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História Akumanomachi - Capítulo dez: o canto das cigarras


Escrita por: MidoriShinji

Capítulo 10 - Capítulo dez: o canto das cigarras


Foi decidido, então, que todos iriam embora na manhã seguinte. O dia já estava chegando ao fim, e com tantas bizarrices, eles estavam cansados. Jantaram cedo, e foram dormir cedo também, embora nem todos o conseguissem fazer, mesmo com o cansaço: os dois punks não estavam com vontade alguma de dormir, e ficaram mais tempo do lado de fora. Eles acabaram ajudando Hidan montar uma barraca extra para uma pessoa, porque, segundo o albino, ele "não conseguiria dormir essa noite com os gemidos", e seu tato o fez deixar Sasuke e Naruto sozinhos para terem mais privacidade. Pelo menos a parte dos gemidos, os dois podiam realmente confirmar... Antes de os demais irem dormir, eles concordaram que era melhor deixar a fogueira acesa, apenas caso acontecesse algo não estivessem no escuro. Além do mais, os homens das cavernas usavam o fogo para espantar os perigos, talvez funcionasse com o que quer que estivesse se escondendo em Akumanomachi. Por precaução, fizeram ao redor de todo o acampamento um círculo de sal.

Com a barraca montada, Hidan já estava dormindo sonoramente, seus roncos abafando os gemidos constrangedores. A noite estava tão silenciosa que, por um bom tempo, nem mesmo as cigarras ousavam cantar. Foi apenas depois das dez da noite, como eles mesmos puderam afirmar ao ver as horas no relógio, que os pequenos insetos voltaram a cantar sua melodia triste de verão. Mesmo assim, tudo parecia tão quieto que estavam desconfortáveis.

— O que... O que você acha que realmente acontece nessa cidade? O que se esconde aqui? — Pain perguntou, quebrando o silêncio.

— Não sei. Mas, honestamente, eu tenho certeza de que existe algo maligno nesse lugar, dá para sentir no cheiro do ar, não sei explicar, mas existe, e estava fingindo estar adormecido para nos enganar. Eu sei, como você sabe pelo seu instinto mais básico, que o que quer que seja, foi acordado por um sacrifício de sangue, e que foi essa mulher, ao trazer seu filho para cá, que fez isso. Não sei se veio para cá por causa das lendas urbanas ou se algo a chamou aqui, mas ela veio. Eles devem estar no túnel da direita, os dois, todos eles. Aquele diário não pode ser falso. — Konan respondeu.

O fogo da fogueira fazia a madeira sendo queimada crepitar, um som que era tão familiar e que agora parecia tão desconcertante. — Se alguém me dissesse, antes de virmos para cá, que estaríamos lidando com alguma coisa bizarra desse jeito, eu teria rido, mas hoje... É diferente. Até a realidade, nesse lugar, parece muito diferente. Já reparou que o tempo passa de uma maneira estranha por aqui: os dias parecem durar pouco, mesmo que agora no verão, devessem ser mais longos que as noites. — ele disse.

— Eu sei. Tenho essa sensação de que, em lugares muito isolados, a realidade para de funcionar direito. Nós já sentimos isso antes, mas nunca com tanta força assim.  Quando coisas são deixadas sem serem observadas por tempo demais, o desconhecido passa a tomar forma. Coisas que são impossíveis de acontecerem de repente não são mais do que uma brincadeira, e criaturas que não são bem-vindas e não deveriam existir passam a se fixar ali. — a garota explicou — Estamos a quilômetros de qualquer aglomerado de pessoas, por menor que seja, e ninguém entra nesse maldito vilarejo há muito tempo. Isso é um prato cheio para as deformações da realidade.

Eles ficaram em silêncio por algum tempo, apenas observando a fogueira. Por alguma razão, a temperatura havia caído drasticamente com o cair da noite, e fazia um frio incomum para o verão.

— Ainda não entendo os galhos na casa. — ele confessou.

— Nem eu. Era só para fazer tudo parecer ainda mais estranho? Talvez... Quem vai saber... — Konan respondeu.

De repente, viram alguma coisa passar, numa velocidade incrível, por detrás do templo. Corria feito um animal, de tão rápido, mas parecia humano, ou, pelo menos, humanoide. Não tinham certeza por estar escuro, mas, considerando que todos ainda estavam nas barracas, com certeza não era um deles. Eles ficaram petrificados de medo por alguns segundos, pensando no que tinham acabado de ver.

— Você também viu isso? — ela perguntou, e o punk assentiu. Os dois fizeram absoluto silêncio por mais de dois minutos, tentando ouvir qualquer aproximação. Por bastante tempo, tudo que poderia ter-lhes ocorrido era que as cigarras continuavam a cantar, e mais nada. Teria sido uma alucinação, apenas uma imagem causada pela imaginação e o medo? Um ouvido mais atento poderia perceber que, por detrás dessa quietude pacífica, alguém estava caminhando. Podiam ouvir passos, abafados e leves, andando para longe deles. Estava indo rumo à floresta, ou, talvez, rumo à mina abandonada por debaixo da cidade.

Nenhum dos dois tinha muita fé, ou eram ligados à religião, mas, naquele momento, rezaram com uma fé que jamais souberam que tinham. Diante das circunstâncias, era o que podiam fazer, caso quisessem viver: ir atrás daquela coisa era assinar uma sentença de morte. Ainda estava ali, e podiam sentir, seja pelo cheiro de enxofre que se espalhava por ali, seja pela eletricidade que pairava no ar e fazia os calafrios que sentiam parecerem pequenos choques, mas algo espreitava. Fazia com que as sombras parecessem mais negras e mais ameaçadoras do que de costume, e mais longas, como se estivessem tentando alcançá-los. O fato era que, em todos aqueles anos, jamais tinham se lembrado de todas as orações que sabiam com tanta facilidade, mas era uma habilidade útil.

Depois de mais de meia hora, aquilo parecia ter recuado, como se tivesse sido afastado pelas preces fervorosas, mas com certeza, não havia desaparecido. Como a batida de um baixo ecoando seus corações, a sensação de que algo ainda espreitava causava semelhante estremecimento. Era poderoso demais para simplesmente ser enfraquecido assim. Era melhor não dormirem, para ficarem de vigia. Seria uma longa noite.


Notas Finais


O diabo a solta na cidade maldita e os dois no maior rala e rola... Medo de morrer nenhum, né. :v

Mais macabro que tudo isso aí só furar um piercing na orelha, esquecer e DEITAR EM CIMA e sentir /a dor/. Juro que para furar não dói (não em você, só nas pessoas que vão te acompanhar).


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