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História Ain't my fault! - It ain't my fault I am not leaving alone.


Escrita por: EchteLiebe

Notas do Autor


Hey girls! Penúltimo capítulo hoje.
Acho que consigo terminar até a sexta ou sábado de manhã. :D
Obrigada por todos os comentários de vocês! Já disse que todas são lindas, não é? Sempre me acompanhando, desde a primeira fic.
obrigada pelo apoio! Beijos.

Capítulo 5 - It ain't my fault I am not leaving alone.


Acordei mais cedo do que pretendia e fui até a cozinhar preparar o meu café. Encostei o quadril no balcão e cruzei os braços em frente ao peito enquanto esperava a água terminar de ferver e, então, minha mente me traiu com as lembranças da noite passada. Foi tudo tão surreal, que mal consigo acreditar...

O Reus não está em casa, e eu também não vi se ele entrou no quarto na noite passada. Provavelmente foi atrás de alguém que saciasse as vontades dele. Foda-se! Foda-se mesmo! Ele pode enfiar a cara entre as pernas de quem ele quiser, babaca! Não ligo. Quero que ele exploda em mil pedacinhos, que vire purpurina!

Estava pronto para me virar pra pegar a água, quando a porta se abriu bruscamente e o Reus entrou, todo suado, com uma calça de corrida de cós baixo, tênis e fones de ouvido. A camiseta está pendurada no ombro, e o tanquinho e as entradinhas estão em full display. O cabelo dele está bagunçado e ele está corado, respirando pela boca com os lábios entreabertos. Tudo nele me atrai. E eu sou um grande babaca. NADA NELE ME ATRAI. NADA. NADA. NADA. NADAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA. Só esse tanquinho maravilhoso e essas entradinhas que eu queria muito contornar com a língua. Meu Deus! Mario Götze, the horny teenager, is back!

“Bom dia.” – Reus soou meio formal e eu mal consegui reparar no que estou fazendo. Ele tirou uma garrafa de água do frigobar e tomou um gole demorado enquanto eu tento agir normalmente, feito uma garotinha adolescente que está ao lado do crush. Óbvio que derrubei metade do café na pia e quase escorreguei na água que apareceu misteriosamente no chão ao lado dos meus pés.

Reus franziu o cenho enquanto me observava, mas não fez nenhum comentário. Ele está diferente do habitual. Meio chateado, eu acho. Talvez frustrado. Na verdade, chateado e frustrado.

“Não sabia que você era do tipo saudável, que sai pra correr em um domingo de manhã.” – Claro que eu não consegui segurar minha língua. O tom irônico já é comum nessa altura.

“É, tem muitas coisas que você não sabe sobre mim. E eu também precisava descontar a frustração em alguma coisa, não é?” – Isso foi uma indireta, não foi? Claro que foi! Ele está frustrado porque é um safado, sem vergonha, que não conseguiu transar pela primeira vez na vida.

“Não consigo imaginar o porquê de você estar frustrado.” – Isso, Mario! Dê corda para se enforcar depois. Parabéns, gênio!

“Não, né?” – Marco soltou uma risada irônica e sem um pingo de humor. – “Fica cada vez mais difícil levar a sério o pedido que você me fez na sexta-feira. Eu não aguento mais você complicando coisas que são simples.”

Congelei. Meu coração disparou e eu senti uma ligeira moleza nas pernas. Que espécie de pedido eu fiz pra ele na sexta-feira? Puta que pariu!

“Que pedido?” – Tentei soar casual, mas a minha voz tremeu no final da frase e ele me olhou com escárnio.

“Queria ter a mesma memória seletiva que você, que só lembra do que te convém.” – Ele acha que estou mentindo?

“Eu realmente não lembro, caralho! Já te disse. Você usou isso contra mim o tempo inteiro ontem! Chega de enrolação e me diz o que aconteceu!” – Soltei as palavras com raiva, quase cuspidas.

