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História Agridoce - Alma gêmea


Escrita por: Helpyou

Notas do Autor


Não é uma promessa, mas talvez a fanfic tenha mais uns três capítulos, ou quarto, ou então ela chegue ao capítulo 20. Por que? Jimin. Vocês estão atentos na forma que ele age? Sacaram a sacada? Gaby tá no caminho certo ajdjsjfjsj

Enfim, foi difícil escrever esse capítulo e não sei dizer quando o próximo sairá, um amigo, praticamente irmão, faleceu nessa tarde e não sei como lidar com isso, não estou realmente triste com sua partida, estou sim, mas estou mais triste por ele não ter tido sua história. Enfim, farei o possível para postar o mais rápido possível.

Obrigada novamente pelos favoritos e comentários, irei responder todos, prometo, eu não tive tempo pois tenho muito trabalho agora e só posso ficar até as nove no celular, as coisas estão meio corridas agora.

Capítulo 14 - Alma gêmea


Agridoce.

Capítulo Catorze.

Alma gêmea.

Jin havia saído do apartamento as pressas, largou os três sozinhos cuidando do mesmo com a comida já pronta, sabia que nenhum deles acabaria comendo, Taehyung estava sério sobre conversarem, não queria levar prolongar aquilo, estava sentindo-se um intruso entre os dois.

Todo aquele tempo que passou ao lado dos mais velhos pôde conhecê-los, descobriu que Hoseok não era apenas aquela casca de alegria, conheceu um cara inseguro e sensível, Yoongi também não aparentava ser só aquele ser frio, era carinhoso e completamente preguiçoso, ambos pareciam se completar e entendeu porque ficaram juntos, mas gostaria de entender porquê não estavam mais juntos.

Ele daria uma de cúpido, sairia machucado, mas com certeza adoraria ver o brilho no olhar de seus hyungs ascenderem mais que aquela pequena chama que via.

— Então. — Yoongi resmungou levantando-se, não queria conversar sobre aquilo. — Tenho trabalho amanhã, preciso ir. — Deu a primeira desculpa que lhe passou pela cabeça.

Hoseok cruzou os braços e suspirou, diferentemente do ex queria sim ter aquela conversa, talvez lhe ajudasse de alguma maneira, mas sabia que dificilmente o mais velho ficaria e com certeza acabaria conversando sozinho com Taehyung.

— Yoon, por favor, vamos ter uma palavrinha rápida ali no quarto. — Taehyung pediu já puxando-o para o local.

— Não me faça suportar essa tensão. — Pediu soltando-se assim que adentrou no ambiente.

— Precisamos ter essa conversa. — Taehyung afirmou sério. — Isso é importante. — Disse tocando o braço do menor.

— Importante pra quem? Pra você? Por que? — Yoongi indagou de forma irritada.

— Pra vocês dois. — Tae respondeu sereno. — É óbvio que ainda tem assuntos inacabados entre vocês. — falou sério.

— Eu não preciso ter essa conversa, não mais. — Yoongi virou-se de costas. — Já se passaram três meses, acha mesmo que quero abrir uma ferida que está cicatrizando? — Perguntou pesaroso.

Mantiveram-se em silêncio, Taehyung sentia que aquilo seria difícil para o Min, mas quanto antes resolvessem o assunto melhor seria para ambos os três, precisava daquilo. Quando soube de tudo pôde entender muitas coisas, porque Hoseok agia com desconfiança e porque Yoongi era sempre fechado, ele também podia ver os olhares que os mais velhos trocaram, haviam tantos sentimentos neles, ambos brilhavam, isso fazia Taehyung sentir que nunca seria o motivo daqueles olhares brilhantes e doía. Doía muita. Gostava dos dois.

Tanto Yoongi quanto Hoseok estavam confusos sobre seus sentimentos, não podiam saber ao certo o que sentiam, mas o mais novo despertava em ambos os mesmos sentimentos que tinham quando ainda estavam juntos, podiam sentir isso.

— Isso vai ajudar. — Tae insistiu.

— Mas que merda. — Yoongi praguejou prendendo seu olhar em uma fotografia em cima do criado mudo de Jin.

Na fotografia se encontrava uma mulher ao lado de Jin que estava ao lado de Namjoon e em frente à ambos os três havia uma menininha que levava um sorriso com covinhas e os braços abertos, assim como todos. Já havia visto aquela mulher em algum lugar, a fisionomia dela não lhe era estranha.

