outra semana.
NÃO
ME
MATEM
OBG

~~~~~~~

e não é que o "um capítulo por semana" deu certo? amei isso.
NÃO
ME
MATEM
OBG
26/5/17

Capítulo 15 - Por quê?!


Fanfic / Fanfiction After all, I love you – NAMJIN - Por quê?!

– Por que você não me contou que iria fazer isso? Yoongi e Kookie sabiam, por que eu não? Eu confio em você para contar o segredo do meu amigo, e você não confia em mim? –  eu estava de cara fechada. Levantei-me e Namjoon pegou meu punho. – Me solta, Namjoon. 

– Ah, Jin... pare com isso. – falou Namjoon, ainda segurando meu punho. – Eu queria que fosse surpresa e que você se sentisse bem ao ver Hoseok gritando igual uma garotinha e provar do próprio veneno.

– Pode me soltar? – pedi.

Namjoon me soltou. Fui até minha mochila e a peguei. Eu não tinha roupas fora dela, fora algumas cuecas que eu pegaria outra hora.

– Ah, você não vai embora por isso, não é?

Balancei a cabeça em negativa e sorri.

– Apenas vou para casa mesmo. Preciso ficar de bem logo com a minha mãe, você não acha? Hum, e sobre você não me contar: ainda estou puto.

– Foi apenas uma surpresa! – ele se defendeu e levantou-se vindo até mim, ficando bem perto. –   Você não acha que deveria se despedir? – sorriu ele malicioso. 

Neguei olhando em seus olhos.

–   Ninguém o ensinou que não se vai embora sem se despedir? – eu sentia seu hálito contra meu rosto.

 Amo você, pensei em como todas as vezes nas quais ele me olhava ou simplesmente tocava em mim.

O dei um selar rápido e dei as costas para sair. Namjoon pegou meu braço e disse:

– Já o disse para não fazer isso. – ele me beijou e larguei/joguei a mochila no chão e coloquei meus braços à sua volta.

Sorri no meio do beijo.

– Amo você. – contei finalmente, como se fosse um segredo.

Namjoon cochichou sua resposta.

O mesmo beijava meu pescoço e ao longo dos beijos arrepiava-me como se fosse a primeira vez em que nos tocávamos; eu sentia uma explosão de fogos de artificio dentro de mim e queria o beijar até amanhecer – eu sei, eu sei, clichê, não é? Ame e você vai saber.

Tiramos nossas roupas devagar, curtindo o momento entre nós.

Eu queria arrancar a sua roupa, mas ir devagar é melhor. Você curte o momento à sós; você não pensa só em você e em como seria bom gozar; você pensa no seu parceiro.

Estávamos nus na cama e eu o beijei no pescoço, marcando ali que ele é meu. O mesmo sorriu contra minha bochecha e a beijou.

Ficamos nos acariciando e amando um ao outro em harmonia, como tinha de ser.

Namjoon colocou seus três dedos em minha boca e eu os lambi. Logo, ele colocou-os em mim e gemi baixinho à cima de seu ombro, só para ele.

Seu membro se fez presente dentro de mim e fomos devagar, curtindo aquele momento. Parecia aquelas despedidas na qual você fica um longo tempo longe e quer aproveitar ao máximo o tempo que ainda te resta.

Namjoon segurava meus quadris de leve, e foi ali que percebi que necessitava de seu toque sempre presente em mim, não importando em qual momento, ou em qual razão, mas eu precisava. Necessitava.

Chegamos ao nosso ápice quase juntos. Ele primeiro e logo em seguida fora eu.

Saí de seu membro devagar. Tudo era devagar, mas em si, no nosso tempo.

Ele se deitou e deitei-me – mesmo sujo – em seu peito. Ele me fazia caricias na cabeça e lembrei de quando apareci aqui no meio da noite, dizendo que queria ser dele, colocando tudo em jogo, tudo em risco. Eu corria um grande risco de o perder para sempre, de ele não querer mais me ver. Mas ele fez extremamente o contrário. O mesmo disse para eu ficar e me consolou sem dizer nada, apenas com sua presença e seus carinhos em meus fios.

– Você acha que vamos ficar juntos por um bom tempo? Aquelas histórias que você conta aos seus filhos sobre como foram os seus namoros na adolescência? Aqueles mal sucedidos, sabe? – olhei para cima, para Namjoon, que fazia carinhos em meus fios e olhava para o infinito.

– Nós vamos adotar nossos filhos e contar à eles juntos.

Sorri bobo como se ele tivesse falado – e falou – algo no qual eu gostasse e ganhado o dia. Namjoon olhou para mim e me beijou na testa.

Levantei-me e fui ao banheiro. Tomei um banho demorado e saí com a toalha na cintura.

