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História Agora Eu Sei... Era amor - Deixando Ir


Escrita por: Andynyxx e TiaLele

Notas do Autor


AII GENTE <3
ESTAMOS AMANDO O RETORNO QUE ESTÃO DANDO, CADA COMENTARIO MARAVILHOOOUSER
SUHAUSHUAS
GENTE, RECADINHO ESPECIAL
HOJE É ANIVERSÁRIO DA LE <3 <3
DEEM OS PARABENS A ELA, :3 ELA AMA VCS VIU
E EU TBM SUAHUSHA CARA ME MATEI PRA CONSEGUIR POSTAR ESSE CAP HOJE.
adoro escrever em caps lock, parece transmitir mais emoção <3
auhsaus boa leituraaaaa <3

Capítulo 30 - Deixando Ir


Fanfic / Fanfiction Agora Eu Sei... Era amor - Deixando Ir

 

-Sinceramente, eu não sei, dona Rose... -minha mente clareou aos poucos, minhas pernas formigaram e quis saber onde estava, mas algo me dizia pra não abrir os olhos. -Não sei se é bom pra você mante-la aqui. Conheço esse tipo de gente.

-Você não precisa se preocupar comigo, Marjorie. -Reconheci a voz de Rose, embora a outra continuasse estranha pra mim. -Nem com Rainbow também, ela está fora de perigo. Eu conheço a Pearl e não vou deixa-la num momento desses.

-Não conhece tanto quanto pensa, senhora. -a mulher falou novamente​. -Parecia que ela estava sendo cobrada. Sabe que tipo de gente é cobrada na noite, não sabe?

-Marjorie, por favor. -Rose parecia irritada. -Eu sei que Pearl é uma boa pessoa. Ela só está perdida.

-Mas não tem que se sacrificar pra acha-la.

-Agradeço pela preocupação. -ela usou um tom cortante. -Mas sei o que estou fazendo. Além do mais, a vida me ensinou depois de muitos erros a não julgar os outros pelo passado. Muitos erros.

-Tudo bem, me desculpe. Só quero que tomem cuidado.

-Oh tiaa. -Rainbow entrou, falando arrastado. -Viu tirar a temperatura dela de novo.

Me sentei devagar, arrancando um suspiro de surpresa de todos.

-Ja acordou querida? Pensei que fosse acordar só mais tarde.

-Que horas são? -Grunhi bem mais baixo do que esperava que minha voz saísse.

-São seis da manhã. -a mulher de terno olhou pra mim, ela tinha os cabelos extremamente loiros e olhos verdes que estavam semicerrados. Os braços cruzados no peito estufado. O que me fez curvar a cabeça e reconhece-la foram as irregularidades em sua pele que era negra, mas possuía grandes manchas rosadas.

-Você... Huum... -apertei as têmporas, a dor de cabeça voltando com tudo. Percebi que estava deitada em uma cama, se bem me lembro, era no quarto da Rainbow.

-Sim, sou do clube.

-Ma... Maaaa... Hum, Malachite né?

-Aqui fora, é Marjorie. -ela me corrigiu, embora eu não estivesse realmente preocupada com isso. –Você desmaiou ontem no metrô depois daquele problema. –ela olhou pro lado. –Então te trouxemos aqui.

-Ficamos muito preocupadas. Você estava ainda mais pálida que o normal, com febre e suava frio. Não podia estar na rua aquela hora, principalmente sozinha. –Rose disse em seu tom mais terno, Rainbow assentiu.

-Nos deu um susto mesmo.

-Hum, Rose..? –eu meio que ignorei todo mundo, agradeceria pela ajuda depois, porque agora não conseguia falar. Rose chegou perto de mim, se sentando na beira da cama. Acariciou minha cabeça.

-O que houve querida?

-Ah... -as lágrimas teimavam em sair, mesmo eu tentando ao máximo segura-las.

-Vem Ma... -Rainbow chamou a outra garota do clube que ficou olhando entre eu e Rose por um bom tempo. -Amor... Por favor, vem. –“amor?” Aparentemente descobri o motivo dela querer ficar no clube. Em outra situação eu até teria rido.

