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História Aisuru gokakkei - Especial - As Peripécias das Crianças de Kate


Escrita por: BeaTryz244

Notas do Autor


!LEIAM AS NOTAS!

Nossaaaaaaaaa!! QUANTO TEMPO GENTEEEE kkkk
Sério, não tive intenção de passar tano tempo fora ;-; Eu realmente amava escrever essa fic, e, tenho o prazer de dizer que, a paixão de escrevê-la reacendeu! Yeeey! (~*0*)~
Eu já estava com o começo desde um TEMPÃAOOO mas acabei ficando sem criatividade e ( me desculpem pelo que vão ouvir) acabei tendo ideias para outras fics (NÃO ME MATEM! KYAA!). :(
Cobrinhazinha... ME ATORMENTE O QUANTO QUISER! \(*-*)/ kkkkk
Bem, isso tá ficando longo cambada. Vou resumir o final e aí já podem ler (se é que já não pularam essas notas ;-;)
Eu vou começar a escrever a continuação e assim que tiver três caps prontos, eu postarei fixo! YEEEY² \(*U*)/
Mas não sei quanto tempo isso vai levar mas tentarei fazer com que seja rápido ç-ç kkkk
Ah, e Cobrinhazinha... Sorry por ter dito que iria postar a duas semanas atrás e só estou postando agora TuT Como eu disse, ainda estava no começo quando tinha parado, então tive escrever ele TOOODO kkkkk Mas enfim, estou feliz com o resultado!
Sem mais delongas, espero que gostem. Beijões~ ;*

Capítulo 10 - Especial - As Peripécias das Crianças de Kate


Minha vida têm sido boa. Consegui completar o colégio com ótimas notas, após isso, comecei minha faculdade de medicina veterinária e tratei de fazer mudança da casa dos meus pais, afinal, quero ser independente.    

Anna Katerlynn, 21 anos. Agora, começo a minha nova vida.    

-Sim mãe, tá tudo bem aqui, o apartamento é ótimo. - Eu dizia pelo telefone. - Não se preocupe, eu consigo me bancar financeiramente. Meus estudos? Olha, fica tranquila, eu já arranjei um emprego de meio período para pagar a faculdade. Mãe, vai ficar tudo bem. Não se estresse demais, viu? Beijos, amo vocês. - Eu digo, terminando a ligação.    

-Ahh! Que cansaço! - Eu digo me jogando na cama.    

Organizei toda a mudança, deu um trabalhão, mas fico feliz com o resultado, adorei o apartamento! É aconchegante, tranquilo e estava por um preço bom. Sempre pensei no que iria fazer quando ficasse mais velha, em relação a estudos, dinheiro... a vida em si. Achei que fosse confusão demais pra mim e... vejo que até hoje ainda foi confusão demais pra mim.   

Sou acordada de meus devaneios com o som de meu estômago roncando.   

-Humn... Acho melhor comer algo e depois estudar.   

 

... 

 

Após voltar da faculdade, vou ao local onde irei trabalhar a partir de agora. Era uma creche, parecia descuidada por fora, letreiro com algumas letras faltando, paredes um pouco pinchadas, se bem que, que local não está pinchado hoje em dia? Eu entro no estabelecimento.   

-Boa tarde. Estou aqui para o traba- 

-Ah, você chegou! - Interrompeu-me uma garota que mastigava seu chiclete com uma expressão de tédio. - VOU TROCAR DE TURNO! - Ela grita tirando o avental de si e me entregando. - Boa sorte com os pirralhos, vai precisar!   

-Hã? Espera! Eu preciso de a- 

Antes que pudesse terminar minha sentença, ela já havia saído. 

-Ajuda... - Olho para o relógio na parede. Seis horas, todos os dias, por duzentos reais semanais... Até que não é ruim 

-Humn... Ok então, hora de trabalhar. - Eu digo pondo o avental e indo em direção a sala onde estariam as crianças.  

Aparentemente eu estaria trabalhando com mais uma pessoa também, e seriam poucas crianças. Eu entro na sala e dou de cara com várias crianças, umas correndo, outras deitadas, outras brincando, outras desenhando. São tão fofas! Argh, não sei se vou me segurar sem querer abraçar todas bem forte! Observo outra pessoa vir em minha direção: 

-Oi, você é a novata, né? - Eu assenti. - Ótimo, sou Jeremy. 

