História Akai Ito - Prólogo

Com o término da Guerra, Sasuke voltou à Konoha esperando pelo julgamento e por sua melhora de saúde — afinal, enfrentar Naruto não havia terminado como ele esperava. Olhou para seu braço decepado e sorriu, debochando de si mesmo.

Olhou para aquele campo e fechou os olhos, nostálgico. Nunca pensou que um dia voltaria ali... Onde tudo começou. Olhou para o céu e vislumbrou o encantador nascer do Sol. Marcou aquele momento em sua mente, antes de descer da árvore.

— Está na hora.

Sasuke, sem atrair nenhum olhar para si, caminhou até a entrada principal da Vila. Olhou todas as lojas atentamente, não queria perder nem um detalhe daquele lugar. Ao ver uma loja de dango, recorda-se de seu irmão. Itachi adorava dangos, já Sasuke odiava qualquer tipo de doces...

Sorriu de canto e continuou seu percurso. 

De longe, viu seus antigos companheiros de equipe esperando-o no portão, mas não viu Naruto, apenas Kakashi e Sakura.

— Sasuke-kun. — Sakura parecia estar chateada. Também podera, esperou tanto que seu amado voltasse para Konoha, e então... Ele decide vagar pelo mundo sem um rumo. Era frustante.

— Sasuke, eu consegui fazer com que você saísse impune de seus crimes. Mas, lembre-se: não faça nada equivocado e impensado. Suas ações caírão em meu colo, não nos seus. Afinal, eu, como o Hokage, interferi no julgamento em seu favor.

— Estou ciente disto, Kakashi.

— Sasuke-kun, tem certeza que precisa ir agora? — Sakura sussurrou. — Tsunade-sama logo terminará os braços feitos com às células do primeiro Hokage. Aguarde mais um pouco. — Pediu com a voz um pouco chorosa.

Sakura não estava realmente preocupada com Sasuke estar ou não sem um braço, ela queria passar mais tempo com o Uchiha. Desde a volta do moreno para a aldeia eles ainda não conversaram sozinhos. E, quando conversaram juntos com os amigos, foram apenas uma ou duas trocas de palavras entre os dois.

Sasuke é um homem silencioso, ela sabe, mas ela precisa conversar com ele, dizer sobre seus sentimentos...

— Não, Sakura. Eu preciso ir — disse, por fim.

Deu as costas aos dois ali presentes e começou a se distanciar da Aldeia.

— Espere, Sasuke-kun! — Sakura alterou a voz. — Desculpe... — pediu, curvando a cabeça, envergonhada. Olhou para o Uchiha e suspirou, tentando buscar coragem. — Você não pode mesmo ficar? — sussurrou, dengosa.

— Não.

— Então!... Leve-me com você! Eu faço tudo o que você quiser! Se você quiser que eu fique calada, eu também fico!

Sakura estava tendo uma convulsão de possibilidades. Sasuke caminhou até ela é sussurrou seu nome, pondo seus dedos na testa da garota. Sinal este que seu irmão usava com ele querendo indicar que estava ocupado.

— Até a próxima, Sakura — sussurrou. Viu Sakura ficar corada e se afastou.

Deu as costas novamente e deu alguns passos, até que Naruto pulou de uma árvore.

— Sasuke-teme.

— Naruto-dobe.

Olharam-se por alguns segundos. Eles não precisavam de palavras, se comunicavam pelo olhar. A amizade que eles teen não se assemelha a nenhum namoro ou casamento. O que eles teem é único. Uma amizade que veio de vidas.

— Nos vemos na próxima, Sasuke. — Naruto sorriu e lhe estendeu a bandana que Sasuke deixara cair na primeira batalha que tiveram no Vale do Fim.

Sasuke olhou para a bandana e depois para Naruto. Em seus lábios havia um sorriso quase invisível, mas Naruto o via. E, assim como para Karin, ver que Sasuke dera um sorriso verdadeiro, já lhe bastava.

— Até a próxima, Naruto. — Sasuke estendeu seu braço até a bandana e segurou-a.

Uma brisa gelada pairou por eles, fazendo com que seus cabelos balançassem junto ao vento.

Naruto ficou encarando Sasuke se distanciar, perguntava-se se um dia ele realmente regressaria ou se encontraria outro lugar para chamar de lar. Não sabia, mas de uma coisa tinha certeza: seu elo com o amigo nunca iria quebrar.

[...]

— Sasuke-teme... — Naruto falava enquanto dormia. Remexeu-se algumas vezes e, como consequência, caiu da cama. — Aí! — bradou, pondo uma mão na testa.

Sentou-se no chão, lembrando-se do sonho que tivera. Desde a partida de Sasuke, vem sonhando com a despedida do amigo.

Desde a saída do Uchiha, nenhuma notícia chegou às suas mãos — e também não sabe se algo chegou para Kakashi. Está preocupado. E sua preocupação é plausível, afinal, já fazem dois anos.

