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História Akabe - A descoberta


Escrita por: Kobaya

Notas do Autor


Segundo capitulo da série :)

Capítulo 2 - A descoberta


É noite, os Manikeias, filhos dos governantes, os membros da corte. Crianças mimadas que cresceram sem limites e que estão novamente entediadas, decidem “cumprimentar amigavelmente” seus inimigos mortais, os Derikas.

Os dois grupos se encontram, estão a poucos metros um do outro. Os Manikeias, de um lado, rugiam e urravam como animais selvagens, enquanto do outro lado, os Derikas mantinham a compostura guardando para si seus extintos primitivos.

O confronto é brusco, o som alto dos corpos a se chocarem da calafrios. Zamig a líder, denominada assim por ter o mais alto nível de infantilidade ou talvez por ser a mais mimada, quem sabe, ataca Kaityro pelas costas, derrubando-a e imobilizando-a contra o chão.

— Sai de cima de mim. — diz Kaityro empurrando e arremessando Zamig para longe.

— E se eu não quiser? — diz Zamig que corre em super velocidade, rindo psicoticamente. Ela agarra Kaityro pelo pescoço dando continuidade ao combate.

       Aproveitando o alvoroço Tami resolveu quebrar as regras e ir até a “toca” dos Manikeias, já que sua curiosidade de ver o que eles tanto protegiam lá era maior que o medo de que Kaityro descobrisse.

        Entrando naquele castelo enorme ela segue o odor lascivo de Zamig, que a leva a uma sala oculta. Tami encontra algo incomum que chama sua atenção quase que como um íman, algo na forma de um tubo grande coberto com uma lona espessa. Curiosa ela retira o pano, embaixo tinha uma cuba cilíndrica de vidro, Tami se admira com o que há dentro.

       Era Raga, inconsciente, envolto em um liquido amniótico. Quando o tempo de surpresa passa ela cai em si e fita as paredes a procura de algo. Tami avista um machado grande agarrado a um escudo e o apanha. Toma distancia e impulso e arrebenta com o vidro espeço da cuba com um só golpe, danificando também a arma em mãos. O liquido é despejado violentamente em uma explosão. O corpo nu e inconsciente de Raga é lançado junto, mas Tami o apanha ates que tocasse o chão. Ela o coloca nas costas envolto em uma manta que estava em cima de um divã ali ao lado e sai correndo. A garota anda pelos corredores com cautela para não cruzar com nenhuma criança problemática do grupo rival, mudando de direção a cada voz ouvida.

       O esconderijo dos Derikas é uma mansão muito bem escondida entre as arvores de uma floresta densa, local que só pode ser acessado a pé, seguro e bem distante da nação dos vampiros.

       Tami entra por uma das portas laterais onde é menos frequentado e mais sigiloso, na finalidade de uma entrada discreta. Sem movimentos bruscos, na esperança de não se deparar com ninguém, ela da os passos mais silenciosos possíveis, mas seus esforços são em vão.

 — Onde estava? — diz Kaityro surgindo de trás de uma coluna, com os braços cruzados e com um feitio irritado.

— Hum... Bem, é que... eu... — diz Tami com um sorriso nervoso, olhando para os lados, procurando o que dizer.

— O que é isso atrás de você? — diz Kaityro dando passos lentos na direção de Tami, apontando para suas costas.

— Ha, He...he... Bom é só... — Tami gagueja e seu sorriso cresce como se tivesse esperança que isso amenizasse a situação.

— Você trouxe uma pessoa pra cá!? Onde esta com a cabeça!? Iss-... — Kaityro interrompe o discurso em choque quando focaliza no corpo que Tami carregava. Seus olhos crescem e sua expressão antes enraivecida agora expressa a ansiedade que lhe bate.

— Esse é... Tami onde você o achou?... Leve-o de volta, agora! — diz Kaityro com a voz tremula sem acreditar no que seus olhos veem.

— O que? Não! Não posso! Achei-o no covil dos Manikeias, não posso simplesmente devolve-lo!

— No covil? O que ele estava... Espera... No covil! Tami! O que diabos você foi fazer lá!? — diz Kaityro enquanto retira Raga das costas de Tami.

— Eu só estav-...

— Já te disse dezenas de vezes para nunca se aproximar daquele lugar! — Kaityro checa seus sinais vitais.

— Mas-...

— Aqueles ratos inescrupulosos... imagina o que aconteceria se te descobrissem! Não teríamos paz-...