— Por favor. — Sentiu os braços quentes de Taehyung lhe envolverem tirando de sua distração.

— Me prometa que isso não irá demorar muito. — Pediu em um suspiro.

— Claro que não! — O mais novo se desvencilhou de si sorrindo animado.

— Que ótimo. — Brincou ao observa-lo sorrir.

Mirou os lábios do mais novo e se repreendeu mentalmente por querer prová-los mais uma vez, sabia que aquilo lhe confundia ainda mais, mas não podia evitar, adorava sentir os lábios macios em contato com os seus, adorava morde-los e vê-los adquirir uma cor avermelhada adorável. 

Puxou-o pela cintura para mais perto de si, Taehyung não se assustou com a atitude, era costume Yoongi lhe puxar para ficar mais próximo de si do nada. Semicerrou os olhos quando a boca do mais velho traçou beijos por seu maxilar e então juntou-se a sua em uma dança quente.

— Pensei que iríamos conversar. — A voz de Hoseok os fez se separarem abruptamente.

— Estávamos fazendo algo muito melhor. — Yoongi resmungou enquanto seguia para a sala.

— Desculpe. — Taehyung pediu assim que o mais velho se afastou.

— Tudo bem, sei como é difícil resistir ao Yoon. — Deu de ombros e então se aproximou segurando-o pelo queixo. — Assim como é difícil resistir a você. — sussurrou selando seus lábios.

O mais novo de assustou com o contato, mas se deixou levar enquanto pensava como também era difícil resistir a Jung Hoseok. Depois de um tempo o mais velho se afastou sorrindo vitorioso e seguiu para a sala deixando um atordoado Taehyung para trás.

Após alguns minutos os três se encontravam na sala em silêncio, naquele momento Taehyung percebeu que não tinha muito o que falar, na verdade tinha, mas não sabia como começar o diálogo e isso o deixava nervoso, mais ainda porque Hoseok e Yoongi o olhavam inquisitivos.

— Eu podia estar dormindo. — O Min soltou fechando os olhos e deitando a cabeça para trás.

— Como sempre. — Hoseok resmungou. — Não faz muita coisa diferente. — Alfinetou.

— Como se você fizesse algo de diferente além de dançar. — Retrucou emburrado-se.

— Pelo menos não sou um sedentário. — Refutou bufando.

— Isso não te… — Yoongi se interrompeu massageando as têmporas. — Eu não sei o que você quer resolver, Tae, mas resolva logo. — Pediu.

— Isso que quero resolver. — Falou em um murmuro. — Não percebem que buscam motivos para conversarem? Quer dizer, vocês se gostam tanto, é só olhar em seus olhos. — Afirmou os olhando de maneira dolorosa o que fez os mais velhos desviarem os olhares culpados. — Não é mais fácil assumir isso de uma vez e se acertarem? Mesmo que tenham tido problemas antes não quer dizer que não possam resolvê-los agora. — Continuou como se implorasse. 

— As coisas não se resolvem de uma hora para outra, nada é simples, tudo muda. — Hoseok afirmou cruzando os braços.

— Exatamente. — Taehyung concordou. — Tudo muda e essa fase idiota de vocês pode mudar também, é só quererem. — Falou suspirando.

— Acho que sempre apesar de tudo possa ter faltado um pouco de compreensão no nosso relacionamento. — Yoongi murmurou desviando o olhar de Tae novamente.

— Falta de compreensão? Foi o que eu mais tive com você! — O Jung alterou o tom de voz ofendido.

— Me expressei errado. — Yoongi mordeu os lábios. — Faltou compreensão da minha parte, sobre seus sentimentos e desejos. — Admitiu seriamente. — Mas isso não importa mais, eu sinto muito pelo que te fiz passar. — Se desculpou olhando Hoseok intensamente.

— Pedir desculpas não vai me fazer mudar se ideia sobre nada. — O moreno resmungou um pouco envergonhado.

— Não quero que mude. — Yoongi deu de ombros.

O silêncio se instalou novamente naquele ambiente, Taehyung então levantou-se do sofá decidido, puxou Hoseok pela gola da camisa fazendo se levantar um pouco assustado, trouxe o garoto para frente de Yoongi ficando entre os dois e então sentou-se no colo do platinado apoiando suas costas no peito do mesmo.