-Tudo bem... -ela ainda parecia desconfiada, demorei a perceber que era de mim. -Qualquer coisa tô lá fora. -Rainbow saiu puxando a outra pelo braço, nos deixando sozinhas. Rose sorriu, ainda passando a mão pelos meus cabelos.

-Nós brigamos, Rose. Ela saiu e eu quis ir também, sabe, não queria ficar sozinha naquela casa. Estava me sentindo muito mal, como se fosse um fardo ou algo assim. - puxei o edredom de flores roxas pra cobrir minhas pernas, percebi alguns hematomas nos braços e quando as lágrimas escorreram senti o corte na boca arder. Eu deveria estar horrível, o que só me fez sentir mais vontade de me esconder. Os braços de Rose me envolveram com um amor que eu não sentia ha muito tempo. Maternal.

-Tudo bem, meu . Tenho certeza que tudo o que Ame disse foi de cabeça quente.

-Eu sei, mas... Sabe, é difícil saber que é verdade.

-Verdade? -Olhei pra frente, mesmo com aquele edredom grosso eu ainda sentia meu corpo tremer de frio. Não queria contar a ela, eu não queria contar a ninguém. Porque cada vez que eu falava, parecia ainda mais real.

-Foi obrigada a fazer algo que não queria, não é?

-Sim... -assenti, mesmo com a cabeça escondida entre os joelhos. -Eu juro que nunca quis nada disso, eu nunca quis nenhum deles, nenhum toque. Eu me sinto tão suja. -comecei a falar e não conseguia mais parar, ela só acariciava minha cabeça e ouvia cada palavra em silêncio.

-Você é maravilhosa, Pearl. Nada do que fizeram com você te torna ruim. Só te torna extremamente forte por ter lutado.

-Mas eu me sinto como se tivesse perdido. -consegui olhar pra ela, que mantinha uma feição preocupada, até triste. -é tão horrivel essa sensação. Eu queria poder sair desse corpo, ser qualquer outra pessoa. Alguém não tão nojento.

-Não fale isso de si. -ela segurou meus ombros. -você é linda e forte. Por favor... Olha, pode ficar aqui viu, sei que você é Thyst brigaram e sei que ela vai viajar. Mas Ame precisa realmente de um tempo pra pensar. Ela é imatura e está confusa.

-Temos quase a mesma idade.

-Sim, tem, mas ela tem um jeito diferente de encarar a vida, mesmo levando várias pancadas, tudo ainda é superficial demais. Ela não aprendeu as coisas como você.

-Não quero te atrapalhar. Já atrapalhei muita gente.

-Não diga isso meu amor. Quero você aqui. Acho que posso te ajudar. Pelo menos, não quero que fique sozinha nesse tempo que Ame estiver fora.

Continuei olhando pra frente, sem saber como dizer a ela que eu não podia ficar.

-Pearl... Você me lembra muito uma pessoa sabia? -ela pousou sua mão em minha cabeça. -Você só está perdida.

-Mas você não precisa se sacrificar pra me encontrar. -ela pareceu surpresa, logo suspirando e me olhando nos olhos.

-Não leve em consideração o que Marjorie falar. Ela só está preocupada com Rainbow. Mas é uma boa pessoa.

-Rose, ela está certa. Viu o que houve essa noite? Estão atrás de mim. Não quero por vocês em perigo.

-Isso diz respeito a mim, Pearl. Não fiz quase dez anos de assistência social atoa. Vamos lá, me deixa​ te ajudar.

-Ah, Rose... -Cobri os olhos com as mãos, estavam doloridos de tão inchados. Eu não conseguia acreditar que havia alguém disposto a estender a mão assim. Algo em sua voz, carregada de tristeza, me dizia que havia um motivo próprio dela pra estar fazendo isso, mas nesse momento eu realmente não me preocupava com isso. Encostei receosa no peito de Rose, aos poucos me senti cada vez mais confortável e acolhida.

