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História Akemanon e lirahiel - Sorvete sabor lagrimas


Escrita por: Malike

Capítulo 6 - Sorvete sabor lagrimas


No dia seguinte eu estava coberta apenas por alguns trapos que podiam se chamar de pijama, minhas asas estavam me cobrindo, ela chegou carregando um pote de sorvete, pistache e caramelo...eu nem sei o que é pistache.

- Ei anjinha? Será que você vai ficar assim mesmo por causa de um panaca?

- me deixa

Ela me segurou pelas asas e começou a me arrastar para fora dali, aquilo doía muito mas eu não falei nenhuma palavra. Já era de noite, a cidade estava brilhante e cheia de vida, mas não para mim.

Ela me levantou e me olhou nos olhos, com um rosto de raiva ela me deu um tapa na cara e me chacoalhou. Eu gritei e tentei me soltar dali.

-Acorda sua idiota!

Eu tentei responder mas tudo que aia era alguns barulhos de choro e desespero, ela parou me olhou com seriedade.

- olha aqui eu não estou fazendo isso para ser legal com você está bem? Eu estou fazendo isso por que eu quero ver a treta entre vocês acontecer, então levanta essa cara e mostra para ele que você pode mais do que só chorar.

De onde tinha saído isso? ela...está me ajudando? Eu tentei engolir o choro e ate consegui um pouco, ela me segurou e me arrastou para uma loja de brinquedos e me deu uns 30 “dinheiros” eu não sei que moeda é essa. Tudo era tão lindo e colorido que ela ficou de óculos escuro olhando para o nada.

-vai rápido com isso ok? Eu não sou muito fã desse lugar.

-serio? –eu sorri para ela

- sim ,agora anda!

Eu corri, um pouco pelo medo e um pouco por querer comprar alguma coisa. Eu andei por toda a loja, mas nada me chamava muita atenção, bonecas, maquiagens, caixinhas e laços tudo meio chato... Eu já estava decidindo ir sem nada quando vi um carneiro de pelúcia e me apaixonei por ele.

Eu o comprei o mais rápido que eu pude, fui ate o balcão coloquei o dinheiro nele e então a moça me deu umas moedas não sei por que, mas eu as troquei por uma presilha de morcego, que lugar legal.   

Quando eu estava voltando notei que ela estava distraída com a maquina de café, a porta na minha frente...será que eu deveria ir? Quer saber adeus, eu passei a porta em silencio e andei de fininho ate sair da vitrine da loja.

Isso, só mais um pouco e eu fico livre, comecei a andar mais rápido, ate chegar a esquina e então tinha algo sentado no banco na calçada, a cauda cor de ébano a denunciou.

-como você chegou aqui assim?

-qual parte de –ela começou a falar pausadamente- ser um de-mô-ni-o você não entende?

Ela começou a agitar a cauda, e olhou para trás, eu senti um medo imenso, andei na direção dela e mostrei o carneirinho. Ela deu uma leve risada “já era de se esperar vindo de você” eu me sentei do lado dela.

Ela me olhou um tanto incomodada, eu pulei no colo dela e comecei a ajeitar o cabelo dela para colocar a presilha.

-Ei! Não me desarrume eu sou linda assim!

-deixa eu colocar, por favor.

- você tentou fugir de mim, por que você acha que eu vou deixar.

Eu abaixei as mãos e saí do colo dela, eu fiz uma cara meio triste. Ela tomou um gole do café enquanto um grupo de pessoas passava a nossa frente.  O vento começou a ficar mais frio, o que significava que estávamos mais perto da meia noite. Algumas estrelas ainda se mostravam por trás das nuvens.

-bom...não era pra tanto...-eu disse rindo- por que já coloquei!

Ela ignorou a minha risada, mas também não tirou a presilha, agora ela parecia realmente focada em alguma coisa no céu , olhei para cima mas não vi nada além de nuvens. Olhei mais para esquerda e serrei os olhos me forçando a ver algo.

Lá no fundo, quase no fim do meu campo de visão estava o panteão lindo e luminoso como uma estrela, eu via a festa que estava acontecendo ali, meus amigos, meus conhecidos e o kalaeth, todos estavam felizes e se dando bem, até mesmo aqueles que não iam muito com a cara um do outro estavam agora unidos. Uma comemoração muito divertida...mas não para mim eu estava na terra, presa a esse mundo pesado e injusto...Não! o céu é injusto, eles me dão a obrigação de cuidar de um lugar importante sabendo que eu sou ingênua, e agora estão se divertindo sem mim! E eu pensei que fossem meu amigos, eu sou realmente ingênua.

Mas o que eu estou falando? Que tipo de anjo sou eu que tem raiva da felicidade dos outros? Eles merecem estar felizes lá onde estão, eu consegui uma amiga eu acho, e vou me acostumar uma hora. Até que não é tão ruim.   

 -oque não é tão ruim? –akemanon se virou para mim.

-o-oque?

-voce disse “ate que não é tao ruim” e eu queria saber sobre o que você está falando. –ela mexeu na presilha para arrumar , ela estava fazendo algo normal, mas aquilo ate parecia proposital para ser fofo.

-lá em cima...você já deve ter percebido, mas está acontecendo uma festa no panteão, meus amigos tinham me chamado para ir... Aposto que iriam me jogar de lá no meio do evento para não darem minha falta. –enquanto eu falava o tom da minha voz ia aos poucos sumindo ate eu sussurrar.

- E no final... por que você veio parar na terra? – ela se apoiou e falou com uma voz um tanto diferente, passando a cauda em volta de uma das minhas coxas.

-eu...acabei aqui por que cometi muitos erros, e pelo visto por que não precisam mais de mim ali.

-você deveria ficar feliz por isso- ela subiu a cauda um pouco.

-e por quê?

- por que agora você sabe quem eles são de verdade, monstros.

Pois é, ela estava mais certa do que eu imaginava, eu agora sei que eles nunca me quiseram por perto, e pra piorar tudo eu quase coloquei alguns deles em uma linha de fogo direta com os demônios.

Eu não fiz nada que fosse de bom realmente dito para os outros anjos, por que eu estou triste por terem me jogado? Eles estão certos eu...

-chega, já chega para mim, você esta viajando de mais na as cabeça, vamos embora.

Ela começou a realmente me arrastar para a casa dela, era um tanto longe e por isso minha roupa ficou picotada pelo asfalto. Era um lugar diferente daquele no qual eu estava vivendo. Uma casa de fachada marrom, com um único caminho de pedras emaranhado em flores e espinheiros, para chega ate á porta da frente.

Ela abriu a porta com uma chave um tanto estranha, a sala era aconchegante, uma televisão velha, uma lareira faltando alguns tijolinhos, os sofás bem estofados porem as almofadas com rasgos pequenos. 

Eu me sentei no sofá ela se sentou do meu lado e me puxou para o colo dela, eu me aconcheguei ali e fiquei esperando o sono chegar. 



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