— O que está fazendo? — O Min indagou em um arfar pesado.

— Tae... — Hoseok murmurou quando o mais novo o puxou para mais perto pela cintura.

Taehyung deitou a cabeça sobre o ombro de Yoongi enquanto suas mãos adentravam a camiseta de Hoseok que mantinha-se parado em sua frente. Podia sentir o nervosismo é confusão de ambos, mas sentia a excitação crescer o ambiente. Rebolou lentamente no colo do mais velho recebendo um gemido de satisfação dos dois, apertou a cintura de Hoseok e o fez ficar de joelhos em sua frente o beijando necessitado.

As mãos de Yoongi apertaram sua cintura fortemente ao ver aquilo, seu membro pulsou novamente ao sentir mais uma rebolado e quando o beijo dos outros dois foi interrompido puxou o mais novo de encontro aos seus lábios de forma brusca.

Hoseok e Yoongi estavam tão perdidos nas sensações que sentiam que apenas perceberam que se beijavam quando Taehyung afastou-se parecendo satisfeito. O único problema era que ambos os três levavam uma ereção nada discreta entre as pernas.

— Parece que ainda se gostam. — O Kim disse de forma convencida.

— Nunca disse que não gostava. — Yoongi levantou-se dando de ombros.

— Mas também não disse que gostava. — Hoseok retrucou sem querer.

— Não, nunca disse. — O mais velho o olhou de forma debochada.

— Por que estão agindo infantilmente? — Tae se irritou cruzando o braços. — Pelo menos assumam que querem voltar a conversar como pessoas civilizadas. — Insistiu.

— Ah, claro, que quero sim conversar com pessoas indecisas. — Hoseok ironizou.

— E eu com covardes. — Yoongi retrucou trincando os dentes irritado.

— Está me chamando de covarde? Mas que filho da puta! — O Jung exclamou rindo de forma desacreditada. — Covarde é você! Três anos, seu merda! — Seu tom de voz subiu algumas oitavas.

— É, eu sou um merda mesmo, fui um covarde mesmo. — Retrucou irritado. — Mas pelo menos eu aguentaria três, seis anos, quantos fossem necessários pela pessoa que amo, porque valeria a pena quando ela dissesse que me amasse, mesmo que apenas nós dois soubéssemos disso, só pelo simples fato dela me amar de volta tudo valeria a pena. — Sua voz começou com um timbre rude e ao passar de sua fala foi caindo para algo trêmulo, quebrado, cansado, totalmente desistente.

O silêncio se instalou no local, Yoongi deu as costas para Taehyung e Hoseok, os dois mais novos puderam ouvir um ofego trêmulo do mesmo, e então suas dúvidas foram respondidas quando os ombros do Min tremeram. Ele estava chorando. Depois de três meses do fim ele estava chorando, estava deixando a dor de terminar aquele relacionamento que tanto lhe fez bem sair de uma única vez e então lembrou-se das palavras de Jimin, da suas palavras, quando dizia que deveriam enfrentar a dor de uma única vez e não deixá-la escondida, mas ali estava, ele havia fugido novamente, havia decepcionado ele mesmo, e quando Jimin soubesse disse estaria o decepcionando, assim como a anos atrás.

Taehyung entendeu todas as mensagens deixadas no ar, sentia uma dor profunda ao ver seus dois hyungs machucados daquela forma, não sabia mais o que fazer, mas era perceptível que logo tudo entraria nos eixos, ele só precisava fazer mais um esforço para se obrigar a deixar de ser egoísta e permitir que os outros dois fossem livres de si, fossem deles mesmos e ficassem juntos novamente. Aliás, ele poderia ficar apenas com um, não é mesmo? Não, ele não poderia, porque gostava de ambos da mesma maneira e o melhor a se fazer em sua opinião era deixá-los ficarem juntos.

— Acho melhor saírem e conversarem melhor sobre isso. — Tae disse de forma serena. — Tem muitas coisas para serem esclarecidas e vocês necessitam disso. — Empurrou os dois para fora e suspirou.

— Não acho que isso seja uma boa idéia. — Suga disse fungando com os olhos avermelhados.