– Queria você aqui comigo. Podíamos dormir abraçados... e tudo mais.

– Preciso ir embora, Nam. – falei enquanto ia até minha mochila atirada no chão.

– Mas como eu dizia, você podia dormir aqui... e ficarmos abraçados... – ele fingiu não ouvir o que falei.

Olhei para ele e sorri negando.

– Eu vou para casa. E pare com isso! Amanhã vamos nos ver, você não vai morrer.

– Morrer não, mas ficar com saudade? Sim, ou com certeza? – aconteceu uma pausa. – Você me deixa louco com isso.

– Com isso o quê? – levantei meus olhos das roupas para ele.

– Seu jeito mandão.

– Mas eu não fui mandão!

– Não foi, mas é decidido.

– Ah, então você gosta? – sorri e mordi o lábio involuntariamente.

Namjoon levantou-se e veio nú até mim.

O mesmo me beijou e colocou a mão em minha toalha.

Não– falei, interferindo o beijo e sua ação.

– Desculpe. – e foi até o banheiro.

Senti um pouco de culpa. Não sei se fui rude, ou se ele se culpou muito que fez eu me sentir assim também, mas fiquei meio mal enquanto ouvia o barulho do chuveiro e eu colocava a roupa.

Olhei para a cama e pensei que eu teria de me sentir bem e querer fazer de novo, e eu não queria. Então eu estou certo, acho.

Arrumei a cama e fiquei sentado ali lendo enquanto Namjoon tomava seu banho.

Não sei se li rápido ou Namjoon demorou, mas li 5 páginas, no caso terminei o livro, e só então Namjoon voltou ao quarto e não parecia nem um pouquinho mal.

Fechei o livro.

– Eu fui rude? – perguntei.

– Não, você apenas não queria, e eu não quero que faça sexo por obrigação. – respondeu coçando seus fios molhados. – Quer que eu te leve?

Assenti.

– U-hum.

Larguei meu livro no criado mudo e fiquei o observando ir até seu armário e escolher uma roupa, se trocar e tudo mais.

– Se você ficar me olhando demais, eu vou ficar encabulado. Estou falando sério. – falou Namjoon, colocando uma calça de costas para mim.

– Desculpe. – coloquei as mãos nos olhos. – Não vou olhar para o meu namorado mais. – e sorri ainda com as mãos nos olhos.

Senti a cama inclinar um pouco. Namjoon está perto de mim, à minha frente. O mesmo me beijou e comIgor ainda com a mão nos olhos.

– Ok, fique assim e apenas sinta.

– Ok.

Abaixei a mão, mas continuei de olhos fechados.

Ele me beijava devagar mostrando um carinho que eu só conseguia sentir com toques e demonstrações, nada de palavras.

Retribui algumas vezes quando ele me beijava na boca – algumas poucas vezes.

* * *

"Pronto para perdoa-la?" – falou Yoongi mais cedo.

"... Pense que pelo menos ela te aceita sendo quem você é, Jin." – dissera o mesmo.

Pedi a Namjoon que fosse embora que eu iria entrar logo logo, apenas queria ficar um pouco sozinho.

Ele quis ficar, mas não insistiu muito e ele foi embora.

Não que ele não se importasse, ele apenas não queria ser inconveniente. O mesmo me deu um beijo na testa e partiu.

"Viadinho de merda." – exclamou minha mãe.

Estou olhando para minhas mãos com a vista embaçada. Vejo meus tênis logo a baixo.

"Não grite com ele, senhora." – falou o garoto que havia me beijado na festa.

"Quem é você?! Quem você pensa que é?! Cale a boca, o filho é meu." – gritou minha mãe para o garoto.

"...O que você escolher para você será o que fará você feliz, não importa o que digam." – falou ela quando falávamos sobre o que eu poderia fazer de faculdade, mas fomos conversando mais e entramos em assuntos de vida. – "Apoiarei mesmo que o mundo todo estiver contra você."

– Mãe... – murmurei choroso, agora, para a casa do outro lado da rua.

"Lave a louça! Por que você não faz o que eu digo?!" – gritou ela quando eu estava lendo em meu quarto e havia acabado de limpar os banheiros da casa.

"Mas você não pediu."

"Estou pedindo. Desça agora."

Ok, confesso que senti raiva, mas nesse dia ela tinha seus motivos e acabei sendo um saco de pancadas sem querer. Ela se desculpou depois e isso não se repetiu mais, na verdade só aconteceu nesse dia. Acabamos às vezes falando de um modo errado, nos expressando mal, e foi o que aconteceu no dia em questão.

– Jin. – falou alguém perto o suficiente para me tocar se esticasse um pouco a mão.

