p.o.v Yumi
Perguntas me rodeavam enquanto a água quente do chuveiro descia pelo meu corpo nu, aquela água caía fervendo entre meus peitos deixando-os vermelhos.
Não soube se era realmente pela quentura da água ou se ainda restava vestígio de brasa que implorava pra sair pra fora de mim.
[Eu nunca suportei o fato de esconder algum sentimento, reprimi-lo fazia com que a vontade de fazer ele sair para fora transbordasse como lava de um vulcão em erupção].
Os dedos de Hoseok tateavam cada centímetro da minha epiderme. Era como um músico tocando flauta e eu o maestro da orquestra. Eu podia ver as faíscas saírem dos nossos beijos tão quentes quanto a boca do inferno. Ele me fazias fogueira com as minhas células enquanto cada uma julgava te amar. Eu podia de o decifrar só com um olhar, sabia quando era hora de incendiar tua alma e virarmos um só. Aquilo me ardia tanto quanto uma queimadura de 3°grau. E eu tinha medo que aquelas chamas altas virassem apenas cinzas.
[Um filme dizia que: embora todos nós nascemos com um caixa de fósforos em nosso interior, não podemos virar fogo sozinho, precisamos de oxigênio e a ajuda de uma vela. Apenas neste caso o oxigênio tem de vir. Por exemplo: a respiração da pessoa amada; a vela pode ser qualquer tipo de comida, música, carícia, palavra ou som que faz disparar o detonador e assim inflamar uma das partidas. Por uma vez que se deslumbrar com uma emoção intensa. Ele fará ocorrer em nós um calor agradável no interior, e depois irá desaparecer gradualmente à medida que o tempo passa, até que venha uma nova explosão para reanimá-lo. Cada pessoa tem que descobrir quais são os seus detonadores para viver, porque a combustão ocorre em poder de um deles. É o que alimenta a energia da alma. Em outras palavras, esta combustão é o seu alimento. Se você não descobrir a tempo quais são seus próprios gatilhos, a caixa de fósforos poderá molhar e uma vez que isso ocorrer a alma escapa do nosso corpo, e fica vagando, indefesa e fria na escuridão mais rasa tentando em vão encontrar comida para si mesma.]
Hoseok foi o oxigênio que incendiou minhas entranhas. E a cada encontro sabia que era dele que eu precisava para manter-me acesa. Ele incendiava junto comigo. Erámos como fogos de artifício no ano novo, brilhávamos conforme o ritmo aumentava. Eu me sentia viva e cada vez mais desesperada pelo teu corpo - que sabia estupidamente que era dele que precisava - pelo teu calor e luz que me guiavam pela estrada de um lugar qualquer. Mas a maneira como aquilo me corroía era pequena [e eu tinha medo] e das vezes que eu tentei apagar todas foram mal sucedidas.
Se queimar é como amar eu desgraçadamente o amo e não me arrependo disso nem por um segundo. E eu nunca tinha medo.
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