Aquilo era doloroso, vê-lo daquela forma, tanto para Hoseok quanto para Taehyung, o platinado sempre aparentava ser tão forte e seguro de si, e ali estava ele, como todo aquele tamanho minúsculo, olhos vermelhos e voz trêmula, como uma criança que havia acabado de ter um pesadelo, e talvez fosse isso mesmo que havia acontecido, era um pesadelo enfrentar seus medos e incertezas, enfrentar sua dor.

— É a melhor que temos agora. — Tae sorriu forçado. — Que vocês têm. — Se corrigiu corando um pouco.

— E você? — Hoseok indagou indeciso.

— Eu? — Taehyung indagou em um curto riso. — Vou ficar bem. — Garantiu.

Aproximou-se de Yoongi e lhe abraçou apertado tentando sugar sua dor, mas ele já tinha a sua própria, beijou o rosto do mais baixo acariciando os cabelos do mesmo e então abraçou Hoseok na mesma intensidade, sentindo os braços trêmulos do mais velho lhe rodearem de forma protetora. 

Então afastou-se sem olhá-los e fechou a porta com força trancando-a e soltando um afago doloroso, escutou as vozes de Yoongi e Hoseok lhe chamarem de forma baixa, e isso prosseguiu pelos minutos seguintes, só afastou-se da posta para sentar-se no sofá e se permitir chorar quando teve a certeza se que nenhum deles estava lá.

Era doloroso, mas necessário.

Para os três. Mas passaria, se dependesse de Hoseok tudo entraria nos eixos como Taehyung queria, o dançarino já tinha seus planos em mente, mesmo que tivesse que se arriscar mais uma vez, mesmo que tivesse que agir como um adolescente novamente.

— Agora que já estamos quase bem. — Se pronunciou observando seu copo se bebida que Sook havia lhe dado a minutos atrás. — Precisamos falar sobre Taehyung. — Avisou observando Yoongi assentir.

— Eu sei, ele é o ponto principal no momento. — Após dizer essa frase sentiu-se em uma reunião importante, como se tivesse decidindo um acordo importante na empresa.

Estava decidindo algo importante em sua vida.

.

.

.

Jungkook ofegou pesadamente assim que acordou, seu corpo soava mesmo com o ar condicionado ligado, suas mãos estavam trêmulas e sua respiração ofegante, sentia seu peito se comprimir em uma dor aguda, novamente aqueles pesadelos voltaram, não queria aquilo naquele momento, também em nenhum outro, mas estar ali ao lado de Jimin, que dormia serenamente era pior, não queria preocupá-lo, mas era inevitável, o mais velho parecia sentir quando algo estava errado.

Com cuidado levantou-se da cama o observando dormir, o rosto calma e o cabelo vermelho em contraste com aquela face lhe passava paz, e era tudo que necessitava, mesmo que fosse superficialmente.

Dirigiu-se cuidadosamente até a cozinha, fazendo o mínimo de barulho possível, sentou-se no banco da ilha apoiando os cotovelos sobre o mármore e colocando seu rosto entre suas mãos, as imagens do pesadelo começaram a rodar em sua mente, insistindo em lembrá-lo daqueles minutos horríveis.

Estava andando em uma rodovia deserta, sentia frio e cansaço, e segundos depois parecia que todo o ar havia sido tirado de si, seus joelhos fraquejaram e foi ao chão. O pior não era nada disso descrito, a sensação de vazio e o desespero lhe fazia querer gritar. Seus olhos olharam confusos para o sangue e os cacos de vidros no asfalto, ainda desnorteado buscou a fonte daquilo, e logo a frente havia um carro, o carro de seus pais, totalmente destruído. Os corpos se ambos estavam atravessados pela metade no para-brisa.

E então a mão de sua mãe esticou-se em sua direção, assim como os olhos dela também se abriram pedindo socorro silenciosamente, e o ar lhe foi devolvido permitindo-lhe gritar.

— Kookie… — A voz de Jimin tirou-lhe de seus pensamentos. — Está tudo bem? — Perguntou enquanto se aproximava.

