História After Storm - First Season - Dance without music

            - Justin.

            Ao longe ele sorriu. Aposto que minha feição era de espanto e estava muito engraçada. O meu corpo parecia estar congelado no lugar, eu não conseguia me mexer, não sabia o que estava acontecendo, talvez meu cérebro ainda estivesse tentando processar a informação de Justin estar ali na minha frente, há alguns passos de mim. Bieber caminhou até onde eu estava. Não foi como as cenas de filmes que o homem e a mulher caminham em direção um ao outro para se abraçar, eu fiquei parada onde eu estava ainda em choque.

            Aquilo era um sonho, só podia ser um sonho.

            Ele chegou até mim e seus braços se entrelaçaram no meu corpo, eu o abracei de volta, o abracei forte, eu o sentia ali, ele estava ali. Realmente era o Justin ali.

            Aquilo não era um sonho, aquilo era real.

            Sem perceber eu estava derramando as minhas lágrimas. Acho que ficamos cerca de dois minutos abraçados e a única coisa de dissemos um para o outro nesses dois minutos abraçando era que estávamos com saudades um do outro. Desfazemos o abraço separando nossos corpos, olhamos um para o outro.

            - Por que você está chorando? – perguntou ele sorrindo limpando suas lágrimas – eu só fui bem ali na esquina.

            - Bem ali na esquina que demorou um mês que pareceu um século. Você é tão chato que eu estava até com saudades.

            - Eu que sou o chato aqui? – perguntou de novo rindo e eu respondi com um sorrisinho.

            - Sim.

            - “Sim” – tentou imitar minha voz, claro foi falha, mas engraçado.

            - Justin, - Scooter disse – vou ajeitar as coisas, leve suas malas para seu quarto.

            Justin assentiu e foi se despedir de sua mãe.

            - Tchau, meu bebê. Ai, eu vou sentir tantas saudades.

            - Mãaae. – advertiu sua mãe

            - O que?

            Justin revirou os olhos.

            - Deixa quieto. Também vou sentir saudades.

            - Comportem-se, vocês dois.

            - Vamos nos comportar, dona Pattie. – Justin disse.

            Nos viramos e fomos subindo as escadas, ajudei Justin levando uma de suas malas, estava pesada, mas pelo menos tinha rodinhas.

                        P.O.V Justin Bieber On.

            Blake tinha emagrecido tanto nesse mês que eu fiquei fora e também estava com o rosto abatido, sua pele em volta dos olhos estava meio roxeada.

            - Blake.

            - Hum? – olhou para mim.

            - Você está horrível. – eu falei e ri.

            - Você também não está muito diferente. – ela fez uma pausa e depois continuou - Quando eu ti vi pela primeira vez aqui você estava estranho, magro demais, mas definido e aquela magreza não era normal, eu sei. Você também estava com um rosto acabado e olhar perdido. Agora... Você está bem pior que isso. – rimos – Olha só sua cara abatida e pálida, olheiras enormes e pretas.

            - Estamos horríveis, minha amiga.

            O silêncio se instalou entre nós até chegarmos ao meu quarto, era o mesmo, ele não tinha sido ocupado desde que eu sai. Estava arrumado e limpo, sentia o cheiro de produto de limpeza, o quarto ficou fechado por isso o cheiro era tão forte. Entramos no quarto e colocamos as malas encostadas na parede. Eu fechei a porta e vi Blake caminhando até a minha cama enquanto isso, ela se sentou e ficou pensativa olhando para o chão me sentei ao seu lado e vi que ela tinha começado a chorar.

            - Blake, o que foi? – perguntei preocupado me sentando ao seu lado.

            - Eu quase fiz merda hoje. – respondeu entre lágrimas. – Antes de você chegar eu tinha acabado de pedir para me transferirem para Flórida. Eu queria ir para uma clínica de lá eu não estava mais aguentando ficar aqui. Eu falei para eles me colocarem em um avião ainda hoje, Justin. Se você chegasse um pouco mais tarde, talvez uma hora mais tarde... Não sei... Eu não estaria mais aqui.

            - Mas isso não aconteceu, estamos aqui, juntos.

            - Eu só faço merda.

            - Talvez.

            - Obrigada pelo apoio.

            - De nada, se precisar estamos ai. Sabia que nós quase perdemos o voo? Se perdêssemos só íamos vir no próximo que seria uma hora depois.