-Anna, prazer. 

Estendo minha mão para cumprimentá-lo, mas sou surpreendida pois o mesmo me abraça. 

-Sem formalidades novata. - Responde e sorri. 

-O-ok! - Observo ir brincar junto de duas criancinhas. 

Jeremy parecia ter mais ou menos a minha idade, pele clara, cabelos castanhos bagunçados com uma parte presa numa presilha de coelhinho – provavelmente de uma das crianças - e olhos verde escuro. 

- Bem... Hora de trabalhar! As crianças não vão se vigiar... SOZINHAS! - Saio correndo ao ver uma criança que ia cair do alto do armário. 

-Peguei! - Agarro-a nos braços, escutando o estrondo do armário caindo logo em seguida. - Ai merda! Essa foi por pouc- 

-Merda! - A criança grita pulando dos meus braços, caindo no chão e girando em círculos. 

-O-o que? 

-Merda! Merda! Merda! - Ela  sai correndo. - MERDAAAAAAAAA! 

-N-n-n-não! Você não pode falar isso! Você- 

-KAWABUNGA! 

Alguma coisa despenca em mim. 

-Ai! Oque que- 

A criança sai correndo igual a outra. 

-Meu Deus! De onde saiu essa misera?! 

Acabo pisando no pé de uma garotinha, que começa a chorar muito alto. 

-Não, não, não! Não precisa chorar! Er... Aqui ó! A bonequinha! Pega a bonequinha! - E ela continuava a chorar. 

Ah... Isso vai dar trabalho. 

 

... 

 

No dia seguinte, consegui tomar as rédeas da situação. E até que não era tão complicado depois que se acostuma. 

-Olha, que desenho bonito! - Eu respondo a menor, que sorri feliz e volta sua atenção novamente ao desenho. 

-Anna! - Reconhecendo a voz, me viro rapidamente,. 

-Oi Jeremy! - Respondo-o. - Não está ocupado? 

-Ah, não, não. Não é nada de mais. Só vim lhe parabenizar pelo bom trabalho, as crianças te adoram! - Ele fala e eu agradeço envergonhada. 

-Sabe... Quando comecei no primeiro dia, eu costumava ser muito atrapalhado. Quando fui trocar a fralda de uma pequena acabei derramando talco nela toda, tive que dar um banho ás escondidas nela. - Nós rimos. - No fim, me descobriram. Sorte que a gerencia leva de boas. 

E o assunto morreu. 

O que eu falo? O que eu faço? Estou tão nervosa! Preciso causar uma boa impressão, senão posso ser demitida e vou ter que arranjar outro emprego de última hora. A última coisa que preciso é de inimigos no trabalho! 

Ele se aproxima repentinamente sorrindo. 

-Você é bem bonita, sabia? 

-O-o-o que? - Respondi nervosa. Droga, gaguejei! 

Ele ri, provavelmente da minha reação. 

-Tenho que ir agora. Tenho crianças pra cuidar, não sei se você sabe. - Ele ri novamente. - Aliás... Você tem um admiradorzinho bem ali. 

Ele aponta para o corredor, onde um garotinho de cabelos vermelhos e olhos castanho claro aguardava. Assim que percebeu que eu o tinha visto, desviou a atenção a um brinquedo que havia no chão, logo o chutando em seguida. Eu vou até ele: 

-Sabe, brinquedos são mais legais se você brincar com eles. 

Ele me olha rapidamente, mas logo desviando o olhar para o chão. 

-É chato brincar sozinho. 

-Então por que não brinca com os seus coleguinhas? 

-Porque eles são chatos! 

Ai que criança complicada... 

-Então... - Eu me agacho, ficando na altura dele. - Que tal se eu brincasse com você? 

Seus olhos brilham assim que falo isso. Ele assente, buscando alguns brinquedos, logo me entregando uma boneca fantasiada. 

-Eu sou o príncipe. - Ele mostra o boneco dele, que segurava uma espadinha e um escudo. - E você é a princesa. - Ele aponta para a boneca que eu segurava. - E esse é o dragão. RAUR! - Sacodiu o dragãozinho de pelúcia. - Eu vou te salvar do dragão! Corra princesa! 

-Ahh! - Eu fantasiei junto do menino, enquanto corria do mesmo. - Oh meu Deus, eu tropecei! Alguém me salve! - Eu me jogo no chão. 

