História Aishiteru (Reescrevendo) - Give me love

Sasuke 

 Depois da nossa "conversa" na sala, eu resolvi deixar Sakurai a sós por um tempo, achei que seria bom para ela. Então, fui ao banheiro para tentar organizar os pensamentos. 

Sentir um monte de sentimentos de uma só vez é uma grande merda, principalmente quando você não sabe nem distinguir alguns desses malditos sentimentos. 

Bom, eu tinha que criar coragem para admitir que ainda estava apaixonada pela Sakura, e acredite, essa foi a parte fácil, o que é difícil é saber como lidar com isso. 

A garota por quem estou apaixonado é uma completa bagunça, ela havia sofrido algo muito ruim durante o tempo que passou nos Estados Unidos, e eu não fazia ideia do que era. 

Resolvi tomar outro banho, afinal, isso sempre me acalmava.

Liguei o chuveiro e deixei que a água quente caísse sobre minhas costas e relaxasse meus músculos, isso realmente me deixava mais calmo. 

Passaram-se poucos minutos e tudo no banheiro  ficou escuro, a água ficou super fria, fazendo eu pular para fora do box e desligar o chuveiro ainda ensaboado. Acabou que eu escorreguei no chão e bati a canela na banheira ao lado.

— Merda! — levantei e enrolei a toalha na cintura.

— Sasuke! Acabou a energia! Saia daí! — Sakura batia na porta. — Sasuke, por Kami.

— Eu sei, caralho! — gritei. — Já estou saindo.

Abri a porta com tudo e me deparei com Sakura.

Ela parecia brava e ao mesmo tempo assustada, e é claro que ela estava corada, como sempre. Seu olhar não desgrudava do meu, nem por um segundo. 

Eu poderia manter esse contato visual com ela a vida toda, mas o frio não deixou. 

Corri para o meu quarto já sentindo que morreria de hipotermia se continuasse lá fora. Peguei uma das minhas várias blusas moletom que tinha e uma calça moletom também. Sequei os cabelos úmidos com a toalha e desci as escadas.

A energia ainda não havia voltado e isso já estava me dando nos nervos, o que faria sem jogar videogame?

Sakura estava sentada no sofá, abraçada aos joelhos, ela olhava para os lados desesperadamente, parecia procurar alguém ou achar um canto com luz.

— Voltei! – disse em seu ouvido atrás do sofá.

— Kami-sama! — ela pulou do sofá e caiu no chão. — Não me assusta desse jeito!— Sakura pegou uma almofada e jogou-a em mim.

— Quer mesmo começar uma guerra de almofadas? — me joguei no sofá ao seu lado. 

Estava tudo escuro, mas ainda dava para vê-la. Seus olhos ermeraldinos pareciam bravos e sua expressão era de quem diz “estou prestes a te matar”. Ri com aquela cena.

— Você é um idiota. — ela levantou-se e foi em direção a poltrona.

Eu pensei em pegar sua mão e fazê-la ficar, porém achei melhor dar espaço

Quando pensei em espaço lembrei de Shiro, meu cachorro, naquela pequena casinha de madeira lá fora, na neve. Se ele ficasse do lado de fora mais tempo iria morrer de frio. 

— Merda! — corri pela sala passando pela cozinha e chegando até a área de serviço, onde encontrei Shiro perto da chaminé encolhido e tremendo. — Shiro... —Peguei meu pequeno Husky Siberiano nos braços e corri de volta para dentro.

— Sasuke? — Sakura me olhava confusa.— Isso é um cachorro? — ela perguntou quando voltei ao sofá. — Por Kami, ele deve estar morrendo de frio.

— Pegue algo para esquentá-lo. — disse olhando o chão, a procura de algo para aquecer Shiro.

Sakura levantou-se, subiu escadas e minutos depois voltou com algumas roupas nas mãos.

— Essa é sua blusa? — olhei surpreso para ela. — Eu não dou banho nele faz umas três semanas.

— Tudo bem, eu nem gosto dela mesmo. 

Percebi a mentira em sua voz. Sakura era tão transparente, eu consiguia dizer o que ela sentia só de olhá-la.

Ela enrolou Shiro na sua blusa e o pegou em seu colo. Ele pareceu gostar dela já que parou de tremer no mesmo instante e passou a lamber seu rosto.

— Ele gostou de você. — murmurei. — Sinta-se honrada já que Shiro não gosta de ninguém fora eu e Itachi.

— Sério? — ela fez carinho na cabeça dele. — Também gostei de você, Shiro.

Antes que eu pudesse evitar já estava a admirando junto a Shiro. Sakura tinha algo que me chama a atenção (querendo ou não) ela era tão esperta e linda. Porém isso era o motivo para eu gostar dela, eu diria que gostava dela por outro motivo: ela sempre conseguia ser gentil com as outras pessoas, mesmo quando elas não mereciam gentileza. Eu sentia invejava dela por isso.

— Sakura, quero que resposta uma pergunta. — busquei coragem em algum lugar dentro de mim para fazer aquela pergunta. – Você está apaixonada por mim?

