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História After all this time - Eu deixei o meu verdadeiro amor morrer


Escrita por: voc1

Notas do Autor


Did you miss me?!
VOLTEEEEEEI.
Boa leitura.

Capítulo 30 - Eu deixei o meu verdadeiro amor morrer


“Estas alegrias violentas têm fins violentos. Falecendo no triunfo como fogo e pólvora, que num beijo se consomem”.

Shakespeare sempre fora referência número um para os protagonistas de trágicas histórias de amor. A verdade é que todos querem um amor como o de Romeu e Julieta, mas ninguém quer morrer no final. Todos querem viver um amor que consome a alma, que rouba o ar, que tira o sossego, “eu quero ser feliz e quero ser feliz para sempre” é o que dizem, poucos têm consciência de que a realidade é diferente, e ninguém busca um final trágico. Seja no período medieval ou no apocalíptico, seja no céu ou na Terra, todos buscam uma concretização da felicidade eterna.

Octavia bem sabia disso. Sua própria vida era o melhor exemplo que tinha. Sua história de amor com Lincoln fora o mais próximo que conhecia de uma referência a um Romeu e Julieta apocalíptico. Eles se apaixonaram apesar da guerra entre seus povos, apesar de suas diferenças, apesar das escolhas que teriam que fazer para ficarem juntos, apesar das dificuldades, apesar de tudo. Ela era a Julieta que saía escondida durante a noite para encontrar o seu Romeu. E eles foram felizes por um tempo, deixaram que o amor os consumisse, estiveram lá um pelo outro, “se for derrubado, levante-se novamente”... Eles foram felizes. Até não serem mais. Até como acontece em qualquer história trágica, um final cruel os separar permanentemente, até o “que nos encontremos novamente”. O grito que Miller dera ao ver Bryan ser morto pelo lobo fora o gatilho para o pandemônio se instalar naquela parte da floresta, mas quando Octavia vira o semblante de dor do homem ela se lembrou de Lincoln e lamentou, e lamentou mais uma vez porque Miller acabara de passar a ser também mais um protagonista de uma peça shakespeariana apocalíptica.

- CORRAAAAAAAAAAM! – Lexa gritara mais à frente. Logo o barulho dos cascos dos cavalos batendo em folhas e quebrando fez-se ouvir. Octavia olhou ao redor e vira os lobos se aproximando, Miller ainda estava parado, em choque, parecia absorver o baque de ter acabado de perder o homem que amava.

- Miller NÓS PRECISAMOS IR! – A mulher gritou tentando fazê-lo voltar aos eixos – Eles estão se aproximando! – Nenhuma resposta – MILLER VAMOOOOS! – O homem permanecia estático, Octavia puxa as rédeas de seu cavalo e o faz correr até Miller e quando finalmente chega ao lado do homem ela bate nas ancas do outro animal parado fazendo-o correr. Mesmo com o seu cavalo correndo rápido Miller continuava preso em algum tipo de transe, Octavia colocou o seu animal para cavalgar e pediu a alguma força superior que o homem pelo menos se segurasse, cair na velocidade em que estavam poderia ser perigoso. Ela olhou para trás e viu alguns lobos tentando os alcançar.  

Embrenharam-se no meio da floresta fugindo a esmo dos animais que os perseguiam. O cavalo de Miller corria sem controle algum, mas parecia seguir alguma congruência dos outros que passaram por ali já que Octavia podia ver marcas de cascos que afundaram as folhas secas e desenharam o chão. A mulher olhou para o lado e a poucos metros de si vira alguns de seus amigos também cavalgando. Não pareciam estar tão espalhados quanto achou que estariam. Passaram mais alguns minutos naquela correria e os lobos continuaram em seu encalço, nada parecia os parar, e ela sabia que os cavalos não aguentariam por muito tempo.