— ESCUTA! — a voz de Tami ecoa pelo corredor, seguida do silencio assustado de Kaityro fitando-a, surpresa.

— Eu sei que fiz mal... Mas... Quando entrei e vi-o... não podia deixá-lo lá... — diz Tami se virando para Raga que está deitado no chão. Ela o apanha nos braços.

— Podia sim. — Tami encara Kaityro com um olhar julgador, ela respira fundo e revira os olhos.

— Esta bem... Mas assim que ele recuperar os sentidos quero vê-lo bem longe daqui!

Tami da um sorriso satisfeito e beija Kaityro na bochecha em agradecimento. Ela o levanta nos braços e segue pelo corredor. Kaityro permanece no local por uns segundos, pensativa, observando as costas de Tami que diminuía a cada metro.

Já estava ele posto em uma cama, em um pequeno quarto afastado, no primeiro andar do subsolo, Tami arruma as mantas para ficarem bem colocadas em cima do corpo ainda nu e gelado de Raga que ainda dorme profundamente. Ela não resiste à tentação de passar a mão em uma madeixa de seu longo cabelo que reluzia com uma fascinante cor dourada. Satisfeita ela sorri e abandona o quarto e vai de encontro com Kaityro, que estava em seu escritório no terceiro andar.

Sentada de frente para uma fogueira, a única fonte de luz do quarto, em uma poltrona antiga com design da era vitoriana, estava Kaityro. Na mão direita, apoiada no braço da cadeira, ela segurava uma taça com sangue até a metade. Tami abre a porta com cautela e mede todos seus movimentos, receosa do sermão que sabia que lhe estava preparado.

— Sente-se. — diz Kaityro após tomar um gole. Tami senta-se enrijecida, não quer aparentar estar confortável. As duas ficam em silencio por alguns segundos.

— Disseste que ele estava no castelo dos Manikeias. — ela torna o olhar para Tami, mas sem virar a face, que continuava virada para o fogo.

— Sim! Estava... — Tami por um segundo olha para Kaityro, mas torna a fitar o chão.

— Estava como? Escondido? Junto com eles?

— O que? Não... Era prisioneiro. Estava em uma espécie de incubadora, completamente sedado, inconsciente. — Tami fica contrariada. Kaityro por outro lado está pensativa, novamente um breve silencio toma conta.

— Porque a presença dele a desagrada tanto?

— Por que sim, por que ele é um covarde. É culpa dele estarmos na situação que estamos hoje. — a face de Kaityro azeda.

— Não pode culpa-lo, não pode julgá-lo. Ele foi preso, raptado. — enraivecida Kaityro fita Tami bruscamente.

— Não posso culpa-lo?! Ele poderia ter lutado mais! Não posso jugá-lo?! De certeza que se não o tivessem levado teria fugido na mesma! É o que os covardes fazem! — Kaityro fecha as mãos levando a taça a partir-se e a derramar o resto do sangue na tapeçaria.

— Ele tinha perdido o pai! — Tami levanta a voz, Kaityro a olha agressivamente, arma-se, parece querer dizer algo, mas desiste. O clima na sala fica pesado, mais uma vez o silencio toma conta. Vagarosamente Kaityro volta a apoiar-se no encosto da poltrona, ela agora fita a fogueira como no inicio.

— Deixe estar. Vá, tenho assuntos a tratar. — entristecida Tami levanta-se e sai, ela sente que há qualquer coisa a mais, para deixar Kaityro tão alterada. Ela por outro lado, fica ali com os olhos vidrados, melancólicos, apontados na direção da fogueira, mas claramente em outro lugar, outro tempo.

 No dia seguinte, logo de manhã, Tami entra no quarto com uma bacia de água fervida, toalhas e uma muda de roupas. Ela se senta em uma banqueta ao lado da cama, molha uma pequena toalha dobrada e a passa pela testa de Raga descendo até seu pescoço.

Enquanto banhava-o, Tami nota que Raga abre os olhos. Ele calmamente se levanta, ela da um sorriso discreto, mas antes que pudesse falar qualquer coisa, com uma ferocidade animalesca, ele abocanha seu pescoço. Aturdida Tami não se move, ele a suga de forma bruta sem desperdiçar uma gota sequer. O sangue é drenado muito rapidamente, a garota já começa e perder os sentidos quando Raga para e a liberta. Ela cai para trás, se arrasta para porta e cambaleia para fora do quarto. Tami segue por mais uns metros, mas não se aguenta e cai junto à parede do corredor.



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