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História Ain't my fault! - Could've stopped right now, even if I wanted


Escrita por: EchteLiebe

Notas do Autor


Hey girls! Desculpem a demora para voltar. :D
Bom, organizei as ideias em capítulos e decidi que vou terminar com 5 ou 6, e sem dúvidas até, no máximo, sexta-feira da outra semana.
Esse estava muito grande, então resolvi dividi-lo em dois. Espero que vocês estejam gostando. ;)
Amanhã vou responder aos comentários. Mais uma vez agradeço à todas vocês. <3

Capítulo 3 - Could've stopped right now, even if I wanted


Eu tenho certeza de que estou morrendo. Certeza. Minha cabeça continua doendo, minha boca continua seca e eu estou extremamente enjoado. Extremamente. Faz mais de uma hora que estou jogado no sofá, esperando que um milagre aconteça e o ânimo para levantar apareça. O Reus saiu, disse que não demorava, mas até agora não apareceu de volta. Tudo bem que ele não me deve satisfações. Tudo bem que eu fingi não me importar e não perguntei para onde ele ia. Tudo bem que eu ainda estou me esforçando arduamente para tentar me lembrar da noite passada. O Nuri acabou de ir embora, dizendo algo sobre ‘missão cumprida’, que eu fiz questão de não levar a sério. Depois se diz meu melhor amigo...

Me virei de lado e segurei a cabeça com as duas mãos, usando as pontas dos dedos para massagear as têmporas, na esperança de que isso alivie a dor, mas sei que é em vão. Nada vai me ajudar agora! Vou morrer aqui, sozinho e em silêncio!

“Sunny!” – A porta da frente se abriu de repente, e a voz do Reus pareceu soar diretamente dentro da minha cabeça, um milhão de vezes ampliada, como se tivesse saído de um megafone apenas para contrariar o meu último pensamento fúnebre.

“Ouch. Fala baixo, porra!” – Tateei o sofá atrás de mim e encontrei uma almofada, que utilizei para cobrir a minha cabeça. Dói.

A almofada foi puxada e eu tentei lutar contra, mas os meus braços parecem não me obedecer. Ergui os olhos e o Reus me encarou de cima, com um meio sorriso carregado de diversão. Maldito filho da puta.

“Trouxe pra você!” – Ele mostrou uma sacola e eu franzi o cenho, enquanto tentava adivinhar o que tinha dentro.

“Analgésicos e coca-cola. Faz bem para a ressaca e para o estômago enjoado.” – O Reus deu um sorrisinho e eu fiquei mudo, observando cada detalhe do rosto dele. Será que ele sempre foi bonzinho assim e eu que sempre fui um babaca?

“Mario?” – Ele pareceu incerto e deu um passo para trás. – “Você vai vomitar, não vai?”

Para ser sincero, vou. Me levantei correndo do sofá e por pouco não consegui alcançar o banheiro. Me ajoelhei no piso frio e senti as gotículas de suor se formando próximas da raiz dos meus cabelos antes de começarem a escorrer pela minha testa. Maldição.

Após esvaziar o estômago e tomar o terceiro banho do dia, fui até o quarto e vesti uma bermuda e uma camiseta regata, apesar da temperatura do lado de fora não passar dos 10 graus. Caminhei em direção à sala e encontrei o Reus me esperando com o olhar preocupado.

“Melhor?” – Ergui uma das sobrancelhas e a tentação de retrucar com uma resposta mal humorada fez com que a ponta da minha língua coçasse. Era só me olhar para perceber que não havia nada de melhor. Mas resolvi apenas assentir e me sentar. Ele se levantou imediatamente, foi até o balcão e mexeu na sacola, então voltou com um comprimido na palma de uma das mãos e uma lata de coca-cola na outra.

“Confie em mim.”

“Claro, pelo tanto que você bebe, deve ser especialista.” – Não pude me controlar. Ele me ignorou e esperou que eu tomasse o primeiro gole da coca para ajudar o comprimido a descer, e então se sentou ao meu lado.

“Obrigado.” – Agradeci, tomando outro gole e sentindo o líquido gelado descer formigando pela minha garganta.

“Nada.” – Ele sorriu e se recostou no sofá, olhando fixamente para um ponto à frente. Ficamos em silêncio alguns instantes, mas eu queria perguntar o que ele sabia sobre a noite passada. Eu não me lembro de nada, mas eu sei que ele se lembra. Algo mudou entre nós dois e eu não consigo entender o que é. É como se agora ele se sentisse confortável ao meu lado, apesar de eu não estar me sentindo tão bem assim ao lado dele.

“Você não vai tomar o remédio?” – Perguntei.

“Não, eu não estou de ressaca.” – Ele sorriu e finalmente me olhou. – “Tomei só 4 cervejas ontem.”

“Mentira!” – Quase cuspi o refrigerante. – “Eu vi você bebendo muito mais do que isso.”

“Não bebi! Por algum motivo eu queria muito ficar sóbrio durante o jogo de ontem.” – Ele piscou pra mim e eu senti o sangue todo se concentrando em minhas bochechas. Eu devo estar com o rosto muito vermelho.

