História After Storm - First Season - Crush

P.O.V Blake Baster On

Saber que Justin realmente estava e está chateado comigo me deixa com uma sensação ruim. Eu realmente gosto dele, mesmo tendo minha amizade com Stefano, Justin sempre vai ser meu super, máster, melhor amigo aqui dentro e fora também. Justin está me ignorando e eu me sinto a pior pessoa do mundo e sinto saudades dele. É errado e feio fazer isso, mas fico comparando Stefano com ele e vejo que são diferentes.

- No que tanto pensa? – Stefano perguntou.

- Nas burrices que eu fiz nesses últimos dias. – eu respondi olhando para o nada.

- Que burrices?

- Falar pro meu melhor amigo que eu não fugiria mais, me esquecer dele quando ele precisa de mim e eu preciso dele...

- Por acaso esse seu amigo é o Bieber?

- Sim, é ele e ele está grilado comigo mesmo que ele não fale eu sei. Ele está agindo estranho comigo e me ignorando. Hum... – eu disse pensativa. – Vou pedir conselhos para a Alicia. Ela sabe o que eu devo que fazer – me levantei da minha cama com pressa e olhei para Stefano. – Vou ao jardim, ela deve estar por lá já que faz aquela bostinha de jardinagem.

Chegando ao jardim corri para a parte onde tinham um lugar para os internos praticarem jardinagem, ao longe vi Alicia com uma jardineira e luvas, todo sujo de terra e adubo.

- Alicia, preciso de conselhos. – eu disse chegando perto dela sem nem ao menos dizer um “oi”.

- Oi pra você também. Eu estou ocupada, Blake.

- As plantas podem esperar eu não. É caso de vida ou morte. Eu vou morrer.

Alicia sabia que eu estava fazendo um drama básico sobre eu morrer, ela me conhecia bem e por isso não se desesperou e continuou cuidando das plantas e sem ter nenhum contato visual comigo.

- Ok, diga. Por que a morte quer te levar?

- Justin está grilado comigo, ele está me ignorando e eu quero a amizade dele de volta. Eu gosto da companhia dele, Ali. Me ajuda, vai.

- Você tem que resolver sozinha os seus problemas.

- Eu não estou dizendo para você ir lá e conversar com ele, eu estou pedindo para você me dar conselhos de como chegar nele e pedir desculpas. – Alicia se levantou e olhou para mim com as mãos na cintura.

- Que tal chegar nele e falar “Desculpa pelos meus erros” ou um simples “Desculpa”?

- Tem terra até no seu rosto. – Alicia passou a bochecha no ombro tirando um pouco da terra dali - E se fosse tão fácil assim eu já teria feito isso, mona.

- Blake, eu não sei o que você fez para ele estar com raiva de você. Vá até ele e seja verdadeira, peça desculpas a ele pelo o que você fez e se você for convincente e verdadeira ele vai aceitar as desculpas e vocês vão voltar a serem amigos como antes.

- Tá bom, - eu falei pensativa – vou fazer isso. Obrigada, Ali.

- Por nada.

Agora seria hora de o Justin dar a aula dele então corri para chegar a tempo e assistir a aula dele. Cheguei à sala a tempo, faltavam cinco minutos pro inicio da aula, a aula tinha alguns internos e vi que Justin não estava ali, sentei-me bem no fundo da sala e eu balançava as pernas nervosa. Eu estava com medo da reação do Justin.

- Desculpem-me pelo atraso, - Justin disse assim que entrou na sala – eu tinha esquecido algumas coisas que eu anotei para a aula de hoje no meu quarto.

Ao passar o olhar pela sala Justin me viu ali e eu sorri para ele, já ele fechou a cara para mim. Normal.

- Bom, eu sou o Justin e o coordenador me deixou dar aula de música para vocês... Eu estou bem nervoso, acho que vocês podem perceber, mas com o tempo eu vou pegando o jeito da coisa. – Justin riu e alguns na sala riram também, eu estava no meio. Justin realmente estava nervoso.

A aula não era só de canto ou só de aprender a tocar algum instrumento musical, a aula era sobre música, música ao todo. Era sobre toda a história da música, estilos musicais e várias, várias coisas ligadas a música. Todos que estavam na sala eram amantes da música, por isso faziam essa aula.

Justin começou a dar a aula muito empolgado com tudo, dizia várias curiosidades e contava histórias, falava sobre os primeiros músicos, primeiros estilos musicais, primeiros instrumentos. Ele estava fazendo uma linha do tempo e estava entretendo os alunos.

Eu o observava no meu canto ele respondendo perguntas dos alunos, contando e contando coisas de um jeito empolgante, ria e estava se divertindo. Eu estava encantada por ele, tão encantada que não percebi que eu estava parecendo uma besta sorrindo e o observando.

- Você está bem, Blake? – Justin perguntou e eu sai do meu transe, balancei a cabeça tirando tudo o que eu estava pensando e o respondi:

- Ah, claro, claro – eu disse rápido. – Estou bem sim. Continue.

- Ok. – ele assentiu – Como eu ia dizendo: hoje eu disse a linha do tempo da música, amanhã vou falar dos instrumentos musicais e se der tempo vou falar sobre canto. Até a próxima aula.