Levantei meus olhos marejados até a voz que pertencia ao meu pai. O mesmo usava roupas de ficar em casa.

– Por que está chorando, filho? O que é esse olho roxo? – ele me abraçou no mesmo instante.

– Mamãe... – e comecei a soluçar.

– O que tem ela?

– Ainda dói. – meu coração comprimiu mais ainda e eu só chorava.

Não percebi, mas quando dei por mim estávamos dentro de casa, e eu chorando sentado no sofá de cabeça baixa.

– Filho... – minha mãe entrou em meu campo de visão. – Ainda dói em mim também as palavras usadas, me desculpe! – ela passava a mão em meu joelho, sentada ao meu lado.

Ela estava na defensiva, a mesma não sabia qual seria minha reação.

A abracei. A mulher a minha frente se assustou – tanto pelo olho que já não estava tão roxo, mas ainda estava um pouco; tanto pelo abraço –, mas me abraçou forte de volta por cima da mochila.

– Eu amo a senhora. – sussurrei chorando por cima de seu ombro.

– Eu sei que foi errado, mas tente entender...

– Eu entendo. – falei.

Eu entendo, mesmo. Apenas não concordo, mas entendo.

– Sei que foi errado. Peço mil desculpas, meu filho. Amo você.

Ela conversou um pouco me explicando devagar e com palavras fáceis, delicadas, e me reconfortando no lar já conhecido, tentando me fazer ficar melhor. O que estava funcionando.

Ela queria, eu via em seus olhos, perguntar de meu olho, mas não perguntou.

Contei à ela e a mesma disse para eu não ligar para esse tipo de comentário, e que eu perdi a minha razão batendo em Hoseok. Ela mandou eu pedir desculpas ao Jung.

O que? Pedir desculpas ao Jung? Ah, pelo amor de Deus!

Ok, ok, tenho de pedir, fazer o quê.

Eu disse a ela que o faria. A mesma falou para chamá-lo aqui amanhã porque ela queria ver. Não que ela não confie em mim, ela sabe que não gosto dele e talvez não o fizesse.

E entramos no assunto de Namjoon ter batido em Taehyung, ela mencionou que fora errado, mas que se fosse ela, a mesma teria feito a mesma coisa! E depois ela mencionou rindo que era errado.

Consegui até sorrir! E ela sorriu de volta!

Tirei minha mochila a deixando de lado e me encostei no sofá. Meu pai havia ido para cozinha fazer algo.

Amo minha mãe, foi o que eu pensei quando ela começou a falar de Namjoon como se fosse minha colega; minha amiga.

Ela deixava as coisas mais leves, mais fáceis, como se eu pudesse pegar e transformar o mundo num lugar cheio de tudo que eu acredito, onde tudo é possível.

Um assunto tão saudável.

Ficamos algum tempo ali, porque meu pai apareceu com um pedaço de bolo em mãos para mim e minha mãe.

Agradeci e comemos todos ali, como uma família feliz.

Minha mãe disse que a rua toda estava comentando sobre isso e que eu não estava aparecendo na rua, que alguém contou que eu estava na casa de Namjoon e ele era o meu "namoradinho".

Mamãe disse que uma amiga dela a contou e que essa mesma amiga disse xingar quem falou o comentário maldoso sobre mim.

Mamãe não duvidou porque essa sua amiga é de falar o que pensa na hora que bem entender, sem papas na língua. Ela não desrespeita ninguém com palavrões, apenas tem personalidade para dizer o que acha sobre o assunto.

Mamãe disse que não se importa com os comentários, pois ela apenas me quer feliz. Ela falou que ligou para mãe de Namjoon dizendo tudo o que estão comentando para ela não se assustar e pensar coisas que não são (mas que na verdade são, se é que você me entende).

A mãe de Namjoon disse que ouviu e não se importava com esses comentários, mas que seu marido ficasse sabendo tomaria providências dramáticas, constou ela.

Minha mãe disse para eu me cuidar com o pai de Namjoon.

Papai falou que se ele me ameaçasse ou qualquer coisa assim, é para eu avisar para ele de imediato.

Eu não queria estragar o momento em família, mas era necessário perguntar.

– Mãe – eu comia o bolo ainda, em pequenos pedaços –, quem falou para você que eu estava naquele barnaquele horário?

– Ah – ela respirou leve –, foi uma ligação anônima. Dizia que você estava se beijando e cheio de carícias com um menino. Comentei com o seu pai que havia chegado a hora e fui até o tal bar. Fiz o que fiz... mas não quero falar disso, Jin, por favor.

– Tudo bem, mas você não reconhece a voz? – perguntei.

– Para que você quer saber disso? Vingança só faz você ficar mais mal do que já está.