            - O que fizeram eles mudarem de ideia?

            - Eu não sei. Hoje mesmo eles tinham me levado ao psicólogo e falaram um monte de bosta.

            - Fizeram o mesmo comigo, eu estava muito ruim.

            - Acho que isso fez eles mudarem de ideia.

            - Eu apoio nós dois esquecermos o que aconteceu esse último mês. Vamos apagar tudo. Vamos esquecer que tivemos longe um do outro.

            Mais uma fez o silêncio ficou entre nós. Não tínhamos mais nada para dizer, o que íamos ficar falando? Sobre o que?

            Eu me virei para ela para falar algo, tentar puxar assunto até que eu fui surpreendido por seus lábios nos meus. Nossas línguas se encostaram uma na outra e estavam sincronizadas, levei minhas mãos até a sua cintura e puxei Blake para o meu colo, ela se sentou em meu colo de frente para mim com as pernas ao lado de meu corpo, suas mãos foram para o meu pescoço e as minhas continuavam em sua cintura. Separamos um pouco para respiramos e logo depois voltamos a nos beijar, minhas mãos desceram e adentraram sua blusa ao encostar minhas mãos em sua pele Blake se arrepiou, entre o beijo eu sorri com isso e comecei a subir sua blusa, mas antes mesmo de eu tirar sua blusa por completo alguém bateu na porta.

            - Continua, por favor, ignora. – Blake suplicou.

            As batidas na porta continuaram.

            - Justin, abre aqui. – era Scooter.

            - Bem que eu queria, mas é o Scooter, tenho que abrir.

            Blake não falou nada, só saiu do meu colo e ajeitou sua roupa, ela se sentou com “pernas de índio” e eu ajeitei minha roupa também e me levantei para abrir a porta.

            - Por que essa demora toda?

            - Nada.

            - Aham, “nada”.

            - Tá, o que você quer?

            - Vim me despedir. Por favor, não fuja mais, faça tudo certinho aqui, siga as regras. Se você seguir todo o tratamento certinho você vai sair daqui em três ou quatro meses.

            - Isso é serio?

            - Sim. Agora eu tenho que ir. – Scooter me abraçou e eu o abracei de volta – Vou tentar vir te visitar no dia da visita semana que vem, tá bom?

            - Aham.

            - Tchau, Justin. Tchau, Blake.

            Eu e Blake dissemos “tchau” juntos. Fechei a porta e olhei para Blake. Antes de eu dizer qualquer coisa ela já foi falando.

            - Vamos sair hoje?

            - Mal estamos juntos de novo e já queremos fazer o que todo mundo não quer que a gente faça, mas para onde vamos?

            - Eu não sei, andar por ai, curtir um pouco.

            - Pode ser uma boa.

            Estava uma noite fria, tinha chovido o dia inteiro e durante aquele momento não chovia.

            Fomos para o mesmo lugar aonde íamos quando saímos da clínica, primeiro Blake se preparou e pulou e logo depois fui eu, do outro lado ela me esperava, assim que pisei no chão ficamos parados olhando um para a cara do outro.

            - E ai? - dei ombros. - Ok, vamos ficar andando por ai, quem sabe achamos alguma coisa, né? 

            Começamos a andar e enquanto andávamos nós conversávamos como tinha sido esse último mês, mesmo Blake dizendo que era para esquecermos tudo queríamos saber o que aconteceu um com o outro e também era melhor conversar sobre aquilo do que ficarmos em silêncio.

            Conversando sobre o que aconteceu e sobre o que fizemos percebi que éramos dois loucos, deveríamos estar é em um manicômio e não em uma reabilitação.

            Andamos até chegar a uma pequena praça onde tinha um coreto, estava perto do natal e a praça estava toda iluminada.

            - Aqui está lindo. Eu até tinha me esquecido que estávamos perto do natal.

            - Natal é a melhor época do ano.

            - Eu também gosto do natal apesar de tudo que aconteceu na minha vida.

            - Você quer dançar comigo naquele coreto?

            - Dançar? Sem música? Nem a pau. – ela falou rindo.

            - Sim, dançar sem música. O que tem?

            - Eu sou horrível para dançar.

