1. Spirit Fanfics >
  2. Ain't my fault! >
  3. It ain't my fault you got me so gone.

História Ain't my fault! - It ain't my fault you got me so gone.


Escrita por: EchteLiebe

Notas do Autor


Hey girls.
Apareci! AHEUHAEUAEHU não tinha intenção de postar nada por um bom tempo, mas tive uns dias de folga e acabei escrevendo para não perder ideias.
Essa fic é bem curtinha, uns 3, 4 capítulos, então compartilharei, porque não é algo que demanda muito tempo e que vá demorar meses. Eu queria muito escrever a continuação de Night changes pq tenho uma história boa em mente, mas essa vai ser adiada para as férias de dezembro, talvez.
Eu não garanto que vou postar rápido, mas prometo que não deixarei isso aqui abandonado por muito tempo.
Love you'll. <3

Capítulo 1 - It ain't my fault you got me so gone.


Faz uns dez minutos que apaguei a luz do quarto e me deitei para tentar dormir, mas não precisei de tudo isso para perceber que obviamente o sono não virá tão fácil assim. De qualquer maneira, o meu “roommie” imbecil ainda não voltou da balada. E hoje é terça-feira. Terça FUCKING feira. Quem, em nome de Jesus, vai para a balada em plena terça-feira? Marco Reus, claro. O idiota popular, jogador do time de futebol da Universidade, namorado da menina mais bonita do curso de relações públicas, gostosinho, simpático e sorridente, até demais. Abri os olhos agora, mesmo no escuro, só para poder revirá-los antes de tornar a cerrar as pálpebras. Essa é para você Reus. Ainda terei sérios problemas oculares de tanto revirar os olhos pensando nesse babaca.

Enfim, a questão é: De que adianta dormir agora, se daqui a pouco o otário vai chegar, tropeçar em alguma coisa ou derrubar toda a louça do projeto de cozinha que temos no cômodo ao lado, e depois sair praguejando e resmungando até o quarto para, finalmente, acender a luz na minha cara e pedir desculpas logo em seguida? É um roteiro trágico do qual sou co-protagonista há pelo menos 6 meses.

Entrei para a faculdade esperando conhecer pessoas melhores, mais parecidas comigo e com mentes maduras o suficiente para debates interessantes sobre assuntos relevantes. Óbvio que me decepcionei. A diferença dessa merda toda para aquilo que vivi no ensino médio, é que há mais idiotas por metro quadrado do que antes. Para ser honesto, fiz amizade com dois caras legais. André Schürrle e Julian Weigl não são exatamente as duas melhores pessoas do mundo, mas acontece. Eu também não sou muito digno de pessoas tão boas assim...

Mas também não merecia o castigo de dividir o dormitório com a criatura mais repugnante da face da terra! O idiota, que gosta de rir de qualquer coisa, sempre com aquele sorrisinho torto plantado naquela cara de palhaço. E é claro que ele, ironicamente, me apelidou de “Sunny”, por causa das respostas merecidamente grossas que recebe de mim quando vem tentar conversar de manhã. Eu não converso de manhã. De manhã eu quero paz, sossego e uma caneca cheia de café quente. Só depois disso eu consigo dizer “bom dia” para algumas pessoas, ao mesmo tempo em que torço para que elas não me respondam e tentem iniciar a bendita “small talk”. Sério, quem gosta de conversar antes do meio dia? Ninguém.

Suspirei e apertei com força os olhos, como se isso fosse fazer o sono reaparecer magicamente. Aqui, deitado no escuro, é o momento em que meus piores pensamentos aparecem para me assombrar. Eu não sou tão ranzinza e infeliz o tempo todo. Nem tão pessimista. Talvez eu seja um pouco pessimista, mas já me acostumei com isso, acho que é de família. E devo reconhecer, não é sempre que o Reus é o maior imbecil do mundo. Ele me traz Pretzels de vez em quando, pergunta sobre o meu dia, e até me fez sopa quando eu fiquei resfriado no mês passado. Estava horrível, mas eu agradeci. Eu não o odeio o tempo todo! Eu o odeio apenas quando estou acordado o suficiente para reparar em cada mínimo defeito ou desvio de caráter que ele apresenta. O que mais me irrita é quando...

Opa. Barulho de chave rodando na fechadura da porta da frente. 1, 2, 3...

“OUCH! PUTA MERDA, QUEM DEIXOU ESSE SOFÁ AQUI?”

Suspirei novamente e rolei de lado no colchão, dando as costas para a porta do quarto, que vai se abrir dentro de cinco segundos. BAM. Porta escancarada com sucesso. Agora a luz.

Minhas pálpebras estão fechadas, mas mesmo assim senti o impacto da claridade repentina. Ergui a coberta o suficiente para cobrir os olhos e me preparei, como sempre.

