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História Ain't my fault! - Bonus.


Escrita por: EchteLiebe

Notas do Autor


Oioioi!
Espero que todas estejam bem, que tenham gostado do último capítulo e que tenham me perdoado pelo sumiço.
Bom, como eu tenho costume de fazer em algumas fics, aqui estou eu com um capítulo bônus.
Esse é pelo ponto de vista do Marco, explicando algumas coisas que o Mario não explicou. AHEUEHAUEAH
Depois de escrever um drama daqueles com "I want you to stay", "You asked me to leave" e também com "prisoner", essa fic saiu diferente do que estou acostumada, algo beeeeeeeeeeeem meloso e leve. Foi mais pra me distrair e distrair minhas leitoras do drama habitual. AEHUHEAUEAHUEA Espero que tenham gostado, apesar de toda a melação.
Obrigada novamente pelos comentários, e prometo que responderei logo. <3

Capítulo 7 - Bonus.


Eu o admiro em silêncio sempre que tenho a oportunidade, analisando as mudanças de expressão e tentando interpretar seu estado de humor. Tem sido assim há muito tempo, desde quando nós nos encontramos pela primeira vez na faculdade. Éramos calouros, e ele sorriu bastante naquele dia, sempre acompanhado por um garoto moreno de olhos claros, Nuri, que depois eu passei a conhecer também. Fiquei encantando quando o vi, imaginando como seria nossa rotina dali para a frente como companheiros de quarto e, se possível, amigos. Passei aquele dia todo meio perdido, dividido entre tentar encontrar meus futuros colegas de sala, mas também não querendo tirar os olhos do moreno baixinho de olhos castanhos e sorriso fácil.

Foi essa a primeira impressão que tive, algo que se provou bastante errado nas semanas seguintes.

Não preciso dizer que Mario Götze e eu não demos certo de início. Éramos opostos, do tipo que não se atraem, mas se irritam e se odeiam bastante. Eu gostava de ir em festas e até tentei convidá-lo nas primeiras semanas, mas sempre recuava quando recebia respostas mal-educadas e olhares mortíferos. Os dias começavam mal, desde quando eu o saudava com um simples bom dia, e eu não preciso dizer que terminavam mal também, quando eu chegava bêbado e ele praguejava no quarto. Foram meses assim, querendo me aproximar, mas sendo ignorado e fazendo todas as coisas erradas. O cara parecia ser inalcançável, mal-humorado, estúpido e irritadiço, do tipo que nunca sorri. E eu fui ficando cada vez mais intrigado.

Aproveitei cada oportunidade para observá-lo sem ser notado, e com o passar do tempo fui aprendendo a lê-lo. Bastava um olhar para perceber quando estava chateado, preocupado, irritado e até mesmo animado, por mais improvável que eu pensasse que fosse. Eu torcia internamente para que ele sorrisse, mas isso acontecia raramente, e nunca era direcionado a mim. Os sorrisos eram todos para a tela do celular ou computador, e eu sentia uma pontada de frio na barriga sempre que tinha a oportunidade de ver. Era estranho, sentir tanto por alguém que conhecia tão pouco. Alguém que estava fisicamente ao meu lado, mas sentimentalmente muito distante. Ele não queria ter nada a ver comigo, mas eu sempre tive curiosidade e vontade de ter tudo a ver com ele. O chamava mentalmente de “Sunny” por causa do sorriso que iluminava tudo ao redor, e esse era o meu segredo. O sigilo durou pouco, cerca de 4 semanas, mas veio à tona quando eu estava cheio de coragem líquida. No dia seguinte, tentei disfarçar e disse que era referência ao seu mal humor. Ele viu aquilo como insulto, óbvio, e passou a me odiar um pouco mais.