“Usei contra você?” – Ele arregalou os olhos e, em seguida, balançou a cabeça em um gesto negativo. – “Eu sou muito trouxa por ter pensado que você gostou tanto do dia de ontem quanto eu. Comprei tudo o que você gosta, preparei a sala para que ficássemos confortáveis e fiz o possível para que pudéssemos nos conhecer um pouco mais!”

“VOCÊ FEZ ISSO PORQUE QUERIA TRANSAR!” – Eu não acredito que falei isso! Pior, eu GRITEI isso! Senti um aperto no peito e as palavras deixaram um gosto amargo em minha boca. Eu sou um imbecil. Reus me olhou de um jeito extremamente ofendido antes de se virar de costas e começar a andar em direção ao banheiro.

“Reus...” – Eu andei atrás dele, mas fui ignorado. – “Marco!” – Joguei minha última carta, e pareceu funcionar, porque ele se virou e me deu chance de falar, mesmo com a expressão impaciente.

“Me desculpa.” – Engoli em seco e desviei o olhar do rosto dele. Sinto vergonha dos meus erros, mas pedir desculpas é ainda mais difícil.

“Eu estou tentando te conhecer, sabe?” – A voz dele soou baixa e magoada de verdade. – “Nós moramos juntos pelos últimos seis meses e você mal me dava bom dia. Sexta-feira rolou nossa primeira interação, por causa do Nuri, e eu achei que... achei que agora nós poderíamos ser amigos ou sei lá... Eu acho estranho morar com alguém que não conversa comigo. Achei que sermos amigos iria tornar as coisas mais confortáveis. Eu não queria transar, eu queria te conhecer. A atração foi consequência, não foi minha culpa, e eu sei que você também sentiu.”

“Não estou atraído por você!” – A resposta foi automática.

“Isso soaria muito mais convincente se você conseguisse tirar os olhos do meu abdômen.” – Ele revirou os olhos, virou de costas pra mim e entrou no banheiro, batendo a porta na minha cara ao passar.

Bom, muito bom! Pelo menos ele não vai ver que estou corado feito um pimentão, extremamente envergonhado em constatar que ele tem razão. Eu quase não consegui desviar o olhar do corpo dele durante os minutos em que conversamos. Mas não é exatamente minha culpa... ele voltou todo suado, descabelado, corado e... tão gostoso! Suspirei e passei a mão nos cabelos, tentando me livrar da onda de culpa que tomou conta de mim ao ter esses pensamentos. Preciso parar com isso, antes que seja tarde demais.

Comecei a andar de um lado para o outro em frente à porta do banheiro, incomodado com a situação e preocupado com o que eu possa ter dito para o Reus na sexta-feira. Não é possível que eu não consiga me lembrar! Eu preciso me lembrar... ouvi o barulho do chuveiro sendo ligado e tomei a decisão mais estúpida da minha vida. Abri a porta com força, agradecendo por ela estar destrancada, e invadi o banheiro sem cerimônia.

“EU ESTOU PELADO!” – O Reus gritou e cobriu as partes íntimas com as duas mãos. Tentei ignorar o quão sexy ele fica com a água escorrendo pelo corpo definido e o cabelo grudado na testa.

“Você não tem nada que eu também não tenho!” – Dei de ombros e a minha voz saiu em tom neutro, apesar da onda de calor que está subindo pelo meu corpo enquanto o observo. – “Eu quero saber o que foi que eu te pedi!”

Ele revirou os olhos e enfiou a cabeça embaixo da água para terminar de tirar o shampoo do cabelo, mas manteve a mão cobrindo as partes. Enquanto ele estava de olhos fechados, o observei descaradamente, admirando o corpo quase perfeito que ele tem. Acho que treinar futebol e correr é algo que faz bem para o físico. Essas coxas... eu queria morder essas coxas deliciosas. Sem contar o que faria com a b...

“Terminou de admirar ou quer que eu dê uma voltinha?” – Fui chamado para a realidade e senti o rosto queimar de vergonha. Mais uma vez, ele me flagrou sendo um tarado sem vergonha.

