História Aftertaste - É que eu te acho bonita.

Encaro Andrew pelos ombros de Justin,  está com as mãos na minha cintura. Ele me olha de repente, e me solta aos poucos. Andrew nos encara sério enquanto se aproxima.

— Mas que pouca vergonha é essa na minha escola? Selena, aqui não é lugar para esse tipo de coisa. E se uma criança entra aqui e vê você e esse cara, que ainda é pai de uma das alunas. O que vão pensar da escola?

Uou! Andrew está muito revoltado, mas ele acha que tem direito de dizer algo.

— Escute aqui, Andrew. Primeiro: você não pode falar assim comigo, segundo... — sou interrompida por Justin.

— Não, Selena, ele está totalmente certo. — Han? Justin, está maluco?

— Olha, cara, eu realmente peço desculpas. Você está certo, não podemos ficar nos beijando assim, apesar de ser difícil de me controlar perto dela. Já viu como ela é o sonho de qualquer homem? — eu sorrio. Agora acho que entendi o que ele está tentando fazer. — Você está certo. Que horror! Beijar aqui? Claro que não pode. Mas talvez transar na sala da direção possa, assim como o senhor fez. A gente vai para lá da próxima vez, Selena. — quando justin termina, a cara de Andrew de séria vai para espantada. A minha não está muito diferente, apesar de eu ter achado engraçado, de certa forma.

Justin bate nos ombros de Andrew e me olha em seguida. Um silêncio se instala no ambiente.

— Amor, eu vou te esperar no carro, okay? — ele vem até mim e pega no meu rosto, dando-me um selinho de leve. — Opa! Eu me esqueci. Não pode beijar, desculpa St. Steves.

O rapaz me solta e olha para Andrew, saindo logo em seguida, me deixando com o homem de feição fechada.

Começo a guardar o restante das coisas, para então pendurar os desenhos no mural. Andrew continua parado de braços cruzados.

— Então quer dizer que você está namorando o pai de uma aluna? E ainda está contando nossa intimidade para ele? — sua voz sai em um tom meio raivoso.

Justin o tirou do serio.

— Primeiro: eu não contei intimidade alguma, eu contei o que você fez comigo. Segundo: não estou namorando, mas se eu estivesse, você não teria nada com isso. E terceiro: eu não te devo explicações. A única relação que temos é de trabalho, fora isso, nada. — olho para ele com uma certa raiva.

— A gente pode não estar mais juntos, mas enquanto eu não assinar aqueles papéis, você ainda é minha mulher. — ele fala, exalando um pouco a sua voz irônica.

— Ah, então faz o seguinte: se na sua cabeça eu ainda sou sua mulher por causa da droga dos papéis, essa sua mulher aqui está te traindo. Agora, se me der licença, eu tenho que sair com o meu amante. Tchau, maridinho!

Recolhi minha bolsa e meu casaco que estavam na cadeira. Andrew me encara raivosamente antes de me ver sair da sala com um sorriso debochado.

Quando chego ao lado de fora, Justin está parado com a perna encostada na porta do seu carro e as mãos dentro dos bolsos. Olhando assim, ele até parece um típico garoto do colegial, mas ao observar sua fisionomia mais velha, percebe-se que ele é um homem, e muito belo. Justin tem um ar tão sexy que é tentador não ter transado com ele ainda, mas tudo tem o seu tempo.

— Então, gatinha, o babaca falou algo? — ele pergunta, com aquele sorriso sacana que eu tanto gosto.

— Ele ficou com bastante raiva, você conseguiu tirá-lo do sério. Mas quer saber? — chego perto do seu ouvido e falo sussurrando: — Eu adorei!

Justin me olha com um sorrisinho galanteador e agarra minha cintura.

— Não faça mais isso. Sussurrar assim em local público é muito tentador. — abro um meio sorriso e beijo sua bochecha.

— É tentador por quê? — pergunto, me fingindo de desentendida.

— Porque acaba criando uma tensão sexual. — é impossível segurar a gargalhada quando ele fala isso.

— Oh, Justin, você é engraçado demais. Vamos logo. — ele me olha franzindo o cenho e labendo os lábios.

— Estou falando a verdade, gatinha.

— Justin, vamos logo.

— Okay, okay. — o rapaz abre a porta do carro e eu entro em seguida, partindo para uma tarde divertida.

(...)

Depois de termos passado a tarde juntos, somente conversando e nos beijando, chegamos à frente do meu apartamento. Ainda dentro do carro, tiro o cinto de segurança e me ajeito olhando para o belo homem a minha frente.