Quando chegou a um campo aberto Octavia pôde visualizar Clarke e Lexa cercadas por pelo menos sete animais, meia dúzia deles estava se alimentando de seus cavalos que agonizavam no chão com suas partes sendo tiradas de forma violenta. Ela olhou mais à frente e viu o motivo das duas mulheres não terem continuado cavalgando, havia um declive com uma inclinação tão íngreme que seria facilmente confundido com um precipício. Ela rapidamente puxa as rédeas de seu cavalo e vê o de Miller correndo sem parar, o homem não se movia, apenas balançava em cima do cavalo, Octavia estava longe demais para poder fazer alguma coisa, olha para trás e vê os lobos se aproximando, não podia ir à frente e tampouco para trás.

- CLAAAAAARKE! – Ela chama à amiga enquanto o seu cavalo se aproxima das duas mulheres, a espada já em mãos. – O MILLER! PARE-O!!!

Os olhos da Chanceler acompanham o cavalo negro em que o homem estava, o animal ia direto para o declive, ela começa a correr em direção à reta em que ele estava, leva o apito que estava em sua mão à boca – o dispositivo era a única coisa que não fazia os animais as atacar, sempre que eles se aproximavam Clarke o usava afastando-os com o barulho captado apenas pelos ouvidos aguçados.

- Merda! Merda! Merda! – Clarke praguejava enquanto tentava mirar no cavalo de Miller, tinha que o sacrificar para que ele finalmente parasse, não conseguiria chegar a tempo para tentar puxar o amigo e tampouco parar o animal. A única opção que tinha era mata-lo, mas no processo podia acertar Miller e caso não o fizesse a queda talvez o machucasse. Suas opções eram limitadas, ela optou pela a que salvasse a vida do seu atirador, pois uma vez que ele caísse no declive era provável que não sobreviveria.

- Clarke rápido! – Lexa fala do seu lado, a comandante mantinha uma posição de defesa, duas espadas na mão, a perna direita mais à frente e o corpo inclinado para os animais que davam passos tímidos em direção às duas. Octavia já estava perto e trazia consigo mais quatro lobos famintos, a desvantagem em que se encontravam era grotesca, pela primeira vez em sua vida a comandante estava sem esperanças, sabia que as poucas balas de Clarke, suas espada e a de Octavia não seriam o suficiente para deter o número de bestas com que lutavam.

Clarke tinha o apito na boca, o olho esquerdo fechado, a mão direita segurava sua Taurus e o dedo no gatilho. De repente o vento ficou mais pesado e o som mais palpável, ela ouvia o farfalhar das folhas da floresta e o “tan dã, tam dã” do cavalo, então quando soltou a respiração e apertou seu dedo indicador o único som que pôde ouvir foi um “BANG” seco, rápido, fatal. O cheiro de pólvora preencheu seu olfato e a pequena explosão fez seus olhos fecharem.  Ela os abriu no mesmo instante em que o cavalo de Miller começa a pintar a grama verde com seu sangue vermelho viscoso e o homem cai mole no chão. Clarke corre em direção ao amigo, na medida em que se aproxima o coração começa a martelar no peito, ela sabia que o tiro havia sido no estômago do animal, mas temia de alguma forma ter acertado Miller. Olhou para trás e viu Lexa a acompanhando, os lobos se espalhavam pelo campo tentando fugir do som do apito que ela insistia em assoprar, do outro lado Octavia e seu cavalo chegaram ao homem.

- Ele está bem?! Ele está bem?!  - A loira pergunta ofegante quando finalmente chega.

- Miller! – Octavia chamava enquanto dava pequenos tapas no rosto do homem para acordá-lo. – Miller! Miller! Vamos porra! 

E em um sobressalto o homem finalmente acorda puxando uma forte lufada de ar. Um prisioneiro do oceano negro da morte do seu amor verdadeiro – se é que podia se chamar assim, Miller e Bryan, assim como qualquer um ali, não enchiam a cabeça de utopias românticas, mas um pedaço de si fora levado junto com o homem que fora arrastado para dentro na floresta e estraçalhado como um cervo inocente -, um homem que abria os olhos e sabia que o pesadelo era estar acordado. Ele puxou o ar e puxou mais uma vez, olhou para os rostos assustados o encarando e seus olhos novamente encheram de água.