Jungkook não respondeu a princípio, observou a feição sonolenta intercalada com preocupada, os cabelos bagunçados e descendo um pouco mais o olhar podia ver com clareza, graças a camisa de gola V, os chupões que deu no pequeno. Levantou-se e seguiu até o mesmo lhe abraçando apertado, o ruivo ficou confuso, mas retribui o gesto, sentiu o mais novo o retirar do chão e rodá-lo minimamente, o fazendo rir um pouco, sentiu a tensão do mesmo diminuir um pouco.

— Tive um pesadelo. — Murmurou afastando-se e recebendo um olhar afetivo. — Com meus pais, e não é a primeira vez. — Confessou voltando a se sentar no banco.

Jimin se dirigiu calmamente até a geladeira sob o olhar ansioso de Jungkook, pegou uma jarra com água e dois copos em seu armário, sentou-se na frente do mais novo servindo-os com o líquido transparente. Tomou um pouco do mesmo pensando seriamente nas palavras do mais novo, não teve como não lembrar-se de sua adolescência.

— Me conte. — Pediu de forma serena.

Os minutos seguintes foram preenchidos pela voz de Jungkook, que hora ou outra se interrompia para beber um pouco de água, já que sua voz passava a falhar e ficar rouca, ele contava o pesadelo de forma baixa e constante, como se fosse um segredo, e talvez vinhesse a ser. Depois de um tempo a mente de Jimin começou a ser embalada por memórias de si mesmo, não conseguia evitar se comparar com o mais novo, sentia que aquele momento era difícil para o mesmo, mas percebia que ele estava lidando bem com aquilo, diferente de si mesmo quando passou por momentos semelhante.

Não lidou tão bem como ele, até confessava que havia agido de forma pior, chegando a trocar socos com Yoongi, Hoseok e Namjoon, metendo-se com drogas e bebidas, seu primo quase não o suportava, mas ficou ao seu lado, assim como os outros dois, o mesmo chegou até a iniciar um curso online de psicologia para lhe ajudar, admirava o esforço do mesmo de lhe manter inteiro. 

No final ele acabou bem, ou quase.

— Lidei com coisas que eu jamais entenderei, se eu pudesse estar em paz, me livrar do pesadelo de vê-lo nesse estado e não poder ajudá-lo… — Jimin murmurou depois que Jungkook terminou de contar. — Eu não sei como te ajudar. — Mordeu os lábios.

— Nem uma frase filosófica? — Perguntou brincalhão. — Não se preocupe com isso. — Sorriu, o sorriso que Jimin tanto amava.

— Meio difícil. — Respondeu sorrindo minimamente.

— Desculpe. — Pediu um pouco envergonhado.

— Pare de se desculpar toda hora. — Jimin resmungou revirando os olhos.

— Ah, eu já me desculpei antes. — Disse de forma sugestiva e o ruivo lhe olhou confuso. — No banheiro. — Revirou os olhos.

— No banheiro? — Jimin perguntou-se. — Ah, no banheiro! Para com isso! — Corou desviando o olhar e ouvindo uma gargalhada de Jungkook.

O mais no riu e levantou-se aproximado-se do mais velho, beijou-o delicadamente acariciando o rosto do mesmo, obviamente o ruivo retribuiu, logo levantou-se também é o guiou até a sala de jantar e puxou Jungkook para seu colo de forma que o mesmo ficasse com as pernas de cada lado de seu quadril.

Era possível ouvir o som das gotas de chuva batendo contra a porta de vidro da sacada, mas mesmo assim os estalos dos beijos haviam se tornado a melhor música que ambos poderiam ouvir. Em primeiro lugar das coisas que Jimin gostava de fazer sempre esteve lecionar, mas agora estava duvidando disso, beijar Jungkook, ter ele ao seu lado, mesmo que apenas para observa-lo era mais gratificante de alguma forma, aliviava seu coração.

— Ei. — Separou-se ofegante. — Eu sou o Castiel. — Avisou recebendo uma gargalhada em troca.

— Você me atrapalhou apenas para dizer isso? — Jungkook perguntou ainda rindo. — Pensei que fosse algo importante. — Disse enquanto beijava o maxilar do ruivo.

— Mas isso é importante. — Jimin protestou apertando as coxas de Jungkook.

— Claro. — Ironizou voltando a beijá-lo.

Enquanto a ação se desenvolvia Jimin não pôde deixar de pensar em seus sentimentos e então sorriu entre o beijo, fazia muito tempo que não sentia aquilo, sabia bem o que era, e tinha que admitir para si mesmo, desde o momento em que viu Jungkook pela segunda vez, que estava apaixonado pelo mesmo. Riu afastando-se e recebendo um olhar de irritação e confusão do mais novo.