“Mas hoje cedo você... você não se lembrava de como fomos parar na mesma cama.” – Arregalei os olhos para ele, querendo me assegurar de que ele também não se lembra. Tenho medo de que ele possa saber algo que eu não sei.

“Eu meio que menti.” – Ele riu. Riu. Filho da puta! O que será que aconteceu?

“REUS!” – Meu tom foi de alerta, uma ameaça velada. Não sei bem o que quero com isso.

“Você não se lembra de nada?” – Seu sorriso diminuiu, mas ele ainda parece se divertir às minhas custas.

Me limitei a olhá-lo de um jeito cortante, concentrando no olhar toda a raiva e frustração que estou sentindo.

“Ok." – Ele suspirou e eu tomei outro gole da minha bebida, tentando me preparar psicologicamente para o que eu vou descobrir. – “Vamos fazer um trato.”

What? Trato, que trato? Não fode, Reus. Ou fode.

OMG!

Preciso parar com esses pensamentos.

“Trato?” – Tentei soar menos desesperado do que na verdade me sinto.

“Uhum.” – Ele chacoalhou a cabeça, afirmando de maneira quase infantil, como se quisesse dar ênfase no que está dizendo.

“Diz.” – Revirei os olhos e soltei o ar, impaciente. Odeio suspense, odeio mistério, odeio não saber o que eu fiz. Merda.

“Eu vou te contando as coisas aos poucos, à medida em que o tempo passa.” – Ele sorriu e eu fiquei atônito, o encarando. Não entendi absolutamente nada.

“Como assim à medida em que o tempo passa?”

“Nós vamos passar o dia juntos.” – Ele deu de ombros, como se isso fosse óbvio. – “Então nós temos bastante tempo para conversar.”

“Quem te disse que vou ficar em casa hoje?” – Eu questionei, só para não me dar por vencido. É chato saber que sou previsível.

“Eu posso não te conhecer bem, mas moro com você há 6 meses.” – Ele deu um sorrisinho convencido e eu quis acertá-lo bem no meio da cara. – “Você nunca sai de casa.”

“Ouch.” – Ironizei, e ergui uma das sobrancelhas. Meu estômago está começando a ficar um pouco melhor e a minha dor de cabeça está indo embora. Talvez o dia não vai ser tão ruim quanto eu imaginei que seria.

“Então, o que você acha de começarmos a assistir uma série nova hoje? Podemos ir até o supermercado quando você melhorar. Eu posso cozinhar alguma coisa e depois nós nos entupimos de porcarias enquanto assistimos à toda a primeira temporada de Narcos.” – Ele deu uma piscadinha e eu dei um último gole no refrigerante, ganhando tempo para pensar sobre a proposta. Eu quero, mas não devo. Quero dizer... estou muito tentado a dizer sim e passar o resto do dia conhecendo um pouco mais sobre ele, mas isso significa que vou ter que me abrir também. Eu lutei contra isso pelos últimos 6 meses, não posso simplesmente deixar tudo de lado por conta de um jogo besta e uma ressaca. Ou será que eu posso? O que me deixa na dúvida não é a aproximação repentina dos últimos dois dias, mas sim a possibilidade do Reus sair daqui e algum estranho entrar no lugar dele. Foi isso que me fez entrar no jogo de ontem. Nós não somos amigos, nem nos conhecemos intimamente, mas a presença dele é familiar. E ele tem até um certo charme com esse sorrisinho torto e esses olhos de cachorro pidão.

“Mario?” – Ele estalou dois dedos na minha frente e eu o olhei, surpreso por ter sido pego divagando. – “E então? Aceita?”

 

-

 

Faz meses que não venho ao supermercado, pois prefiro comer fora de casa. Não me leve a mal, eu sei cozinhar e acho admirável a arte de dominar o fogão, mas é que depois disso tem a louça suja pra lavar. E eu não nasci pra lavar louça. O Reus cozinha quase todos os dias, mas deixa tudo impecavelmente limpo quando termina. Ele é estranho. Anyway...

Caminhamos ao longo do corredor de gordices e meus olhos brilharam ao avistar a pilha contendo baldes enormes de pipoca pronta.

“Doce ou salgada?” – O Reus me despertou do transe, seguindo meu olhar em direção à prateleira de petiscos.

“Posso ter um de cada?” – Minha voz saiu manhosa e eu percebi que estou fazendo bico. Ótimo, eu não canso de passar vergonha. Ele riu e pegou dois potes de pipoca para colocar ao lado dos dois pacotes de Milka Choco pause, minhas bolachas preferidas, que já estão fazendo companhia para os dois packs tamanho família de kinder pinguí schoko.

“Acho que tá bom, né?” – Ele coçou a cabeça e me olhou. Além das porcarias, pegamos um pacote de massa congelada com brócolis, steaks de peru e um pacote de batatas fritas.