– Eu apenas quero saber.

– Mas não vale a pena. – interferiu meu pai. – Não vale. – repetiu para seu bolo.

– Não vale. – concordou minha mãe.

– Mãe, por favor, eu prometo que não vou fazer nada.

Meu pai levantou seus olhos do bolo para fitar minha mãe que olhava para mim e pensava.

– Eu não sei quem era, Jin. Mas eu conheço aquela voz, só que não consigo lembrar de quem é.

Suspirei de leve.

– Tudo bem. – disse eu.

– Vou tentar lembrar, e se eu lembrar aviso você. – ela acariciou meu joelho.

– Ok. – assenti sorrindo amarelo.

Levantei-me, peguei os pratos dos mesmos e fui lavar a louça. Logo depois passei pela sala – as escadas ficam perto da sala – e minha mãe gritou olhando para a TV:

– Depois vou lá te dar boa noite! Não esqueça de Hoseok!

* * *

Tirei minhas coisas da mochila, arrumei tudo e me deitei na cama, sorrindo bobo e olhando para o teto.

"Nós vamos adotar nossos filhos e vamos contar à eles juntos."

Meu celular vibrou no criado mudo.

Mensagem de Namjoon.

O mesmo perguntava como foi tudo.

Contei tudo e depois de comentários sobre, falei que iria dormir pois já era tarde e ele falou que ia passar aqui. Mesmo eu negando até a morte, sua última frase foi: "amo você. Vou dormir também e pare de negar, porque o seu não nesse momento para mim é sim."

Sorri bobo para o nada.

Falei com Yoongi. Perguntei como foi tudo com Kookie e ele falou que está tudo certo e que Kookie já sabe. Contou também que ele próprio está bem com isso e com tudo.

Disse a Yoongi que se ele se sentir mal,  ele pode me ligar. E ele disse que faria isso. Pedi o número de Hoseok, pois minha mãe pediu para eu me desculpar pelo soco.

Yoongi pediu/implorou para eu não o xingar nem nada assim, e eu falei para ele confiar. E o garoto finalmente me passou o número.

Yoongi disse que Hoseok apareceu por lá, mas ele fingiu não ouvir as pedrinhas em sua janela e Hoseok quase gritando seu nome. O mesmo falou que doeu, mas era necessário.

Falei para ele que ele tinha de falar a Hoseok que não queria mais e não ficar o ignorado.

Yoongi disse que veria o que ia fazer, mas que por ora iria dormir para não pensar nisso e acabar chorando.

Disse a ele para fazer isso.

Mandei uma mensagem para Hoseok.

Eu, 10:24 PM

Hoseok, preciso falar com você. Arrumar algumas coisas. Você pode vir aqui em minha casa antes da escola?

Hoseok demorou alguns minutos, mas respondeu.

Hoseok, 10:30 PM

 Que horas?

Eu, 10:30 PM

 Uns 20 minutos antes da escola.

Hoseok, 10:31 PM

Estarei aí.

Coloquei meu celular para despertar – apesar de minha mãe vir me chamar, mas é melhor prevenir –, larguei-o e virei para o lado.

Eu estava dormindo e senti minha mãe me beijar de leve e falar "dorme bem, meu filhinho. Amo você" bem baixinho, acariciar meus fios e sair do quarto.

* * *

Mãos tocavam meu corpo de leve, como se quisesse ver se eu estava vivo, ou fosse real, logo a mão toda estava em meu braço e me sacudia de leve.

– Jin, acorde, está na hora. – falou minha mãe.

Abri os olhos embaçados.

– Ok...

– Vamos, levante, levante. – disse ela, me tocando com os dedos em minhas costelas.

Fazia cócegas.

Sorri e ela saiu falando:

– Desça em 15 minutos para tomar café. – e fechou a porta.

Levantei-me, peguei uma roupa e saí pelo corredor para ir até o banheiro. Trombei com meu pai no corredor.

– Bom dia. – disse eu com voz de morto, se é que morto tem voz.

– Bom dia. – ele respondeu do mesmo jeito e desceu as escadas.

Tomei meu banho, passei meu creme de cada dia, escovei os dentes e os fios. Saí do banheiro.

Arrumei minha cama e olhei em volta.

Eu tenho de fazer algo? Tem algum trabalho hoje?

Ah, Seokjin, se tiver você não tem mais tempo. Devia ter pensado nisso ontem. 

Acontece que ontem estava tão bom. 

Ah, quer saber? Dane-se. Um trabalho a menos, um a mais, só hoje não fará falta.

Rá, esqueci minha mochila da escola na casa de Namjoon. Só não esqueço a cabeça porque é grudada.

