História Ai no Sora - Estamos aqui para crescer

Sora acordou e viu que havia adormecido no hospital novamente. Ela passou a ir visitar Haru todos os dias, pois decidiu não abandoná-lo nunca.
- Bom dia, Sora - Haru sorriu divinamente e deu um beijinho no rosto de Sora, que acabou ficando vermelha.
- Bom dia - Sora respondeu e em seguida bocejou bem alto o que fez Haru sorrir um pouco.
- Hoje tenho quimioterapia...
Sora olhou para Haru e beijou lhe a testa.
- Você é forte!
Haru sorriu e concordou.

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Sora foi pra casa, pegar roupas limpas pra Haru e lavar as sujas.
Akira e Nao já haviam ido para casa, mas nunca deixando de ir ver como Sora estava.
E aquele foi um dos dias que Nao ia ver Sora.
- Sora-chan... - Nao bateu na porta e já foi entrando - desculpe o incomodo...
Sora estava no quintal botando as roupas para secar.
- Ah, Nao - Sora logo notou Nao, que segurava uma sacola cheia de guloseimas.
- Trouxe para você - Nao falou mostrando a sacola.
Fazia um tempinho que Sora não comia guloseimas. Desde que Haru foi para o hospital, Sora só havia tomado sopa, curry e bebido suco de caixinha daquelas máquinas de bebida que ficavam em frente ao hospital.

Nao contou umas piadinhas sem graça alguma enquanto comiam as guloseimas -sentadas no chão do quarto de Sora - Sora sorriu das piadas, ela estava animada e Nao percebeu.
- Está mais alegre, Sora-chan - Comentou Nao.
Sora sorriu.

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Depois de comer tanta besteira Sora acabou caindo no sono.
Nao arrumou toda a bagunça e foi arrumar a cozinha.
Sora acordou meio tonta e com muita preguiça, foi beber água e deu de cara com Nao na cozinha.
- Nao... Está muito tarde - Sora falou pegando um copo - Vai pra casa, descansar...
- Ah, não. Tá tudo bem - Nao sorriu enquanto enxugava os pratos - Eu vou tomar conta de você, ok?
- Eu não sou criança - Sora falou birrenta, mas não soou agressiva. - Não precisa fazer tudo que o Haru pede.
- Mas ... - Nao colocou o prato no armário e pegou um copo pra enxugar. - o Haru não me pediu nada.
- Hã? Como assim? - Sora encheu o copo de água e o bebeu.
- Estou fazendo por você, Sora - Nao guardou o copo - Não ache que tudo que faço é pelo Haru-kun...
- Não acho que faça tudo por ele, mas - Sora colocou o copo de volta no lugar, bocejou e andou até a saída da cozinha - você já foi meio obcecada por ele, então não seria surpresa você só estar o obedecendo.
Nao mordeu o lábio inferior.
- Sora-chan - Nao estava desconcertada, abriu a boca, mas de lá não saiu nenhuma palavra.
- Vou dormir um pouco - Sora esfregou seus olhos com as mãos e foi para o quarto.
Nao ficou parada, olhando para o nada.

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- Sora... - Um beijo. - Acorda. - Outro beijo. - O que quer para o café da manhã? - Mais um beijo.

Sora acordou agitada.
Mais um sonho com Haru, mas dessa fez foi tão real, foi como se ela pudesse sentir os lábios dele, tão macios.
Sora olhou ao seu redor e pode ver uma silhueta saindo do seu quarto.
- Haru...? - Chamou e esperou resposta. Nada. - Quem é? - Sora andou descalça até o corredor. - oi...?
- Oi! - Nao deu um pulo para fora da cozinha e fez Sora se assustar, ocasionando a uma queda de bumbum no chão. - Ah meu deus, Sora-chan! Desculpa! - Nao a pegou pela mão e a ajudou levantar.
- O que faz aqui, Nao!? - Sora perguntou em tom bravo. - Droga...
- Vim fazer seu café da manhã - Nao mostrou a colher em sua mão - Eu ia perguntar o que você queria, mas... Não quis te acordar - Nao olhou para baixo e basicamente correu para a cozinha.
Sora ainda com expressão zangada entrou na cozinha.
- Panquecas...
- Hã?
- Quero panquecas, tá surda?
- Ah! - Nao sorriu. - Tuuudooo bem! Panquecas saindo! - Nao parecia animada, começou a fazer as panquecas e a cantarolar musiquinhas infantis. Sora detestava ser tratada como criança, mas adorava as musiquinhas, então deixou passar dessa vez.