-Pode chorar meu amor, sei que precisa. -em seu peito, chorei tudo o que prendi por todo esse tempo, segurei com tanta força sua blusa que senti o tecido se rasgando. Como muitas coisas dentro de mim. Rasgando.

-Me desculpa, viu? Sinto muito. -não entendi muito bem por que ela tava se desculpando, mas eu não queria saber, eu só queria sentir esse conforto de novo, esse amor.

-Obrigada, Rose. -a apertei ainda mais forte. -De verdade.

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Depois de deixar minhas chaves na portaria, ignorando o porteiro que tentou falar comigo, corri o mais longe que pude sem olhar pra trás.

Peguei um ônibus e no segundo andar onde ninguém estava, eu comecei a chorar, todo meu medo era verdade e tudo acontecia bem de baixo do meu nariz, não consigo parar de me perguntar como fui tão idiota em achar que Garnet realmente me amava.

Coloquei a mochila do meu lado e meu lado racional me fez pensar no que diabos eu estava fazendo. Eu não tenho casa e meus parentes mais próximos estão a um mar de distância, literalmente. Abrindo minha carteira, vi que só tinha cerca de vinte libras, apertei os dedos de raiva, nem dinheiro eu consegui pegar, era nisso que dava ser tão emotiva. Sem querer abri a outra divisória da carteira, onde me chamou atenção uma foto de mim e meu irmão mais velho, estávamos quando menores em algum tipo de estúdio, eu segurava um trevo de quatro folhas, mostrando-o, enquanto como uma legenda estava a frase: “Minha querida Peridot, você é sua própria sorte”.

Senti como se essa lembrança tivesse me dado forças e peguei meu celular, procurando na agenda os números que tinha na Inglaterra, até achar quem queria. Enquanto o telefone chamava, olhei o relógio, onze e quinze. Uma hora eu começaria meu plantão, mas já estava decidida a não voltar.

-Alô? - a voz do outro lado atendeu.

-Oi. Precisamos nos falar. –olhei pela janela, respirando fundo. –Garnet passou dos limites.

-Olha... –ela resmungou. –Estou um pouco ocupada.

-É urgente. Eu não ligaria se não fosse, preciso falar com você e vou me afastar da delegacia.

Houve silencio por alguns segundos, depois um suspiro.

-Me encontre no O'neill's em dez minutos.

- Estarei lá. –desliguei o aparelho, meu coração apertado.

Isso não ia ficar assim.

**

Cheguei bem a tempo de ver Olivia Bismuth de longe fazer sinal para eu ir até ela que já estava em uma mesa.

-Hey, Peridot. Como está minha melhor policial? –ela me abraçou de lado antes que eu sentasse, como tinha costume de fazer. –O que Garnet fez? -Eu suspirei de cabeça baixa, coloquei a mochila de ETs no chão, ela olhou para a mochila e levantou a sobrancelha, mas tentou ignorar algo tão infantil.

-Passou dos limites, Bismuth. Ela colocou minha vida e a de vários civis em risco ontem a noite. –cocei minha mão, estava nervosa, mas tentei falar tudo de uma vez pra não sentir vontade de voltar atrás.

Ela ficou séria olhando para mim com as mãos sobre a mesa.

-Explique isso.

Contei sobre nós duas, sobre nosso envolvimento que eu agora me recusava a chamar de namoro, Bismuth mantinha uma sobrancelha erguida em desaprovo, embora eu soubesse que era só pose. Contei também sobre a briga e sobre minha provocação, o que me surpreendeu foi isso não afetar em nada a posição dela, que ficou ao meu lado.

- Então, Amethyst tentou me tirar da casa da Rose, que é a chefe dela, mas Garnet veio trás de nós e deu dois disparos no chão, mesmo com Rose tentando acalmá-la. O que me assusta é que, sabemos que ela nunca erra um tiro, mas e se tivesse errado, como daquela vez com a menina do sequestro?

- Nathalie. –Bismuth suspirou e eu assenti. –Bom, ela apontou a arma pro chão, mas isso não deixa de ser uma ameaça.