“Faltam os salaminhos e as carazzas da BiFi e meu pacotinho de waffles belgas.” – Dei um sorrisinho de lado e esperei o Reus fazer algum comentário desagradável sobre o meu paladar, mas ele apenas sorriu e continuou empurrando o carrinho pelos corredores, em busca do que eu tinha pedido.

“Então?” – Cruzei os braços e o acompanhei.

“O que?” – Ele me olhou com a expressão inocente.

“Você já pode começar a me dizer o que aconteceu ontem. Já estamos passando o dia juntos.” – Apontei um dedo acusador para ele, mas depois tornei a cruzar os braços enquanto virávamos em um outro corredor.

“Tem quer ser agora?” – Ele parou em frente à prateleira e começou a jogar os pacotinhos de BiFi dentro do carrinho.

“E por que não?” – Eu o ajudei e nós dois passamos alguns segundos em silêncio.

“Você saiu do banheiro e parecia meio perdido dentro do quarto, andou de um lado para o outro, até que eu te chamei para perguntar o que estava acontecendo.” – Ele me chamou! RÁ! Eu sabia, ele quis me atrair para a cama dele. – “Então você se aproximou, tropeçando e se sentou na beirada do meu colchão, reclamando que não conseguia achar a sua cama.”

“E...?” – Vou deixar para acusa-lo de assédio assim que ele terminar a história! Eu sabia que a culpa não era minha.

“Então eu disse que iria te ajudar a encontrar a sua cama, mas você respondeu que a minha estava mais confortável e pediu que eu desse espaço para você se deitar.” – Ops.

“Isso é mentira.” – É óbvio que é mentira. Eu jamais faria isso.

“Você quem sabe...” – Ele deu de ombros e saiu empurrando o carrinho pelo corredor, me deixando para trás.

“Você poderia ter insistido!” – Andei rápido para alcança-lo antes que ele saísse do corredor.

“Eu não acabei a história ainda!” – Ele piscou pra mim e eu senti o rosto esquentar instantaneamente.

“O que mais aconteceu?” – Senti uma pontada de antecipação no estômago. Não tenho certeza se confio no que ele está dizendo, mas no momento, sou incapaz de negar qualquer coisa com convicção. Eu não me lembro de nada.

“Isso eu conto depois.” – Ele saiu empurrando o carrinho e eu me imaginei acertando-o nas costas com uma garrafa de refrigerante. Cretino.

 

-

 

Minha ressaca está um pouco mais amena, meu estômago se recuperou com a ajuda da Coca-cola e eu até consegui fazer uma boa refeição na hora do almoço. Ajudei o Reus com a louça e disse que ia para o quarto dormir, já que minha cabeça ainda parece rodar um pouco quando faço movimentos bruscos. Ele apenas sorriu, disse que ia sair para “resolver uns assuntos” e me deixou sozinho no apartamento. Provavelmente se cansou de toda essa idiotice de “passar um tempo juntos” e aproveitou a primeira oportunidade para pular fora. Compreensível. Suspirei e me deitei na cama, achando que não ia dormir, mas o sono veio rápido e fácil.

Acordei com uns barulhos irritantes no quarto, resmunguei para que parassem e me virei em direção à parede, cobrindo a cabeça com o travesseiro. Apaguei de novo, sem olhar o horário ou descobrir o que estava acontecendo.

Sonhei com coisas estranhas, mãos me apertando os ombros e me chacoalhando, além de uma voz me chamando de um local distante, como se estivesse submersa em água. Me debati e tentei gritar que não posso alcançar a voz, mas então as chacoalhadas se tornaram mais fortes e eu despertei assustado. O Reus está me olhando de uma distância muito próxima, as duas mãos dele estão no meu ombro e é provavelmente por isso que sonhei estar sendo chacoalhado. Eu realmente fui.

“O que?” – Minha voz saiu pastosa e eu fechei os olhos novamente, sentindo o peso das pálpebras entorpecidas.

“São 19 horas. Nós não vamos ver a série?” – Ele pareceu incerto. – “Me desculpa te acordar...”

Que dia é hoje? Quanto tempo dormi? Quem é esse cara? Foram meus primeiros pensamentos, antes que meu cérebro começasse a funcionar de verdade.

“Hã?” – Foi o que consegui dizer.

“Tudo bem, não precisamos ver... Desculpa de novo!” – Ele pareceu chateado e se afastou de mim antes que eu pudesse voltar a raciocinar. A porta do quarto se fechou de maneira suave e eu esfreguei o rosto para tentar despertar de uma vez.

A maratona de Narcos!

Me sentei rapidamente, o que foi uma péssima ideia, e esperei que o quarto parasse de rodar em torno de mim. Eu achei que o Reus tinha se esquecido dos nossos planos, mas aparentemente, quem ferrou com tudo fui eu. Me levantei e abri a porta, dando de cara com a sala. Pisquei algumas vezes e esfreguei os olhos para ter certeza de que estou enxergando direito.

QUE PORRA ACONTECEU AQUI?


Notas Finais


Até o próximo, lindas. <3 Perdão se há algum erro de concordância ou algo do tipo, não tive tempo de revisar antes de postar.
beijos.


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