- Bryan... – gemeu entre os soluços que cresciam em sua garganta.  

- Miller. – Clarke o chamou. – Miller olhe para mim! – Os olhos castanhos embaçados pelas lágrimas fixaram-se nos azuis à sua frente. – Bryan iria desejar que você continuasse. Você tem que continuar! Nós temos que continuar! Nós temos que lutar ou a morte dele terá sido em vão!

- RAAAAARG CLAAAARKE! – Lexa grita um pouco mais a frente. Uma espada no chão e a outra estava nas duas mãos sendo usada como um escudo para o animal que tentava rasgar seu pescoço. 

O lobo era branco, o pelo era alto e espesso, tinha as patas traseiras fixadas no chão e as dianteiras grudadas na lâmina de Lexa, a cabeça gigante estava perigosamente perto do pescoço da comandante, a mandíbula abria-se e fechava tentando alcançar a carne alva à frente. Lexa podia sentir o odor fétido do hálito do animal, a saliva atingia-lhe as bochechas, ela virava a cabeça para o lado e fechava os olhos tentando se afastar. Tinha o corpo inclinado e os dois braços faziam uma força para frente para mantê-lo longe de si. Vira os outros animais aproximando-se perigosamente e então em um ímpeto pararam – Clarke mais uma vez usara o apito. O lobo que lhe atacava começara a gemer como um cachorro; parecia estar em agonia, mas sua dor em momento algum lhe impediu de continuar tentando a atingir.

- AAAAAAAAAAAAAAAAARGH – Lexa gritou ao colocar força nos dois braços para empurrá-lo para trás. O viu de quatro patas no chão e num movimento rápido saltando para si, ela deu dois passos para trás e empunhou a espada, segurou o cabo com as duas mãos e quando ele enfim estava em cima de si a mulher levantou um pouco os braços, o suficiente para que a ponta de sua espada entrasse no peito duro do animal. Lexa caiu no chão com o peso da besta em cima de si. O lobo se remexia na espada e mesmo em seus últimos segundos tentava agarrar o pescoço da comandante. Lexa usou uma das mãos para empurrá-lo na direção oposta e com a outra fincou mais fundo a espada, quando o sangue quente banhou suas vestes ela finalmente pôde respirar tranquila.

E como sempre o momento de alívio durara pouco, ao olhar para o lado ela viu os outros novamente se aproximando. Clarke apitava e atirava. Os sons das balas podiam ser ouvidos à milhas de distância, o campo aberto era uma grosseira caixa amplificadora fazendo com que as ondas barulhentas pudessem viajar por toda sua extensão e penetrar a floresta chegando até os ouvidos de inimigos que estavam à espreita. Homens, mulheres e crianças cobertos por mantos negros, farrapos de panos e grossas peles, utilizavam máscaras de ossos, os rostos sempre anônimos, eram a porção real da morte em Terra, passavam e traziam o terror consigo. Um pequeno exército dos Renegados agora corria na floresta pisando em folhas secas e esmagando flores, iam em direção aos tiros. Talvez fosse pela ordem única e clara: “tomem o nosso reino de volta”. Talvez fossem os anos que passaram nas sombras, escondidos do mundo, domando monstros e servindo de isca do destino, sendo levados pelas correntezas de decisões de todos os outros comandantes passados, camuflados na floresta, marcados por um círculo e por um X, talvez fosse por um milhão de motivos, mas aquelas pessoas em mantos negros corriam com dentes à mostra, rindo como um lunático perdido no deserto que sofreu insolação e finalmente vira uma fonte de água. Mas a sede que tinham não era de água, era de sangue! Era sede de morte, de vísceras espalhadas pelo chão, de moscas voando ao redor dos corpos sem vida, era sede de gritos de pânico, era sede de guerra.