Meus amigos me diziam para pedir transferência e arrumar um cara melhor como companheiro de quarto, alguém que conversasse comigo, que dividisse as tarefas e estivesse disposto a receber visitas no dormitório. Mas eu nunca tive vontade de me afastar do Mario. Nossas tarefas nunca foram divididas, nós apenas fazíamos nossas partes sem precisar de qualquer comunicação. Nunca pude chegar em casa chateado e chama-lo para tomar um porre ou simplesmente para me ouvir lamentar. Nunca pude oferecer um pouco da comida que cozinhava, pois ele sempre chegava tarde e ia direto tomar banho e dormir. Nunca apresentei meus amigos a ele, nem ele aos meus amigos. Foram longos seis meses até que Nuri Sahin apareceu em nossa porta e acabou por salvar nossas vidas. Digo isso, pois hoje sei que sou muito melhor por ter conhecido o verdadeiro Mario. Eu me agarrei às primeiras oportunidades como um náufrago se agarra a um bote salva-vidas, e fiz de tudo para transformar os primeiros indícios de receptividade em um relacionamento. Claro que a princípio queria amizade, mas bastou poucas horas para eu perceber o quanto o garoto me atraía. A química foi quase instantânea e bastante óbvia para nós dois. Ele tentou fugir, mas eu insisti.

E aqui estou, seis meses depois, me adaptando a um mundo novo cheio de Mario Götze. Ele continua sorrindo pouco, mas agora os seus sorrisos são todos para mim ou por mim. O mal humor melhorou, ou eu aprendi a lidar com isso, tudo à base de muito café, pretzels e paciência. Nós nos completamos de muitas maneiras diferentes. Ele me faz querer ter os pés no chão e acabou com boa parte da inquietação que eu tinha no peito, que me fazia sair e beber todas. Eu sempre convivi com a sensação de que algo estava faltando, mas agora parece que encontrei. Nós criamos uma rotina, que envolve coisas que eu gosto, coisas que ele gosta e coisas que nós dois gostamos. Aprendi a apreciar novos tipos de comida e a acompanhar vários gêneros de séries disponíveis no netflix. Minhas definições de diversão passaram a incluir mais momentos tranquilos em casa, cozinhando e assistindo à TV, e menos festas barulhentas regadas à bebida. Meus dias passaram a incluir mais Mario e menos badalo. E como sou feliz agora! Mais do que jamais pensei que seria.

“Você vai ficar me olhando feito um babaca ou vai preparar algo pra nós jantarmos?” – Fui retirado de minha reflexão da melhor maneira possível.

“Eu deveria colocar veneno na sua comida!” – Me levantei do sofá e me aproximei dele, que está sentado de frente para o balcão, escrevendo em um caderno. Estamos em final de semestre e o Mario só consegue estudar resumindo e escrevendo todo o texto dos livros.

Nesses dias eu tenho que observá-lo em silêncio e assistir à TV no mudo e com legendas. Só assim ele consegue se concentrar. Beijos e abraços? Nem pensar. Minha única alternativa é me esgueirar até a cama dele durante a madrugada. Não o acordo, mas sua presença física é suficiente.

“Você não conseguiria viver sem mim, Reus.” – Ele escreveu mais algumas linhas e fechou o caderno, então me senti confiante o suficiente para abraça-lo por trás e enterrar o rosto na curva de seu pescoço. Distribui vários beijos em sua pele morna e o senti se encolher e arrepiar sob o toque dos meus lábios. Sorri e o apertei com mais força. – “Desistiu do veneno e quer me matar sufocado?”

“Eu estou com saudades.” – Minha voz saiu manhosa e abafada pela proximidade da minha boca com o pescoço dele.

“Eu estou bem aqui.” – A voz dele se suavizou e ele passou os braços em torno dos meus, aproveitando para fazer carinhos nas minhas mãos. – “Eu sei que ando meio sem tempo, mas você sabe como as coisas estão corridas, não sabe?”

Ele parece preocupado em me consolar e isso fez meu peito inflar de um jeito quase ridículo. Estou tão apaixonado, que chego a ter medo do que isso significa. Sei que ele ainda tem certas barreiras e um pouco de resistência, mas eu estou totalmente entregue. E espero que ele saiba.

“Eu sei.” – Dei um último beijo em seu pescoço e me afastei dele. – “O que você quer comer?”

Cozinharmos juntos se tornou uma rotina para nós dois. Se antes eu não podia oferecer comida, hoje em dia os meus cardápios todos giram em torno de seu apetite. E eu nunca me canso de ouvir os elogios ou de rir de seu mal humor quando chega a hora de lavar a louça.

“Risoto?” – Os olhos dele brilharam e os cantos de sua boca ameaçaram se erguer em um sorriso esperançoso. Eu ri e fiz um gesto negativo com a cabeça. É a terceira vez que faço risoto em um intervalo de 4 dias. Se ele não enjoou ainda...

