História Agora um Poema... - Execrável Ventania

Execrável Ventania

Minha vida caminhava como uma brisa de verão

Com alguns chuviscos e um toque de mormaço

Da noite para o dia, se transformou numa ventania

O tempo não passava, parecia infinito, angustiante

Mas o vento perdurava, num ritmo constante

E meu coração disparou, como uma valsa entre dois amantes.

Me senti indefesa, sem nenhum amparo

O mundo que eu conhecia ficou em frangalhos

Minha casa se tornou a minha prisão psicológica

Mesmo tomando uma xícara de café para ter adrenalina

Minha alma estava vazia, sem serotonina.

Comecei a tomar a verdade em falácias

Que davam uma luz de esperança. como fui ingênua

Estações se passavam e tudo só piorava

Minhas maiores brigas eram comigo mesma

No espelho, tão sincero, as lágrimas deslizavam

Em torno de minha face pálida e sensível.

Tentei de todas as formas manter um sorriso falso

Cantava, dançava, rodopiava até meus joelhos tremerem

Por uma fagulha de tempo, senti minha carne preenchida

O tsunami do meu espírito estava omitido, censurado

Mas a ventania entrou pela janela, levantando as cortinas

Me senti invadida, oprimida, enganada, sufocada

O meu inimigo invadiu o meu porto seguro: a minha casa

E assim levou o que restava das minhas forças

E arrancou, pela raiz, o que amava.