-Pra Pearl também. A ex prostituta da investigação.

-Então, é pior. Ela está sem controle algum. –Novamente entrelaçou as mãos e disse em tom baixo. –Vai denuncia-la?

-Não... Não posso, isso envolve uma investigação enorme de trafico internacional e prostituição forçada, não quero estar perto dela, Bismuth, mas também não posso prejudicar a Pearl, ela é uma boa pessoa.

-Vou afastar vocês duas, mudar seus horários. Mas, já que não quer denunciá-la, só me deixa uma escolha. –eu sabia do que ela falava, e mesmo que meu coração apertasse a cada batida, não faria nada pra mudar isso.

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-Por favor, diz que isso não é verdade.  –Alex apareceu na porta do quarto, me impedindo de sair, eu queria ir atrás de Peridot, mas ela me segurou pelos braços. -Fala pra mim que você não ameaçou essa garota.

-Você não entende, Alex, ela provocou, porra! –ela me empurrou, me fazendo entrar de volta por quarto.

-Será que não entende que o que fez com essa garota e suas amigas é o mesmo que fizeram com suas irmãs e os inocentes do parque? - ela gritou, me segurando e empurrando para a parede. -É isso o que você é? Alguém que usa uma arma para amedrontar pessoas inofensivas, Garnet?! Você é esse tipo de gente? –ela parecia descontrolada, não estava chorando, mas senti dor em sua voz.

Meu sangue gelou e minha visão ficou turva, Alex estava em cima de mim me segurando com força na parede, dizendo coisas que eu realmente não queria lembrar. Em minha mente, só consegui ver a imagem de Ruby com sangue e areia do parquinho, de lado e Sapphire, com os olhos azuis abertos, embaçados e o vestido claro sendo manchado de vermelho aos poucos. Era uma comparação desproporcional, mas me trouxe a realidade do que tinha feito.

Virei pro lado, com o corpo encurvado, sentindo meu estomago revirar como se eu fosse vomitar, Alex me segurou, ajudando a não cair pela tontura.

-Você não é esse tipo de pessoa, por favor. –ela me segurava mais forte. –O que ta havendo? –minha voz não saia, mas eu senti que precisava dizer algo.

-Tenho que ir atrás dela Alex, e me desculpar.

-Olha para mim - ela agarrou meu cabelo –Vai deixar ela em paz, ouviu? Não vai atrás dela não. –assenti, procurando qualquer lugar pra me sentar.

-Precisa cuidar de você antes, parece até que está enlouquecendo.

Com a visão ainda turva, a voz dela se tornou um pouco distante, só consegui me deitar e fechar com força os olhos, sem ao menos perceber quando fiz isso. Só voltei a realidade quando Alex me sacudiu.

-Merda, merda, merda!!! –Abri os olhos e demorei a focar seu rosto pálido. –Garnet, seus amigos estão aqui.

-Que? –chei que ela estivesse louca, ou que Amethyst tivesse aparecido, mas quando me levantei e olhei pela janela vi três viaturas paradas em frente ao prédio. Não chamaria tanta atenção, todos sabiam que uma policial morava aqui, mas mesmo assim, algumas pessoas ainda olhavam.

A campainha tocou e olhamos ima para a outra sabiamos muito bem oq isso significava.

-Para de palhaçada, Garnet, sei que ta ai, se não abrir vou estourar essa porra! – a ameaça de Bismuth veio de uma vez, nos assustando. Mesmo que quisesse tirar ela de lá, só daria pela saída de incêndio. Corri pro outro lado, olhando a saída, como imaginei, havia outro policial lá, Bismuth não era idiota. A porta foi espancada de novo, dessa vez, sem aviso prévio.

-Calmaaaa!- eu gritei - estou procurando as chaves - pura mentira, eu nunca tirava a chave da fechadura . Fui até Alex, segurei seus ombros e olhei em seus olhos.

-Vai ficar tudo bem, ok? Não vai acontecer nada.

-Ah ta, tem três viaturas lá fora, Garnet se você me meter em encrenca sabe que vou ter sérios problemas. Já fui presa, caso não lembre.

