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História Akabe - Lágrimas


Escrita por: Kobaya

Capítulo 7 - Lágrimas


Ouve-se um assobio alto, o vampiro desencrava a espada de Raga e corre. O amontoado em cima de Tami se dispersa rapidamente, Rufias a alcança e tenta ajuda-la a levantar-se do chão, mas Tami não se move. Seus olhos não piscam, boquiaberta ela permanece paralisada, lágrimas se formam sem seus olhos, e o desespero lentamente toma conta. De dentro do galpão não se é possível ver as nuvens do céu nublado, que antes tão brancas, agora a tornarem-se escuras e sombrias. Tami usa Rufias de apoio e levanta-se a tremer, ela da passos instáveis, e cambaleia até o corpo de Raga, devastada, mas as lágrimas persistem em não cair. Ela se joga de joelhos e desvira o corpo dele o segurando nos braços. Kaityro assiste de longe, pasmada, com os olhos arregalados sua expressão começa a esmorecer à medida que da passos lentos em frente.

          Suas mãos se aproximam do rosto de Raga, mas Tami hesita ao tocá-lo, não há pulsação, suas veias já não pulsam sangue, ele já não tem vida. A angustia cresce rápido, suas lágrimas finalmente deixam-se levar, elas escorregam por seu rosto e repousam na face de Raga. “não”, “não”, repete-se como um eco na mente de Tami, tremula ela põe a mão em seu peito e grita com a alma.

          — Nãaaaaaaao! — o grito de Tami mescla com um trovão, que atravessa as telhas do galpão, passa pelo corpo de Tami e eletrifica com uma enorme descarga o corpo inanimado de Raga. O raio provoca um estrondo ensurdecedor que repercute por todo o salão, fazendo com que todos tapem os ouvidos com as mãos.

          A primeira coisa que vê quando abre os olhos é Tami a cair, inconsciente. A vista ainda está embaçada, mas recobra a nitidez aos poucos, Raga vira a cabeça para o lado e avista Tami caída a seu lado, torna-se para cima e vê Kaityro e Rufias a correrem na sua direção. Não há som, mas pouco a pouco o silêncio diminui e é possível escutar os gritos de Kaityro e os passos de todos a se aproximarem.

          Raga encontra-se encostado à parede, do lado de fora do quarto de Tami, com os braços cruzados ele leva uma mão à boca, e belisca o lábio inferior ansiosamente. Finalmente a porta se abre, Kaityro sai do quarto e vai ao seu encontro. Ela mantém os olhos no chão e lentamente torna-se para ele.

          — A médica disse que não há nada que possa ser feito...

          Os olhos de Raga se arregalam às palavras de Kaityro, boquiaberto ele balbucia a tentar falar. Kaityro espanta-se.

          — Não! Não é isso! Digo... Não há nada que ela possa fazer, ela está bem, só precisa repousar.

          A expressão chocada de Raga torna-se desprezo, ele encara Kaityro com os olhos serrados e suspira. O clima torna-se sério outra vez.

          — Precisamos conversar. — diz Raga a encarar Kaityro com uma expressão sisuda.

          Sentados em poltronas, um de frente para o outro, a olharem-se nos olhos, encarando-se com expressões sérias. Raga e Kaityro permanecem em silêncio, ele, com as mãos cruzadas à frente do rosto, a apoiar os cotovelos nos braços da poltrona e ela, com uma taça em mãos e as pernas cruzadas.

          — E então? O que queria conversar? — questiona Kaityro antes de dar uma golada.

          — Por onde começar?... Bom, primeiramente, acho importante ressaltar o fato de que você, irresponsavelmente, nos mandou para uma cilada. — Raga acentua “cilada” ao final, com um tom arrogante. Kaityro incomoda-se com sua expressão petulante ao falar, e aborrece-se.

          — Claro... “Cilada” que dês de inicio foi com finalidade de matar-te, se não tinhas notado. Ou seja, a responsabilidade é sua. — Raga se incomoda, mas abstém-se, a razão de Kaityro torna tudo ainda mais desagradável, ele se cala e quebra o contato visual. — Estamos há anos fazendo as mesmas coisas, criou-se um hábito, é a primeira vez que um plano foi tão bem orquestrado, não era de se esperar, e tu és o motivo. — o tom arrogante de Kaityro o irrita ainda mais.

          — Certo. A outra coisa é... Eu morri? — Raga fita Kaityro que se engasga com o gole que tomava. Ela torna-se para a lareira, a única fonte de luz que iluminava o quarto, e permanece em silêncio por alguns segundos.

          — Pois sim... — ela continua a encarar as chamas.

          — Mas não estou morto. — Raga encara Kaityro, como se à espera que ela lhe explicasse a situação, mas sem resposta.