“Eu não...” – Comecei, mas ele me cortou e fez uma imitação pobre da minha voz.

“...estava olhando.” – Ele balançou a cabeça e fez uma careta, colocando a língua pra fora.

“Vai me dizer logo o que foi que eu te pedi, ou pretende me enrolar mais um pouco?” – Cruzei os braços e olhei para o chão. É mais seguro assim.

“Depois que você veio se deitar na minha cama, se aconchegou em meu peito e disse que ali era mais confortável...” – Ele está sendo propositalmente filho da puta, querendo me constranger ao lembrar que bêbados são estúpidos. E eu bêbado sou um imbecil. – “...você me pediu para ficar. Disse que não quer que eu vá embora, pois eu...”

“Ah não, Reus!” – Soltei uma gargalhada super alta e tornei a olhar para ele. – “Você acha que eu sou idiota e vou comprar essa história? Depois você vem me criticar e jogar a carta da memória seletiva.”

“... pois eu não sou mais um estranho, e trazer outro pessoa para morar aqui arruinaria seu save place.” – Ele continuou falando e eu o corrigi sem perceber.

“SAFE place.” – Engoli em seco e senti o estômago afundar enquanto meu coração disparava no peito. Aquilo foi algo que eu realmente pensei naquela noite, antes de entrar em casa. É algo que esteve em minha mente desde o dia em que ele disse que ia embora. Não tem como ele ter inventado isso. Ainda mais com esse termo incomum em inglês.

Senti meus ombros caírem e me virei de costas para ele, sem adicionar uma única palavra. Saí do banheiro e fui até o quarto, onde me joguei em cima da cama. Talvez ter exposto esse lado vulnerável dos meus pensamentos tenha sido pior do que se eu tivesse tentado forçá-lo a dormir comigo.

-

“Mario?” – Não sei quanto tempo se passou até que o Reus entrasse no quarto, completamente vestido e carregando um pote de sorvete e duas colheres na mão. Eu acho que cochilei ou fiquei apenas perdido em pensamentos durante todo o tempo.

“Hum?” – Confesso que respondi só porque vi o sorvete.

“Podemos conversar?” – Ele parou em pé ao lado da minha cama, me olhando com certo receio.

Suspirei, me sentei no colchão com as pernas cruzadas e olhei para cima pra encará-lo. Dei de ombros e desviei o olhar, incapaz de dizer qualquer coisa. Ele se sentou ao meu lado, encostou as costas na parede e imitou minha posição. Permanecemos em silêncio enquanto ele abria o pote de sorvete, colocava entre nós dois e me estendia uma colher. Aceitei de bom grado, e esperei que ele pegasse um pouco primeiro, para só então pescar a minha própria porção. Häagen-Dazs de chocolate e amêndoas. Puta que pariu, eu amo demais esse sorvete.

“Obrigado.” – Falei com a boca cheia. Ele sorriu de lado, daquele jeitinho torto, que me tira do sério por todos os motivos errados. Eu costumava odiar quando ele fazia isso. O achava todo cheio de si, mas agora percebi que é o jeito dele. Não me irrita mais como costumava fazer. Agora me afeta de um jeito estranho... me faz ter vontade de retribuir.

Como mudei tanto o que sentia em apenas 3 dias?

“Ontem no mercado você me disse que esse é o seu favorito.” – Ele apontou para o pote, depois enfiou a colher e pegou mais um pouco para encher a boca. Ficamos em silêncio até ele terminar de engolir. – “Nós não precisamos foder com tudo, Mario! Isso é tão simples, tão natural... não tem porquê fazermos de tudo isso uma enorme confusão. Somos roommates, temos gostos em comum, temos assunto para conversar nas horas vagas e, bom, temos mais uns 5 semestres pela frente?”

Ele disse tudo isso com a voz calma e terminou em um tom de pergunta, como se não tivesse certeza do tempo que temos pela frente.