-Eu! - Ele diz e se joga no meu colo. - Iaá! Eu derrotei o dragão! 

-Aeeê! -Eu lhe abraço. - Parabéns meu princepezinho! 

-Não foi nada princesa! - Ele sorri animado. 

 

... 

 

E assim brincamos o resto do dia. Até que deu a hora de fechamento, e nada dos pais dele chegarem. 

-Anna, e então, nada? - Jeremy perguntava. 

-Nada... 

-Humn... - Ele tira duas garrafas d'água dos bolsos de seu avental, me entregando uma. 

-Obrigada. - Eu volto minha atenção ao pequeno que dormia em meu colo. Afagando seus cabelos. 

-Então... - Ele se aproxima um pouco, sorrindo suspeito. - Vai à algum lugar depois daqui? 

-Sim, a minha casa. - O respondo sorrindo igualmente, mas cortando seu barato. 

-Que pena, tinha uma lanchonete ótima aqui na esquina, e eu precisava de alguém pra rachar a conta. - Ele responde brincalhão. 

-Idiota. - Rimos. - Eu top- 

-Mãe! - Diz o garotinho, acordando. 

-Gabriel, meu menino, vem cá! - Ela se agacha, abrindo os braços como se o convidasse para um abraço e assim ele faz. Se levanta com o pequeno em seu colo e 

-Ai, muito obrigada por esperarem! Eu tive alguns problemas com o pai dele, o combinado era dele vir buscar porque senão seria muito tarde para o pobre menino mas NÃÃOO, aquele miserável tinha que desmarcar de última hora! - Ela diz num misto de irritação e brincadeira. - Desculpem-me pelo incômodo, sei que já passou do horário de fechamento e tal. 

-Sem problemas dona! - Responde Jeremy. 

-Era o mínimo que poderíamos ter feito. - Eu respondo. 

-Oh, já gostei de vocês! Na próxima vez vou trazer a minha pequena Luka junto, ela vai os adorar! Mas então... Meu Gabrielzinho fez amiguinhos? 

-Mamãe! - O ruivinho responde envergonhado. 

-Er... 

                                                                                                              ~*~ 

-Gabriel, tem uns coleguinhas querendo brincar com você. - Eu apontei para um grupinho que brincava distraído. - Por que você não vai brincar com eles? 

Ele observava duvidosamente, mas logo me olhou e respondeu: 

-Você quer que eu vá? 

-Sim, vai ser divertido! 

-Tá certo... - Ele vai até o grupinho, que o recebeu animadamente. 

Não deu nem meia hora e metade das crianças estavam chorando, a outra metade estava irritada e jogava os brinquedos pra tudo quanto é lado. 

-Gabriel, o que houve?! 

-Eu falei a verdade. - Ele havia respondido de forma simples. - Mamãe me disse que é sempre bom falar a verdade. 

-E eu posso saber o que foi que você falou pra eles? 

-Eu disse que eles eram chatos e que não gostei deles. 

-M-mas...! Isso não-! Ah, deixa pra lá. - Eu observava as crianças serem reconfortadas por outros cuidadores. 

-Você é mais legal que eles. - Ele falou tímido. 

Admito: Eu não conseguia não achar fofo esse tomatinho ambulante. 

-Obrigada, você também é um garotinho muito legal. - Eu o respondi. Ele sorriu, mas logo tornou sua expressão ao normal. 

-V-vamos brincar mais! - Ele me puxava pela mão até um local mais livre das criancinhas. 

                                                                                                                    ~*~ 

-Ele fez alguns, sim. - Eu respondo-a. 

-Ah, ainda bem! - Ela começou a dar beijinhos no rosto do pequeno. - Eu xabia que o meu garotchinho ia fazer muitax amizadex, não é mexmo meu garotchinho? 

-Mamãe para! - Ele dizia, e por mais que tentasse parecer irritado acabou rindo junto da mãe. 

-Então, até a próxima vez! - Ela responde, se despedindo de uma vez por todas. - Aliás, Helena, prazer. Quero saber seu nome na próxima vez que te encontrar, viu mocinha? Bye bye~ 

Quando ela finalmente sai, eu e Jeremy nos entreolhamos. 

-É sempre assim? - Eu pergunto. 