“Opa, desculpa, Sunny. Esqueci que você estava aí.”

Claro que esqueceu, você é um pudim de pinga!

E eu não vou responder nada em voz alta dessa vez. Quem sabe se eu ignorar, ele não desiste, certo? Acabou de apagar a luz e está agora provavelmente trançando as pernas enquanto caminha para encontrar a cama dele. O babaca é muito previsível.

O silêncio invadiu o quarto e eu já estava cogitando começar a contar carneirinhos para atrair o sono, quando o colchão da minha cama afundou sob o peso do invasor recém-chegado. Merda!

“Qual é, Reus? Confundiu a cama? A sua fica para o outro lado.” – Minha voz saiu carregada de tédio e desprezo.

“Vim te dar um beijo de boa noite, sunny.” – A voz dele está pastosa, como se a língua fosse grande demais para caber na boca.

“Cala a boca, Reus. São 15 pras 2 da manhã.” – Acendi a tela do meu celular e o ergui a tempo de flagrar o bêbado com o olhar perdido, um dos dedos coçando a cabeça, que parece estar em um estado pleno de confusão.

“Achei você!” – O sorrisinho torto, que eu odeio, fez uma aparição repentina e ele se inclinou perigosamente em minha direção. Ergui os braços para tentar cobrir o rosto, mas acabei acertando o punho no rosto dele, que rosnou e se afastou imediatamente. – “Você me deu um soco?”

Ok, essa conversa está muito estranha. Ele costuma chegar bêbado sempre, mas nós nunca conversamos e ele nunca tentou me dar um beijo de boa noite.

“Eu ia te dar um beijo na testa, Mario.” – Ele parece realmente ofendido.

“Ei, eu não fiz por mal, certo?” – Tentei me justificar, mas minha voz não saiu com um pingo de arrependimento. Felizmente, ele está bêbado e não vai notar, qualquer coisa serve nessas horas.

"Ugh. Não sei por que você me detesta tanto. Eu já pedi transferência, ok? Não vou mais te incomodar. Espero que me coloquem pra dividir quarto com alguém menos rabugento. Você é lindo, mas é chato demais.” – Ele cuspiu as últimas palavras e eu senti o peso dele abandonar meu colchão.

Ele pediu transferência de dormitório? E disse que eu sou lindo! E chato! E ele quer se mudar daqui! WHAT?

 

-

 

São 7 da manhã. Passei a noite em claro, revivendo a última frase que o Reus me disse antes de dormir. A pouca luz que está incidindo no quarto através da fresta da cortina me permite ver que o cachaceiro caiu na cama em um ângulo estranho e, provavelmente, dormiu assim a noite toda. Se ele conseguir ir para a aula daqui a 1 hora, inegavelmente vai estar com um puta torcicolo. Bem feito! Quem mandou beber?

Me espreguicei, peguei o celular e dei uma passada rápida por todas as redes sociais inúteis que eu não uso, esfreguei os olhos e me sentei na cama, bocejando mais uma vez. Preciso fazer café, tomar um banho rápido, vestir a primeira roupa que eu encontrar no armário e sair. Tenho 35 minutos.

Enquanto realizava todas as minhas tarefas, minha consciência mal me deu sossego. Eu não posso simplesmente sair de casa e deixar o grande imbecil daquele jeito. E se ele tiver algo importante na aula hoje? E se ele perder alguma prova? Sei que não tenho obrigação de fazer serviço despertador pra ninguém, mas às vezes não custa ajudar. Dei um último gole na caneca de café, coloquei ela em cima da pia e dei alguns passos em direção ao quarto.

É óbvio que ele está roncando, ainda deitado na mesma posição e com a boca ligeiramente aberta. Deve ter babado a noite toda, eca. Eu poderia muito bem ser filho da puta a ponto de tirar uma foto para divulgar por aí. O grande e poderoso Marco Reus também ronca, baba e tem bafo matinal. Belo "slogan" eu criei. Respirei fundo e me preparei, andei até a janela, abri as cortinas e deixei a luz do sol entrar no quarto.

“REUS!” – Chamei alto e firme, para acordá-lo já em estado da alerta. Ele nem se mexeu. Revirei os olhos e me aproximei mais, cutucando-o no ombro. – “Acorda, otário.” – Sussurrei. Ele abriu os olhos repentinamente e me olhou de um jeito engraçado, o rosto todo amassado e marcado pelo travesseiro.

“Bom dia pra você também, sempre amigável.” – Foram palavras que mais pareciam resmungos. Ou resmungos que mais pareciam palavras. Who cares?

“Você não tem aula hoje?” – Perguntei, tentando soar o mais despreocupado possível.

“Devo ter. Não vou.” – Ele se endireitou na cama e fez uma careta de dor ao sentir o pescoço travado. Rá. Bem feito.