Do outro lado, na campina, Clarke, Lexa e Octavia enfrentavam problemas. Estavam cercadas por no mínimo uma dúzia de lobos. As balas da Chanceler derrubava os que podia, mas eles vinham em todas as direções. O apito em boca tirava todo o seu fôlego, ela soprava e eles se dissipavam, segundo após novamente estavam cercando-as.

- Nós temos que dar um jeito de sair daqui! Mais deles podem chegar. – Octavia fala para Clarke e Lexa e olha para Miller ainda encolhido no chão. – Eles não quiseram ir de carro junto com o Bell e os outros. O Bryan disse que seria legal poder cavalgar pelo menos uma vez.

- Nos preocupamos com o Miller depois, estou ficando sem balas! – Clarke declara no mesmo instante em que recarrega seu último cartucho. – Se conseguirmos chegar até a floresta talvez tenhamos uma chance. Eu deixei minha mochila cair, lá tem um rádio, a gente pode chamarrrrrr...

Antes que Clarke pudesse terminar sua sentença um dos animais pula em sua direção, a pata enorme rasga seu antebraço em três grandes marcas.

- AAAAAAAH. – Ela grita com o susto e com a dor que queimava no ferimento, o apito cai de sua mão e rola para longe de si. – Lexa... – Clarke chama a mulher.

- Não. Se. Mova. – Lexa fala de forma entrecortada. – Clarke tinha um lobo negro na sua frente. O rosnado cada vez mais alto, os dentes afiados à mostra e a grossa baba escorrendo pela mandíbula eram o cartão de apresentação perfeito para dizer: eu vou te matar. O animal batia sua pata esquerda no chão, arranhando-o, os olhos sem por um segundo saíam da figura à sua frente. Clarke estava sentada no chão devido à queda, afastava-se milimetricamente e cada vez que tentava um movimento brusco a besta soltava seu som de fúria.

- Lexa... – fala em um murmúrio quase sem mover a boca. – o apito!

A comandante nem se deu ao trabalho de desviar o olhar, tinha os olhos focados em Clarke e na criatura com os dentes à mostra, pronta para atacar. Sua cabeça trabalhava a mil, pensava em maneiras para que pudessem sair daquela situação.

- Lexa! – Octavia murmura. – Quieta. – Diz e meneia a cabeça apontando para os lobos que agora cercavam as três mulheres e um Miller apático no chão.

As três mulheres estavam acuadas, um cerco havia se formado. Clarke tinha o dedo no gatilho, Lexa empunhara suas duas espadas, assim como Octavia empunhara a sua. Mesmo com toda a vontade de saírem dali vivas elas não seriam páreo para a quantidade de lobos que existia. Ao longe já podiam ouvir os gritos de guerra se aproximando, os inimigos estavam perto. Uma avalanche de coisas ruins de repente começara as açoitar. Não havia tempo para respirar, elas estavam mergulhadas nas águas sujas e profundas do perigo. Quando a comandante deu o último suspiro antes de dar o passo que a deixaria a mercê do ataque dos animais ela viu o lobo de Clarke pular para atacá-la.

E então o momento congelou. Puf! De repente os problemas simplesmente começaram a desaparecer. Lexa viu o lobo cair em cima de Clarke e pinta-la de vermelho, a cabeça gigante do animal agora era uma fenda onde miolos e sangue viscoso saíam em bicas. Clarke o tirou de cima de si e começou a atirar também. A comandante ainda estava perdida, passou seus olhos pelo pequeno círculo que as bestas fizeram ao redor de si e vira Miller com uma AK-47 em mãos. Ele soltava um “AAAAAAAH” entre gritos e atirava em qualquer animal que se aproximava. O homem estava cego de ódio, não parecia ver nada além das criaturas que tentavam os matar. Descarregava sua arma nos corpos peludos que se movimentavam na campina. Lexa sentia que podia andar entre os diferentes cenários que ali se projetavam. O momento estava paralisado, sua mente tentava absorver o quão perto estiveram de uma total aniquilação, nem em seus piores dias ela esteve tão certa da morte, exceto, é claro, quando fora baleada. A sensação de alívio lhe preencheu de uma forma que ela pensou que podia fazer tudo. Viu Octavia tentando se livrar de uma das criaturas e correu para ajuda-la. As duas investiam contra o monstro enquanto as balas de Miller e Clarke zuniam. Cada barulho explosivo vinha sucedido do som de um corpo caindo no chão.