Suspirou, levantando-se. Bocejou e caminhou até o banheiro.

Como recompensa por ter salvado o Mundo Ninja, Naruto ganhou uma boa quantidade em dinheiro dos Imperadores Feudais — principalmente por parte do Imperador Feudal do Fogo, que lhe dera uma casa de presente; está lhe dar uma incrível vista ao Monte dos Hokage.

Era cômico pensar que, em dois anos, sua vida mudou tanto, mas, ao mesmo tempo, continua a mesma. Não deixou seus amigos, continua fazendo suas missões, seu sonho de se tornar Hokage continua intacto e... Sua paixão por Sakura. 

Já fazem duas semanas que ele não vê a amiga, mas sabe que é por ela estar ocupada com o departamento médico. Se sentia um pouco distante da garota. Ele achou que, com Sasuke distante, ela finalmente olharia para ele; mas parece que para ela, ele continua invisível.

Entrou na banheira de água quente e arfou sentindo a pele esquentar. Olhou para o teto, refletindo. 

— O festival Rinne está chegando e as garotas entregam presentes para os garotos que elas estão interessadas... Entregam cachecóis feitos por suas próprias mãos...

Se Sakura lhe presentear com algo, ele saberá, enfim, se ela nutri, ou não, algo por ele.

Mordeu o lábio inferior, levantando-se, expondo seu corpo nú. No auge de seus dezenove anos, Naruto possui um corpo musculoso e suas feições ficaram mais masculinas — além de que, com o cabelo estilo militar, ele ficara com um ar mais serio. O desenvolvimento de seu corpo lhe agradava, estava mais homem, mas não se importava tanto com isso. O que mais lhe era importante era realizar seus sonhos e ver seus amigos felizes, assim como ele próprio. De resto...

[...]

No outro lado de Konoha, na Casa Principal do clã Hyuuga, a herdeira daquela família despertava de uma memória encarnada em sonho. Viajou por suas memórias, enquanto criança. Sorri. Sempre que sonhava com ele, ela despertava sorrindo.

— Naruto-kun... — sussurrou, boba.

Fechou os olhos e suspirou. Será que um dia o Grande Herói do Mundo Ninja olharia para ela? Alguém que se esconde atrás de largas roupas e se resguarda com  sua timidez...

Esboçou uma careta. Se ela quiser que Naruto a olhe, terá que mudar. Mas, falar é fácil, o difícil é fazer. Ela sempre foi assim, reservada, tímida e inocente como uma criança de cinco anos. Por vezes era feita de boba por sua irmã mais nova, e isso era mais do que vergonhoso.

Levantou-se de sua cama e espreguiçou-se. Caminhou até eu banheiro, retirando sua roupa noturna, respondo seu corpo bem estruturado. Hinata herdara a beleza da mãe, assim como a personalidade. Tinha a pele alva e cabelos azulados que desciam por suas costas até chegarem ao seu bumbum. A Hyuuga gosta de seu cabelo, faz com que ela lembreda mãe. 

Pôs as mãos em seu busto e respirou fundo, seu rosto ficou vermelho. Não foi apenas o cabelo e a pele alva que ela herdara da mãe. Suas curvas também vieram como presente. A jovem Hyuuga é linda. Possui seios fartos, cintura nivelada e pernas torneadas e bumbum definido. Mas, apesar de tudo, sente vergonha do próprio corpo.

Balançou a cabeça negativamente, tentando espantar a timidez. Fez um coque no cabelo e adentrou a banheira, relaxando com o calor que provinha dela. Fechou os olhos e suspirou.

Precisava pensar em algo para fazer com que Naruto lhe notasse, mas o quê? O Uzumaki é um cabeça-dura que não entende o que realmente é amor. Afinal, entre todos de sua geração, ele é o único que não conseguiu evoluir sua paixão por Sakura para um amor. Entretanto, a Hyuuga não fica atrás em ser cabeça-dura, mas no seu caso é a timidez que lhe condena. 

É tão frustante quando se está amando alguém e esse alguém não lhe corresponde. Seu coração dói e você sente que a qualquer momento ele poderá estilhaçar como um delicado espelho.

Mordeu o lábio inferior e saiu da banheira, enrolando-se em sua toalha. Caminhou até a pia e encarou-se no espelho — observando seu rosto. Não se acha bonita, longe disso. Também não entende como os membros do clã às vezes sussurravam coisas sobre como a filha primogênita do líder do clã era bonita. Tão bonita quanto o mãe. Ela não enxerga isso em si. 

Mas esse sempre foi o grande problema de Hinata. Sua baixa auto estima sempre lhe causou problemas; primeiro como Ninja e, agora, como mulher, interfere em sua convivência com as pessoas. Mas, em compensação, a Hyuuga tornou-se uma excelente Ninja, podendo atuar na Elite de Konoha e de seu Clã. Não é mais motivo de vergonha de seu pai e dos Hyuuga, tornou-se uma mulher valorosa e honrou o nome.

Continua...