História Ain't a Fairytale - Jon

Jon snow mal viu quando Sane deixou o salão. O barulho do tapa, que, claramente foi forte o deixou de boca aberta.
-Sane!-Ele foi atrás da mulher. Ela praticamente corria, andando a passos rápidos e pesados.-Sane!-Ele chamou.
-Vá pro salão Jon!Eu posso bater em você também.-
-Eu sei que você não quis, Robb torna você explosiva.-Ele agarrou o antebraço armadurado da menina fazendo-a parar.-Por quê?
Sane deu um longo e pesado suspiro, como se todos os problemas e aflições que sentia fossem esvair de seus ombros.
-Eu não sei…-A voz dela saiu falha, quase inaudível.
-Porque você se preocupa!-Ela olhou pra ele, sorriu sínica e se soltou.
-Eu matei o homem que uma vez eu amei…acha mesmo que existe preocupação dentro de mim?-E ela continuou andando, porém mais calma dessa vez.
-Sim…-Ela parou.-E é por isso que eu sei que você não vai me bater.-Ele suspirou profundamente.-Ou me machucar…-
-Se fosse preciso, você me mataria?-Ele não respondeu, ao invés disso, duas das criaturas apareceram, uma avançou sobre Sane distraída. Enquanto a outra agarrou Jon pela bota e o afastou da mulher.
Ele sacou a espada e cortou fora a cabeça daquela coisa, por um momento ela ficou imóvel, o sangue azul escuro jorrava em abundancia. Mas quando duas cabeças cresceram no lugar ela tornou a se mover apertou os pés de Jon com mais força e derrubou o moreno no chão.
Subiu em sua barriga e as duas bocas foram abertas, duas línguas gigantescas surgiram, arrastaram se preguiçosamente pelo seu rosto aflito. A garra esquerda lhe foi estendida, Jon estava imobilizado no chão frio. Quando aquela coisa se moveu Jon esperou, pela dor, esperou pela morte.
Mas nada aconteceu, ao invés disso tudo ficou quieto, calmo, e ele pode ouvir sussurros e passos. Abriu os olhos e viu o monstro Verde olhando para algo que Jon não poderia ver. Ambas as cabeças estavam presas na visão que Jon começara a ficar curioso.

-Aminet akbur…-Ele se sentiu zonzo, os passos eram mais altos e a criatura parecia recuar.-Jatakar aiyt…-Ele quase perdeu a consciência se o alívio que sentiu quando aquele peso saiu de cima de si não o trouxesse de volta aos sentidos. Cambaleante ele se levantou.  Ganhou um belo vislumbre de Sane com sua vento frio em mãos, dando ao monstro diante dela um golpe final.
-Jon, vamos!- Ele se levantou e foi até ela. Viu sua armadura cortada, seu busto estava exposto, o sangue carmesim saia lentamente de seus ferimentos profundos.
-Esta ferida…-
-Eu estou bem!Volte ao salão, cuido deles!-Ele negou.-Vá!-Balançou a cabeça novamente.Sane mordeu o lábio.-Então…não me atrapalhe.-E tornou a andar.

Ela sangrava, mas insistia ao bastardo para que não brandisse sua espada."Posso fazer tudo lorde Jon."As palavras escorriam pelo pensamento do moreno enquanto Sane se levantava do chão.Ele prometeu não interromper, qualquer coisa que fizesse ele sabia que machucaria seu orgulho. Sane era uma guerreira agora.
Um guerreiro não ficava no chão, ela sabia disso, por isso tornou a se levantar.Um guerreiro não reclamava de dor, por isso ela não fez.
Com o centésimo animal que caiu veio com ele a noite.Sane ofegava e Jon podia simplesmente se amaldiçoar mentalmente.
- Acho que acabou.-O moreno começou.O farfalhar agitado das folhas chamou a atenção da dupla.Correram para o ponto mais alto onde podiam chegar no jardim, viram as criaturas correndo assustadas mais ao Norte do Castelo, era possível ver seus ossos brilhantes com a luz da lua.
E como se Sane fosse um deles, começou a brilhar.Jon pode ver perfeitamente suas escamas sobre a pele pálida e abaixo de sangue seco.
-Tem muito a me contar.-Ele caiu em um semblante sério.
-Isso nunca aconteceu antes!-Respondeu horrorizada olhando os próprios braços.
-Me refiro a isso em sua pele.-
-Cresceram comigo enquanto eu estava naquela ilha, chegaram junto com o primeiro dia de meu nome lá. -Ela suspirou.-Mas Lyria disse que seria bom esconde-las.-Ela se abraçou.-O que vou fazer agora?Jon, eu estou azul.-
-A  velha ama de leite me disse sobre isso, dizia que animais marinhos ficavam azuis junto com o lago, com a chegada de uma lua azul.-
Ele colocou a menina com cuidado no corredor do Castelo, aos poucos o brilho azul foi desaparecendo, juntamente com a esperteza em seus olhos, eles reviraram, uma, duas, três vezes até que finalmente ela entregou-se a exaustão.
-Bom trabalho Sane.-Jon a jogou por cima do ombro e a levou pro salão principal.

-MEISTRE!-O moreno chutou a porta do salão aberta, carregando uma Sane sangrenta em seus ombros.Meistre, Arya e até o pequeno Brandon correram ao Amparo da menina, enquanto Robb não saiu do lugar, ficou observando tudo com seus olhos azuis como o mar.
-Ela vai ficar bem, nada que um bom descanso não resolva.-Sorriu sem dentes.
-Obrigado Meistre.-Jon sorriu.
Arya amarrava as bandagens juntamente ao jovem Bran, enquanto entravam em uma aforada conversa sobre amoras-de-sangue.
Jon foi chamado pelo velho senhor ao canto abaixo das grandes janelas coloridas.
-Conte-Me meu jovem…como a pequena acabou assim?-
-Ela lutou…bravamente.-Jon não conseguia travar seus olhos com os do mais velho, mas quando o fez, se sentiu fraco e choroso.-Fui um empecilho…mais uma vez…-Ele passou os dedos pelo cabelo encaracolado.-Sempre que estamos juntos nos quase morremos, ela me protegeu e não quis que eu lutasse, eu não sei o motivo.-Meistre suspirou.
-Quando vocês estavam lá fora, você ouviu alguns sussurros?-Jon acentiu.-Eram os raros sussurros de alma, na voz da pequena Sane.É um antigo sussurro a muito proibido, deixa a mortalidade abraçar seu coração e você definharia aos poucos apenas por um corte em sua mão.-Jon franziu o cenho.-As criaturas la fora…foram todas aniquilados?-Jon negou.
-Fugiram, a lua azul iluminava seus ossos como gelo ao sol.-Jon estremeceu ao se lembrar de Sane azul.
-Então, acho melhor vocês irem atrás delas.-Jon negou.-Elas podem voltar pequeno Jon, elas estavam aqui por uma razão, e essa razão os espantou.-Ele olhou Sane deitada em uma das camas ao fundo do quarto.-Ela se pôs em risco Jon, ponha-se por ela.-Jon balançou a cabeça positivamente.-Luas azuis não aparecem em milênios, eu não me lembro da última vez, mas sei, que uma catástrofe aconteceu.-Ele coçou o queixo e olhou a lua pela janela.-Procurei em livros mas não tive resposta.-Ele sorriu mais uma vez.-Então, por favor vá.-
-Sim Meistre.-