— Eu não sabia que você gostava de fazer isso. — falo, e ele me olha com um meio sorriso

— O quê? Sair para ver filme e conversar? — Justin vira a cabeça, gentil.

— É! Você não parece curtir essas coisas.

— Assim, curtir, curtir eu não curto, não, mas a companhia eu curto, então... — eu sorrio com o que ele acaba de dizer.

— Você é um fofo, sabia?

— Ah, sério? Minha intenção é ser sexy, mas acho que ainda tenho que trabalhar nisso — o que acho melhor em Justin é sua capacidade de me fazer rir facilmente, e é o que estou fazendo agora.

— Acho melhor eu entrar, sabe? Tenho uma bela noite comigo mesma, hoje. — comento, visto que Ashley teve que viajar por ser gerente de uma loja bastante sofisticada. Ela precisou ir à cidade ao lado para checar novas encomendas, mas amanhã estará de volta.

— Como assim? — Justin pergunta

— Ashley vai passar a noite fora, a trabalho. Então, vou ficar sozinha pela primeira vez. — falo enquanto faço um pequeno coque nos cabelos.

— Se tivesse como, eu ficaria com você para não ficar sozinha.

— De qualquer forma, obrigada.

— Mas espere! — exclama. — Por que você não dorme no meu apartamento? — de repente, estou espantada.

— O quê? Não, Justin. — eu não devo aceitar isso.

— Qual o problema? Somos amigos, né? Super de boa você dormi lá.

— Sim, mas você não acha estranho? E também tem a Roxie, Justin. — realmente pode ser desconfortável para a filha dele ver sua professora dormindo na sua casa.

— Não é nada estranho, e a Roxie te adora, não tem problema nenhum. Vamos, vai? — ele me olha com uma carinha pidona, que é quase impossível não aceitar a proposta.

— Tudo bem então, mas se eu ver que é desconfortável, volto para casa. — digo enquanto o loiro abre um belo sorriso.

— Ok, gatinha, você quem manda. — Justin levanta as mãos em um sinal de rendição.

— Mas já que estamos aqui, vou subir para pegar umas coisas. Você me espera ou quer vir junto?

— Eu espero aqui. — ele responde.

Abro a porta do carro e vou em direção ao meu apartamento para pegar algumas coisas que talvez irei precisar.

À noitinha

Estou no banheiro com Roxie agora. A pequena mocinha se encontra dentro da banheira com alguns brinquedos boiando enquanto eu me sento no chão com as mãos na água. Justin ainda está na cozinha fazendo o jantar.

— Você e o papai estão namorando titia, Selena? — Roxie tem uma forma engraçada de perguntar sobre isso.

— Não, minha princesa, nós somos apenas amigos. — não acho que Roxie tenha que saber o que realmente está acontecendo entre mim e Justin, ela é muito pequena para entender. Principalmente se não der certo o que temos.

— Olha, eu não sou bobinha, tá? Eu sei que vocês estão namorando, mas querem esconder. Tudo bem, eu finjo que não sei. — é impossível não sorrir quando ela diz isso, e ao perceber o quanto ela é esperta.

— Você é uma garotinha muito inteligente. — falo, passando as mãos nos seus cabelinhos molhados enquanto ela sorri e pega sua pequena boneca.

Um som na porta nos faz olhar para a mesma.

— As mocinhas aí, o jantar já está pronto. — Justin coloca a cabeça para dentro do banheiro.

— O que teremos para o jantar, papai?

— Na verdade, eu não fiz, achei melhor pedir pizza.

— Eba! Eu amo pizza. — Roxie se levanta da banheira, eu pego sua toalha, enrolando a pequena na mesma.

— Pode deixar que eu ajudo ela a se vestir. Nos espere na sala. — falo para Justin e vou com Roxie em direção ao seu quarto.

Ajudo a pequena a garotinha a se vestir e logo depois vamos para sala. A noite passa a ser agradável ao lado de Justin e Roxie. Comemos pizza e conversamos sobre diversos assuntos, eu percebia o quanto Justin é um ótimo pai para Roxie. Além de ser atencioso, ele é extremamente carinhoso. Pude perceber isso nos momentos em que estivemos juntos, ele comigo é o Justin pegador, mas quando estamos na presença dela, ele é o pai responsável, e isso me encanta cada vez mais.