“Não custa nada tentarmos ao menos ser amigos. Sei que você odeia pessoas, e odeia ainda mais pessoas sociáveis, mas eu juro que vou tentar ser melhor nesse sentido. Eu posso parar de te dar bom dia e talvez possa diminuir o ritmo das festas para não atrapalhar o seu sono durante a semana... O que você acha?” – Ele pegou mais sorvete para me dar tempo de responder.

Não sei o que eu acho. Eu não acho nada. Não quero ser amigo dele. Quero transar com ele até ficar dolorido. Quero que ele suma e não apareça mais aqui. Não quero dar chance para ele me magoar, assim como o imbecil do meu ex fez. Não quero me deixar levar e me apegar a alguém que vai embora daqui a alguns anos. Não quero me envolver com um cara que adora curtir com todos... Não quero que ele exista. Quero que todas as impressões que tenho dele sumam.

Eu queria nunca tê-lo conhecido, é isso.

“Eu não sei, Reus.” – Suspirei. Não sei mesmo. Não posso me abrir com ele e dizer qual é o verdadeiro problema.

“Por que você não me dá uma chance?” – Ele disse isso como alguém que comenta sobre o tempo. – “O que acha de irmos para uma festa hoje? O Nuri vai estar lá, disse que me pagaria várias cervejas se eu conseguisse te tirar de casa. E antes que você diga alguma coisa sobre isso, eu não estou te convidando pelas cervejas, eu estou te convidando porque quero você lá.”

Ele está me olhando com a expressão séria, esperando que eu responda alguma coisa. Não sei o que responder. Não sei se quero responder, para ser honesto. Não tenho a mínima vontade de ir à nenhuma festa. Eu queria ficar em casa e curtir a minha cama, como o bom velho de 80 anos que sou... mas o Nuri vai estar lá e o Reus está me olhando de um jeito quase irresistível. E ele comprou meu sorvete favorito.

-

Chegamos ao meu inferno pessoal. Uma balada lotada de pessoas bêbadas, bem-humoradas e sociáveis. Pessoas como Marco Reus, que devem chegar em casa de madrugada e acordar o roommate estudioso e dedicado, que não gosta de sair. Esse seria eu.

Olhei em volta e respirei fundo várias vezes, tentando não me arrepender por ter saído de casa. O Reus está me segurando pela mão, me arrastando junto com ele enquanto vai abrindo caminho pela multidão. Ele e o Nuri combinaram de se encontrar perto do bar, mas até agora não vi o meu melhor amigo. Ele poderia sorrir, os dentes dele são extremamente brancos e provavelmente iam se destacar nessa quantidade absurda de luz negra. Reus olhou para trás várias vezes enquanto andávamos, todas as vezes me lançando um sorrisinho, como se tivesse medo de que eu fosse sumir. Ele não está acreditando que topei sair, e fica me olhando com esses olhos grandes, como se eu fosse uma aberração ou algo assim.

Chegamos ao bar e ele soltou minha mão, deixando apenas um rastro de calor onde os dedos dele seguraram os meus. Cruzei os braços e olhei em volta, buscando pelo sorriso iluminado do Nuri, mas não vi nem sinal dele. Reus pescou o celular no bolso e digitou uma mensagem rapidamente, depois passou a olhar para os lados também. A tela se iluminou e o Reus sorriu ao ler a resposta, então se aproximou e colou os lábios no meu ouvido.

“Nuri está chegando!” – Ele se afastou e sorriu para mim, mas manteve uma das mãos na parte de trás das minhas costas enquanto nós dois esperávamos.

Uns 5 minutos se passaram até que meu melhor amigo apareceu todo sorridente e com três meninas à tiracolo. Reconheci Scarlett no minuto em que ela envolveu o pescoço do Reus com os dois braços e o beijou perto da orelha, como modo de saudação. Eu nunca vou entender a putaria que é o relacionamento entre essas pessoas. O Reus fica com o Nuri e com a Scarlett que, aparentemente, são amigos. As outras duas meninas o cumprimentaram com um pouco menos de intimidade, então creio que não estão envolvidas nessa suruba.