-Alex, você já cumpriu. - eu disse indo ate aporta, Alex me olhando como quem diz, ‘’até parece que eles se importam.’’

Nem terminei de abrir, Bismuth já estava do lado de dentro, com Philip, Marcele e Chiara, todos policiais de seu departamento, fora o da saída de incêndio. Ela olhou em volta, pousando os olhos em Alex por alguns segundos.

-Que ta havendo, Bismuth? – perguntei, irritada. -Cade seu mandato?- eu sabia que ela não poderia entras sem permissão.

Bismuth pegou um papel e apertou em meu peito me empurrando, amassando a folha.

- Ta aqui, pode ler cada palavra se quiser, ou mandar pra puta que pariu, pode escolher. – ela disse, cínica, me olhando, depois apontou pra mim e pra Alex (que estava pálida). –Revistem as duas.

Vi o pânico nos olhos dela, que parecia viver com medo de voltar pra cadeia, entendo, afinal, quando foi pra lá era uma adolescente ainda. Corri pro seu lado, mas fui prensada contra a parede por Marcele que sempre pareceu esperar por uma chance dessas e aproveitava agora que eu não podia revidar. Ouvi Bismuth e Philip (que se desculpou acenando com a cabeça) lá de dentro, falando sobre o quarto dela estar todo bagunçado, isso afirmar a ideia de que houve uma briga. Travei ao pensar que eles arrombariam a porta do quarto das minhas irmãs que estava sempre trancado, mas minha atenção se voltou a Alex resmungando algo.

- Hey, hey, isso são só cigarros! –olhei pro outro lado, era Alex sendo revistada.

-Onde estão seus documentos? –perguntou a policial que a revistou.

- Documentos? Não estão comigo, eu moro no andar de cima, por que eu viria a minha vizinha com documentos!? - gritou Alex, como se fosse obvio.

-Alex é minha vizinha, eu a chamei aqui pra me ajudar. Ela não tem nada a ver com isso.- olhei pra policial, que pareceu inabalada sob a minha afirmação.

Tudo aquilo virou uma bagunça, Bismuth recolheu tudo o que era de Peridot, e parecia que ela estava levando vários pedaços quebrados de mim. Por saber da historia das minhas irmãs, ela não mexeu lá, o que foi um alivio pra mim. O problema real era Alex, ela estava com sérios problemas pra provar que não estava metida em encrenca. Era incrível como saber da ficha dela, de ex detenta, a fez ganhar uma ‘’atenção especial’’.

-Cara, eu já disse que são só cigarros, de menta ainda. –ela bufou. –Pode levar, não tem nada demais ai. –a policial parecia ter cismado com ela. Estava encarando as tatuagens.

-Deixa ela, é o menos importante aqui. –Bismuth me mediu de cima a baixo, por fim estendendo a mim dois papeis, um era uma ordem de afastamento por tempo indeterminado das minhas funções como policial, outra era uma ordem de restrição a Peridot.

Senti como se novamente meu mundo estivesse desabando, mas o olhar de Bismuth e modo como pareceu abatida por fazer aquilo, me fizeram ter certeza, que dessa vez era mais que merecido.

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Rose estava sentada do lado de fora de sua casa, no murinho da varanda, segurava uma xicara de chá, enrolada em uma manta vermelha. Parecia perdida em pensamentos quando me sentei ao seu lado.

-Se sente melhor? –Ela perguntou ao me notar. Tudo estava silencioso, Steven dormia e Greg estava no estúdio trabalhando nas composições de um novo CD, foi o que eu entendi. Rainbow e Ma tinham saído há muito tempo, eu finalmente tinha conseguido força o bastante pra levantar.

-Sim. –falei baixo, ainda envergonhada. Ela se virou pra mim, pondo a mão em minha bochecha. Passou  polegar pelo corte no canto da boca, causando um pequeno desconforto, mas não me mexi.

-Tenho uma pomada que pode passar ai pra aliviar.