-Nah, só com a Dona Helena mesmo. - Ele ri. - Bom trabalho simpatizando com o filho dela, aquela criança me odeia! 

-Sério? Awn... Eu acho ele um amorzinho. - Rio junto dele. 

-Enfim, vamos fechar o local e partir pra lanchonete. - Ele diz tirando as chaves do bolso. - O hambúrguer de lá é delicioso! 

-Se você tá dizendo, então acredito. - Nós rimos. 

 

... 

 

Alguns dias após aquele. Eu Jeremy estamos nos dando muito bem! E o trabalho com as crianças é ótimo, eu diria que somente meio cansativo. 

-Pode deixar Dona Ângela, vou cuidar bem do seu filho. E ele chegou bem sim. - Eu respondo no telefone. - Não se preocupe, vou tratar pra que ele consiga amiguinhos e esteja em perfeita segurança. - Uma mãe preocupadíssima era a com que eu falava. - Sinto muito, mas não fazemos uso de coleiras para a segurança das crianças. Tá... Pode deixar. Certo. Obrigada por nos escolher, tchau. - Eu desligo o telefone. Minha orelha já estava quente do uso excessivo. 

-Sinto muito pela preocupação excessiva da minha esposa. - Ele ri sem graça 

-Não é incomodo, não, Seu Júlio. Entendemos a preocupação dela. - Eu respondo. 

-É que nós vamos comemorar o nosso aniversário de casamento viajando, e vamos deixar ele com a mãe dela, apesar de que mesmo assim achamos necessário uma creche. - Ele fala, se abaixando e abraçando o filho fortemente. - Vou indo camarada. Ah, e avó dele, Dona Célia, vem de noite. 

Mesmo agindo como se fosse sair a qualquer momento, a despedida foi bem longa mesmo sendo menos de uma semana a viagem. Olho para o pimpolho, que me observava como se estivesse vendo algo fascinante. Ele tinha uma aparência bem... Diferente. Cabelos rosas e olhos roxos. Admito que é bem bonitinho. 

-Mas então, qual o seu nome? O meu é Anna. 

-D-daniel. 

-Que nome lindo! - Eu respondo e ele sorri extremamente feliz. - E então, quer brincar de alguma coisa? 

-Quero! 

-Certo. Que tal a gente brincar de- 

-Coelha! Tais ocupada? 

Diga que sim! Você está ocupada agora! 

-N-não, porquê? 

Droga! 

-Eu... Preciso de ajuda pra encontrar uma criança. 

-VOCÊ PERDEU A CRIANÇA?! 

-Shhh! Não! Eu só não sei onde ela tá porque a gente estava brincando de esconde-esconde e aí... Você sabe... Procura, ajuda, etc. 

-O-okay. - Eu sinto um puxar no meu avental, logo me lembro de que Daniel ainda estava ali, e aliás, nos encarava furiosamente. 

-E-eu vou ver o que eu posso fazer. 

-Obrigada mesmo Coelha. - Ele dá uma bagunçada nos meus cabelos e vai em busca da criança perdida. 

-Não me inscrevi pra organização crianças perdidas pra ser paga com meu cabelo bagunçado! - Eu falo e sorrio ao ver que mesmo de longe ele me ouviu e riu também. 

Ai, ai... Ele me deixava doidinha... 

.  .  . 

Espera, QUÊ?! Não! 

-Coelha! 

-Hum? 

-Ele te chama de coelha, então eu também posso! Coelha! 

-Err... Na verdade... - Olhando pra carinha emburrada do rosado eu não conseguia dizer a ele que aquilo era um apelido nosso. - Que tal inventarmos um apelido só nosso, ein? Que tal? 

-Humn... Tá. - Ele dar-se por convencido. - Mas têm que ser melhor que coelha! 

-Ok, ok... 

Passamos o dia pensando em um apelido para mim, e no fim, ele me chamou de Kate assim que descobriu meu segundo nome. Era estranho ser chamada assim, mas era muito fofo ao mesmo tempo. Na verdade, bem fofo! Todas as vezes que Jeremy se intervia entre nós ou me chamava em algum momento, Daniel irritava-se, grudava na minha perna e começava a gritar o apelido que me dera sem parar até eu dar atenção a ele. 

-Vamos Daniel. - Eu andava meio torta pois o mesmo não desgrudava da minha perna. - Já está na hora de ir. 

