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História Aimonimia - Substantivos


Escrita por: Perhappiness_

Notas do Autor


Err, olá.
Espero que gostem ♡

Capítulo 1 - Substantivos


Aimonimia -O medo de que aprender o nome de algo – um pássaro, uma constelação, uma pessoa bonita – vai estragar tudo. Transformando uma descoberta do acaso, em uma casca conceitual vazia.

Eu sempre tive um pequeno problema com substantivos. Não todos os substantivos, mas os que davam nome a coisas que eu gostava. Como aqueles pequenos pontos espalhados pelo corpo de alguém, manchinhas pequenas que depois fui descobrir se chamarem pintas. A partir do momento que descobri o nome, o encanto se perdeu totalmente. Pintas. Pinta, no singular.  É algo parecido como repetir uma palavra várias vezes, só que comigo, apenas uma basta, e todo o encanto que o não-nomeado tinha se perde ao ser nomeado. Não consigo contar quantas vezes isso já aconteceu, e eu posso lhe numerar uma infinidade de substantivos que nomeiam coisas que antes possuíam um encanto, mas que agora é apenas mais uma coisa no cotidiano. Vênus, outono, gotas de chuva, maresia.
E quando eu te vi pela primeira vez, nunca desejei tanto que eu nunca descobrisse o seu nome.
Eu costumava (e ainda tenho o costume) de ir até aquela praça para procurar paz, seja para ler, para desenhar, ou até mesmo estudar.
Você estava sentado na fonte, aquela que têm no parque a umas duas quadras daqui, com um violão aos seus pés e um caderninho na sua mão, mordia distraidamente a ponta de uma lapiseira concentrado em alguma coisa, naquela época seu cabelo ainda era comprido, e nesse dia estava preso atrás, deixando uma franja caída de qualquer jeito. E eu senti vontade de ir até você e me apresentar (“Olá, meu nome é Sehun”), porém, e depois disso? O que eu faria? Você certamente iria se apresentar também, e eu não queria isso. Eu poderia simplesmente começar a conversar com você, mas você parecia tão concentrado que eu não quis te interromper, então simplesmente me contentei em ficar sentado no banco, fingindo que lia um livro quando simplesmente te observava.
No dia seguinte eu voltei e sentei no mesmo lugar que tinha sentado no dia anterior, de frente para a fonte. Abri em uma página e branco e comecei a rascunhar alguma coisa, quando me dei conta, estava desenhando as ruguinhas adoráveis que se formavam entre suas sobrancelhas quando você se concentrava demais, estava quase ficando satisfeito com o trabalho quando uma risada me assustou. Olhei ao redor, tentando encontrar a fonte do barulho quando te vi, rindo, mostrando tantos dentes que um dentista não teria dificuldades em fazer uma consulta daqui mesmo onde eu estava. Era uma risada estranhamente contagiosa, que me fez sorrir levemente, mesmo não sabendo a razão de você estar rindo. Você batia suas mãos no joelho, e a sua gargalhada assustava as outras pessoas que estavam passando por ali, e você logo percebeu a atenção dos demais em si, tentando engolir a risada e com suas adoráveis orelhas levemente coradas.
A partir de então, eu ia todo dia no parque, apenas para te ver, meus amigos me enchiam o saco, perguntando do orelhudo que estava em todos os meus esboços, até que um dia eu confidenciei para Jongin quem era o belo rapaz que já estava em praticamente todas as páginas do meu mais recente caderno de desenhos. Falei o básico, um homem que ia na mesma praça que eu, e que, acidentalmente, se tornou o meu modelo favorito. Ele apenas sorriu, e me desejou sorte. Nunca entendi o porquê, mas sei que era verdadeiro.
O tempo foi passando, seu cabelo mudou de mel para preto, e de preto para vermelho. Honestamente? Poderiam me perguntar qual era o estilo de cabelo em você que eu preferia, e eu honestamente iria responder que não sei, eu simplesmente olhava para você e me sentia bem. Uma hora, eu comecei a me perguntar se aquilo era realmente saudável, e cheguei à conclusão que não, não era saudável, e eu tentei, juro que tentei me afastar de você. Parei de ir a praça, guardei no fundo do sótão todos os desenhos que retratavam você, e com o tempo, lentamente você foi sumindo da minha memória, eu lembrava do Jovem da Fonte, eu conseguia dizer como você era, a curva do seu maxilar, os olhos estranhamente grandes para um coreano... Mas eram apenas palavras jogadas, sem uma imagem na qual me basear. E eu nunca fui muito bom em criar imagens a partir de palavras. Eu quase havia te superado, você não passava de nada além de uma memória do passado. Mas então você se mudou para o apartamento logo acima do meu. E como um bom vizinho, se apresentou para os outros inquilinos daquele prédio decadente. Qual não foi a minha surpresa ao me deparar com você à porta, numa bela manhã de domingo.
– Olá, meu nome é Park Chanyeol, e eu sou o novo inquilino do 15.
Entretanto, a maior surpresa daquele dia não foi essa, mas sim eu perceber que, pela primeira vez, um substantivo não tirou o encanto de algo.


Notas Finais


OLÁ OLÁ
Mais uma drabble que surgiu do nada, mas que se tornou meu bebê, porque chanhun é lindo e tem que ser panfletado ♡♡
Espero que tenham gostado, e não fiquem tímidos para comentar, eu não mordo °ㅅ°
Quero agradecer a @miruka que fez essa capa linda e maravilhosa ♡ e à @minword e @blehcendres por me incentivarem a postar isso aqui, vocês são maravilhosas ♡
Beijinhos e até ♡♡


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