História Incerto - Bom e ruim

Não dá. Eu simplesmente não conseguia ignorar Fox, em todo lugar que eu estivesse sempre acontecia algo que nos aproximava. Como eu conseguiria me afastar dele sendo que sempre nos encontrávamos por todos os cantos?

Ainda estava no gabinete de meu pai, Fox já havia saído, quando ele estava do meu lado eu lutei contra a vontade abraça-lo. Fox tinha me defendido! Ele corria a chance de sair da seleção, mas ele me defendeu e eu não pude nem abraça-lo.

Minha mãe ainda estava no gabinete, meu pai acabara de sair. Praticamente me joguei em um sofá que tinha em um canto da sala. Fechei meus olhos, eram tantas coisas acontecendo junto que me davam até dor de cabeça.

- Filha - chamou minha mãe já vindo na minha direção, sentando ao meu lado no sofá.

- O que foi? - perguntei e ela segurou as minha mãos.

- Promete que você vai ser totalmente sincera comigo? É sério Allyson. - disse minha mãe agora com os olhos meio tensos.

- Ok. Eu prometo - disse já preocupada com o que ela iria dizer, ela assentiu.

- Tem alguma coisa entre você e Fox? - disse e eu comecei a tremer. Merda! Merda merda merda. O que eu vou falar agora? Nunca estive em uma situação como essa! O que eu iria fazer?!

- O que você qu-quer dizer com i-isso - disse gaguejando. E ela me olhou como se tivesse tentado ler a minha expressão. Com toda certeza eu estava sem nenhuma cor no rosto.

- Allyson você sabe exatamente o que eu quero dizer. O jeito como ele te olhava não foi só para certificar que você estava bem, tinha algo a mais, eu senti. - disse e eu a encarei - Você sabe que pode me contar tudo, sou sua mãe, pode confiar em mim. - ela disse e eu abri o jogo, talvez contar para ela aliviace um pouco a minha consciência.

Ela ficou me olhando, esperando ansiosamente que eu contasse.

- Sim mãe, tivemos sim uma coisa entre nós. - disse e ela esbugalhou os olhos de uma forma que eu não sabia se era possível.

- Filha! Onde você estava com a cabeça? Como deixou isso acontecer? - disse com o rosto assustado.

- Mãe, eu juro que eu não pretendia, não foi a minha intensão. Eu juro que só foi só uma única vez e nunca mais. - disse e ela estava ofegante.

- Allyson, vou te fazer mais uma pergunta - disse e eu pensei no que viria a seguir. - Houve algo mais entre vocês? 

Entendi o que ela quiz dizer, ela estava me perguntando se nós dormimos juntos alguma vez. Nem pensei que ela poderia pensar nisso, não a culpava, pensaria a mesma coisa em seu lugar.

- NÃO! não houve nada! Não dormimos juntos. Não é nada que você está pensando. - disse rapidamente e ela assentiu.

ficamos em silêncio pelo que pareceu minutos intermináveis. Ela ficava afagando a minha mão de um jeito como se estivesse entendo o que eu estou passando. Foi aí que ela quebrou o silêncio.

- Ally - disse me acordando de dormir acordada.

- Humm - disse e ela me encarou com os olhos mais carinhosos.

- Você está apaixonada? Por ele? - disse dando um sorrisinho.

- N-Não mãe, não estou - disse e ela riu um pouco.

- Allyson, você mente muito mal. Não tenha medo, pode falar - ela falou e eu corei.

- Na verdade não... Tá, talvez eu goste um pouco dele. - disse sussurando.

Depois do que aconteceu eu sinceramente não sabia, não sabia de nada. Nunca pensei que fosse capaz de sentir "algo" mais por uma pessoa, não depois de tudo o que passei e por todos os traumas que passei.

- Filha, essa é uma situação muito complicada que você se meteu. Mas não vou me meter na sua vida, você já tem 18 anos e eu não sou mais sua babá, você decide o que é melhor para si mesma. - disse eu me desesperei, queria que ela me ajudasse.

- Mãe, não me deixa sozinha nessa, por favor, minha vida está virado de cabeça para baixo depois que tudo isso aconteceu. Nunca aconteceu algo parecido com você? Nunca teve ninguém que fizesse você se sentir confusa o suficiente pra quase pirar? - disse e ela engoliu em seco.

Ela olhou em volta vendo se tinha alguém espiando, quando teve certeza que não tinha ninguém começou a falar.