Houve um prolongado momento de silêncio, Sakura colocou Shiro no chão e respirou fundo, depois voltou sua atenção totalmente para mim. 

— Me reponde logo. — pedi. 

— Sabe, Sasuke, eu me fiz essa pergunta tantas vezes na minha cabeça. — ela desviou o olhar do meu. — Acho que sempre soube a resposta, assim como você sabia, e eu achei que esse sentimento fosse recíproco quando nos beijamos pela primeira vez. Mas quando eu disse que te amava você me ignorou e seguiu sua vida como se nada tivesse acontecido, e isso me magoou muito. 

É, naquela época eu era um moleque, não sabia lidar com o que estava sentindo porque não sabia o que sentia de fato, então decidi apenas fingir que não estava sentido absolutamente nada. Isso foi um erro. 

— E quando eu me mudei para Nova Iorque, você continuou me ignorando, então achei que era melhor parar de perder meu tempo com você. — Sakura continuou falando friamente. — Eu tive outros caras na minha vida, assim como você teve várias outras garotas na sua, mas respondendo a sua pergunta: é, pode-se dizer que eu ainda sinto algo por você. 

Ela começou a  chorar, e eu sabia que era por minha causa, por mim. Me senti um idiota por fazê-la passar por tudo isso afinal, foi minha causa que ela fugiu ontem e foi abusada por aquele cara nojento. Eu queria poder concertar toda essa merda. 

Eu sempre evitava fazer laços com as pessoas, no começo até evitei com Naruto, mas o mesmo conquistou minha amizade. Meus pais morreram quando eu era apenas um bebê, então nunca tive o contato com o amor materno ou paterno, meu avô nunca gostou de mim, Itachi fazia o melhor que podia para não me deixar só, mas ele cometia erros, assim como todos no mundo. 

Devido á isso, eu nunca me permiti gostar de verdade de alguém, porque sempre achei que isso fosse me machucar, até Sakura aparecer, e me mostrar que nem tudo é sofrimento. 

— Sabe, no dia em que você foi embora eu não fui te ver. — comecei a falar meu discurso. —  Eu detesto despedidas, é irritante e desnecessário. Eu realmente não queria ir na sua despedida mas não por que te odiava ou coisa do tipo, era só porque eu não queria vê-la ir embora. — dei um passo na direção de dela. — Quando nos beijamos eu sabia que estava apaixonado por você, mas preferi ignorar para me proteger... — fiz uma pequena pausa. — E para proteger você também. 

— O que quer dizer? — indagou.

— Você sabe que eu não sou o cara mais legal do mundo. — disse, como se fosse óbvio. — A questão é que: achei que se ficasse com você, iria te machucar, estragar ou sei lá. 

— Isso é a coisa mais idiota que já ouvi.— ela revirou os olhos. — E olha que já ouvi muitas coisas idiotas. 

Sakura se aproximou de mim, e pegou minha mão. 

— Não sou uma garota estúpida, Sasuke Uchiha. — sorriu de canto. — Eu nunca me apaixonaria por um cara que considero ruim. 

Fiquei sem reação nenhuma, apenas continuei olhando seus olhos e esperando pata ver se ela falaria mais. 

— Você é bem mesquinho, grosso, impaciente, um pouco convencido...mas não é um cara ruim. — disse. 

— Você está enganado,  estou quebrado. — confessei. — E acho que não tenho concerto. 

Ela suspirou alto, se sentou ao meu lado no sofá e entrelaçou nossos dedos carinhosamente. 

— É, eu sei. Eu também estou quebrada, nunca serei concertada. — confessou. — Mas isso não é um problema.

Apertei um pouco a sua mão para ter certeza de aquilo não era uma espécie de sonho, eu sinceramente não estava acreditando que estava cedendo a ela. 

— Acho que devíamos ficar juntos. — disse. 

Sakura ficou calada, naquele momento era impossível saber o que ela estava sentindo, ela parecia uma estátua. 

— Vamos com calma, Sasuke. — ela soltou a minha mão — Acho que isso está indo um pouco rápido demais. 

— Sakura, estou apaixonado por você e quero concertar a merda que fiz no passado. 

Ela ficou me encarando por longos segundos, depois segurou meu rosto com as duas mãos. Aos poucos a distância entre nós foi diminuindo, Sakura aproximava cada vez mais seu rosto do meu. 

— Ainda tenho medo. — encostou nossas testas. — Você tem?

— Muito. — respondi. — Mas a vontade de te beijar no momento, é maior. 

Eu a aproximei mais de mim, depois selei nossos lábios em beijo cheio de emoções. 

Sakura tremia um pouco, ela provavelmente ainda estava lutando contra a memória da noite anterior, por isso mantive  uma mão fixa nas suas costas enquanto a outra fazia carinho na sua nuca, para passar segurança para ela. 

Separamos o beijo pouco tempo depois. 

— Não quero sofrer mais. — disse Sakura.

— Você não vai. — respondi.