1. Spirit Fanfics >
  2. Again and Again >
  3. Prólogo: Primeira Vez

História Again and Again - Prólogo: Primeira Vez


Escrita por: Laminis

Notas do Autor


Olá olá! Bom vê-lo aqui, pessoa!

The Legend of Zelda é um de meus jogos favoritos, e recentemente joguei mais uma vez o "Ocarina of Time" e o "Twilight Princess". E depois da ótima sensação de nostalgia, tive essa ideia de escrever essa short fiction. Não será muito comprida eu acho.
Brevemente explicando: essa fanfiction retrata um final diferente para o jogo de "Ocarina of Time". Eu admito que não gostei muito do final, mas seria complicado explicar o porquê agora.
Só saibam que a ideia surgiu daí, e os detalhes foram vindo de maneira a me ajudar a completar toda a estória.

Ademais, nada tenho a comentar.
Aos fãs de The Legend of Zelda, espero que gostem. Àqueles que só estão aqui por curiosidade, espero que gostem. Aos fantasminhas do site, espero que gostem.

Capítulo 1 - Prólogo: Primeira Vez


Fanfic / Fanfiction Again and Again - Prólogo: Primeira Vez

Prólogo

r i m e i r a   e z

{...}

A primeira vez que o viu fora nos jardins do palácio. Ele havia passado pelos guardas de maneira furtiva e silenciosa. Furtiva e silenciosa por demais para uma criança da idade dele.

Da idade deles.

Era um garoto de pele pálida, dos cabelos loiros sujos como as areias dos Vales dos Gerudos. Suas roupas verdes mostravam que ele vinha da Floresta Kokiri.

Ele era o garoto que vira em seus sonho, em sua visão. Ele era o garoto vestido de verde, acompanhado da fada que saía do meio das nuvens negras, o raio de luz vindo da floresta que as partiria ao meio, iluminando a superfície de toda Hyrule.

Ele era a figura que surgia da luz, segurando a luminosa Pedra Espiritual da Floresta, uma jóia verde e brilhante, enquanto seus olhos mesmo eram como tais jóias: azuis e brilhantes, como as águas do Lago Hylia.

Mas em realidade eles não eram assim. Não eram brilhantes, como em sua visão. Eram escuros, sem brilho. Era como se estivesse olhando para o centro de uma tempestade: sombria, sem luz. Era como se ele fosse parte da escuridão que estava prestes a tomar conta de todo o reino.

Mas ainda assim, era o garoto de seus sonhos. Era o garoto da Floresta Kokiri, que em sua posse trazia a Pedra Espiritual. Era o garoto acompanhado da fada.

— Oh — Zelda murmurou, acordando de seus pensamentos — Empolguei-me tanto com minha estória que até esqueci de me apresentar corretamente... — sorriu levemente — Eu sou...

— ...Zelda.

A voz dele cortou a sua. Sua voz era baixa e um tanto rouca para uma criança de nove anos – ou ao menos noves anos era a idade que achava que ele tinha. Piscou.

— O quê?

— Você é Zelda — a voz dele soou mais uma vez. Ela notou que, quando ele dissera seu nome, era como se seu olhos escurecessem ainda mais. — Você é a Princesa de Hyrule.

Zelda arregalou levemente os olhos, então tombando a cabeça para o lado.

— Como sabe disso? — perguntou, curiosa.

Aquele rapaz lhe trazia uma sensação de inquietude e ao mesmo tempo… nostalgia.

O garoto riu. Foi breve e curto, mas ela pôde identificar o som de uma risada vindo daquele que era acompanhado pela fada.

— Eu seria um tolo por não saber quem é a filha daquele que governa estas terras, não?

O Kokiri perguntara, com sua voz sugerindo que ele zombava dela. Zelda piscou, atônica com a maneira na qual ele se comportava em relação à ela.

Por ser da família da realeza, Zelda era sempre tratada com enorme respeito pelas outras pessoas. Criados, cidadãos, cavaleiros… Todos sempre baixavam seus olhos quando ela passava.

Mas esse garoto… Ele era diferente.

Ele não desviava o olhar do dela. Pelo contrário, ele o mantinha. O mantinha com tanta intensidade que a fazia se sentir desconfortável, fazendo com que seus olhos se desviassem dos dele.

Sentia que ele podia facilmente encarar por dentro de si, vendo sua alma.

