Tiffany andava apressadamente pelos corredores da agência, tentando inutilmente fugir de uma Jessica muito curiosa.
— Por favor, Jess. — Tiffany suspirou cansada. — Você sabe que se pudesse, eu lhe contaria. — Parou em frente a sala de exercícios. — Não me pergunte mais. — A caçadora já ia entrando na sala quando a voz de sua amiga à parou novamente.
— Você sabe que eu vou descobrir, não sabe? — Jessica falou. — De um jeito ou de outro.
— Eu realmente espero que você não descubra. — Franziu o cenho. — E não meta Yuri nessa história. — Disse finalmente entrando na sala.
XXX
A vampira adentrou o escritório assim que recebeu o chamado.
— Tem certeza, Taeyeon? — Amber indagou. — Se a caçadora morrer, não será só a agência que irá se revoltar contra nós. Ela é uma das últimas de sua espécie. E a Líder deles à protege ainda mais que aos outros. — Sentou-se na cadeira em frente ao ser alado.
— Sim, eu tenho certeza. — Disse Taeyeon, massageando as têmporas. — Não à colocarei diretamente nesta caçada. A função dela vai ser apenas de rastreá-lo. Do resto cuido eu. A vida dela está segura. — Sorriu para Amber. — Vejo que criou um certo apreço pela Srta. Hwang.
— Ela é uma mulher encantadora. — A vampira respondeu séria. — Gostaria de cuidar da segurança dela, se for possível.
— Sim, será. Entretanto, terá um preço. — Taeyeon pegou uma pasta em cima de sua mesa e passou para Amber. — Como eu solicitei a ajuda de uma caçadora para resolver os problemas do conselho, Jessica me solicitou ajuda em uma caçada para a agência.
— Esse será o preço? — Amber olhava as informações na pasta, a vampira parecia estar calma, porém seu interior borbulhava de raiva. — Farei com o maior prazer. Dessa vez ele não irá escapar. —Completou segurando a pasta com força.
— Não. Você irá auxiliar uma caçadora. E o preço é: Eles querem o alvo vivo. — Taeyeon falou calmamente.
— O que?! — Esbravejou, levantando-se da cadeira. — Esse monstro já causou muitas mortes! Por que não mata-lo de vez?
— Jessica quer leva-lo à julgamento.
— Nem fodendo! — A vampira jogou a pasta no chão. — Ele tem a porra do Ministério da Justiça todo no bolso! Aqueles humanos imundos se venderam na primeira acusação que chegou para eles.
— Eu sei. Mas Jessica quer fazer tudo dentro da lei.
— Eu não vou deixa-lo vivo! — Bateu os punhos na mesa, deixando a marca de suas mãos no metal. — Ele não pode ficar vivo depois do que ele fez, não pode! — Lagrimas rolavam pelo rosto da tomboy.
— Eu entendo sua raiva-
— Não, você não entende! — Cortou-a. — Você não sabe como é! Deixe-me mata-lo, por favor.
— Amber. — Taeyeon falou calma, mesmo odiando ser interrompida, ela sabia que o que estava pedindo era um grande sacrifício para a vampira. Suspirou e tomou sua decisão. — Escute-me bem. — Falou firme. — Você vai auxiliar nesta caçada. Vai entrega-lo vivo na agência. Não o tocará mais que o necessário para o capturar.
— Taeyeon! — Grunhiu.
— Mas é claro que o acordo que fiz com Jessica só falava que tinha que entregá-lo vivo para o julgamento. — Taeyeon arqueou as sobrancelhas. — Depois disso, e repito, somente depois, as coisas podem mudar um pouco e ele pode acabar morrendo tragicamente.
— Obrigada, Taeyeon. — Agradeceu, com um sorriso tenebroso na face. Taeyeon odiou ver aquela expressão no rosto da vampira que considerava sua família, mas ela sabia qua a tomboy precisava de sua vingança.
— Okay. Só não se deixe levar. Você é melhor que isso. Não deixe que isso afete quem você realmente é. Não se esqueça da vampira que ajudou um Arcanjo desconhecido a salvar a vida de um bebê.
— Não me deixarei levar. Mas aquela vampira morreu, junto com a mulher que ela amou. — A vampira disse saindo do escritório.
XXX
Tiffany se dirigia para casa com os músculos doloridos, passara horas na sala de exercícios, mas o ponto alto de sua noite foi encontrar uma certa vampira lhe esperando encostada numa reluzente Harley em frente a agência.
— Hey, gatinha, aceita uma carona? — Falou a vampira.
— Aceito, mas já vou avisando, meu almoço foi pizza de alho. — Falou divertida, fazendo a vampira rir. Aproximou-se e abraçou-a, estivera com saudades.
— Por você eu faço um esforço, princesa. — Falou e mordiscou levemente o pescoço da caçadora.
— Para de palhaçada. — Tiffany respondeu, dando-lhe um tapa no ombro. — Sua irmã já sabe que você está na cidade?
