História After Storm - First Season - Sorry

Sabe, eu tenho um serio problema de bipolaridade e também tenho transtorno de personalidade. Essas duas coisas sempre afastaram as pessoas de mim e agora eu estou afastando o Justin, mal o conheço e já estou o afastando de mim, por isso sou sozinha. Acho que quando ele souber que eu tenho esse problema ele pode me perdoar, né?! Mas talvez ele seja cabeça dura e nem vai querer ouvir um "a" que sair da minha boca.

Sentia o vento bater em meu rosto e jogando meus cabelos pra trás. Fiz uma longa caminhada até a orla da cidade, senti a brisa do mar em meu rosto e fechei os olhos sorrindo. Ar livre é sempre bom, não que a clínica não tenha, é obvio que tem, mas as regras, tudo ali me cansa, me sufoca. Já estava escurecendo, o sol já estava quase todo escondido no horizonte. Me virei de costas pro mar e encostei-me olhando para a cidade. Dale Nova Iorque, cidade que nunca dorme. Eu tinha que fazer Justin me desculpar, quem saiba eu posso fazer alguma coisa em troca, como trazer ele aqui pra fora, sei que ele quer isso, não sou burra, todos querem. Poxa, eu quero ter amizades. Mordi meus lábios e decidi que era hora de voltar para a clínica, dessa vez eu não andei, paguei um taxi, eu tinha dinheiro no bolso da minha bermuda.

Já sei o que eu vou fazer para livrar Justin de lavar aqueles banheiros nojentos. Não são nojentos, eles são bem limpos, mas eu tenho nojo que qualquer tipo de banheiro, não me perguntem o por quê.

P.O.V Justin Bieber On

Eu já tinha jantado e todos os internos que usavam aqueles banheiros já tinham tomado banho, agora eu teria que lavar aquilo tudo. Respirei fundo antes de entrar no banheiro. Ele não era fedido e nem mal cuidado, mas banheiro é banheiro.

Peguei um esfregão com água e sabão e comecei a passar no chão limpando. Ás vezes quando eu ainda não era famoso eu lavava casa pra minha mãe, então eu sei mais ou menos como se lava um banheiro. Mas minha mãe sempre reclamava porque eu não fazia as coisas direito. Eu esquecia de arrumar uma coisa aqui, uma coisa ali. 

- Bieber. - eu estava tão concentrado no que fazia que eu acabei não percebendo a presença do diretor da clínica e levei um susto. 

- Sim.

- Blake quer falar uma coisa para você. - o homem olhou para a adolescente ao seu lado, que eu nem tinha percebido que ela estava ali, e depois me olhou. - Ela tem coisas importantes para dizer pra você. Você vai pagar só uma semana de punição já que você só infligiu uma regra da clínica. Boa noite! - o homem saiu dali me deixando com um ponto de interrogação em cima da minha cabeça. Fechei a minha boca que estava em um "o" e olhei para a Blake com a cara fechada e voltei a fazer o que eu estava fazendo.

- Resolveu tomar vergonha na cara e falar que foi você que plantou o videogame nas minhas coisas? - falei quebrando o silêncio que estava o local sem parar de fazer o que eu estava fazendo.

- Sim - depois de um longo silêncio de sua parte - E eu vou pagar uma semana de punição lavando o banheiro com você por fazer isso.

- Só uma semana? Deveria ser mais. - ela pegou um esfregão também e começou a me ajudar.

- Eu sei que eu fiz besteira, mas fiquei com raiva de você por conta de uma coisa.

- Que coisa? - a encarei pela primeira vez.

- Prefiro não comentar. - arqueei as sobrancelhas e ela me encarou molhando os lábios.

- Te vi transando com aquela psicóloga puta lá. 

- Como? Você me viu... - me engasguei com as palavras - Espera. Por que ficou com raiva por conta disso?

- Não suporto putas, elas sempre chamam muita atenção. Não gosto daquelazinha lá, e eu tenho problemas com isso. Sou meio ciumentas com pessoas que eu acho que são... Minhas. E você é meu amigo. - eu ia falar, mas ela continuou falando - E não, eu não estou apaixonada por você, isso nunca vai acontecer. Eu tenho problemas psicológicos, tenho transtorno de personalidade e sou bipolar além de ser impulsiva o que me leva a fazer essas coisas sem pensar. Eu quero sua amizade de volta, se aquilo que tínhamos pode ser chamado de amizade. - ela riu e eu continuava serio - Se quiser eu te mostro meus exames.

- Não precisa, eu acredito em você. - sorri para ela e ela sorriu de volta e veio até mim com certa dificuldade por causa do sabão no chão e me deu um abraço forte e eu demorei alguns segundos para abraça-la também. - Agora vamos terminar de lavar esse banheiro porque tem mais.

- Sim. - ela riu.

[...]