— O que foi agora? — O Jeon indagou segurando-o firmemente pelo ombro.

— Eu te amo. — Confessou gargalhando enquanto deitava a cabeça no peito do mesmo.

As mãos do mais novo afrouxaram, seu corpo tencionou e sua respiração falhou junto ao seu coração, que passou a bater tão rápido que pensou que pudesse ser algum problema cardíaco, mas sabia que não era, na verdade era apenas um hipótese estúpida, sabia muito bem que aquilo era pela surpresa, pela vergonha, pela satisfação, pela felicidade de ser correspondido. Então abraçou-o apertado não podendo deixar de sorrir.

— Eu... — Sua voz falhou pela vergonha e por saber que Jimin prestava atenção inteiramente em si. — Eu também te amo, Jimin. — Sussurrou serenamente.

Ficaram daquela forma apenas aproveitando aquele momento, era totalmente importante para ambos, mas tiveram que se separar quando o celular de Jungkook passou a vibrar enlouquecidamente.

— Quando não é o meu é o seu. — Jimin brincou.

— Aliás, o que o Namjoon queria mais cedo? — Perguntou curioso enquanto desbloqueava a tela de seu aparelho.

— Encher o saco, obviamente. — Revirou os olhos. — Me disse que tinha uma filha e começou a se embolar nas palavras, estava bêbado, só pode. — Murmurou pensativo.

— Pois bem. — Jungkook resmungou virando o aparelho na direção do mais velho. — O Jin não bebe. — Disse levantando-se.

Jimin terminou de ler as mensagens surpreso, era mais um pequeno texto explicando o que havia acontecido, mas o que não saia se sua mente era "…a filha do Nam…", esse fragmento se repetia em sua mente em luzes de neon vermelhas e rosas, pulsando, era uma informação tão pesada que chegava a fazer sua cabeça doer. Apoiou os cotovelos nos joelhos e escondeu seu rosto entre suas mãos suspirando pesadamente.

— Jimin. — Jungkook lhe chamou voltando totalmente vestido.

— Só um minuto. — Pediu de maneira abafada.

— Precisamos ir para o hospital. — Avisou levantando-o delicadamente. — Surte depois.

.

.

.

Jin cruzou as portas do hospital apreensivo, estava nervoso, seu coração disparava e a única imagem que vinha em sua mente era de Namjoon, Yerin e Min Hee, estava tão preocupado com ambos que não conseguia raciocinar direito, parou a poucos metros sa recepção tomando o ar de volta ao seus pulmões e assumiu uma pose séria, mas ainda preocupada.

— Com licença, preciso saber onde se encontra o quarto de Kim Yerin. — Pediu educadamente a recepcionista que digitava algo no computador assim que se aproximou.

— O senhor é parente? — Indagou.

— Padrasto. — Respondeu um pouco indeciso se sua escolha de mentira. Ou quase mentira.

— Marido da mãe? — Perguntou enquanto lhe entregava um papel para assinar.

— Do pai. — Respondeu deixando a mulher surpresa. — 303? Obrigada. — Se despediu apertando a bolsa que segurava em mãos.

Havia ficado em casa o resto do dia quando chegou da faculdade, Namjoon havia decidido contar a verdade aos meninos depois de muito pensar sobre, e Jin ficou responsável pelo jantar para amenizar o clima tenso que poderia vir a surgir. Min Hee e Yerin estavam na casa dos avós maternos da pequena, iriam chegar por volta das sete da noite, todos já estariam lá e o jantar seria servido.

Mas quando o relógio bateu oito horas e ambas ainda não haviam dado notícias a preocupação dos dois cresceu, Namjoon não desgrudava do aparelho celular, e logo depois de Yoongi e Jimin chegarem teve que sair depois da ligação que recebeu do hospital, o mesmo não lhe explicou muita coisa, apenas repetia frase sobre acidente e pitas molhada, parecia estar entrando em choque.

