História Aimee e os Príncipes - Conhecendo os Príncipes - Parte 1

5:40, amanhece, o sol está brilhante e o cheiro da natureza sacode os lençóis. Aimee acorda e se arruma, este é seu primeiro dia trabalhando no castelo Lewis. 
Ela pega o bloco que a rainha havia lhe dado no dia da entrevista.
Oh, sua letra é realmente bonita.
1. Faça o café da manhã.
2. Arrume a mesa.
3. Enquanto os príncipes comem, arrume o quarto de Marlon, depois William, Wallace, Raul e finalmente, o quarto de Jean.
4. Lave os banheiros da sala principal.
5. Tire o pó da estante da sala principal e varra o chão da mesma.
[...]
10. Pode almoçar.
Espere, eu só vou pode almoçar depois de tudo isso?!
Aimee se joga na cama, coçando o olho enquanto resmunga para si. 
3 minutos e ela decide levantar logo, arrumada, vai direto para a cozinha.
Enquanto cortava o alho, o ovo fritava e o pão dourava. O cheiro dançava pelo primeiro andar, cumprimentando todos os que por ali passavam.
Essa novata cozinha realmente bem. Era o que se ouvia dos outros empregados.
O ovo ficou pronto, faltava o pão terminar de rodar na assadeira, decidiu então cortar cebola. 
Nesse momento passos são ouvidos, enquanto Aimee soltava lágrimas, a voz se revelou masculina:
- Este cheiro está realmente bom, parabéns.
- O-obrigada - respondeu com a voz falha enquanto se virava para ver quem era. Alto, musculoso, não super bombado, mas forte, cabelos loiros partido para o lado com o gel, olhos azuis claros, muito claros, até se tornava um surpreendente, a pele clara, em contraste com o casacão azul escuro havia dado um ar robusto, elegante. Aimee o analisou por inteiro, assim como o moço a analisava. Ombros pequenos, pele clara e rosada com presença de poucas sardas nas bochechas e nariz, olhos grandes e verdes, os cabelos ruivos presos, não dava para ter noção do comprimento, mas imaginou médio, pelo tamanho do coque. O silêncio foi interditado com a pergunta do homem:
-Você está bem?
-Sim, sim - se levantou rapidamente e secou as lágrimas, se dando conta de que estava na presença de um príncipe ao ver o brasão da família costurado no ombro esquerdo, fez referência. -Deixe-me apresentar, vossa alteza, sou Aimee Sanches, a nova empregada. E... Só estava cortando a cabelo. - meio envergonhada pela situação constrangedora.
- Ah, sim. Sou Jean Lewis, o príncipe mais velho. Gostei de ver que realmente se interessa por seu trabalho. - os dois se olhavam - e... Não vou mais te atrapalhar, pode continuar - Ele sorriu e se virou para voltar à sala de jantar. Aimee respirou
Acabei de conhecer um príncipe, isso é demais! estava nervosa e ansiosa para conhecer os outros.
Ovos, pão, queijo, presunto... Tudo estava arrumado na mesa, tudo quentinho e cheiroso, era um verdadeiro banquete real. Nesse momento Aimee viu que valeu a pena as aulas de gastronomia que ela não gostava de frequentar quando menor.
7:00
7:01 
A família desce os degraus. O rei e o filho mais velho, Jean, logo atrás.
A rainha e os outros quatro filhos desciam organizados pela outra escada, parecia um desfile, todos arrumados, era lindo de se ver.
Sentaram na mesa, cada um em seu lugar e Aimee ficou em pé, no canto, aguardando ser solicitada. É assim que eu devo ficar? Bom, era assim que minhas empregadas ficavam... até que seu pensamento é interrompido ao ver Jean a olhando, ele sorri, de boca fechada, sorri com os olhos, como se dissesse "Olá". Aimee sorri de volta mostrando os dentes, alegre. Jean acha engraçado a animação da garota e solta uma risada abafada, chamando a atenção da família, que se vira toda para ele, até que a rainha olha para Aimee, que se envergonha e começa a corar.