-Pomada? –eu ri, pensando que ela falaria algo totalmente diferente.

-Ficaria surpresa se soubesse quanta coisa se resolve com pomada. –ela riu. –Principalmente porque percebi que não comeu nada hoje. Nem a sopa que te levei.

-Steven parecia bem interessado nela, então dei a ele.

-Steven passa oitenta por cento do tempo dele comendo, Pearl, não se surpreenda. Mas você realmente precisa comer. Sabe, não pode adoecer.

-Steven é um bom menino. –eu ri. –é uma graça, não o vi chorar ou fazer birra. Quem parece criança sou eu. –meu estomago queimou de nervoso. –Olha que ridículo, você nem conseguiu ir a floricultura hoje.

-Pearl, meu amor. –ela segurou minha mão. –Eu sou dona de lá, não tem ninguém que realmente vá brigar comigo por não ter ido. Mas eu me sentiria uma pessoa horrível se tivesse deixado alguém sozinho quando precisa de companhia, e você precisava.

-Eu sei... Mas não quero mudar sua rotina, atrapalhar sua vida. Não adianta dizer que não. Eu sei que estou.

-Sabe, quando era menor, eu queria fazer psicologia. Depois teve uma época em que fiz algumas coisas e sabe... Não deu. Depois percebi que tinha errado e quis voltar ajudar pessoas como era meu sonho de criança. Fiz dez anos de assistência social antes de abrir a floricultura.

-E por que parou a assistência? –Questionei, aceitando um pouco de chá da xicara dela mesma.

-Ficou um pouco pesado pra mim, tinham muitos jovens sofrendo e não é como se pudéssemos realmente ajuda-los, então sai. Eu só estava causando sofrimento a mim e a eles, dando uma esperança que eu não podia cumprir.

-Entendi. –olhei pra baixo, percebendo como me sentia confortável ao lado dela. Talvez por ela não exigir saber sobre mim, talvez por ter se aberto primeiro, me dando confiança de fazer o mesmo.

-Passei muitos anos naquele lugar ruim. Eu já tinha perdido a esperança de sair quando Thyst apareceu.

-Os nove anos que viveu aqui foram la? –assenti, ainda olhando pro chão. –Sinto muito por isso, seria maravilhoso se tivesse vindo a Londres morar ou viajar. É um lugar bonito e tem muitas pessoas boas. Não me imagino morando longe daqui. Foi aqui que conheci Greg também. –ela deu uma risadinha sugestiva. –Mas essa é outra historia. –apontou um dedo pra mim, percebendo que tinha maliciado suas palavras. Então eu ri, segurando sua mão. Ela riu também porque acho que era a primeira vez que me via sorrir de verdade.

-Obrigada por hoje, você é uma pessoa incrível.

-Você também é. –ela pôs as mãos em meus ombros. –Sei que não quer ficar por vergonha, mas já disse que não vai atrapalhar, Greg mal fica em casa, Rainbow e Marjorie também não. Steven fica na escola e eu na floricultura, então pode ficar tranquila aqui. Vou conseguir algo pra você fazer, sei que gosta de se sentir útil. E isso é muito bom! –ela falava toda empolgada, me fazendo até sorrir. –Ame me contou que sua mãe morreu, que não tem ninguem de sua família por perto.

-Não, não tem. –ela sorriu, mas seus olhos estavam cheios de tristeza.

-Então, pode ter uma família aqui, ok? Eu especialmente quero te ajudar. E não quero que fique sozinha, certo?

Eu não consegui falar nada, porque as palavras estavam presas. Tinha aprendido a desconfiar de qualquer um que parecesse bonzinho demais, mas não dava, não com Rose, seu sorriso e seu abraço eram verdadeiros demais.

-Vou te proteger menina. –ela disse baixo quando a abracei. –só deixe isso ir.


Notas Finais


eeeeeeeeeita é treeeeeta
gente, já pensaram em coomo vai continuar as investigações agora que a garnet ta meio doida? ayusghaushaus
Rose é muito fofa gente, amem ela UwU
kiisssus seus lindos <3


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