Jin ficou, preocupado, mas ficou, estava frustrado, não podia estar ao lado de Namjoon caso algo desse errado, precisava ficar lá fazendo sala para os garotos, mas aquilo não estava dando certo, Jungkook estava tendo idéias idiotas, Jimin surtando, Yoongi e Taehyung tensos com o desenvolver da discussão e pela chegada de Hoseok. O mais velho foi embora, Jungkook fugiu na troca de farpas do ex-casal, logo depois o problema se Taehyung explodiu e Namjoon lhe ligou.

Suspirou aliviado assim que adentrou aí quarto da menina largando a bolsa na poltrona branca que possuía no mesmo, observou Namjoon ao lado da mesmo segurando sua mão, a garotinha levava injeção no outro braço. O mais velho lhe fitou deixando toda sua preocupação e medo transbordar por aquele olhar, murmurou algo no ouvido sa filha e se levantou dando-lhe um beijo na testa e saindo do local junto a Jin.

— Min Hee está na sala de cirurgia desde que cheguei. — Contou largando-se cansado em uma das cadeiras de plástico azuis acopladas a parede do corredor. — Yerin não para de perguntar por ela a todo instante. — Falou suspirando.

— O que houve? — Jin perguntou ajoelhando-se ao lado do mesmo e acariciando a face tensa do mais velho.

— A pista estava molhada, um motoqueiro foi ultrapassar um carro e Min Hee teve que desviar. — Explicou deixando o resto no ar e Jin pôde entender o que aconteceu. — Yerin estava na cadeirinha, no banco de trás, aquilo salvou-a. — Murmurou suspirando aliviado.

— Está tudo bem. — Abraçou-o fortemente.

— Estou com tanto medo de algo acontecer com Min Hee. — Confessou. — Como irei cuidar se Yerin? Como irei lhe dar uma notícia dessas se isso chegar a acontecer? — Perguntou mostrando todo seu medo e incertezas.

— Se acalme, não vamos pensar nisso nesse momento, vamos nos concentrar no que temos agora. — Falou serenamente. — Se algo assim chegar a acontecer, e espero que não aconteça, saiba que terá o apoio de seus amigos, terá o meu apoio, não precisa passar por isso sozinho, não mais. — Afirmou docemente.

— Obrigada. — Namjoon agradeceu abraçando-o se volta.

— Vá ver como anda o procedimento, irei ficar com Yerin, viu cuidar dela. — Aconselhou e prometeu levantando-se junto a Namjoon.

— Muito obrigada. — Agradeceu novamente, dessa vez com os olhos úmidos. — Não sei o que faria sem você. — Murmurou e então afastou-se depois de depositar um beijo nos lábios de Jin.

O mais novo sorriu minimamente tentando passar tranquilidade para si mesmo, então respirou profundamente e adentrou ao quarto se Yerin dirigindo-se até a mesma e dando-lhe um abraço como cumprimento, a enfermeira os deixou a sós e Jin dirigiu-se até a bolsa que havia trazido consigo.

Na mesma havia o presente que comprou a Yerin, iria entregá-lo no jantar, mas este não aconteceu, além daquilo havia também seu notebook, tinha em mente colocar alguns filmes infantis para a menina se distrair.

— Isso é uma coroa? — A garotinha perguntou animada ao ver o objeto.

— Sim. — Confirmou sorrindo. — E um vestido! — Mostrou animado. — Que tal virar uma princesa completa? — Perguntou vendo os olhos da mesma brilharem.

— Sim! — Respondeu animada.

Então os minutos seguintes foram preenchidos se risos por parte de ambos, Jin a vestia animado com aquilo, sempre quis isso, ter uma filha para lhe vestir de princesa, já que adorava as princesas da Disney, não era segredo para ninguém. Colocou a coroa sobre a cabeça da mesma ajeitando-a cuidadosamente e sorriu com o resultado.

— Alteza. — Disse pomposamente afastando-se e fazendo uma reverência que arrancou uma coloração vermelha do rosto da pequena e um riso baixo.

— O que iremos fazer agora? — Indagou na expectativa, adorava ter ele por perto, Jin sempre lhe tratava tão bem, e sua mãe gostava dele, assim como seu pai, de formas diferentes, como sua progenitora havia lhe contado.

— Vamos ver alguns filmes! — Falou ajeitando na cama e colocando o Notebook sobre a bandeja acoplada à cama que era servida a comida.