Após todos os cumprimentos e um momento de ligeiro constrangimento entre Scarlett e eu, já que ela aparentemente não consegue esquecer que eu a flagrei nua, nós finalmente começamos a “aproveitar” a tal festa, dançando e bebendo alguns goles de uma coisa verde horrorosa que o Nuri distribuiu para todos. Eu estou me sentindo meio deslocado aqui, no meio de todas essas pessoas baladeiras e animadas, mas faço um esforço pelos dois idiotas que estão ao meu lado. O Nuri toda hora tromba o ombro com o meu, sorrindo e fazendo movimentos ridículos de dança, tentando me estimular a acompanha-lo. Já o Reus parece meio entretido, preso em um sanduíche de loiras que estão se esfregando nele.

A balada não parece mais tão interessante assim, e eu estou começando a ficar angustiado. Estou fora da minha zona de conforto, e só vim até aqui porque o Reus me convenceu. Vê-lo com essas meninas agora está me causando um sentimento muito ruim na boca do estômago, algo que eu estou tentando a todo custo não rotular como ciúmes.

Preciso de ar, estou sufocando aqui. Muitas pessoas, música muito alta, Marco com duas loiras... eu só quero sair daqui e ir para o lugar mais tranquilo possível. Me inclinei em direção ao Nuri e sussurrei que estou indo procurar um banheiro. Espero que ele tenha comprado essa e não me siga. Abri caminho pela multidão de pessoas e observei o salão com olhos atentos, buscando alguma porta que me leve a um ambiente externo, onde as pessoas vão para fumar ou se pegar com mais privacidade. No fundo do salão tem uma escada e, pela luz incidente através da porta aberta, há um terraço disponível.

Caminhei calmamente em meio às pessoas e subi a escada até a liberdade do ar noturno. Não está muito frio, mas o vento gelado fez com que os pelos do meu braço se arrepiassem. Automaticamente me abracei e me ergui na ponta dos pés algumas vezes, olhando para o céu estrelado. Não tem muitas pessoas por aqui e o barulho da música é bem baixo por causa da porta fechada, então estou me sentindo um pouco melhor e em paz. Menos sufocado, por assim dizer, principalmente porque não preciso ficar vendo toda aquela esfregação. Eu acho que vou pegar um Uber para voltar ao dormitório. Amanhã me desculpo com o Nuri e ignoro completamente o Reus. Aliás, amanhã é segunda-feira. Eu tenho aula somente na parte da tarde e... bom, amanhã sai o resultado do pedido de transferência de dormitório que o Reus fez. Não sei como vamos ficar, mas estou confuso pra caralho. Não quero que ele saia, mas também tenho medo de que ele fique. Não sei o que fazer e...

“PUTA QUE PARIU!” – Coloquei a mão no peito e dei um pulo meio exagerado quando senti duas mãos me envolvendo pela cintura. Eu estava perdido em pensamentos e não vi que o Reus se aproximou por trás de mim. – “Você quer me matar, caralho?”

“Desculpa.” – Ele praticamente sussurrou no meu ouvido, mesmo sabendo que não há necessidade disso, já que estamos em um local quase silencioso. – “Você sumiu e eu resolvi te procurar. O que aconteceu?”

Ele soltou a minha cintura, mas não se afastou. Não sei se ele conhece o termo “espaço pessoal”, mas ele com certeza está invadindo o meu. Dei alguns passos para trás e me virei de frente para ele, mas fiquei encurralado entre seu corpo e o muro atrás de mim.

“Eu não gosto de festas.” – Espero que essa frase seja suficiente para ele entender o que aconteceu. Ele continua próximo demais e parece estar se inclinando em minha direção. Posso sentir seu hálito mentolado e a respiração quente contra o meu rosto. Ele tem um brilho diferente no olhar e está parecendo um pouco ansioso.