Mandei uma mensagem à Namjoon e meu celular começou a despertar. Era hora de eu descer para o café.

Coloquei meu celular no bolso e desci,  e eu estava no primeiro degrau quando minha mãe começou a berrar meu nome.

Apareci e ela cessou os berros. Ainda me pergunto como alguém consegue berrar de manhã, mas ok.

Minha mãe fez panquecas para mim e eu amei. (Emoji de coração). Meu dia começou bem, só espero que termine bem também.

Comi, lavei a louça e a campainha soou.

– Filho, deve ser o seu amigo! – gritou ela do andar de cima. – Atenda!

Sequei minhas mãos no pano de prato e fui abrir a porta.

Abri um sorriso, o melhor que eu consegui, e dei um passo para o lado, levando a porta comigo.

– Olá, Hoseok. Entre.

– Olá, com licença. – falou ele, entrando e explorando a casa com olhos curiosos.

– Estou lavando a louça, pode vir na cozinha para conversamos?

Ele assentiu e me seguiu.

– Fique a vontade. – disse eu.

Queria matar você com essa faca.

Sequei a louça rapidamente e olhei para Hoseok que estava sentado à mesa.

– Quer uma água, um suco... Alguma coisa?

– Estou bem. – informou.

– Bem, hã... – limpei a garganta. – Queria pedir desculpas pelo rosto e tudo mais... não foi certo, e... ah, desculpe. – falei olhando em seus olhos e mexendo no guardanapo.

Hoseok não parece nada mal, nada mal mesmo. Ele parece ser um cara legal, não sei  o porqueê, mas que ele parece. Ele parece.

O mesmo assentiu.

– Ah, tudo bem, não há problemas. Desculpe também pelo... pelo olho. – falou sério fazendo movimentos giratórios em volta do próprio olho.

O que ele está pensando? Por que ele me ameaçou e agora está pedindo desculpas? Aish! Seja claro! Isso não é a droga de um jogo, Jung Hoseok! Você feriu Yoongi e merece ser ferido. Já tivemos nossa vingança, chumbo trocado não dói, o quê você quer? 

Será que ele pensa que eu que estou fazendo o joguinho?

Guardei a louça e Hoseok continuou sentado.

– Quer uma carona? – perguntei.

Sei que Yoongi ficará mal, mas precisamos saber o que Hoseok tem na cabeça. Tenha seus amigos perto e os inimigos mais ainda.

– Carona? – questionou ele.

– Ah, é. Para me redimir. Namjoon vai passar aqui e vamos todos juntos.

– Tudo bem. Taehyung vai com sua namorada mesmo.

Ah, então ela é namorada?, era o que eu queria perguntar, mas cabe a mim isso?

– Sei o que está pensando. Quem iria quer namorar com um idiota como o Taehyung? – ele fez a voz de uma garotinha.

Me desafogando dentro da minha própria casa. Eu mereço mesmo isso?

– Mas nós não somos tão idiotas quanto parecemos ser. Posso ser pior que isso. – continuou ele.

– O que você quer, Hoseok? – o olhei nos olhos, bem no fundo deles. Ele fazia o mesmo.

Ele está me testando para ver o que eu digo? Se eu pergunto sobre a suposta revanche. Se eu me entrego. Ou simplesmente está comentando? Duvido que seja apenas comentários.

– O que você quer? – perguntou de volta.

– Paz. – respondi.

Ele sorriu sem humor.

– Você está de brincadeira? – falou.

– Estão se entendendo, meninos? – disse minha mãe descendo as escadas.

– Olá, senhora.

– Olá, Hoseok. – ela passou a mão em seus fios e olhou para mim, esperando uma resposta.

– Sim, estamos. Não é, Hoseok?

– É.

– Que bom. Namjoon está de carro aqui na frente; vi da janela. Ele me ligou, disse que você não o atendia.

– Ah, então vamos, Hoseok.

Hoseok se levantou e me despedi de minha mãe, que sorriu, e Hoseok fez o mesmo.

Abri a porta e os meninos que estavam dentro do carro olharam pela janela todos juntos.

O queixo de Yoongi caiu levemente alguns centímetros.

Kookie engoliu em seco e piscou várias vezes. 

Namjoon segurava o volante com força e sua expressão estava serena. O mesmo olhava a situação com um olhar de fuzilamento, mas ele estava tranquilo.

Tranquei a porta e ouvi um riso involuntário de Hoseok. Ele gosta de provocações.

Fomos até o carro. Entrei na frente e Hoseok fez a volta para entrar atrás de Namjoon.

Namjoon me olhava esperando alguma explicação. Dei de ombros.