Octavia e Lexa faziam uma dança coreografada com o lobo, iam da esquerda para a direita e da direita para a esquerda. O animal fazia o que um de seus companheiros a pouco fazia, batia uma das patas no chão, as unhas afiadas arranhando o solo fazendo um desenho abstrato de sua fúria negra. Tinha os dentes à mostra e desafiava as duas mulheres. Lexa olhava fundo nos olhos da besta que a encarava de volta e depois passava seu olhar gélido e feroz para os de Octavia. TRÁ! TRÁ! TRÁ! As balas de Clarke e Miller ditavam os passos que davam. A cada tiro um passo para o lado, para frente ou para trás. Estavam se medindo, aquilo era uma coreografia de liderança. Assim como o animal as mulheres tentavam marcar um território, fazê-lo entender que elas lideravam ali. As espadas apontavam para o chão, eram uma extensão de seus braços prontas para penetrar na carne dura do animal que rosnava e babava um líquido viscoso e grudento. Octavia olhou para trás e viu o declive perigosamente perto, mais alguns passos e ela e Lexa rolariam até lá embaixo. Sinalizou para a comandante e então as duas pararam de andar.

- Nós o seguramos aqui! – Lexa disse e então empunhou as espadas que tinha em mãos. As colocou na altura do peito. Era hora de atacar.   

Lexa podia ouvir os gritos de guerra se aproximando mesmo sobre a camada de rosnados, tiros e corpos caindo. Isso era guerra. Naquele quarto em Arkadia ela e Clarke nunca suspeitariam que os inimigos haviam arrumado uma emboscada para elas. Elas esperavam os surpreender e foram surpreendidas. O bem de Clarke, o bem do seu povo, o bem de Polis, o bem de seu futuro dependia totalmente dela sair dali viva, se fosse preciso enfrentar sozinha o exército que se aproximava ela o enfrentaria, ela poderia cair, mas levaria alguns muitos consigo. Lexa olhou para Clarke uma última vez, a loira estava concentrada nas balas de despejava, a viu apertar o gatilho mais algumas vezes e nada sair, apenas um click, suas balas haviam acabado. Essa era a hora. Agora tudo o que Clarke tinha era sua destreza, isso contra um exército isso seria nada. Elas precisavam sair dali logo. A comandante gritou e rangeu os dentes, foi em direção à fera. Octavia afastou-se para o lado e quando o monstro pulou sobre Lexa ela em um movimento rápido escorregou no chão indo para baixo da fera que voava sobre si. Seus olhos captavam o peito largo acima de si, ela levantara sua espada enquanto ainda escorregava e viu sua lâmina rasgando a pele do animal. O sangue derramou-se sobre sua face, marcando-a com sua intensidade vermelha. Lexa levantou rápido e cuspiu o líquido que caíra em sua boca, passou as costas das mãos nos olhos e viu Octavia acertá-lo nas costas e empurrá-lo no declive. As patas gigantes do animal ainda tentaram se agarrar ao solo e voltar para a superfície, mas elas escorregaram e ele caiu.

Nem Lexa e nem Octavia certificaram-se de que a fera realmente havia caído, o silêncio atraíra suas atenções. Miller havia parado de atirar.

- Miller? – Clarke chama temerosa e então acompanha os olhos do homem que encaravam o próprio peito. Uma flecha com as penas negras estava fincada bem no meio do tórax. Um fio de sangue começa a escorregar e a ficar mais e mais intenso. Miller fecha os dedos na flecha, olha para Clarke e sorri. Os dentes estavam sujos pelo sangue que começara a sair de sua boca. Ele tenta falar e começa a engasgar com o líquido vermelho que insistia em sair dali.

