História After Storm - First Season - Why?

Três semanas depois...

- Você pode me ajudar com algo? – perguntei a Virginia meio inseguro.

- Sim, Bieber, diga!

- Hum... Não, deixa pra lá. – Virginia arqueou uma das sobrancelhas, respirei fundo e perguntei. – Me responde uma coisa. – ela assentiu.

- Por que as pessoas são tão difíceis de ser compreendidas? Por que é tão difícil entender as pessoas? – principalmente a Blake.

- Não era só uma pergunta? – perguntou humorada. – As pessoas sempre complicam tudo, - começou a responder minhas perguntas - algumas nem querem ser compreendidas ou não dão espaço para serem compreendidas, elas são confusas demais para serem entendidas, principalmente as que têm algum problema psicológico. Mas quando você quer entender você consegue, às vezes, dependendo da pessoa. Você está falando de alguma pessoa em especial, Justin? – assenti a cabeça negativamente.

- Não. – na verdade sim, respondi em pensamento.

- Bom, nossa sessão acabou. Te vejo na sexta, Justin. – dei um meio sorriso e me levantei para sair da sala.  

Desde daquele dia do encontro meu com a irmã de Blake e Blake que eu não converso com Blake. Vi ela só três ou quatro vezes, não sei se ela deu uma fugida, não sei se ela está me ignorando.

Como Blake tinha passado uma semana fora por causa da noticia que a irmã dela levou, ela não lavou os banheiros como de trato, eu os lavei e paguei a minha “divida”. Ela os lavou pagando a “divida” dela em uma dessas três semanas que se passaram. Quando eu a via pela clínica eu ficava com uma vontade enorme de ir até ela, mas sempre me continha, se ela estivesse sentindo minha falta, ou querendo conversar comigo ela viria até mim, eu não precisava ir até ela, certo?

Talvez eu esteja errado em pensar assim, talvez ela esteja esperando eu ir até ela. Mas o culpado de não estarmos nos falando não sou eu, ela que deu piti, eu sei que ela tem problemas com isso, por isso não a julgo muito.

Fui tirado de meus pensamentos quando ouvi a voz da minha mãe, hoje era quarta, dia de visita e eu estava na grande sala de um dos prédios onde todos os internos daquele prédio recebiam suas visitas.

- Oi meu amor, como você está?

- Como você acha que eu estou? – apesar de tudo, eu ainda odiava ficar preso naquele lugar.

- Eu já passei pelo mesmo que você e posso realmente te dizer que isso aqui vai te ajudar.

- Mas eu não quero ser ajudado. – meu estado estava perfeito, eu não precisava daquilo.

- Justin, pelo amor de Deus. Para de ser marrento! Se ajude, por favor. Deixe com que as pessoas, os especialistas deste local te ajudem. – apenas respirei fundo olhando para as minhas mãos cujos dedos estavam entrelaçados um ao outro. – Sabia que a terapia em grupo ajuda muito? Dizer os seus problemas para as outras pessoas com os mesmo problemas que os seus te ajuda.

- Converso com uma psicóloga, isso já basta. – falei sem olha-la.

- Pense em tudo que eu estou te dizendo, ok? Não ignore meus conselhos.  Eu sou sua mãe e te quero bem.

- Como está o mundo lá fora? – perguntei mudando de assunto ainda sem olhar para ela.

- Hum... Suas fãs estão preocupadas com você tanto quanto eu e Scooter, sua família...

- Mãe, diga coisas não relacionadas ao meu estado. – eu disse rude finalmente olhando para ela.

- Seus fãs, seus beliebers, continuam te apoiando, te mandando mensagens de apoio nas redes sociais, eles continuam te amando apesar de tudo e não vão te abandonar tão fácil. – ela sorriu e eu sorri com ela.

Dona Pattie começou a tagarelar sobre coisas notícias do mundo e engraçadas que aconteceram ou estão acontecendo. Perguntei como meu pai e Jazzy e Jaxon estão e ela respondeu que estão bem e que assim que puderem eles vão vir do Canadá para me visitar, só não vieram ainda por conta da escola, eu estava com saudade deles. Minha mãe e eu ficamos conversando até o horário de visitas acabar, ela disse que na semana que vem meus amigos irão vir e eu fiquei feliz, mal posso esperar para chegar quarta-feira que vem logo para eu ver todos eles.

P.O.V Blake Baster On

- Eu sou uma idiota!

- Não, Blake, você não é isso. – Alicia me disse.

- Por que eu sou tão complicada? Por que eu não sou essas meninas perfeitas, essas meninas sem problemas que têm tudo de bom e do melhor na vida? – meus olhos já estavam marejados de lágrimas. – Por que eu ainda acredito que meus pais me amam, Alicia? Por que eu ainda acredito que minha família me ama? – eu sentia um bolo se formar na minha garganta, eu queria chorar e chorar. Mais um dia de visitas de passou e eu não recebi nenhuma, de nenhum parente meu e a maioria deles moram aqui, em Nova York.

- Sua família te ama, Blake. – Alicia veio me abraçar, mas eu sai do rumo.

- ME AMAM O CACETE. EU ESTOU AQUI HÁ QUASE UM ANO E NENHUM DELES VIERAM AQUI. NENHUM. NEM MINHA AVÓ DE DIZIA QUE GOSTAVA DE MIM VEIO ME VER, NEM MANDOU RECADO OU ALGUMA COISA. A ÚNICA QUE APARECEU AQUI ATÉ HOJE É A MINHA IRMÃ NAQUELE DIA. Foi a primeira vez em meses aqui que eu recebi visitas.

- Eu não vou mentir, eu não sei o que te dizer. Sei o que eu te dizer não vai te confortar.

- Não vai mesmo. Eu tenho vontade de morrer. Por que eu ainda estou vida? POR QUE DEUS NÃO ME MATA LOGO.

- CALA ESSA MERDA DE BOCA, BLAKE. PARA DE FALAR TANTA MERDA, PARA DE DESEJAR SUA MORTE.

- Eu não sou importante para ninguém.

- Quer dizer que eu sou ninguém agora?

- Alicia...

- Blake, eu te amo muito, eu te adoro muito. Você é minha melhor amiga no mundo, eu não te quero assim, eu não te quero ver mal.

Sem nem pensar duas vezes eu fui até Alicia e a abracei forte, Alicia correspondeu meu abraço e beijou minha bochecha, logo depois me soltou e limpou minhas lágrimas.

- Eu quero ver você feliz e sorrindo.

- É difícil ficar assim, Ali. Eu quero, eu tento muito, mas não consigo. Eu odeio o mundo.