História After Everything - Part 2 - Forgive me?

As labaretas de fogo estavam altas e ofuscavam a visão de Sam. O Winchester estava ao lado de Gabriel, que olhou para o mais alto com receio, e logo voltou a encarara jaula, que estava escondida atrás do fogo.

Rowena terminou de recitar a invocação em latim e encarou os quatro, que estavam olhando fixamente para a jaula.

-Quem vai? – Perguntou a ruiva encarando Sam diretamente, como se já soubesse a resposta.

-Sam... – Ruby tentou dizer, porém o Winchester saiu do lado de Gabriel e se direcionou para a jaula.

-Como... – Sam estava prestes a perguntar como diabos ele iria passar pelo fogo, quando Rowena bateu as duas mãos, fazendo um barulho que deveria ser muito menor do que realmente foi.

O Winchester fechou os olhos por instinto, e quando os abriu, La estava ele, dentro da jaula temporária. O moreno olhou em vota. Seu coração parecia que queria sair do peito de tão forte que batia. Aquela sensação familiar e horrível de desespero, que gelava seus ossos estava se espalhando por odo seu corpo, até que Sam o viu.

Lá estava ele. As roupas que ele usava quando o prenderam e seus cabelos loiros mai bagunçados que o usual. Partes de suas roupas estavam rasgadas e seu rosto continha um corte que parecia profundo. Seus olhos azuis estavam...

Sam paralisou. Os olhos de Lúcifer estavam mais frios que o usual. Não continha nenhuma emoção. Não continha amor, e também não continha ódio ou repulsa. Apenas... Nada.

-Lúcifer... –A voz de Sam falhou, e mesmo assim, o Winchester se aproximou do outro, com o coração a mil. Quando chegou perto o suficiente, o moreno estendeu a mão e tocou o rosto do ouro, especificamente o ferimento. Mesmo estranhando que o ouro não tivesse feito nenhum movimento, Sam rasgou um pedaço de sua blusa e tentou limpar o ferimento.

Quando ele esticou a mão novamente para o rosto de Lúcifer, o arcanjo pegou sua mão em um movimento que nenhum olho humano conseguiria acompanhar e a torceu.

Sam soltou um grito agonizado de dor e caiu de joelhos no chão metálico da jaula, segurando seu pulso quebrado. Sam levantou o olhar, tentando encontrar o de Lúcifer, porém o arcanjo tinha desviado o olhar.

- Lúcifer... – Soltando um gemido de dor, Sam conseguiu se levantar, ainda segurando o pulso quebrado. Antes que pudesse continuar, foi interrompido.

-Oque? Ham? –Lúcifer olhou para Sam novamente e o Winchester conseguiu uma emoção no olhar do arcanjo. E sinceramente, Sam preferia que fosse ódio.

Ele viu traição. Desapontamento. Aquilo era pior do que qualquer palavra de ódio que o arcanjo pudesse dizer a ele. Aquilo quebrava o coração de Sam de uma maneira indescritível.

-Você veio aqui para... Se desculpar? Dizer ‘’Oh, eu sinto muito ter te prendido na merda do inferno por cinco anos, vamos voltar para casa e ser um casal feliz.’’?  Vá a merda, Winchester.

Sam abriu e fechou a boca, sem saber o que dizer, ou o que fazer. Na teoria, era aquilo que Sam tinha ido fazer lá.

-Foi para seu bem. Eu não podia assistir você morrer! – Sam conseguiu dizer, sentindo seus olhos começarem a arder.

Lúcifer torceu a boca.

-VOCÊ NÃO PODIA, MAS E EU? – O grito do arcanjo ecoou na jaula toda, e por um momento Sam sentiu medo. – Eu preferia morrer a voltar para aquela coisa. Mas os sentimentos de Sam Winchester têm que ser preservados.

- Agora... Agora já acabou. Você pode sair, nós podemos... – Sam tentava achar algo para dizer, porém a situação ficava difícil quando Lúcifer o encarava com aquele olhar.

-Ah. Para você é fácil dizer ‘’agora acabou’’. Não foi você que ficou preso em um lugar que não cabe nem mesmo metade de suas asas por cinco anos. Não foi você que não podia se mexer nem um milimetro sem se ferir. – Por um momento, um mísero segundo, o olhar de Lúcifer demonstrou dor. – Cinco anos, Sam. Se você realmente me amasse não teria feito isso.

O Winchester viu ali uma brecha para se aproximar. Ignorando ao máximo a dor do pulso quebrado, Sam se aproximou mais do arcanjo e tocou o rosto do loiro com sua mão boa. O arcanjo suspirou e fechou os olhos, sentindo o toque do moreno em seu rosto. O coração de Sam bateu mais forte ainda – se era possível – e seus olhos verdes se fecharam quando o mesmo encostou seus lábios nos do diabo.

Por um momento, um mísero e único momento, Sam pode acalmar os batimentos cardíacos.  A mão esquerda do loiro se fechou no pulso quebrado de Sam e em seguida, os ossos haviam voltado ao lugar.

Então, como se tivesse levado um choque, Lúcifer se soltou de Sam, empurrando-o para trás, fazendo o caçador bater as costas nas grades e se desequilibrar por alguns segundos.