Ela pressionou os lábios levemente juntos, olhando brevemente para as próprias mãos para depois encará-lo.

— Eu suponho que isso faz sentido — riu, apertando os dedos juntos. Estava nervosa – e estranhava tal fato — Qual o seu nome?

Os olhos do garoto, pela primeira vez, se baixaram. Eles agora eram pálidos, o tom mais próximo dos dias cinzentos que pintavam Hyrule. Eles estavam agitados, como se algo o incomodasse profundamente. Era quase como se ele sentisse dor.

— Link… Meu nome é Link.

Link, sua mente gritou. Ela se sentiu um tanto tonta, cambaleando. Suas pernas ficaram fracas, e teve de se segurar na parede atrás de si para não cair. Link, o nome soou. Era quase como o soprar do vento que soprava os seus cabelos loiros toda manhã quando ela encarava os jardins do palácio através da bancada de seu quarto.

Tão familiar.

— Princesa?

Ela ergueu a cabeça, encontrando o azul das órbitas de Link. Elas eram grandes e profundas, e Zelda sentia que poderia se afundar nelas. Afundar nas águas que pintavam os olhos preocupados do garoto.

— Link…?

Ela sussurrou, uma onda se apossando de sua mente. Dentro da onda, viu um rapaz e uma moça, mais altos e, notavelmente, mais velhos, lado a lado. Ambos tinham os cabelos loiros e olhos azuis. O rapaz, vestido em roupas verdes, olhava para a moça, vestida em trajes coloridos que indicavam um alto status. Ele então retirou um objeto azul de seu bolso, estendendo-o para ela. Zelda tentou centralizar sua atenção na peça cor de anil, mas assim que a imagem se focalizou, a memória sumiu. Como poeira jogada ao vento.

Ela piscou, encarando o cenário agora à sua frente.

Encontrou a face de Link, que se precipitara para perto dela. Ela podia notar pelos traços de seu rosto suave que ele estava ansioso. Seus olhos estavam como os céus antes de uma tempestade de chuva. Parecendo esperar pela queda d’água.

Ele estava exatamente do mesmo jeito, parecendo esperar por algo. Mas era algo que ela não compreendia.

— Link… — repetiu, se endireitando. Ela suspirou — Estranho… Este nome soa, de alguma forma… Familiar.

Link, antes próximo, se afastou. Seus olhos se desviaram dos dela mais uma vez, escurecendo. Como se a chuva que os céus esperavam não viesse. Zelda franziu o cenho.

— Eu imagino — ele comentou, finalmente voltando sua atenção para ela. Seus olhos estavam em seu estado normal – na verdade, era como se nada houvesse acontecido — Mas o que faz aqui, se posso perguntar, Princesa?

A questão quase a fizera pular, tirando sua distração de vista. Ela voltou o olhar rapidamente para a janela pequena, por onde olhava para o salão dentro do palácio, notando que ele ainda estava lá.

Virou-se novamente para Link. O garoto de verde tinha sua total atenção nela.

— Para que entenda, eu devo explicar a lenda do Reino Sagrado, que tem sido passada pela Família Real de Hyrule por muito tempo.

Ela explicou. Explicou sobre as Três Deusas que deixaram a Triforce com os poderes dos deuses em algum lugar em Hyrule. Explicou sobre como a Triforce concede a quem a segura os seus desejos, sejam eles bons ou maus; em como o reino estaria ameaçado nas mãos do mal, e em como os Antigos Sábios construíram o “Templo do Tempo” para protegê-la. Explicou como o Templo era também uma entrada pela qual se poderia ir ao Reino Sagrado através daquele mundo, e como era selado pela “Porta do Tempo” que, para ser aberta, seria necessário não só as três Pedras Espirituais, como também a “Ocarina do Tempo”, tesouro que era passado de geração para geração na Família Real.

E Link ouviu tudo, pacientemente. Zelda não notou mudanças em sua expressão enquanto ela lhe dizia a estória, entretanto. Era quase como se ele já tivesse ouvido a explicação antes. Quase como se ele mesmo soubesse a lenda toda por si só.

Mas tudo mudou quando ela mencionou o Gerudo que observava. O Gerudo que, em seus sonhos, era o que simbolizava as nuvens escuras que trariam a tempestade de destruição para todo o reino.

Link se precipitou para a janela. Ela o viu tensionar os ombros, e suas mãos apertarem a muralha de pedra com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos. Ela viu a mandíbula do rosto suave congelar, e as órbitas azuis mudarem, enquanto o garoto Kokiri encarava o Gerudo que se locomovia pelo salão.