Hoseok abriu a porta e entrou.

– Oi, gente! – disse o mesmo sorrindo, como se não nos xingasse, como se nada tivesse acontecido.

– Olá. – responderam num suspiro do tipo: não quero você aqui, não quero você aqui.

Abaixei o espelho que há no carro para eu poder os olhar. Aqueles espelhos que as mulheres usam que tem no teto do carro para se maquiar.

Kookie estava na janela, Yoongi no meio e Hoseok do lado de Yoongi.

Desculpe, eu queria dizer.

Yoongi foi para perto de Kookie, se espremendo do seu lado. Kookie estava desconfortável, mas não impediu.

Hoseok fingiu que não viu.

Namjoon ainda me olhava e eu me peguei pensando que ele amassaria o volante do jeito em que o apertava.

– Bom dia. – falei.

Ele bufou, negou e ligou o carro.

Que merda de ideia a minha. Como eu pude pensar que eles levariam numa boa?

Parecia uma eternidade e eu me sentia muito mais que mal. Que tipo de amigo eu sou?! Que tipo de namorado eu sou?!

Chegamos e Yoongi só faltou pular pela janela. Abri a porta e peguei minha mochila no porta malas. Namjoon saiu também e logo todos estávamos fora do carro. Namjoon trancou o carro e saiu em disparada.

Hoseok agradeceu e saiu.

Primeiro Yoongi, depois Namjoon.

Yoongi estava abraçado e Kookie e o mesmo negou de leve em desaprovação para mim.

– Desculpe, Yoongi.

– Você pedir desculpas, tudo bem. Você o bater, tudo bem. Mas fazê-lo sentar do meu lado, e dentro do mesmo carro que eu logo agora? Não, não é? – disse ele, meio abraçado em Kookie, me olhando nos olhos.

– Desculpe, eu pensei que seria uma boa ideia tê-lo por perto.

– Por quê? – foi Kookie que falou.

– Temos de tê-lo por perto. Saber o que ele pensa. Estaremos preparados para alguma coisa, não sei, desculpe, Yoongi, não foi minha intenção te chatear. – abri os braços: me abrace.

Ele soltou Kookie e me abraçou.

– Tudo bem. – ele sentiu meu cheiro e me apertou. – Tudo bem. Sei que você teve a melhor intenção.

O abracei de volta, senti seus fios.

– Preciso falar com Namjoon.

Yoongi assentiu, me soltou e dei as costas: Onde Namjoon estaria?

Pensei que ele estivesse no jardim dos fundos, mas enquanto ia até lá, pelo corredor dos armários, vi ele no seu armário jogando os seus livros na mochila. Ele tinha raiva. Muita raiva.

Me aproximei a passos lentos e me escorei no armário ao seu lado.

– Me desculpe. – falei.

– Jin, agora não. – disse ele para seu armário.

– Me desculpe. Ele nos ameaçou. Desculpe! Eu preciso dele por perto. – com essa frase, consegui sua atenção.

Namjoon se voltou a mim, parando de mexer em seus livros.

– O que foi dessa vez? – ele ainda tinha raiva na voz.

– Namjoon... – foi em tom de imploro.

– Fale, Jin.

– Ele disse que sabia que fora nós, e que era para esperarmos. Estou com medo. – confessei.

– Como ele iria saber?

– Não sei!

– Vocês falaram para alguém?

– Não, não falamos disso aqui. Resolvemos não falar aqui. Será uma revanche eu acho, mas ele disse que não vai contar para a diretora.

– Ok, não tenha medo. – ele soltou sua mochila e me abraçou. – Tudo bem, te entendo. "Tenha os amigos perto, e os inimigos mais ainda".

Sorri: ele me entende.

  – Nunca desconfie de nós.  –  falei.

Senti seu coração disparar.

  – Desculpe, eu apenas fiquei com medo também. Jin, eu posso ser expulso.  – falou ele contra meus fios, bem baixinho.

  – Nós vamos cuidar uns dos outros.  – afirmei, meio que para mim mesmo e meio que para ele.

  – Vamos sim. 

 

 * * *

O sinal soou para o intervalo. Guardei meus materiais, e hoje, pela primeira vez desde o início do ano, Hoseok e Taehyung não mexeram comigo. Eu estava mais assustado do que se eles tivessem mexido, porque seria normal, mas não mexeram e eu não sabia o que esperar. Mas, de qualquer maneira, espero que seja algo comigo, não com meus amigos ou Namjoon.

Saímos da sala e Hoseok e Taehyung estavam na porta, parecendo esperar alguém.

  – Jin! – exclamou Hoseok, colocando seu braço à minha volta. 

  – Olá? – falei confuso. 