          — Pois não está... — Kaityro agora da outro gole.

          — E como isto é possível?

          — Pois é não é?... És resistente. — ela agora encara a taça, seu tom é irônico. Raga entende a mensagem, mesmo que saiba, Kaityro não falará sobre isso. Ele suspira e fecha os olhos brevemente.

          — E afinal o que foi aquilo? — diz Raga levemente indignado.

          — Aquilo o que?

          — Tami é um ankirus, tem força e agilidade inimagináveis, e não conseguiu livrar-se de uns meros vampiros de segunda!?

          Kaityro disfarça e olha para os cantos.

          — Eu não a treinei para ser uma lutadora.

          — É evidente... — Raga fecha os olhos e suspira, fundo. — Acredito que já passou o tempo de tratá-la como uma princesinha, ela é a arma mais poderosa que tens, mas tu a tornaste um filhotinho vulnerável! Precisa ensinar-lhe ao menos a se defender e se não o fizer tu mesma, eu faço!

          Os dois permanecem em silêncio a se encararem, com expressões zangadas.

          — E por ultimo...

          — A espada.

          — Sim... — diz Raga surpreso.

          — Pois... Discutiremos isso na reunião, não se preocupe.

          — Reunião?

          — Sim, quando Tami acordar será feita uma reunião. — ela se levanta a dirigir-se para sua escrivaninha. Ao sentar-se em sua cadeira Kaityro folha alguns papeis e observa Raga ainda sentado, ela faz uma expressão desagradada e faz sinal para que saia.

          — Sinceramente... Vou ver como Tami está.

          Kaityro da um sorriso forçado e novamente abana as mãos. Quando Raga bate a porta, Kaityro encara o nada e se perde em pensamentos.

          Ao abrir a porta cautelosamente, Raga entra em silêncio, a admirar a decoração clássica de Tami. Todos os móveis eram estilo vitoriano, a cama possui pilares altos que chagam até o teto, com cortinas semitransparentes em volta. Raga senta-se em uma cadeira ornamentada que se encontrava ao lado da cama, ele observa a cômoda detalhada que se situava do outro lado do quarto quando murmúrios de desconforto chamam-lhe a atenção. Raga vira-se para Tami que aparentava incômoda com algo. Ele posiciona sua mão na testa da garota que imediatamente se acalma, ela abre os olhos lentamente e o encara.

          — Raga? — logo seus olhos enchem-se de lagrimas, ela se levanta em um pulo, abraçando-o.

          Surpreso Raga permanece imóvel, não chega a estar incômodo, mas de certeza não se sente confortável. Lentamente ele coloca sua mão nas costas de Tami, e dá tampinhas, desajustado. Finalmente ela o liberta, mas permanece com os braços agarrados aos dele. Tami o encara com os olhos cheios de lágrimas, mas um sorriso largo.

          — Mas como? Vi-te morrer.

          Raga fica em silencio, confuso, nem ele sabe o porquê, ele logo se conforma.

          — Aparentemente sou muito resistente. — ele ri. Eles se encaram por uns segundos e Raga logo se recorda. — Cheque suas mensagens. — ele apanha o celular que estava à cabeceira da cama e entrega a Tami. Confusa ela o pega e checa as mensagens. Estava lá uma de Kaityro, a dizer para a garota avisar quando acordasse. Tami espanta-se.

          — Como sabia?

          — Além de resistente sou vidente. — diz Raga irônico. Tami digita algo ao celular. Raga observa e coloca um dedo na têmpora. — Algo me diz que teremos reunião ainda hoje.

          Não demora e outra mensagem chega, era Kaityro novamente, a dizer para que Tami fosse a seu escritório por que haveria uma reunião.

          — WOW! — Raga ri ao encarar a expressão admirada de Tami.

          Sem demora os dois se dirigem ao escritório de Kaityro, ao entrarem, lá já estão Rufias, Edmund e Iork, os mesmo que foram ao galpão. Ao avistar Tami, Kaityro se levanta e a abraça.

          — Estás bem? — diz ela ao apertá-la.

          — Sim.

          Elas se separam e todos se sentam.

          — É evidente que a emboscada de hoje foi um plano muito bem orquestrado. Zamig não mediu esforços para cumprir seus objetivos e provou que é bem mais capaz do que imaginávamos. E novamente, de que nos tem à palma de sua mão. — discursa Kaityro.

          — Tudo isso só para matar Raga? — pergunta Rufias.

          — Sim. Ela certamente não o quer vagando por ai. — responde Kaityro.

          — As flores, o galpão com aquele tremendo eco... Ela pensou em tudo. — diz Tami a recordar-se.

          — É... Não a superestimemos, acredito que não tenha pensado em tudo sozinha, mas sim, foi tudo meticuloso. E estávamos em desvantagem. — diz Kaityro a apertar os punhos com força.