Ele era alto, da pele de cor escura e dos cabelos flamejantes. Sua armadura exterior tinha desenhos complexos pela maior parte do corpo, assim como panos do Deserto Gerudo que possuíam traços vermelhos e azuis neles, com ombreiras, manoplas e armaduras nos joelhos negras, espinhos e jóias douradas acopladas nelas. Seu rosto tem um nariz fino e comprido, e seus olhos são amarelados, com as pupilas vermelhas.

Zelda já as vira antes.

Em seu sonho, no meio da tempestade, os olhos demoníacos de Ganondorf surgiam no centro das nuvens escuras, como se mostrando que elas eram a causa de toda destruição. Como se mostrando que eram o perigo que pairava sobre a terra de Hyrule.

E ela sabia que eram.

Ganondorf se ajoelhou no meio do salão do trono, num ato puramente falso. A ação fez Zelda se desligar de seus pensamentos. Ela se voltou para Link, imóvel ao seu lado.

— Aquele é…

— Ganondorf — Link a cortou, falando entre dentes.

A mandíbula estava cerrada, e seus olhos estavam mais uma vez agitados. Agitados com o que ela diria ser fúria. A fúria que já vira, uma vez, nos olhos dos soldados antes de irem para a batalha.

— Ele é o líder dos Gerudos. Eles moram na região do Deserto até a parte Oeste — explicou, curiosa com a expressão demonstrada pelo garoto acompanhado da fada — Você o conhece?

Os dedos finos de Link se soltaram da pedra, enquanto ele se virava para ela. A expressão em seu rosto desaparecera mais uma vez. A mandíbula estava mais uma vez em seu estado normal; seus olhos voltaram para o mesmo estado nublado de antes.

— Já o encontrei uma vez — começou. E então suspirou, encarando os próprios pés — Não foi agradável.

Zelda o observou. Por algum motivo, seu peito se apertou ao observar o garoto de verde que vira em sua profecia. Ele era a luz que Hyrule precisava. Entretanto, não entendia como a luz de Hyrule poderia ser tão melancólica. O semblante de Link era cansado, como se ele tivesse partido numa jornada muito longa e ainda não a tivesse completado. Como se seu cansaço tivesse durado por toda a sua vida.

Ela não conseguia imaginar o que o fizera ficar assim.

Link ergueu o olhar, notando-a ali, a encará-lo. Zelda se viu, mais uma vez, engolida pela imensidão escura de suas órbitas azuis. Sentia que poderia mergulhar nelas. Ela arregalou as próprias quando notou que encarava demais - além de ter sido pega fazendo-o - e desviou sua visão de Link, direcionando-a então para o Gerudo.

— Apesar de ele jurar lealdade ao meu pai, tenho certeza de que não é sincero — ela voltou a falar, sentindo frustração — As nuvens escuras que cobriram Hyrule em meu sonho… — apertou os dedos contra a palma das mãos — Tenho certeza que representam aquele homem.

Ela então suspirou, um peso caindo em seus ombros — Eu já disse a meu pai sobre o sonho –mas ele não acredita que seja uma profecia. — ela olhou para o céu, em exaspero. Ele era azul, dois tons mais claros que os dos olhos de Link

— Mas eu consigo sentir as intenções dele! Ganondorf está atrás da Triforce, e deve ter vindo para Hyrule somente para obtê-la! — ela se virou para o garoto de verde, que tinha toda sua atenção voltada para ela — Link, nós temos que pará-lo! Temos que proteger Hyrule!

Olhou para Link, esperando. Ela notou ele se demorar a encarar os traços de seu rosto. Seus olhos, nublados, passearam pelos dela, notando os cílios dourados e compridos que tocavam o início de suas bochechas. Ela sentiu que se amornavam por conta da pressão que as órbitas do garoto exerciam.

— Tudo bem — ela expirou, aliviada, quando ele falou — Eu a ajudarei, Princesa.

Zelda sorriu, acabando por tomar as mãos deles por entre as suas — Obrigada!

As mãos dele, somente um pouco maiores que as dela, eram frias, e Zelda demorara a continuar sua fala quando as tocou. Eram suaves, como as de uma criança deveriam ser, com exceção de uma pequena cicatriz, localizada na região próxima do pulso. Era fina e branca, e parecia recente.