Cai na cama após tomar um banho. Eu estava tão cansado que ia dormir pelado mesmo, tirei a toalha que estava enrolada em meus quadris e a joguei no chão, enrolei-me na coberta e dormi.

Quem iria me ver nu naquele lugar? Ninguém, pois é.

8:20 A.M.

- ACORDA. - ouvi alguém gritar e senti minha coberta ser tirada de cima de mim - AI MEU DEUS! ISSO É UM MONSTRO. - acordei com a segunda frase gritada. PORRA MANO. - Se tampe. - Blake gritou jogando a coberta em cima de mim.

- O que você está fazendo aqui?

- Vim te acordar. Já passou do horário de acordar e você tem dez minutos para se arrumar e descer pra tomar o café da amanhã. Agora você tem nove. 

- Precisava gritar e me destampar?

- Você acha que eu tenho bola de cristal para adivinhar se você estava dormindo de roupa ou não? Cara, nem cueca você usa. - me levantei da cama me tampando e fui até o banheiro.

- Ontem eu estava cansado demais para me vestir e é por culpa sua. - gritei do banheiro para ela ouvir.

- A culpa é minha por você dormir cansado ou por não se vestir?

- Para de pensar besteira nessa hora da manhã.

- Não pensei besteira. Bem, talvez sim. Mas não sou eu que transei com a minha psicóloga depois de uma sessão, se é que você teve uma sessão, né?!

- Sou homem, tenho sexo ativo e posso transar com quem eu quiser e quando eu quiser.

- Sim, pode, claro, mas não dentro de uma clínica de reabilitação - ela disse cínica.

- Tá, tá. Agora pode sair do quarto para eu poder me enchugar e me vestir? Não tem toalha e nem roupa aqui.

- Eu sair do quarto? Pra que? Já te vi peladão mesmo. Peladão e excitado ainda por cima.

- Todo homem de manhã tem essa elevação no membro.

- Eu sei disso, sou uma drogada que frequentou a escola, amigão. - ela riu - Seu amigo de baixo também é um amigão.

- Blake!

- Tá, vou sair do quarto, donzela. Te vejo lá embaixo. E agora são oito e trinta e cinco. - bufei e esperei ouvir o barulho da porta se fechando, coloquei minha cabeça para fora do banheiro vendo que Blake não estava ali e sai para eu puder vestir minha roupa.

[...]

- Posso te perguntar uma coisa, Blake? - perguntei quebrando o silêncio que estava entre a gente.

- Sim.

- Como você consegue fugir daqui?

- Todos querem saber disso, todos que não aguentam ficar aqui. - ela olhou para mim com os seus belos e chamativos olhos azuis. - E eu percebo que você não gosta de ficar aqui.

- É, eu não gosto, pensei que eu ia gostar para eu viver livre de paparazzi, mas... Aqui é chato - ela riu -, tedioso e parece uma prisão.

- Aqui é uma prisão. - ela deu ênfase no "é" - Uma prisão disfarçada. - Blake sorriu olhando para frente e encostando sua cabeça na árvore. - Já viu a sala de jogos? - me olhou de relance.

- Sim, já consegui bater os recordes de todos os jogos de lá. - sorri 

- Hum, serio? - ela riu.

- Ahãm.

- Duvido você me vencer no Dead or Alive 5 e no Mortal Kombat. - ela se levantou colocando as mãos na cintura e eu continuei sentando a olhando.

- Não duvide... - me levantei - Eu vou te vencer.

- Nunca!

- Nunca diga nunca. - pisquei para ela.

- Você e sua frase bipolar. Vamos fazer uma aposta. - ela disse enquanto íamos a sala de jogos.

- Amo apostas, ganho sempre. Diga!

- Essa você não vai ganhar, meu querido amigo Justin.

- Uhum, tá. - arqueei uma sobrancelha.

- Não vai rolar, não tenho nada para apostar. Talvez em outras ocasiões apareça alguma coisa na qual eu posso apostar com você.

Depois de muito andar chegamos a sala de jogos que não estava muito cheia.

- Vamos logo, - ela pegou a minha mão - o xbox está vazio. - Blake me puxou até onde ficava o xbox ligado a uma tv, ao ver que nossas mãos estavam entrelaçadas ela logo soltou a minha mão e foi rapidamente para o sofá pegando um controle. - Vai, coloca o cd lá dentro.

Procurei o cd do jogo em meio aos outros que estavam ali e achei, o coloquei no aparelho, me sentei no sofá pegando o controle e esperei o jogo iniciar.

- Prepare-se para perder. - Blake mordeu o lábio olhando para a tv.

- Digo o mesmo para você. - sorri.

- Nunca irá vencer de mim. - ela e eu estávamos escolhendo os lutadores.

- Claro que sim, sou melhor que você. Vou matar todos os seus avatares.

- Nunca!

- Sempre.