-NÃO! 

Mesmo na saída. Com a Dona Célia aguardando impaciente. Com muita gritaria, choro e drama. Foi difícil. 

-Olha, amanhã você vai voltar, ok? 

-EU QUERO FICAR AQUI! 

-Eu não tenho como ficar aqui de noite, infelizmente, porque eu... 

Pense em uma desculpa rápida para enganar uma criança! Pense cérebro, vamos! 

-Eu tenho que estudar MUITO, porque se eu não estudar, eu não vou poder te ver mais, e eu não quero isso. 

-Você quer me ver? Eu também quero Kate! - E ele chorou mais e mais. 

-Amanhã a gente vai se ver de novo, ok? E assim que eu te ver, eu vou te dar um abração enorme! Certo? 

-C-certo! 

Consegui! 

E, não só no dia seguinte como em todos em diante, ele sempre me abraçava fortemente quando nos víamos. Mesmo após o aniversário de casamento, Daniel chorou, brigou e até fez birra pra poder continuar voltando aqui. No fim... Ele conseguiu convencer os pais a pagar pra ficar durante os fins de semana. 

 

... 

 

Um mês após e eu já estava acostumada á rotina. 

-Jeremy, cheguei! - Eu dizia ao adentrar o estabelecimento. 

Jeremy ás vezes ficava responsável pela recepção, e hoje, era um desses dias. 

-Coelha! Como foi o feriado? 

-Foi ótimo, sendo que fui infernizada pela minha família. - Nós rimos. - Brincadeira. Mas e o seu, como foi? 

-O mesmo de todo ano, forever alone. - Ele responde dramático. 

-Na próxima vez te chamo junto pra ajudar a atormentar meu irmão. 

-Atormentar é comigo mesmo! 

Uma breve conversa informal antes do trabalho começar. Porém, ouvimos o barulho do toque do sino da entrada. 

-Sinto muito mas ainda não abri- 

Fiquei pasma. 

-Que... FOFA! 

Era a criaturinha mais fofa de todo o mundo! Uma pequena garotinha, com cabelos curtos branquinhos, olhos azuis bem claros e uma pele igualmente clara. 

-Oi amiguinha, qual o seu nome? - Eu pergunto a pequena, que apenas me observa pensativa, sem dizer nada. - Não precisa ser tímida, somos amigos! 

Sem resposta. 

-Cadê seu papai e sua mamãe? - Jeremy pergunta. 

A pequena nega, mas em seus olhos se formavam lágrimas. Me viro para Jeremy: 

-Estou com muito dó! - Cochicho para ele. 

-Só cuida dele. - Ele cochicha de volta. - Uma hora os pais voltam para buscá-lo. 

-"Dele"? "Buscá-lo"? - Jeremy ri de minha cara confusa. 

-Se você não percebeu... É um garoto, sim. - Responde brincalhão. 

Olho de volta para O pequeNO. Ele estava no mesmo lugar, apenas observava ao redor com um olhar curioso. Vou até ele. 

-Meu nome é Anna. - Eu falo ficando na mesma altura que ele. - Qual o seu? 

-Eu... Não... Tenho... - Ele responde, tímido. 

Que brincadeira diferente. Talvez ele queira um apelido igual Daniel. 

-Então que tal se eu te der um nome? - Eu pergunto e ele volta sua atenção a mim. Embora não sorrisse, sua fisionomia demonstrava felicidade. -Hum... 

Observo ao meu redor, tentando buscar inspiração, mas logo voltando minha atenção ao albino. Albino...? Já sei! 

-Snow! 

-Nome complicadinho pra uma criança, né? - Jeremy pergunta, irônico. 

-Mas combina perfeitamente! - Eu respondo. 

-S... Snow. - O garotinho repete. - L-legal... 

-Gostou? - Eu pergunto sorrindo e ele assente. - Então Snow, o que acha de entrarmos e tomarmos um banhinho, ein? Pra você ficar limpinho e cheirosinho! 

Ele assente animado. 

 

... 

 

Eu lia uma história para Snow, que permanecia sentado no meu colo, prestando extrema atenção a cada detalhe do livro. 

-O que é isso? - Ele perguntava mais uma vez, olhando-me curioso. 