Olhei para Namjoon e Yoongi. 

Yoongi estava olhando para Hoseok incrédulo. Namjoon estava a ponto de matar alguém e vinha em nossa direção com passos decididos e Yoongi vinha logo atrás.

Suspirei: Não, briga não.

  – Quer ficar no almoço hoje com nós?  – perguntou ele para mim, fingindo que não via Namjoon e Yoongi se aproximando.

Neguei.

  – Não, obrigado, vou ficar com os meus amigos mesmo.

  – Pensei que nós fossemos amigos.  – disse ele fazendo beicinho, parecendo decepcionado. 

Pensou errado.

Droga, sai daqui, Hoseok. Você é mais falso que nota de três reais no Brasil.

Gosto do Brasil, gostaria de viajar até lá algum dia. Quem sabe, não é?

  – Ah, quem sabe outro dia?  – sugeri.

  – Eu vou exigir, hein? – sorriu ele para mim e tirou seus braços de minha volta. – Até depois. – e saiu com Taehyung.

  – Mas que porra.  – preguejou Yoongi. –  Ele quer fazer ciúme. 

Verdade. Porque ele se aproximaria de repente?

 – Ou talvez ele esteja se aproximando para se vingar melhor. – sugeriu Kookie.

 – Pode ser. – Concordou Namjoon com Kookie.

Me aproximei de Yoongi e falei:

  – De minha parte ele não terá nada, desde amizade até qualquer outra coisa. 

 Yoongi sorriu amarelo.

  – Ok, sei que não.

 – Mas se você deixar ele terá uma facada. – conclui sorrindo.

Os meninos deram risinhos fracos.

  – Vamos comer.  – falou com um sorriso no rosto andando.

  – Aleluia!  – Kookie riu e jogou as mãos para cima, correndo para acompanhar Yoongi.

Namjoon me olhou e gesticulou com a cabeça para o lado: Vamos?

Assenti e fui até ele. 

Fomos juntos, lado à lado conversando sobre as aulas.

Entramos, nos servimos e fomos nos sentar. Por sorte, conseguimos uma mesa vazia. Sorte mesmo.

Ficamos jogando conversa fora e rindo– eu mais comia do que ria. 

* * *

Dei um selar em Namjoon. Ele falou "se cuide" e saí do carro, pegando minha chave no bolso.

Entrei em casa.

  – Já ia te ligar, onde você andou garoto?!  – exclamou minha mãe.

  – Estamos tendo um 7º período por causa da cobra. 

E quando percebi, já tinha dito. Minto, não minto, minto, não minto, minto, não minto. Droga!

 – Que cobra? – quis saber.

  – Alguém colocou uma cobra no armário de Hoseok. – Minto, decidi. É verdade, mas eu poderia dizer à ela que foi Namjoon. Só que não posso, não quero que ela tenha uma visão ruim do meu namorado. – A diretora resolveu dar uma suspensão para todos nós até alguém falar quem foi. 

Ela me observa até perguntar com palavras lentas:

  – Jin, foi você?

  – Não, mãe. – falei.

Ela passou a mão por meu rosto, me beijou na testa e disse:

 – Ok, suba. Tome seu banho e desça. Farei um café fresquinho para você. 

Sorri, assenti e subi as escadas correndo, pulando de dois em dois degraus. – como sempre faço.

Tomei meu banho pensando se eu deveria falar a verdade à ela; se eu deveria falar que foi Namjoon. Mas eu não podia, porque se ela falasse a alguém, qualquer pessoa, Namjoon seria expulso, se não pior.

Terminei meu banho, me enxuguei, passei meu creme de cada dia, penteei meus fios e desci. Sinto o cheiro de café daqui de cima. Esse cheiro é como uma droga para mim. Ele fez eu jogar minhas roupas no armário e descer as escadas correndo.

Minha mãe sorriu vendo minha correria. 

  – Sente aí, vou servir você. Quer biscoitos?

 – Quero sim. – disse eu me sentando.

Minha mãe me serviu e se sentou comigo à mesa, sem comer nada, apenas me olhando.

Não gosto de comer sendo observado, é horrível.

  – O que foi? – perguntei à ela.

  – Estava com saudades de você, Jin. De ter você por perto. 

  – Ah, eu também estava. – falei, então troquei de assunto. – Como está o trabalho?

Minha mãe trabalha de manhã, à tarde  ela já está em casa. Fora os dias quando ela faz algum extra para ter um dinheiro.

Então ela começou a falar sobre uma mulher na qual ela não gosta. Minha mãe gosta de qualquer um, ela aborda todos da mesma maneira e sempre bem. Mas essa mulher? Pelo que minha mãe conta, ela é uma naja. 