“Do que?” – Cutuquei suas costelas com o dedo indicador e ele se encolheu com o olhar cheio de irritação.

“Parmesão e Champignon?” – A resposta veio em tom de pergunta e eu fiz um gesto afirmativo com a cabeça.

“Salada de tomate cereja?”

“Aham!” – Ele se ergueu da cadeira e se espreguiçou, aproveitou para se alongar também e fez uma careta de dor quando esticou as costas. – “Quer ajuda?”

“Só na hora de comer. Vai tomar um banho, gordinho. Você tem que descansar pra amanhã.” – Dei-lhe um tapa de brincadeira na bunda e gargalhei quando ele se virou e me deu um falso beliscão no braço. Ele “odeia” quando eu o chamo de gordinho, mas não se ofende muito, pois sabe que eu o acho muito gostoso.

“Você é um imbecil, Reus. Eu não sei porque aceitei seu pedido de namoro. Deve ter sido por dó.” – Ele saiu da sala/cozinha meio apressado, desviando do chinelo que eu joguei em sua direção.

Os últimos meses foram de aprendizado tanto para mim quanto para o Mario. Nem tudo foi tranquilo e feliz, mas os momentos ruins serviram para nos tornar mais cúmplices. Ele tem a personalidade forte e não deixa nada para trás quando está incomodado. Eu sou ciumento, mas prefiro guardar pra mim do que expor a raiva na hora. Às vezes fico em silêncio e pensativo, e então ele me pressiona até que eu me irrito o suficiente para soltar o que guardei. Nem sempre isso termina bem e já ficamos algumas horas sem nem ao menos nos olhar. Eu não gosto de brigas e prefiro conversar para resolver qualquer desavença, mas para isso tenho que estar tranquilo. Conversar de cabeça quente nunca é uma boa ideia, mas acaba acontecendo, pois o Mario não tem paciência para esperar. Ele quer sempre tirar o band-aid de uma vez. Por um lado, isso é péssimo, mas por outro é bom. As brigas não se tornam uma bola de neve e nós podemos deixar os problemas para trás de uma vez por todas.

Terminei o risoto e arrumei os pratos no balcão para espera-lo. O Mario costuma demorar muito nos banhos e, quando nós não conversávamos, eu costumava ir usar o banheiro na casa do Auba. Agora eu entro sem bater sempre que estou apertado. É estranhamente familiar. Algumas vezes não resisti e acabei entrando no banho para acompanha-lo, ignorando os protestos e os xingamentos. Ele se faz de durão, mas sei que gosta dessas coisas tanto quanto eu.

“Hum, o cheiro tá muito bom!” – Ele apareceu na sala vestindo apenas pijamas e pantufas, andando em linha reta em minha direção. Óbvio que me surpreendi quando ele envolveu meu pescoço com os dois braços e me deu um selinho demorado.

O abracei com força antes que se afastasse e ficamos colados um no outro por longos segundos. Meu peito pareceu se acalmar da angústia anterior, de senti-lo tão longe enquanto na verdade estamos tão perto. É estranho depender de alguém assim, mas eu não posso controlar. Eu preciso dele, de senti-lo por perto, de saber que está tudo bem. E nessas semanas de prova, mal tivemos tempo para conversar, exceto na hora de jantar.

“Marco?” – Ele perguntou, com um tom de preocupação na voz. – “O que aconteceu?”

“Nada.” – Me afastei só um pouco para poder olhá-lo nos olhos. – “É muito estranho sentir saudades mesmo estando ao seu lado?”

“Não. Eu também sinto saudades de você.” – Ele abriu um daqueles sorrisos, do tipo que faz meu coração pular uma batida e o meu peito se aquecer. Eu automaticamente sorri de volta, como sempre acontece.

Nem tudo no nosso relacionamento é fácil. Todos os dias eu aprendo um pouco, ensino um pouco e sofro um pouco, mas também sou muito feliz. Ele é um enigma pra mim, às vezes fechado e perdido em pensamentos, às vezes aberto feito um livro, acessível e tão carente quanto eu. Todos os dias me surpreendo e me apaixono um pouco.

A verdade é que acho que posso passar o resto dos meus dias desvendando o enigma que é Mario Götze.

 


Notas Finais


beijos


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