-É uma bola de futebol. - Eu o respondo sorrindo. - Você gosta de brincar de futebol? 

-Nunca brinquei... 

-Um dia eu brinco junto de você, ok? 

-Você brinca?! 

-Sim! - Respondo tão alegre quando ele. - De tudo o que você quiser brincar. 

-Obrigada senhorita Anna! 

-Ei! Somo amigos! Você pode me chamar de Anna somente, certo? 

-O-ok... Anna. 

-Isso, isso. Bom menino. - Eu o afago e o mesmo sorri feliz. 

-Coelha. Pode vir aqui por um segundinho? - Jeremy diz, se aproximando. 

-Claro. - Respondo. - Volto rápido Snow! 

Me distancio do garoto, indo até Jeremy. 

- A gerencia está reclamando comigo porque ainda não fechamos. - Ele fala, sendo direto. 

-E agora? O que fazemos? - Pergunto atônita. - Não podemos simplesmente largar o garoto em qualquer lugar! 

-Tenta novamente perguntar sobre os responsáveis dele! 

-Certo. 

Mas voltando ao lugar onde deixei-o lendo, ele não estava mais lá. 

 

... 

 

Depois daquele incidente, eu e Jeremy passamos o resto da noite procurando Snow, mas não o encontramos. Porém, dias após, o garoto voltou novamente a Creche. Todas as vezes que voltava, era com algumas notas de dois ou cinco reais rasgadas ou sujas e algumas moedas, basicamente, para "pagar" pra poder ficar. Embora tenhamos recusado o dinheiro (mesmo achando extremamente fofo!), ao ver ele ficar triste, acabávamos aceitando e completando o dinheiro suficiente para pagar a Creche com parte dos nossos salários. 

Depois de mais um dia, eu retornava ao meu apartamento junto de Jeremy. 

-Ah, que bom estar em casa! - Ele responde, se jogando no sofá. 

-Nem um pouco folgado o senhor, né? - Respondo-o, me jogando ao lado dele. 

Latidos vindos do corredor. Logo, surgiu o pequeno cãozinho, vindo rapidamente até nós. 

-Não sabia que tinha cachorro. 

-Ele apareceu na minha porta a alguns dias. Achei crueldade não adotá-lo. - Nós rimos. 

-Qual o nome? 

-Bola de neve. 

-Bola de neve? - Jeremy pergunta, com um olhar sarcástico. 

-Eu queria colocar de Snow, mas já tem o garotinho da Creche, então... 

Coloco-o em meu colo, e logo ele pega no sono. 

-Ei, tem problema eu dormir aqui hoje? 

-P-pode sim, claro. - Eu respondo, levando o pequeno cachorro até sua cama, que era, na verdade, um de meus travesseiros. - Só que vai ter que ficar no sofá, não tenho uma cama extra ainda. - Nós rimos. 

-Sem problemas. - Ele responde, deitando-se no sofá. 

Admito que tinha uma quedinha por ele. Na verdade, uma quedona! Mas somos como bros. E, aliás, não estou com tempo pra relacionamentos e essas baboseiras todas. Tenho uma faculdade e um emprego pra me sair bem. 

-Obrigado. - Ele agradece.- Sério. Ficar lá em casa é bem solitário. 

-Imagino, o teu apê é enooorme. - Brinco. 

Nós rimos. O apartamento de Jeremy era, na verdade, pequeno em relação a quantidade de coisas que ele têm. 

-Queria ter uma companheira de quarto feito você. Tá afim de virar minha namorada, não? - Ele diz e nós rimos, embora meu riso seja de nervoso. 

-Não estou brincando, você sabe, né? 

-U-uh? 

Ele se aproxima de mim, mas depois me olha como se perguntasse "posso?". 

Ah, coração estúpido! 

E com isso, selo nossos lábios em um beijo terno. 

 

... 

 

Quem diria que começaríamos a namorar? Logo eu, a "tão" concentrada nos estudos e trabalho. Mas bem, até que não é ruim sabe... 

-Coelha, olha que girafa pescoçuda! - Ele dizia uma de suas aleatoriedades e nós rimos. É divertido. 

Dessa vez, fomos aproveitar o fim de semana juntos no zoológico. Passamos por todas os animais, mais o que mais me interessou naquele momento foi... 

-O tigre, papai, olha! - Disse uma garotinha loira, enquanto apontava para o mesmo. 