— Foi ela que me chamou, alguma coisa sobre uma missão superperigosa de agente secreto. — Deu de ombros.
— E é claro que esse é um trabalho para a zero-zero-Krystal.
— Com toda certeza. — Piscou para a caçadora.
— Você sumiu por um bom tempo, estava começando a ficar preocupada. — Tiffany franziu o cenho. — Mas é bom ver que está bem melhor que da última vez que nos encontramos.
— Sabe como é, isso tudo ainda é muito novo pra mim, demorei muito pra começar a aceitar essa nova etapa da minha vida. Ainda não me aceito completamente, mas é um começo. — Falou cabisbaixa.
— Falando nisso, tem se alimentado direito? — Tiffany perguntou, já examinando a vampira em sua frente.
— Sim, minha geladeira sempre está cheia de plasma. — Falou com falsa animação, recebendo um tapa na testa em seguida.
— Teimosa, sabe que não pode se alimentar só disso! — Ralhou. — Existem tantos doadores por aí. Aquilo foi um acidente, um caso isolado.
— Prefiro não arriscar. — Falou em tom de culpa.
— Okay, não vou lhe pressionar. — Falou, afagando o rosto de Krystal. — E essa carona, sai ou não sai? — Falou mudando de assunto.
— É pra já. Sobe na garupa da SexMachine. — Falou já se ajeitando em cima da moto e ligando-a.
— SexMachine, really? — Tiffany riu, sentando-se na moto e segurando a cintura da amiga.
Chegando em frente à residência, Tiffany fez questão que Krystal passasse um tempo consigo, elas não se viam a mais de três anos. Tinham muitos assuntos para pôr em dia.
— Jessica praticamente adotou MinHo depois do que você fez com ele. — A caçadora comentou divertida enquanto as duas estavam na cozinha preparando o jantar, que só Tiffany comeria.
— Depois do que eu fiz com ele? — Riu. — Eu não fiz nada, já o tinha recusado muitas vezes, uma hora encheu o saco. — Respondeu, mexendo o conteúdo dentro da panela.
— Tadinho, soube que ele se trancou por dois meses em uma RRP*? — Falou, fazendo Krystal gargalhar.
— Não! Sério? — Perguntou incrédula.
— Sim, e só saiu por que Jessica ameaçou explodir a casa. — Sorriu lembrando. — Me passa o saco de batatas, por favor. — Pediu a amiga.
— Às vezes eu sinto falta de comer batata frita. — Disse passando o que lhe fora pedido.
— E por que não come? — Perguntou a caçadora, já descascando os legumes.
— Tem um gosto horrível! — Queixou-se.
— Que pena, mas pode deixar que eu como por você.
— Espero que você se engasgue. — Brincou.
— Cuidado com o que você deseja, se isso acontecer, saiba que está proibida de ir ao meu velório- Ai! — Resmungou. — Droga. Krystal, poderia pegar o kit de primeiros-socorros no banheiro, por favor? — Falou tentando estancar o sangue com um pano de prato. — Krystal?
A caçadora virou-se para a amiga e encontrou-a encostada no balcão da cozinha segurando-o com força, olhando diretamente para o ferimento em sua mão.
— Krystal? — Tiffany deu um passo para trás, mas diferente de quando está em uma caçada, a adrenalina não estava correndo pelo seu corpo, ela sabia, Krystal não iria machuca-la. — Krystal, está tubo bem. — A caçadora, disse calmamente, retirando o pano que estava enrolado em sua mão, deixando o sangue pingar.
— Não, não está. — Sussurrou a vampira, reforçando o aperto no balcão atrás de si.
— Venha, eu deixo. Você não pode se privar de sangue por tanto tempo. — Tiffany falou enquanto se aproximava.
— Por favor, Tiffany. Não faça isso. — Krystal fechou os olhos e prendeu a respiração, o cheiro de sangue impregnava suas narinas, aflorando seu próprio cheiro, sua essência.
— Eu confio em você. — Tiffany virou o rosto da vampira em sua direção, utilizando a mão machucada. Estava tentando se controlar também, Krystal podia ser uma vampira nova, mas mesmo assim, sua essência à estava afetando.
Ela confiava em Krystal. Não seria realmente um problema tomar alguns goles. Krystal pensou. Eu vou conseguir parar. Abriu os olhos, fitando diretamente o sangue que saía do corte, finalmente deixando-se levar. Segurou o pulso da caçadora firmemente e mordeu o local da ferida, abrindo mais, permitindo que uma quantidade maior de sangue saísse do local. A pontada de dor que Tiffany sentiu logo se foi, pois agora tudo que conseguia se concentrar era o cheiro de Krystal que tinha se intensificado. Está tudo bem, é só pra ajudá-la a se controlar. Tiffany Pensou. Não vai acontecer nada de mais, certo?
Errado.
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