Quando a noite está chegando ao fim, Justin leva Roxie para o quarto enquanto vou até o banheiro tomar um banho quente. Demoro alguns minutos, mas quando saio do banheiro que fica no quarto do Justin, ele está sentado em sua cama com as costas pousadas na cabeceira, sem camisa e só com uma calça de moletom. E bom, eu de camisola.

Quando Justin me olha, sinto como se ele estivesse me encarando nua. Seu olhar é tão cheio de desejo, e é quase impossível não imaginar o que ele está pensando.

Assim que me deito na cama, olho para o loiro, que me encara desde a hora que eu saí do banheiro.

— O que foi, Justin ? — pergunto, franzindo o cenho

— Nada. — ele se endireita melhor na cama e fica de lado, voltando a me encarar.

— Ah, Justin, quer parar? Você fica me olhando desse jeito, todo... Sei lá. — falo, gesticulando com as mãos e ficando de lado olhando pra ele.

Justin abre um sorriso e seu olhar vai em direção a minha boca. O pouco que o conheço já me deixa saber perfeitamente sobre o que ele pensa, mas eu me faço de boba. Gosto de vê-lo louco por mim.

— É que eu te acho bonita.

— Aham, entendi.

Justin cai na cama e põe as mãos nos rostos, soltando uma bufada de ar, logo em seguida, passa os dedos nos cabelos como se fosse um ato impaciente. Ele respira fundo e me olha. De repente, seus lábios estão nos meus. Ele me beija lento, mas com muita vontade. Percebo pelo modo como impulsiona meu corpo a se deitar na cama, enquanto o dele está quase por cima. Seus lábios começam a demonstrar o desejo com a rapidez que ele impõe, eu mordo o inferior de leve e aquilo o faz sorrir entre o beijo.

O calor de sua boca começa a descer pelo meu pescoço e é impossível não soltar um gemido quando sinto suas mãos apertando meu seio esquerdo. Sinto sua ereção batendo em minha coxa enquanto seus lábios descem até minha clavícula.

— Você é muito gostosa. — ele susurra e volta a me beijar; passo minhas mãos por suas costas e Justin cada vez mais impulsiona seu corpo para cima do meu. Quando sinto suas mãos irem a minha calcinha por debaixo da camisola, paro os beijos e o olho sorrindo.

— Vamos dormir? — ele me olha espantado.

— O quê? Dormir? Agora? Você está brincando, né? — Justin pergunta rindo.

— Não, estou falando sério. Já está tarde, eu estou com sono. — falo, empurrando seu corpo e virando de costas para ele me cobrindo com o lençol.

— Selena! Qual é, cara? Eu estou de pau duro aqui, não faça isso comigo. — a vontade de rir é imensa, eu chego a ficar com dó dele, mas preciso saber o quanto ele vai resistir.

— Só lamento, Justin, não posso fazer nada por você. — estou quase enfiando a cara no travesseiro de tanta vontade de rir.

— Claro que você pode, é só me deixar colocar as coisas nos lugares, vai ser rapidinho — ele fala agoniado.

— Justin, vai dormir ou tomar um banho gelado, sei lá. Boa noite. — fecho os olhos levemente.

— Selena? Ei, Selena! — sinto seus dedos cutucando meu ombro, porém não respondo, logo depois suas mãos começam a sacudir meus ombros.

— O que foi, Justin ? — pergunto. Então olho para trás.

— Vamos transar. — sua voz soa manhosa com um sorrisinho fofo.

— Justin, vá dormir. — falo e me viro novamente.

— Você é uma pessoa muito má — agora uma risada sai, Justin está desesperado.

Alguns minutos se passam, e quando já estou quase dormindo, escuto sua voz de novo.

— Oh, Selena?

— Fala, Justin — estou ficando sem paciência.

— Já passo um tempo, vamos transar agora.

— Ah, meu Deus, você não desiste, não, Justin? Vá dormir. — estou começando a achar que isso foi uma péssima ideia.

— Não custa tentar, né? — tadinho! Estou ficando é com dó dele. — Oh, Selena...

— Justin, se você falar alguma coisa relacionada a sexo mais uma vez, eu vou sair daqui e dormir na sala.

Justin quando quer ser irritante, consegue.

— Eu só ia perguntar se posso te abraçar para a gente dormir abraçadinhos. — fala, todo fofo.

— Pode, Justin — então, ele vem e me abraça.

— Boa noite, gatinha.

— Boa noite, Justin.

Adormeço nos braços dele.Os acontecimentos da noite foram engraçados, mas me fizeram perceber que talvez Justin não vá me tratar como as outras.

No final, foi uma ótima noite, com uma ótima companhia.