Indubitavelmente, o dia seria mais cansativo que o normal. Sentado em minha poltrona, eu admirava a paisagem que a única parede de vivro de minha sala proporcionava-me: um repleto verde e o trânsito de pessoas de Seoul.
Preparava-me psicologicamente, usando minha reserva de energia, para a entrevista de emprego que estava prestes a realizar com alguns dos selecionados pela minha secretária pessoal, Lucy, para substituí-la, pois estava em uma gravidez de risco de gêmeos.
— Senhor Choi? — ouvi a voz que vinha da porta atrás de mim. Não movi a cadeira, continuei a olhar a paisagem. — Está pronto?
Eu brevemente respondi a sua pergunta dizendo:
— Sim.
Ouvi a porta fechar e depois de respirar fundo, virei-me para a mesa e ajeitei os papéis sobre a mesma. A porta abriu-se e por reflexo vi um homem reverenciar-se para mim e aproximar-se, sentando-se à mesa. Não o olhei, mantive os olhos em seu currículo e enfim, depois de alguns instantes de silêncio, levantei o olhar e profundamente suspirei.
— Jung Joon Young. — murmurei com a foz um tanto rouca e ele afirmou com o olhar.
Eu segui o seu olhar, cujo olhava para a plaquinha onde havia em relevo o meu nome e cargo à minha frente. Ele tentou disfarçar e sorriu timidamente.
— Choi Seung-Hyun. — cumprimentou-me e eu percebi a tensão estampada em seu rosto.
Entrevistei-o por um curto período de tempo fazendo anotações conforme ele respondia-me. Sentia-me exausto e o fato de saber que meu expediente não acabaria tão cedo como o planejado fazia-me começar a sentir a cabeça latejar.
Tomei um gole de água em um breve intervalo de cinco minutos entre um candidato e outro e depois de 3 horas eu já havia tomado mais de 1 e meio litros de água e um expresso.
O último a ser entrevistado me fazia ter vontade de pedir para ele ir embora para que eu pudesse ir para casa, tomar um relaxante muscular e dormir. As palavras de Lucy foram: “Deixei ele para o final, por favor, dê uma chance” e eu simplesmente afirmei com a cabeça. Eu então o vi entrar: jeans rasgados, camiseta aproximadamente 3 números maior do que o de costume, cabelo laranja e não havia fechado a porta ao entrar ou reverenciado-se. Eu respirei fundo e antes que ele pudesse falar algo, eu severamente disse sorrindo por saber que sairia mais cedo:
— Saia da minha sala.
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