Hoje essa mulher quis fazer minha mãe se dar mal, mas não conseguiu. Mas minha mãe deu a volta por cima. Conseguiu provar que não foi ela.

  – Você sabe o que é isso, não sabe?  –  falei.

 – O que é? 

  – Ela deve ter inveja de você. Por suas amizades e tudo mais.

Cá entre nós, minha mãe não é feia não. Para a idade dela ela está muito bem. Minha mãe tem 38 com rostinho de 25.

 

* * *

São 1:20 AM passada. Estou deitado em minha cama olhando para o teto e pensando em quão boa minha vida é, revendo todo o dia bem devagarinho em minha mente, quando meu celular vibra 3 vezes seguidas em meu criado mudo.

Namjoon, dizia na tela, mostrando três mensagens novas. O que poderia ser? Já tinha falado com ele antes de deitar, há duas horas. Porque ele me chamaria agora?

Namjoon 1:40 AM

Jin, preciso de você.

Namjoon 1:40 AM

Por favor, pode vir aqui?

Namjoon 1:40 AM

Estou mal. Não me ligue. Venha aqui, preciso de você.

Eu 1:43 AM

Precisa de mim? Namjoon, o que foi?

Namjoon 1:43 AM

Pode?

Eu 1:43 AM

Chego aí em 5 minutos.

Não faço a menor ideia do que seja. A pergunta "O que será que houve?", entoava  em minha cabeça enquanto eu arrancava meu pijama e enfiava qualquer roupa as pressas.

Saí do meu quarto. Pé por pé. 

Corri pelas ruas. Direta. Esquerda. Esquerda. Corre. Direita.

Cheguei com meus pulmões na boca em frente a casa de Namjoon. 

O estranho é que Namjoon costuma sofrer sozinho, ele guarda para si. Por que hoje seria diferente? Ah, não. Ele não me fez corre até aqui para ter uma noite de amor, não é? Bom, prefiro isso do que ele chorando, mas se for isso, eu o mato.

Tentei abrir a porta. Quem sabe ele tenha a aberto para eu entrar.

Estava aberta.

A fechei de leve e subi as escadas.

Abri a porta do quarto de Namjoon, e...

  – QUE MERDA É ESSA? – Berrei, pouco me importando se a casa inteira acordasse ou a merda que fosse acontecesse.

Namjoon estava na frente de uma garota, deitado de conchinha.

Ele parecia dormir, e depois de meu berro, saltou da cama e olhou para mim.

  – O que foi Jin? Por que está berrando? Por que está chorando?  – ele olhou para o lado, lembrando-se da garota que agora estava sentada escorada sobre as mãos atrás das costas.

Meus joelhos cederam. Via Namjoon e a menina com a vista embaçada.

Quero matar Namjoon.

Ouvi uma voz masculina atrás de mim. Provavelmente o pai de Namjoon. Se fosse em outra ocasião eu até me intimidaria, mas nesse momento eu só quero espancar Namjoon até ele não poder mais me trair ou andar, o que acontecesse primeiro.

E quem é essa vadia? Desde quando ele está com ela? Desde que começamos a "namorar" ele tinha que ter terminado qualquer "romance" por fora.

Como eu me submeti à isso? Eu sou a droga de um iludido que pensa que o amor da sua vida vai querer você e que ele é perfeito. Foi aí que me enganei.

  – O que você fez?!  – gritou Namjoon para a menina.

Eu soluçava. Eu não queria chorar, mas subiu minha garganta e me pegou de jeito. Estou com minhas mãos todas molhadas pelas lágrimas que eu tentava secar, mas sempre saia mais.

Eu não ficaria mais nenhum minuto ali.

  – Não é nada disso, Jin. – falou Namjoon vindo colocar suas mãos sujas e nojentas em mim.

  – Não toque em mim! – gritei com raiva.

Ele se assustou, mas isso não o impediu de querer encostar em mim.

Levantei e esbarrei sem querer em seu pai que estava ao meu lado e saí correndo para fora da casa aos prantos.

Eu corria sem olhar para trás. Eu sabia que ele não estava atrás de mim, pelo menos isso.

Corri sem rumo algum e só olhava para o chão, e vez ou outra olhava para frente. Não adiantava muito, minha vista estava embaçada, e o que importa isso, afinal?

Esbarrei em alguém e caí por cima da pessoa.

  – Jin? O que aconteceu? – falou ele surpreso.

  – Você? – disse eu choroso. 


Notas Finais


NÃO
ME
MATEM
OBG²


~~~~~~~

NÃO
ME
MATEM
OBG²

26/5/17


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