- Be.. Bre.. Bah... Brya... Bryan. – Fala com dificuldade e então pega sua arma e grita a única coisa que não o faria gaguejar “AAAAAAAAAAAAAAH” e atira nos inimigos que já haviam invadido a campina. Miller girava o corpo para a direita e para a esquerda, as balas comiam qualquer ser vivo à frente que não era rápido o bastante para se proteger.

Mais flechas começam a voar e as três mulheres se encaram. Nos três rostos a desesperança estava estampada. Miller é atingido pela maioria delas e finalmente cai no chão.

- Nós temos que sair daqui rápido! – Octavia diz e dá um alto assobio chamando seu cavalo que havia corrido novamente para a floresta durante aquela pequena batalha. As esperanças de que ele pudesse voltar eram quase extintas, mas lá estava ele, correndo entre os inimigos.

E com toda a frieza que podia ter em seu ser Clarke vai até o corpo de Miller e tira a AK-47 de seus ombros. Elas iriam precisar. Olha mais uma vez para o rosto do amigo e fecha seus olhos. Miller morrera feliz por ir encontrar Bryan onde quer que fosse.

E rápido demais o desastre se instala. Um inimigo se agarra à cela de um dos cavalos e outras duas crianças fazem o mesmo, sendo levados mais rápidos às três mulheres. E quando estão perigosamente perto Clarke corre até o homem, o cabo da arma grudado em seu ombro direito e o cano próximo ao queixo, e quando sua mira finalmente é boa ela atira. No outro cavalo as duas crianças cavalgam direto para Lexa, as mãozinhas seguravam grandes e afiadas espadas. A comandante se esquiva dos golpes desferidos contra si e puxa as pernas esguias que se apertavam contra as ancas do cavalo, derrubando-as. Os dois pequenos assassinos agora se mantinham em pé, no chão, prontos para atacar a comandante. Lexa estava em um impasse, sabia que os matar significaria mais uma vez decepcionar Clarke, mas não iria conseguir passar por eles e os deixar ilesos. E o pior de tudo, seu tempo estava acabando. Mas ela não precisou fazer uma escolha. O destino fez uma por si, e como sempre seus demônios voltam para assombrá-la, o mal dessa vez viera em uma pelugem grossa e coberta de sangue, o lobo que ela e Octavia lutaram ainda conseguira voltar à superfície e foi certeiro ao fincar seus dentes no ombro esquerdo de Lexa. A comandante gritou de dor e começou a ser puxada direto para o declive, uma nova onda de dor a atravessa quando sente arranhões em suas costas.

- Clarke?! – Ela olha assustada para a loira que a encarava da mesma forma. - ... Continue lutando. – Fala e então desaparece no declive junto com a fera. A última coisa que a Chanceler consegue ver é Lexa tentando acertar o monstro antes de cair.

- CLARKE? CLAAAARKE NÓS TEMOS QUE IRRRR! – Octavia grita em cima de seu cavalo, mas a loira permanece estática. – CLARKE ELES ESTÃO SE APROXIMANDO! – Octavia mais uma vez é a testemunha que resgata os recém-protagonistas das trágicas histórias de amor. Clarke acabara de entrar no clube anônimo e cruel. A guerreira agarra o braço da amiga e a puxa para o seu cavalo. A AK-47 agora nas mãos de Octavia limpava o caminho para que elas pudessem passar em meio a tantos inimigos. Primeiro foram os arqueiros, depois atirava em qualquer um que tentasse se aproximar com as afiadas espadas. Era como ter se jogado no olho de um tornado, havia perigo para todos os lados e arduamente elas finalmente desapareceram na floresta escapando como cães acuados.

- Lexa... – Clarke murmura em agonia antes de apagar. 


Notas Finais


a) Não me matem
b) a
c) todas as alternativas acima

Eu vou precisar de toda a calma que cês tem agora. Sério!
CALMA MESMO! Os próximos capítulos serão beeeeem punks. Não passei aquelas semanas pensando em vão. ENTÃO CALMA GENTE.

May we meet again (eu acho).


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