          — Mas chefe... Aquela espada... — Rufias pausa.

          — Sim! Acabou com Raga em instantes e com um ferimento tão superficial. — completa Edmund.

          — Pois... A espada é o que me preocupa de todo. Aquela não é uma mera espada, há séculos que não vejo uma daquelas e o fato de estar nas mãos de quem está me perturba profundamente. A espada longa de lâmina dourada que viram hoje é uma Morbidus, há muitos anos atrás existiam várias delas, mas tornaram-se raras após a ocupação dos vampiros.

          — Mas o que ela tem de tão especial? — questiona Raga.

          — Após a morte de Orkia, ficaram mais frequentes os ataques aos humanos, continuava sendo crime, mas as penalizações se tornaram mais leves. Os humanos, a procura de se sentirem mais seguros criaram armas que os defendessem à altura. Eram espadas, adagas, machados, uma grande variedade delas, mas o que tinham em comum era o modo de preparo. Um ferreiro em especial desenvolveu uma técnica em que usava a saliva de um lobisomem ao confeccionar as armas, fazendo assim com que até um simples corte, sendo profundo o suficiente, pudesse levar um vampiro à morte.

          O que Kaityro diz faz Tami relembrar dos acontecimentos que presenciou na ruela da cidade.

          — Mas é claro... O espumar pela boca, as convulsões, são sintomas da morte causada pelos lobisomens... — diz Tami para si, mas Kaityro facilmente a ouve.

          — Sim... Após a morte de Tebas, a hegemonia dos vampiros foi facilmente atingida, todas as morbidus foram confiscadas. Achei que tinham sido destruídas por serem tão nocivas, mas aparentemente pensei mal.

          — Uma arma tão poderosa nas mãos dos manikeias... — Rufias pausa e torna-se para Kaitiro.

          — É de tirar o sono, pois é. E ainda mais agora que Zamig tem o dispositivo nuclear. — diz Kaityro que forçadamente tenciona os músculos da mandíbula.

          — Como é? — Raga levanta a voz. Abaixando o rosto atrás da mão em que se apoiava, Kaityro desvia o olhar. Rufias tem na face uma expressão humilhada.

          — Após nos separarmos fomos atacados por Zamig e mais alguns vampiros, também estávamos em desvantagem. — Rufias coça a nuca.

          — A vadia fez todo um teatro. — Kaityro agora crava as unhas no palmo da mão. — Fez questão de nos chatear com um discurso lamechas, esfregar o dispositivo na nossa cara e depois fugir.

          — Tinham flores por todo o lado, ela disse que eram para um velório.  Disse que alguém morreria. — Rufias torna-se para Raga, mas rapidamente averte o olhar.

          — E como vamos recuperá-lo? — questiona Iork. Kaityro permanece pensativa e todos continuam em silêncio a espera de alguma resposta.

          — Talvez atacar o castelo? — Edmund quebra o silencio ao se arriscar a dar uma sugestão. De repente a voz até então calada de Tami atrai a atenção de todos.

          — Não será necessário. — ela da uma breve pausa. —Zamig ainda usará o dispositivo como isca. Não nos estressemos com planos, é melhor nos prepararmos para quando ela nos chamar.

          — E até lá o que? Checar o e-mail diariamente?! — o tom alto de Kaityro expressa sua insatisfação.

          — Não sei Kaityro decides tu! Anteceder o ataque não aumentará nossas chances de vitória.

          — Mas adiar também não!

          As duas permanecem silentes ao se encararem. Os homens presentes no quarto não se atrevem a intervir na discussão e apenas assistem, fingindo que não estão ali.

          — Mas então o que pensas em fazer? Atacar o castelo arriscando que Zamig nos exploda a todos? Sabe como ela é não demorará muito ela nos chamará. Apenas relaxe Kaityro, faça o que sempre faz, folhar seus papeizinhos e aquilo. — Kaityro encara Tami com os olhos serrados e os braços cruzados, ela revira os olhos e bufa.

          — Tanto faz, faremos assim então.

          Kaityro se levanta e enxota a todos de sua sala, ela não se sente nem um pouco satisfeita com o desfecho, mas prefere não admitir não ter nenhuma ideia melhor.

          Raga e Tami caminham pelo corredor em silêncio, Tami nota que as paredes e o teto começam a distorcer, a gravidade parece mais forte, ela perde o equilíbrio e cai, mas apoia-se à parede. Raga se move rápido auxiliando-a a levantar.

          — Sente-se mal?

          — Estou bem, foi breve. Acredito que preciso de mais repouso. Acho que vou descansar.

          — Acompanho-te.