“Ok. Sua vida, seus problemas.” – Retruquei e fui saindo, não sem antes ouvi-lo.

“Como se você se importasse...”

 

-

 

É isso. Chega de pensar no maldito roommate. Passei o dia todo distraído, ignorando o Julian e o André, que estão entretidos em uma discussão que não levará nada a lugar nenhum, algo relacionado à teoria Malthusiana e tragédias naturais. Eu não me importo. Descobri que não me importo com praticamente nada.

Inclusive não me importo com o Reus. E por que, for God’s sake, eu não paro de pensar nele e no que ele me disse noite passada? Por que não consigo ignorar o aperto no peito que sinto ao pensar que talvez semana que vem ele não vai estar mais lá? Eu nem gosto dele. E não sei nada sobre ele, nunca fiz questão de saber. E agora parece que vou perder alguém próximo. Preciso ir pra casa resolver isso com uma conversa esclarecedora em que ele me explica o porquê de estar saindo e eu fico de consciência tranquila ao perceber que realmente não me importo. É isso. Preciso disso, agora. Ele deve estar caído no sofá, curtindo a ressaca, tenho certeza.

“Vou pra casa.” – Anunciei, sem entusiasmo, e não esperei pela resposta dos dois manés que ainda estão discutindo enquanto caminham ao meu lado.

Apressei o passo e ignorei a adrenalina que está correndo pelas minhas veias e criando aquela sensação de ansiedade em meu estômago. Não tenho que ficar ansioso para ver o roommie indesejado, tenho que ficar apenas calmo o suficiente para questioná-lo tentando parecer despreocupado.

Abri a porta do apartamento e senti o peito murchar ao perceber que o Reus não está no sofá, como normalmente estaria. Joguei a mochila no chão ao lado de uma das banquetas do balcão da cozinha, que na verdade também pode ser a sala, e caminhei em direção à porta do quarto. Enquanto me aproximava, ouvi uma música baixa vindo de dentro do cômodo e respirei fundo para tomar coragem. Eu não sou bom com conversas e eu odeio interagir, ainda mais com alguém que provavelmente não está 100% sóbrio. Apertei a maçaneta com uma força desnecessária e empurrei a porta sem cerimônia.

“Reus, precisamo... HOLY CRAP!!!!!!!!!!!!!!!!” – Cobri os olhos com as duas mãos e tentei dar alguns passos para trás, mas acabei tropeçando em minhas próprias pernas e caí de bunda no chão. O reflexo me fez usar as mãos como apoio para o corpo e eu acabei olhando novamente para a cena grotesca em minha frente.

A loira escultural está nua, deitada na cama do Marco, com as pernas ligeiramente abertas e o corpo meio erguido apoiado nos cotovelos. O loiro seminu, que estava com o rosto enterrado entre as coxas dela, agora está me encarando, com os olhos arregalados e o rosto branco feito folha de papel. Fechei os olhos e chacoalhei a cabeça para tentar tirar a imagem da minha mente, e pelos barulhos que ouço, os dois estão se mobilizando para sumir daqui também.

“Mil perdões, Sunny.” – A voz esganiçada da menina veio de perto da porta, e eu achei seguro finalmente olhar para ela. O vestido está meio desajeitado, mas está cobrindo as partes importantes. O rosto dela adquiriu um tom de vermelho muito engraçado e ela parece mortificada. Se ela não tivesse me chamado de Sunny, eu poderia até ter ficado com dó.

“Sunny é o caralho.” – Simpático, sempre simpático. Scarlett, acho que esse é o nome, me olhou confusa e magoada, e eu acabei de me dar conta de que ela não sabe a origem do apelido, apenas me chamou assim por ter ouvido o namorado o repetindo tantas vezes antes. – “Desculpe, o Reus me chama assim de maneira pejorativa, e eu não gosto.”

“Oh, wow!” – Se isso for possível, creio que ela ficou ainda mais vermelha. – “Eu juro que não sabia!” – Ela lançou um olhar irritado para o namorado, que provavelmente está parado atrás de mim, e então saiu pela porta sem dizer mais nenhuma palavra.

E eu continuo sentado no chão. Sem dignidade nenhuma, arrisco dizer. Minha bunda está doendo, mas o meu ego está muito mais ferido.

“Então?” – A voz do Reus veio de trás de mim, e eu ergui o rosto para olhá-lo.

“Me avise assim que sair a resposta sobre o seu pedido de transferência. Espero que dessa vez me enviem alguém decente.” – Levantei e saí dali correndo, sem esperar por mais nada.

MERDA!

 


Notas Finais


Até o próximo. <3

P.S. Dedico o capítulo para a Brenda! AHUEHEUEHUEA


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...