“Eu não queria te deixar sozinho lá embaixo, mas foi difícil me livrar das meninas.” – Ele apoiou uma das mãos no muro, ao lado da minha cabeça. A outra ficou apenas alguns segundos solta ao lado do corpo dele, antes de ir parar na minha cintura. Suspirei e lutei contra a vontade de fechar os olhos e me entregar. Ele está tão perto. O perfume familiar está impregnado em minhas narinas e eu tenho vontade de sentir o corpo dele contra o meu pela primeira vez. – “Mario, me diz que eu não estou ficando maluco.”

“Q-Que?” – A pergunta saiu quase como um soluço quando ele se inclinou e colou a testa na minha. A respiração dele está um pouco mais agitada e os olhos dele estão fechados. Sua mão apertou ligeiramente a minha cintura e ele suspirou, parecendo derrotado.

“Eu não consigo pensar em mais nada além do que quase aconteceu ontem.” – Ele sussurrou e minhas entranhas parecem estar derretendo. Sinto uma inquietação gigante no peito, uma euforia, que parece que vai me fazer explodir. – “Eu nunca senti esse tipo de atração tão forte por um cara antes. Você é...” – Ele se interrompeu e ficou em silêncio.

Fechei os meus olhos também, passei os dois braços em torno do pescoço dele e soltei o ar todo de uma vez. Eu nem sequer percebi que tinha parado de respirar, de tão concentrado que estou. Uma música soou alta quando alguém passou pela porta e o Reus pareceu conhecer o refrão, pois a sussurrou muito próximo dos meus lábios.

“I didn't know that I was starving till I tasted you”

Foi isso. Não sei quem foi ao encontro de quem, só senti os lábios dele nos meus no instante seguinte, famintos, exigentes, quase me machucando. Nós nos entendemos de primeira, como se aquele beijo fosse familiar, e eu logo estava com a boca aberta, dando passagem para a língua dele encontrar com a minha. Nossos movimentos foram sincronizados do começo ao fim, e pela primeira vez em muito tempo, eu me senti totalmente excitado e completo com um único beijo. É como se eu tivesse encontrado algo que procuro há muito tempo, algo que me preenche e parece ser a coisa mais certa que já me aconteceu na vida. Senti tudo isso com um beijo. Ele me pressionou contra a parede e eu abri as pernas para que ele pudesse colar o quadril ao meu. Minhas mãos se entrelaçaram nas mechas de seu cabelo macio e eu o puxei sem muita força, arrancando um gemido abafado dele. O beijo parece estar durando uma eternidade e eu não quero que acabe, mas infelizmente nós precisamos de ar. Quando o Reus se afastou com uma última mordidinha e sugada no meu lábio inferior, eu e o olhei e admirei o efeito que causei. Ele está um pouco descabelado, com a respiração descompassada e os lábios vermelhos. Mas o que chama a atenção são os olhos, que estão brilhando de um jeito quase predatório, com puro desejo. E acho que foi isso que me acordou.

Espalmei as duas mãos em seu peitoral e o empurrei para trás, tentando abrir espaço para passar. Ele me olhou confuso e segurou meu antebraço com uma das mãos, mas eu o puxei bruscamente e me desvencilhei dele.

“Você estragou tudo, Reus!” – Cuspi as palavras e saí dali, com o coração disparado no peito e uma enorme vontade de chorar. Tudo o que eu não queria aconteceu. Experimentei um beijo que superou toda e qualquer expectativa, o melhor que já tive na vida, e que provavelmente vai ofuscar todos os beijos que eu vou receber futuramente.

Disquei um número no celular, aguardei a chamada e a pessoa atendeu consideravelmente rápido, se tratando do horário tardio em um domingo.

“Oi, é o Mario. Posso dormir no seu sofá hoje?”

 


Notas Finais


Até o final!


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