Sem notar, seu polegar a acariciou de leve. Era macia ao toque.

Sentiu Link estremecer com a ação e, entretanto, não o soltou.

Por algum motivo, não queria.

Algo no garoto acompanhado pela fada a fazia se sentir confortável, mesmo sob sua postura intimidante.

Ele não a tratou como todos os outros: com medo, desviando o olhar do dela por conta da diferença de status. Ele a tratou como uma igual. Ele a tratou do jeito que achava que deveria ser tratada: como uma criança, que era o que ela era.

Que era o que eles eram.

Zelda ergueu o rosto lenta e temerosamente. Seu olhar passou pela túnica Kokori em seu corpo de menino; pela espada e o escudo de madeira presos em suas costas finas; pela fada que voava, estranhamente quieta, ao seu lado. E então pararam em seu rosto.

Ela quase engasgou.

Os olhos de Link, pela primeira vez, estavam do jeito que os vira em seu sonho: azuis e brilhantes, como as águas do Lago Hylia. Estavam do jeito que deveriam ser: os olhos luminosos de uma criança que não vira a maldade do mundo ainda.

 

(...)

 

Ela observou Link passar pelos portões do jardim junto de Impa, enquanto a Sheikah o escoltava para fora do castelo.

E assim que não estavam mais sob sua vista, e tudo que ela pôde ouvir eram as vozes dos guardas que patrulhavam o jardim ao lado, trocando de lugar, imagens vieram em sua mente quase que logo após: o brilho dos olhos de Link quando ela segurou suas mãos frias por entre as dela, quentes; a maneira como ele a encarava com intensidade enquanto lhe escrevia a carta que daria permissão a sair para a missão; o seu sorriso melancólico e até mesmo nostálgico assim que encarou a caligrafia apressada da princesa, como se já tivesse visto-a antes.

E como se aquilo lhe trouxesse dor.

Ela apoiou o rosto sobre a palma da própria mão, o cotovelo apoiado nos joelhos. Zelda sabia que aquele era o garoto de sua profecia. Não que tivesse dúvidas antes, mas assim que viu os olhos brilhantes de Link, que eram os mesmos de seu sonho, toda e qualquer incerteza sumira como fumaça cinzenta.

Ela sabia que aqueles eram os mesmos olhos. Sentia isso.

Sentia que os vira antes. Sentia que os conhecia, embora não soubesse como isso poderia ser possível: ela nunca se encontrara com o menino Kokiri previamente.

Então por que a sensação de que nostalgia a preenchera assim que se viu presente na companhia ele?

— Princesa?

A voz perto de si a fizera despertar, e Zelda deu um pequeno salto no local onde estava. Ela ergueu o rosto para olhar para a figura que tapava os raios de sol, formando uma longa e fina sombra sobre ela.

— Oh, Impa — murmurou, sorrindo levemente — Eu não percebi que estava aí.

Ela nunca percebia. Os Sheikah eram extremamente silenciosos, uma raça  que fora fiel à família real ao longo de décadas. E Impa não era diferente.

A mulher era esguia e elegante, sua armadura púrpura e reluzente contrastando contra o corpo de pele escura. Seus cabelos, curtos e presos na parte baixa de sua nuca por um tecido elástico, eram desprovidos de cor - e Zelda não sabia se antigamente eles possuíam alguma.

Assim como os fios capilares, as sobrancelhas de Impa eram claras como gelo.

Seus olhos eram vermelhos, um tom mais claro que sangue, envolto por tinta branca em formatos que mostravam a sua origem do povo Sheikah.

— Você estava pensando — ela falou. Seus lábios finos e arrebitados se moveram quando ela o fez.

E então, Zelda notou, que ela não fazia uma pergunta.

— Você nunca passa tanto tempo em silêncio a não ser que esteja tentando resolver algo — Impa continuou — O que está em sua mente inquieta, Princesa?

A menor riu, envergonhada. Impa parecia saber tudo que se passava em sua cabeça.

— É o garoto Kokiri?

Ela arregalou os olhos quando ouviu a Sheikah mencionar Link. Suas bochechas se aqueceram ao pensar nas órbitas azuis do menino.

— Sim… — ela afirmou, desviando seus olhos dos de Impa — Estou pensando em Link.

Ela suspirou, olhando para o céu. O tom de azul que aparecia por entre as nuvens agora era somente um tom mais claro que a cor dos olhos dele.