As pessoas elogiaram a aula de Justin, se despediram e saíram da sala e só ficamos eu e Justin ali. Eu não sabia se ia ou se não ia falar com ele, eu continuei sentada no meu banco e balançando nervosamente minhas pernas. Justin estava de costas para mim e eu só sai dos meus pensativos quando o ouvi falar comigo. Devo dizer que meu coração foi a mil.

- Vai ficar ai parada, Blake? – ele perguntou e se virou para olhar pra mim.

- Sim, - respondi rápido – quer dizer, não. – me levantei e fui até ele rapidamente. - Eu quero dizer que você foi ótimo, é um bom professor – o elogiei – e também... Também quero te pedir desculpas.

- Tá, legal. – Justin pegou seu bloco de notas e caneta em cima da mesa, se virou pra mim de novo e disse: - Desculpada.

Eu senti uma imensa alegria encher meu coração, eu estava prestes a abraça-lo e o encher de beijos no rosto, mas ai ele jogou um balde bem gelado de água em mim.

- Agora tenho que ir. – sua fala não tinha um pingo de alegria, na verdade ele foi bem ríspido. Ele ainda estava chateado e ele não tinha me desculpado. Ele queria distância de mim.

Não falei nada, só o vi saindo da sala. Falhei no meu pedido de desculpas.

- Por que eu sempre tenho que estragar tudo? – perguntei pra mim mesmo.

Senti que eu iria chorar, minha garganta estava queimando assim como meus olhos, minha visão ficou embaçada. Não ia segurar o choro e chorei ali mesmo.

[...]

- Você está chorando? – Alicia perguntou assim que entrou no quarto e viu meu estado.

- Não, só estou lavando meus olhos. – ironizei.

- O que aconteceu? – perguntou preocupada.

- Aconteceu que eu sou uma besta ambulante que só sabe estragar as coisas.  

- Por quê?

- Pedi desculpas ao Justin, ele disse que estou desculpada, mas agiu estranho comigo.

- Você esperava que tudo ficasse como antes?

- Claro que sim.

- Dê tempo a ele.

- Já estou começando a achar que ele está sendo dramático e fresco. – eu disse irritada.

- Blake, você tem que parar com isso. Vou falar umas verdades para você, – me assustei ao ouvir o que ela falou – pare de agir assim, pare de desistir de uma coisa quando você tenta uma vez e falha, você perde várias pessoas porque você é assim. Você não da tempo para as pessoas, já vai achando que a pessoa está com drama e manda ela se foder, acaba com tudo e se fode, fica chorando pelos cantos depois e se perguntando por que aquilo aconteceu. – eu me senti mal por causa de suas palavras e o pior de tudo é que ela tinha razão. – Dê um tempo pro cara e mostre ao mesmo tempo que você gosta dele. Insista e persista, Blake. Não desista de algo que te faz bem.

- Você tem razão.

- Eu sempre tenho, querida.

- Alicia, posso te contar uma coisa?

- Sim.

- Hoje... Na aula... Eu estava reparando muito nele, eu estava boba. Tipo... Eu reparava como ele falava com entusiasmo, reparava como ele sorria e seus olhos brilhavam, eu estava reparando nos mínimos detalhes dele – eu falava tudo para ela meio avoada, na minha mente eu lembrava da imagem dele. – Eu estou com medo. – olhei para Alicia e ela me olhava boquiaberta, ela estava pasma. – Eu me lembro de você falando o quanto prestava nos mínimos detalhes do seu namorado quando o conheceu, lembro do jeito que você ficava boba. Alicia, eu não posso estar sentindo isso.

- Eu. Estou. Chocada. – ela disse pausadamente – EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ... QUE VOCÊ... OH MEU DEUS, QUE AMORZINHO, BLAKE. VOCÊ PODE SENTIR ISSO SIM. VOCÊ ESTÁ APAIXONADA PELO BIEBER. – ela gritou com entusiasmo.

- NÃO GRITA, PORRA. NÃO QUERO QUE TODO MUNDO SAIBA. EU ESTOU ME SENTINDO ENVERGONHADA.

- NÃO HÁ MOTIVO PRA VERGONHA, ISSO É NORMAL. Blake, todo mundo se apaixona.

- Eu não posso me apaixonar pelo meu amigo que ainda por cima está irritado comigo.

- Já ouviu falar que não existe amizade entre homem e mulher?

- Pra mim isso sempre foi história pra boi dormir... Alicia, eu tenho medo disso.

- Da paixão? – assenti – Não sinta medo, Blake. Sei que você se apaixonou poucas vezes e por isso tem medo desse sentimento, mas é sério, Blake. Não sinta medo.

- Mas eu sinto. Eu não quero sentir isso, Blake. Eu não quero amar ninguém. Tira meu coração de mim, meu cérebro, meu caralho a quatro. Me faz não sentir mais isso.

- Se for paixão ela pode passar rápido, paixão dura somente alguns meses, às vezes semanas. Mas se durar muito pode saber que é amor.

- Está muito cedo para dizer que é amor.

- Eu sei, por isso eu disse para você esperar para ver se é só paixão mesmo ou algo mais forte. Se for paixão isso vai passar logo, logo. Mas se não for relaxa por que piora.

Eu olhei pro nada e comecei a pensar. Tomara que seja uma paixonite rápida, eu não quero estar apaixonada por ele, eu não posso. Ele é Justin Bieber e eu sou Blake Baster.