- Sanches, mais suco. - a rainha percebe. Aimee logo a serve, olhando os outros copos e fazendo gestos questionativos. Após servir mais dois copos sem olhar o dono, a voz conhecida se destaca.
- Eu aceito. - Aimee sente um arrepio e vai servi-lo. Terminando, deixa a jarra na mesa e volta para o canto.
A família real ri, porém o assunto que mais se dá presente são os casos de desaparecimentos. Aimee prestava atenção enquanto Jean, que era o general da guarda do reino, contava sobre os novos casos. Quando este iria dizer sobre o caso mais recente, a rainha interrompeu:
-Sanches, a lista, vá. - Aimee dá uma mordida forte, faz referência e vai para o corredor excluído da sala de jantar, parando no primeiro degrau para ouvir a continuação.
- O último caso foi de um idoso, a família achava que ele havia se perdido e foi dado como desaparecido há alguma semanas. - Jean jogou o fio que acabava de cair em seu rosto para o lado. - ontem o corpo foi encontrado... Com dois furos no pescoço e sangue em toda parte, exceto no corpo. - a rainha sentiu ânsia.
- Deixemos para falar disso outra hora. - O rei interviu. - Você e eu te os muito o que conversar, filho. - encarou Jean.
O som dos pés da cadeira arrastando no chão são altos, Aimee subiu a escada depressa, afinal, ninguém poderia saber que ela estava ali ouvindo e tinha trabalho a fazer. Foi para o corredor dos quartos. Onde é o quarto de Marlon? Êhh. Ficou parada por uns segundo olhando as porta. Se Marlon é o caçula, será que é o último ou o primeiro quarto?
Aimee entra no primeiro quarto e começa a limpar, esperando ser o certo. Arruma a cama, tira o pó... A porta se abre Por favor que seja o certo! Aimee se vira em reverência e o jovem diz rapidamente:
- E-eu não sabia que tinha gente aqui.
-Me desculpe, vou terminar o mais rápido possível.
- Tudo bem - o jovem rapaz abre um sorriso. - Será que eu poderia ficar aqui enquanto você termina? - Aimee se arrepia:
- É, não sei se a vossa alteza gostaria disso.
- E-ele não liga - ele ri, visivelmente nervoso.
- O rei talvez não, mas a rainha é bem... Formal - Aimee segura o espanador com firmeza - Não quero arranjar problemas. - O rapaz ri novamente:
- E-está tudo bem - Ele senta em uma cadeira e Aimee volta a limpar. 
Após um tempo, ela sente a presença do olhar do rapaz, que rapidamente fica vermelho:
- Eu nunca estive sozinho com uma garota... -
O QUE?! Aimee começa a ficar nervos. Me tira dessa situação, por favor.
- Mas o que eu estou dizendo? - Ele ri ainda mais nervoso. - Aliás, sou Marlon, filho caçula da família Lewis. - Ele estende a mão que visivelmente estava tremendo. Aimee, sem graça, faz uma reverência e dá um aperto de mão rápido, mas que do mesmo modo deu para sentir a mão suada. Pergunta:

- Você está com calor? - Ele ri com vergonha e diz que sim. Então Aimee abre as cortinas, deixando o vento entrar. Ele olha e sorri, envergonhado e agradecido enquanto ela sorri de volta, até que um garoto de olhos castanhos entra no quarto, batendo a porta. Marlon se assusta e Aimee o vê suando mais ainda:
- O que é isso?! - a voz se revela feminina. Aimee trava, olhando para o indivíduo. 
- N-NÃO É O QUE VOCÊ ESTÁ PENSANDO!!!! - Marlon se estremece, a pessoa puxa ele pelo ouvido:
- O que eu já te falei?? Não deve ficar sozinho com uma empregada! - Aimee engole seco
- Eu já estou terminando, senhor, senhora - Aimee se atrapalha e o indivíduo se emburrece:
- Senhor?!!
- Senhora, senhora, perdão. 
- Eu sou senhorita! Me respeite! - A moça encara Aimee parecendo que quer matá-la.
- Senhorita, perdão, perdão - Aimee faz inúmeras referências arrependida e constrangida.
A moça bufa e fica encarando Aimee.
- É melhor eu ir...! - Aimee pega os objetos de limpeza o mais rápido que pode e vai para o próximo quarto. 
Bate na porta, se acalmando da situação anterior. Eu confundi aquela moça com um homem! Ahh, estou frita. Aliás, quem era aquela?. Aimee começa a lembrar do príncipe que acabara de conhecer, um pouco mais alto que ela, porém muito mais baixo que o príncipe Jean e ao contrário deste, magrelo, olhos curiosos, mas Aimee não se lembrava da cor, cabelo castanho e menos penteado que o do irmão, era até engraçado, os dois eram opostos. 
Aimee riu para si mesma, quando um menino com a aparência jovem abre a porta do quarto:
- Sim? - Aimee volta à realidade.
- B-bom dia! Sou a empregada nova e a vossa alteza mandou eu limpar os quartos nesse momento.
- Ah, sim, pode ficar a vontade senhorita, vou na biblioteca. Você termina em 2 voltas no jardim?
- 2 voltas?
- Sim, senhorita - Ele sorriu gentilmente - a limpeza.
- Ah, claro! Dependendo da sua velocidade - ela ri em tom brincalhão e ele devolve a risada, porém mais tímida. Ele desvia o olhar e sai do quarto, apenas dando um último sorriso como despedida. 
Que menino fofo, que voz meiga, o cabelinho enroladinho e loirinho, me lembra um anjo. Soltou uma risada rasa e entrou no quarto. Telas e mais telas de pintura, nelas, muitos cavalos. Encantada com as imagens, soltou um pequeno "wooow". Será que foi ele quem pintou tudo isso? Se for, ele é realmente bom nisso!. Começa a passar o espanador com cuidado nas telas já secas. 
Um tempo se passa e Aimee termina de limpar o quarto, quando está fechando a porta, uma voz estranha e muito máscula se apresenta:
- Boa garota. - Aimee apenas se vira, levantando uma sobrancelha. - Fez um bom café da manhã, continue assim e te darei um biscoito - Ele ri cinicamente e sorri de canto de boca, enquanto Aimee continua a olhá-lo. O que esse cara acha que tá falando?. Ombros largos, cabelos castanhos, o cavanhaque chamava atenção, olhos cor de mel, eram bonitos, mas só conseguia pensar no que ele havia acabado de dizer. Biscoito?! Ele acha que eu sou o que?!! O jovem, confiante, arrumou a gola do casaco e foi embora pelo corredor, dando uma olhada para trás e soltando suas últimas palavras:
- Raul Lewis. Foi um prazer te conhecer, Sanches. - e continuou a se afastar. Aimee respirou firme. Jean, Marlon, o anjo, Raul, e sem esquecer da senhorita... Quem mais falta??