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Sora comeu 3 panquecas e estava bem cheia.
Ela estava esperando o próximo trem. Ia ver Haru.
Estava levando roupa limpa e um pouco da panqueca que Nao fizera.
- Tão estranhaaaa... - Sora murmurou.
- Quem? - Nao perguntou sentando ao lado de Sora, que havia dado um pulo do banco e quase caído de novo. Nao deu um sorriso.
- Que droga, Nao! - Sora gritou raivosa.
- Desculpaaaa... - Nao juntou as mãos se desculpando e sorrindo.
Sora cruzou os braços e fez bico.
- Droga... - Sussurrou.
Um barulho de trem longe foi ficando cada vez mais perto.
Nao levantou e se preparou para entrar no trem, se posicionando ao lado de Sora.
Sora olhou para ela no momento que ela estava falando algo, mas o barulho do trem não a deixou ouvir nada. "Eu não sou estranha"? " Eu não..."?
Ah... Era impossível adivinhar.
Então Sora deixou pra lá.

Já no hospital, Sora e Nao entraram no quarto de Haru.
Sora já foi pulando em seus braços e Nao acenando.
- Oi, Nao. - Haru acenou com uma mão e afagou a cabeça de Sora com a outra.
Nao só sorriu.
- Trouxe panquecas, Haru! - Sora falou animada mostrando a sacola com panquecas.
- Oh, obrigada, Sora. - e deu um beijinho na testa dela.
Sora corou.
- Sora-chan, não acha melhor perguntar ao medico se ele pode comer? - Sora pensou. E então resolveu ir perguntar.
Ela saiu do quarto falando um "não demoro".
- Quer me dizer algo, Nao? - Haru já havia notado a inquietação de Nao.
- Ah, acho que sim... - Nao se aproximou de Haru.
Silêncio.
Haru ficou olhando pra Nao e então falou - Diga, Nao.
Nao engoliu em seco.
- Haru... Você sabe que eu já amei você, certo? - Nao parecia séria. Muito séria.
Haru fez que sim com a cabeça.
- Nós nos decepcionamos, crescemos, esquecemos... - Nao olhou para baixo e como se o chão a tivesse dado forças ela olhou para Haru e em um sussurro forte falou - Eu... Me apaixonei pela sua irmã.
Haru ficou paralisado.
Então esse era o motivo de Nao estar tão próxima de Sora, de ter deixado de fazer o que Haru pedia e de estar tão estranha.
- Ah! O médico disse que pode comer um pouco - Sora entrou no quarto e viu os dois se encarando. - O que houve aqui? - Sora olhou feio pra Nao.
- Ah, não é nada, Sora-chan - Nao sorriu e afagou a cabeça de Sora.
Sora olhou para a mão de Nao na sua cabeça.
- O que está fazendo? - Sora pareceu zangada, mas nem tanto, esses dias ele havia ficado mais dócil e Nao sabia disso, ela havia cooperado para isso acontecer. Sora não a via mais como anos atrás, não a via como uma ameaça.
- Agora eu já vou indo - Nao falou acenando e se retirando.
- Tão estranha... - Sora murmurou.
- Não sou estranha, Sora-chan - Nao falou antes de passar pela porta. Sora cobriu a boca com as mãos.
Haru ficou olhando aquela cena, como se não fizesse parte dela, como se elas não pudessem o ver. Ele se sentiu distante de Sora logo que viu Nao tão próxima, ele nunca imaginaria Sora tão calma com outra pessoa a tocando e Nao a tocou para mostrar que ela podia.
Haru abaixou a cabeça já se declarando perdedor, mas Sora, com um beijo em sua boca, o declarou mais uma vez um vencedor.
- Eu te amo, Haru...