            - Eu te guio. – estendi minha mão para ela esperando que ela a pegasse aceitando a dançar. Blake olhou para a minha mão hesitante, contorceu seus lábios enquanto pensava e ainda relutante ela ergueu sua mão e pegou a minha. A levei até o pequeno coreto branco iluminado com pisca-pisca, começamos a dançar sem música. Blake não era ruim para dançar, ela nem tinha pisado no meu pé ainda.

Darlin' hold me in your arms the way you did last night

And we'll lie inside for a little while here oh

I could look into your eyes until the sun comes up

And we're wrapped In light and life and love

            Dançávamos passos sincronizados, não errávamos, éramos bons na dança que nos envolvia. Uma se minhas mãos envolvia sua cintura enquanto a outra segurava sua mão.

Put your open lips on mine and slowly let them shut

For they're designed to be together oh

With your body next to mine our hearts will beat as one

And we set alight, we're afire love

            De um lado para o outro íamos juntos, eu a guiava na dança pelo pequeno coreto. Estávamos sempre com os olhos grudados nos olhos do outro, Blake sorria e eu sorria de volta. Aquele momento era único.

P.O.V Justin Bieber Off.

Things were all good yesterday

Then the devil took your breath away

Now we're left here in the pain

Black suit black tie standing in the rain

And now my family is one again

Stapled together with the strangers and a friend

Came to my mind I should paint it with a pen

6 years old I remember when

            Um passo pra cá, um giro juntos, um giro só de Blake segurando na mão de Justin, após o giro Justin a trouxe para ele novamente. Eles dançavam com harmonia juntos, parecia que um previa o passo do outro para segui-lo. Um passo pra lá, dois giros juntos, uma parada e Justin deu um passo para frente fazendo com que Blake fosse pra trás e logo depois o casal foi para o lado em um movimento sincronizado.

My father told me, son

It's not his fault he doesn't know your face

You're not the only one

Although my grandma used to say

That he used to sing

Darlin' hold me in your arms the way you did last night

And we'll lie inside for a little while here oh

I could look into your eyes until the sun comes up

And we're wrapped In light and life and love

Put your open lips on mine and slowly let them shut

For they're designed to be together oh

With your body next to mine our hearts will beat as one

And we set alight, we're afire love

            Eles continuavam dançando em cima do coreto de forma linda, magnífica. Nas ruas molhadas pela chuva ainda passava pessoa, algumas via o casal dançando no coreto iluminado e algumas, as que estavam mais perto paravam para olhar os dois. Nenhuma delas tinha conhecido Justin ainda. Alguns olhavam admirados com o casal que dançava ali sorridentes. Os mais velhos principalmente as mulheres suspiravam. Não tinha uma grande plateia para ver o casal anônimo, mas provavelmente não tinha muitas pessoas por conta das altas horas da noite.

            O casal estava tão envolvido pela dança e troca de olhares entre eles que nem notaram as pessoas que os viam.

My father and all of my family

Rise from the seats to sing Hallelujah

And my mother and all of my family

Rise from their seats to say hallelujah

And my brother and all of my family

Rise from the seats to sing hallelujah

My father and all of my family

Rise from the seats to sing

Hallelujah

  Era lindo ver o amor que eles transmitiam um para o outro. A música acabou e por conta disto a bela dança dos dois também. Após os dois pararem de dançar, eles ficaram olhando no fundo dos olhos um do outro. Os dois iam se aproximar para colarem os lábios para formar um beijo, mas foram interrompidos pelas palmas. Sim, palmas, o que pegou Justin e Blake de surpresa. As pessoas que os viram dançando juntos começaram a aplaudir, talvez eles pensassem que era uma peça que estava acontecendo ao ar livre, Nova York era cheia disso. Flash mobs que começavam do nada em meio a um monde de gente, uma pequena peça de teatro montada e desmontada rapidamente em qualquer lugar.

            Mas aquela dança não havia sido um teatro por parte dos dois, aquela dança não estava ensaiada, aquela dança simplesmente saiu deles, não foi nada artificial, nada falso. Todos os sentimentos expressados por ela eram reais.

            Justin e Blake olharam para as pessoas ali do lado de fora do coreto e riram um para o outro.

            - Tivemos plateia desde quando? – Blake perguntou em tom baixo, somente para Jusitn ouvi.

            - Eu não sei. – Justin e Blake agradeceram as pessoas com um gesto. Aos poucos as pessoas saíram dali. – Vamos, temos que voltar para a clínica.