          — Não, não é necessário, vá à biblioteca como ias de inicio, sou capaz de chegar ao quarto sozinha, mas obrigada.      

          Tami apenas sorri e continua a andar cautelosamente. Raga a observa até que a garota cruze o corredor em segurança e toma outro caminho, até a biblioteca da mansão.

          O acervo da biblioteca é vasto, são metros e metros de prateleiras carregadas de livros antigos. Os ares não são dos melhores, o pó e a fetidez de mofo são os perfumes mais populares. Há os que se dedicam a manter os livros do melhor estado possível, mas por maior velocidade que os vampiros tenham, ainda é um trabalho árduo mantê-los impecáveis a toda hora, tendo em vista o tamanho do local.

          Raga não poderia sentir-se mais perdido, ele pula de prateleira em prateleira, a procura dos assuntos em comum dos que procura. Quando pensa que teve sucesso em achar algo, ao folhar as paginas descobre que não era bem aquilo que queria. Ele aguenta o tempo que consegue, mas desiste após muitas tentativas frustradas. Decide então largar os exemplares onde os havia achado e se retira.

          Já à porta de seu quarto, ao abri-la, Raga ouve alguns murmúrios vindos do quarto de Tami, foi baixo e breve, ele decide ignorar e prossegue entrando em seu quarto. Haviam já alguns muitos livros em sua mesa de cabeceira. Ao sentar-se na poltrona ao lado,  apanha um que estava repleto de marcações, e começa a lê-lo. Com pouco tempo de leitura Raga nota os murmúrios latentes, eles tomam força com o tempo, ele então se levanta e resolve checar.

          Abrindo a porta cautelosamente é possível avistar Tami a se debater na cama. Ela torce com força os edredons entre as mãos, escorre suor frio de sua testa. Tami resmunga palavras irreconhecíveis e é possível ouvi-la a ranger os dentes. Raga rapidamente se aproxima e cautelosamente tenta acordá-la acariciando sua cabeça, parece resultar. Logo Tami abre os olhos, ofegante ela olha para os lados, no que parecia a checar onde estava.

          — Está tudo bem, foi apenas um sonho. — diz Raga que agora segura fortemente a mão de Tami, que recupera o fôlego. Ele passa um tempo ali, apenas a segurar sua mão, até que a garota se acalmasse por completo. Ao soltar sua mão, ele faz breve caricias em sua testa. — Vá, agora volte a dormir. — ele se levanta e se vira de costas para ir, mas Tami agarra a barra de sua blusa antes que ele dê um passo.

          — Não... Fique, por favor.

          Tami se achega para o lado e faz sinal para que Raga deite ao seu lado. O mesmo deita-se todo rijo, com as mãos cruzadas acima da barriga, a encarar o teto. Tami fica deitada bem próxima, virada para ele, com a cabeça em cima das mãos, e um olhar baixo, distante. Por instantes perdura um silêncio desagradável, Raga logo procura quebrar o gelo.

          — Então... Sobre o que foi o pesadelo que tivestes?

          Tami hesita por instantes.

          — Não tenho certeza. Não haviam cenas nítidas, apenas flashes, mas... Ouviam-se gritos, e uma luz forte avermelhada por toda parte. Não sei descrever, mas sentia-me tão mal, aterrorizada, nunca havia sentido isso antes. Os gritos... — Tami pausa, sua mente recorda das sensações e das cenas falhas. Raga toma sua mesma posição, de lado com as mãos por baixo da cabeça, ele assiste os olhos da garota a encherem-se de lágrimas, sua expressão é carregada. — Os gritos moviam-se rapidamente, estavam a fugir, sentia-vos o pânico, desespero que os acelerava o coração, que batia tão alto.

          Raga estende a mão e acaricia o rosto de Tami, que fecha os olhos e os pressiona fortemente.

          — Foi apenas um sonho.

          — Eu sei, mas...

          Ele se senta encostado na cabeceira, e se ajeita de maneira que fique confortável.

          — Eu tinha uma amiga que costumava ter pesadelos também, constantemente. — Tami também se levanta a sentar-se, atenta. — Eu usualmente a ajudava a se acalmar. —

Raga dá dois tapinhas na perna. — Deite-se aqui.

          Tami olha para o local que ele acabara de demarcar, ela o encara por alguns instantes e deita a cabeça nas coxas dele, virada para seus pés. Raga coloca os dedos por dentre os cabelos de Tami, e massageia carinhosamente seu coro cabeludo.

          — Costumava, acariciar seu cabelo para que não se esquecesse de que esta é a realidade. E que o sonho é somente um sonho.

          — É bom... — Tami da uma longa pausa. — Muito bom.

          Raga inclina-se para conferir, Tami está com os olhos fechados e já dorme profundamente.


Notas Finais


Zoeirinha :b


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