-Ele tem um pelo muito bonito, não é meninas? - O pai diz para suas filhas. 

-É verdade. - Responde a outra. Que aparentava ser gêmea da loira, só que com cabelos pretos. 

Eu observava aquela família feliz. Em momentos como esse é que dá uma saudade enorme das loucuras de casa. 

-Ah, papai! Meu brinquedo! - A loira diz, ao ver seu brinquedo ser chutado pela multidão até a jaula dos tigres. 

Vou rapidamente em busca dele, me soltando da mão de Jeremy. 

-Aqui! - Eu respondo ao conseguir pegar. - Pegue- 

O brinquedo estava para cair dentro da jaula, e antes que fosse, quebrei uma regrinha ou outra e fui pegá-lo, mas meu braço prende nas grades. Eu estava até calma, se não tivesse visto algo emergindo da escuridão da caverna presente no "habitat" dos tigres. 

Eu percebia aquele animal vindo em minha direção, mas não conseguia não olhar para algo que não fosse ele. Aquilo que me parecia lindo de longe, estava muito mais aterrorizante de perto. 

-Anna! - Eu ouço Jeremy me chamando e logo sinto ele me puxando pelo meu outro braço. - Alguém! Ajuda! 

O animal, possivelmente pensando que iria deixar sua presa ir embora se demorasse, aumentou a velocidade, até que, ao chegar perto o suficiente, põe uma de suas patas sobre minha mão, me prendendo com suas garras que agora, cortavam minha pele. 

"Ajuda! Por favor!" 

Por um momento, pude olhar nos olhos daquele animal, e ver, algo mais. 

-Saia fera! Anda! - Diz um dos trabalhadores do zoológico, enquanto apontava uma arma para o tigre. 

Ao vê-lo correndo, assustado, pude notar as cicatrizes profundas que seus pelos escondiam. E antes de entrar na caverna, ele me olha pela última vez. E seu olhar era o mesmo. 

E aí, eu apaguei.

 

... 

 

Acordando em uma das salas do hospital. Ao meu lado estava Jeremy, sentado em uma cadeira e, ao notar que eu havia acordado, vem até mim e me abraça fortemente. 

-Anna! Que bom que está bem! 

-O que... O que aconteceu? 

-Você não lembra? Foi terrível! Você foi atacada e desmaiou! - Ele falava preocupado. - Eles disseram que para um ataque de tigre, você até que deu sorte, mas eu não acho! Aquele tigre horrível... Nunca mais vamos voltar naquele zoológico! Nunca mais! 

-Tigre...? 

"Ajuda! Por favor!" 

-Jeremy! Você também ouviu, não ouviu?! 

-Ouviu o quê? 

-O tigre! Ele falou! Ele pedia ajuda, ou algo do tipo! - Eu começo a desesperar-me. Ameaçando tirar o soro eu mesma e sair dali. 

-Anna! Anna! COELHA! - Ele grita, me mantendo na cama. - Você precisa se acalmar, ok? Deve ter sido o efeito dos remédios. 

Eu volto a deitar-me na cama, pensativa. Jeremy se aproxima e, dando um selinho, diz: 

-Vai ficar tudo bem, ok? Eles trataram a sua mão, vai poder tirar os pontos e as faixas em poucas semanas, isso é ótimo! 

Ele diz me tranquilizando, porém... 

-Sua intenção foi ótima mas boas intenções não trazem ninguém de volta a vida! 

E que comece o sermão. 

-Mas eu estou bem. 

-Falou a garota com a mão quase decepada. 

-Não foi decepada. 

-QUASE decepada. - Ele reclama emburrado. - E ainda se diz que está bem! Não sei mais o que fazer contigo! 

Eu encaro sua expressão irritada. Quando ele percebe, começa a fazer caretas diversas, e acabamos por rir juntos. 

É, deve ter sido apenas a minha imaginação. Ainda bem que tudo correu bem. Não suportaria viver longe das minhas crianças. Agora admito que realmente gostei desse emprego!


Notas Finais


Até o próximo~ ;3
Comentem plis! Adoro ler TODOOS os cometários, mesmo se vocês acharem longos de mais ou bestas demais, SE QUISER COMENTAR, COMENTA QUE EU AMUH LER E RESPONDER VUXES \(*^*)/
BAI BAI~


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