Yerin vibrou animada e sorriu ao ver que o fundo de trabalho de Jin era uma das fotos que haviam tirado recentemente, tinham ido ao parque para comemorar o aniversário de sua mãe, havia sido o melhor dia de todos, principalmente porque sua mãe havia lhe deixado ver seu pai beijando Jin, o que achou meio estranho, talvez muito, e um pouco nojento, assim como quando via seus avós se beijaram, ou seus tios, não sabia porquê os adultos gostavam tanto de trocar aquele tipo de contato, deveria ser babado, nunca que gostaria de beijar, obviamente falou esses pensamentos a sua mãe, que apenas riu.

Com esses pensamentos lembrou-se do que sua mãe havia lhe dito.

— Jin. — Chamou depois de um tempo.

— Sim, princesa? — O mesmo perguntou concentrado em arrumar o filme para verem.

— O que é uma alma gêmea? — Indagou recebendo a atenção de Jin completa para si.

— É um… Bom, é como um melhor amigo, mas mais, é uma pessoa no mundo que conhece você melhor que ninguém. — Começou hesitante, nem ele mesmo sabia muito bem o que era. — É alguém que te faz uma pessoa melhor, na verdade, eles não tornam você melhor, você faz isso sozinho, porque eles inspiram você. — Abraçou-a pelos ombros. — Uma alma gêmea é alguém que você leva com você para sempre, é aquela pessoa que sabe de você, e que aceita você, ou vai acreditar em você antes de qualquer um ou quando ninguém fizer isso. — Continuou observando o chão branco do quarto. — E não importa o que acontecer, você sempre vai amá-lo. — Murmurou por fim lembrando-se de Namjoon.

— Mamãe disse que você e papai são almas gêmeas. — Aquilo fez a fala de Jin morrer. — Eu acredito nisso. — Confessou ficando se joelhos e abraçando Jin completamente.

O momento foi cortado pela porta se abrindo, Namjoon passou por ela olhando aflito para Jin, fez um sinal para o mesmo lhe seguir e assim foi feito, quando já se encontravam fora do quarto o mais velho lhe abraçou e soluçou alto sem conseguir conter o choro e aquilo foi tudo para que Jin entendesse.

— Está tudo bem. — Murmurou sentindo sua garganta se apertar.

— Ela não aguentou. — Sussurrava diversas vezes entre o choro. — O que vou falar para Yerin? Como vou dizer que sua mãe morreu? — Perguntou em um tom de voz mais alto.

— Namjoon… — Chamou assim que abriu os olhos que a menina os encarava com os olhos confusos.

A coroa que estava em sua mão caiu no chão junto as lágrimas silenciosas.

— Namjoon! — A voz de Jimin cortou o curto silêncio.

Jin e Namjoon separaram-se enquanto Namjoon observava a filha preocupado, sem saber o que fazer, Jimin e Jungkook pararam no instante em que viram a cena por um todo, o ruivo observou a menininha com os olhos vermelhos e as lágrimas escorrendo pelas bochechas, aquela era a filha de seu amigo e aquilo era surreal, mas no momento sabia que não podia se focar apenas naquilo, com passos duros foi até Jin e perguntou sobre o que havia acontecido.

— Min Hee… A mãe de Yerin, faleceu na cirurgia. — Murmurou enquanto sua voz falhava. — Não era para ela saber dessa forma. — Se referiu a garotinha.

Jungkook aproximou-se de Namjoon e Yerin, era óbvio que o mais velho na sabia o que fazer, estava totalmente perdido. O mais novo abaixou-se na frente da menina tendo a atenção de todos sobre si, limpou delicadamente o rosto da pequena, mesmo que não fizesse diferença, abraçou-a de forma calma sentindo os bracinhos lhe envolverem de forma apertada.

— Sua mãe se foi, mas ela está bem, assim como você vai ficar bem. — Sussurrou. — Vai doer, mas nada que o tempo não cure, você só precisa ser forte, porque seu pai será por você e por ele também, eu serei forte por você e por mim, e terá muitas outras pessoas que serão forte por você e por elas, e é por isso que tudo vai ficar bem. — Prometeu sentindo a mesma assentir.


Notas Finais


Estou escrevendo uma fanfic nova aqui no celular, ela será NamJin, não sei se realmente irei postá-la, mas tenho a ideia toda já, vai ser triste pra porra.


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