— Há alguma coisa… Tem algo nele que é… Diferente — ela sentia a atenção de Impa sobre si, perfurando-lhe a nuca — Ele não é uma criança normal…

Ela exasperou — E eu tenho essa sensação… inquieta em meu peito — ela tocou o próprio corpo ao dizer — Uma sensação que nunca senti antes… até encontrá-lo.

Queria dizer mais. Queria falar sobre a breve visão que teve, do rapaz e da moça que se assemelhavam a algo que já vira anteriormente. Algo que parecia estar trancado no fundo de sua mente. Mas não diria. Não poderia.

Queria pesquisar sobre tal assunto por si mesma. E, preferencialmente, achar uma resposta para tal.

Ela voltou-se para a mulher mais alta.

Impa baixou seu olhar para o dela, parecendo esperar por mais algo. O sol, parcialmente escondido sob as nuvens, iluminou seus cabelos brancos e sua pele escura, fazendo com que suaa beleza do povo Sheikah fosse ainda mais ressaltada.

— Estou soando de maneira muito surreal? — sussurrou, insegura.

— De maneira alguma, Princesa. Eu mesma tive esse pressentimento — as palavras que ela dissera no momento seguinte quebraram os pensamentos de Zelda.

A menor franziu o cenho.

— Como assim? A que se refere?

A Sheikah não respondeu logo após. Ela levantou a cabeça, colocando-a na posição frontal. Zelda pôde ver seu perfil, enquanto a mais velha pensava em um jeito de colocar tudo o que pensava para fora.

— Aquele garoto não possui o brilho nos olhos que normalmente se vê em uma criança.

No momento seguinte, a imagem dos olhos de Link vieram em sua mente: seus olhos eram nublados e escuros, um tom de azul que parecia se misturar a tudo. Lembrou do breve momento onde eles mudaram, como se o sol mandasse sua luz diretamente a eles. Lembrou do brilho que vira ali, enquanto segurava as mãos dos garoto.

As mãos de Link eram finas e suaves ao toque. Até mesmo pequena cicatriz ali era macia.

— Eu também notei o semblante dele — comentou, os momentos de suas conversas voltando à mente — Mas será que não era porque ele estava cansado?

Impa negou com a cabeça logo após, balançando-a uma vez para suas laterais. Ela parecia encarar um ponto distante, um que Zelda não poderia encontrar com seus próprios olhos. A Sheikah suspirou, antes de começar a falar novamente

— Ele aprendeu a Melodia de Zelda rápido demais — falou — Uma só vez ouvida, a melodia soou perfeitamente através da ocarina do garoto — pausou, pressionando as juntas dos próprios dedos — Sem pausas, nem erros... Ele não poderia ter aprendido tão rápido se estivesse exausto — Impa colocou as mãos sobre o queixo — Embora…

Zelda esperou que ela completasse, mas tudo o que ouviu foi os cantos dos pássaros que voavam ali pelo jardim. A protetora estava completamente quieta.

Ela se precipitou em direção da Sheikah, curiosa — Embora…?

A mulher balançou a cabeça — Nada, só… Era como se ele já soubesse de tudo que eu ia dizer. — mordeu o lábio inferiores levemente — Quando estava prestes a direcioná-lo para a Montanha da Morte, ele já se preparava para sair, dizendo que iria para a vila que havia ali - a vila que eu cresci.

O momento na qual explicava para Link sobre a lenda voltou em sua mente, a falta de expressão em seu rosto, como se não estivesse ouvindo nada de novo. Ainda estranhava aquele acontecimento.

— E aqueles olhos…

A voz de Impa a despertou.

— O que mais tem os olhos? — Zelda perguntou, suas mãos apertando-se uma contra a outra num ato nervoso.

Á medida que falava, Impa virou a cabeça para fitar a Princesa — Aqueles olhos não deveriam pertencer ao garoto fada. Tão sem brilho, cheios de escuridão e sofrimentos… Aqueles são os olhos de alguém que já viu todo o mal desse mundo, Princesa. 

Zelda prendeu a respiração enquanto a Sheikah pronunciava a última frase.

— Aqueles são os olhos de quem sofreu por vezes, vezes e mais vezes — suspirou — Aqueles não deveriam ser os olhos de uma criança.


Notas Finais


Era para ser um CURTO capítulo, mas imagino que não sei o significado de CURTO.
Anyways... O que acharam?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...