- Filha isso vai ficar só entre nós, entendeu? - disse ela de repende e eu assenti -  Sim, tinha uma pessoa. Eu tinha 14 anos na época, namorávamos escondidos. Ficamos namorando escondido durante 2 anos.

- DOIS ANOS?! - disse, na época ela devia está muito apaixonada para esse namoro clandestino ter durado esse tempo todo.

- Sim, muito tempo. Nos encontrávamos sempre que podíamos, em uma casa da árvore que tinha em minha antiga casa. Eu estava completamente apaixonada por ele, pensei que iríamos nos casar e viver juntos para sempre, mas como pode ver é completemente diferente do que eu esperava. - disse sorrindo se lembrando de tudo.

- Nossa! Qual era o seu nome? - perguntei curiosa.

Ela inspirou fundo e disse:

- Foi o general Leger filha - disse e eu paralisei, não acredito nisso! Ele vive nos castelo! Como ele veio parar aqui?

- General leger?! Não acredito. Como isso? Mãe agora você vai ter que explicar.- disse e de repente o medo tinha passado e eu estava mais relaxada.

- Calma filha - disse e riu - Eu amo muito o seu pai, mas tive esse outro amor antes dele. Ele me pediu para entrar na seleção, pensei que iríamos casar e viver a vida inteira juntos. Mas ele era da Castra 6 e eu da 5, ele achava que a nossa vida seria muito difícil juntos, por sermos pobres, eu chorei muito quando isso aconteceu, quando ele tomou essa atitude de terminar comigo. Ele disse que não custava nada me inscrever, eu não queria participar da seleçao, mas aqui estou eu, casada com seu pai e sou a mulher mais feliz do mundo ao seu lado. - dise e parecia uma história de filme.

- Mas você não disse como ele foi para aqui. - disse e ela se lembrou desse detalhe.

- Ahh sim sim. Ele se alistou no exército e acabou parando aqui como guarda do palácio. Foi difícil no começo, apesar que ainda estava muito magoada com ele, eu ainda me sentia balançada. Ele tentou me pedir desculpas várias vezes e eu as aceitei, mas com o tempo e com a seleção seguindo em frente fiquei cada vez mais próxima de seu pai e comecei a amá-lo mais que qualquer coisa. Sempre foi Maxon, não havia triângulo amoroso nenhum, eu era totalmente dele e ele era totalmente meu apesar das outras meninas da seleção. Foi aí que casamos. - disse e sorriu com a palavra casamos.

- Não sei nem o que dizer, agora o meu problema parece bem menor do que o seu foi, não me imagino no seu lugar.- disse e ela pegou a minha mão novamente.

- Filha, eu achei a minha felicidade, eu tenho vocês, eu tenho Maxon, eu tenho amigos como General Leger ao meu lado, não posso ser mais feliz que isso e o que eu mais desejo é que vocês encontrem a felicidade como eu a encontrei. Sei que Ahren já encontrou e apesar de Eadlyn não querer a seleção no começo tenho esperanças de que vai encontrar alguém. E você filha, apesar das circunstâncias, sei que você gosta um pouco dele e fico feliz, apesar dessa situação ser complicada. Vejo em seus olhos a sua agonia de não poder conhece-lo como qualquer outra pessoa faria. - disse e colocou uma mecha de meu cabelo atrás da minha orelha.

- Não sei o que eu faço mãe... - disse desesperada.

- Não faça nada, deixe rolar, deixe o destino agir sozinho como eu fiz no passado. Acredito que o melhor vai acontecer, confio nisso e acho que você também deve confiar.

Ela me abraçou forte e ne senti acolhida e até melhor, foi ótimo poder falar para ela o que estava sentindo e saber que não só Anabelle entendia o meu lado.

- É melho eu ir, não sei se Mathew ainda vai me dar a aula hoje - disse já me levantando.

- Não se preocupe, hoje já deu o que tinha que dar, falei com Mathew e você não terá aula hoje, tem a tarde livre.

- Obrigada mãe - disse e a abracei novamente. Pelo menos teria a tarde livre.

A tarde e a noite passaram como um borrão e fiquei pensando a noite em tudo que minha mãe me disse e em como ela me entendia como mais ninguém.

Infelizmente essa noite não foi tranquila como as outras, tive o mesmo pesadelo de sempre. Não estranhei, sempre tive esse pesadelo, mas não sabia porque ele tinha cessado durante umas noites. 

Quando me acalmei e parei de gritar fui até a minha sacada para respirar um pouco. Fiquei pensando em nada e em tudo ao mesmo tempo e isso foi bom e ruim ao mesmo tempo também.