-Então você acha que é so vir aqui depois de cinco anos, pedir desculpas, me beijar e eu vou... Lúcifer passou a mão nos cabelos loiros, bagunçando-os ainda mais. –Pelo menos você teve a decência de permanecer leal, não é? – Disse o arcanjo, porém Sam sabia que na verdade era uma pergunta.

Merda. Sam abriu a boca e encarou Lúcifer com desespero. Ele não poderia mentir, pois o arcanjo tinha inventado a mentira, e saberia identificar uma. E também não poderia chegar e falar que havia transado com uma mulher e que agora ela estava praticamente vivendo no Bunker.

Ao perceber a confusão e o despero do humano, Lúcifer sentiu uma pontada no coração. Aquilo era pior que qualquer coisa era só... Imaginar Sam com outra pessoa, tocando e sendo tocado por outra pessoa... O arcanjo não agüentava. Se ele não tirasse o Winchester dali rapidamente, ele iria acabar fazendo algo que iria se arrepender. E por deus, ele poderia estar com o maior ódio do mundo contra Sam, mas nunca se perdoaria se machucasse seriamente o mais novo.

-Você... – Lúcifer não conseguiu controlar as palavras que saiam de sua boca. – Você foi a pior coisa que já aconteceu comigo, Winchester. Em todos esses anos de desgraça, dor e podridão de minha existência, você foi a pior merda que já cruzou meu caminho.

Lúcifer andou até perto de Sam com uma expressão de insignificância, porém quando o arcanjo viu uma lágrima cair dos olhos de Sam, seu coração apertou. Merda. Ele queria que apenas 1% de seus sentimentos pelo Winchester tivessem ido embora. Já iria ajudar.

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 Antes que Sam pudesse dizer alguma coisa, as chamas que rodeavam a jaula diminuíram e então Gabriel, Meg e Ruby estavam La dentro. Uma porta que antes não existia havia se aberto.

Gabriel correu na direção do irmão e o abraçou, enterrando sua cabeça no pescoço do loiro. Lúcifer rodeou o irmãozinho e quase o levantou do ar.

Em seguida Meg e Ruby foram para cima do arcanjo. Lúcifer ficou por um tempo parado, surpreso com o ato delas, porém logo as rodeou com seus braços. As duas estavam abraçadas nele e eram ligeiramente mais baixas que o loiro.

-Então, vai voltar para casa? – Perguntou Gabriel ansioso. AM olhou esperançoso para o arcanjo, mesmo depois do que ele havia dito. Lúcifer suspirou e se virou para os três que o encaravam, tentando ao máximo não olharpara Sam, quando disse:

-Aquilo nunca foi minha casa. Eu vou dar uma... Volta por ai. Tem muita coisa para eu ver ainda. – Lúcifer tocou o ombro de Gabriel com um sorrio, tentando amprar o irmão que o olhava com tristeza. Meg olhava para o chão e Ruby já tinha ido para perto de Sam, segurando o rosto do moreno e tentando limpar as lágrimas do mais alto. Lúcifer tentou ignorar esse fato – do caçador estar chorando -.

-Se ele tentar chegar perto de mim novamente, eu o mato. – Disse o arcanjo olhando para Gabriel.

-Lúci...

-Gabe. Eu não estou brincando. Não me teste. –Em seguida ele olhou para Meg e Ruby. – Adeus.

-Lúcif... – Sam avançou um passo, porém, com um barulho de asas, o arcanjo desapareceu.

O Winchester olhou para o vazio, onde antes estivera o arcanjo, e deixou as lágrimas escorrerem livremente. Gabriel puxou Ruby levemente para trás e pegou o braço de Sam, levando-o ao Bunker em um segundo. Assim que chegou lá, o Winchester caiu de joelhos no chão, tentando em vão conter as lágrimas que não paravam de cair,e os soluços que balançavam seu corpo.

Depois de alguns segundos, Dean, Castiel e Hayley apareceram na porta da sala. O loiro correu para o irmão, se ajoelhando ao lado dele e o abraçando, deixando-o chorar em seu peito. A essa altura, o Winchester mais velho já sabia o que acontecera, pois assim que fora embora, Crowley aparecera no Bunker, dizendo-o tudo.

Quando Hayley tentou se ajoelhar do lado de Sam, Ruby se colocou no caminho, e sua expressão dizia tudo que Hayley precisava saber sobre o que aconteceria se ela intervisse.  Meg mandou todos saírem dali, pois Sam precisava apenas da família.

Quando Castiel foi sair, Dean puxou o sobretudo do moreno, fazendo-o se ajoelhar ao lado do namorado.

-Você é da família, Cass.

O anjo sorriu para o loiro e abraçou Sam do mesmo jeito que Dean. Depois de algum tempo, Dean, Castiel e Sam se dirigiram ao quarto do Winchester mais novo, com Castiel carregando o corpo adormecido de Sam.

Depois que deixaram  Sam no quarto, os dois decidiram sair de lá, indo os dois para o quarto que compartilhavam.

-Oh, Sam. – Hayley disse entrando escondida no quarto do Winchester, passando os dedos pelos cabelos morenos do mais alto. – Eu pensei que tinha te dito para não fazer nenhum estupidez.

Depois que terminou de falar, a mulher saiu do quarto, pegando o celular para fazer uma ligação pedindo instruções.