Fui até seu quarto e bati uma vez, não me parecia uma boa ideia ir no quarto do Nevra, mas eu precisava fazer isso. Ele abriu na primeira batida.
- Lynn, o que houve? Finalmente cedeu ao seu louco desejo de me ter? - Sorri sem graça.
- Na verdade, preciso da sua ajuda. - Ele me puxou para dentro de seu quarto e fechou a porta.
- Senta aí, vou ouvir tudo que tem a me dizer. - Contei tudo a ele, sentia uma pressão saindo de meus ombros, não poderia aguentar tudo aquilo sozinha, era coisa demais para fazer, não podia dizer a ele sobre o mascarado, sobre tudo que aconteceu, mas contei como me sentia e como o Ezarel reagiu a tudo.
- Não tenha vergonha de estar com medo, você passou por muita coisa e imagino que não deve conseguir se sentir segura sob ameaça do mascarado. - Me sentia um pouco fraca depois de tudo.
- Não quero que as pessoas fiquem em perigo por minha causa, não quero que todos pensem que aqui não é seguro, talvez eu deva ir embora. - Nevra se levantou rapidamente e se abaixou na minha frente e encarou meu rosto.
- Não diga isso, você é uma de nós agora, você faz parte disso tudo, não pode ir embora, nós vamos solucionar o que está acontecendo e todos vão estar seguros, você vai ver, Lynn. - Sorri. Nevra sabia o que dizer, não quero ir embora, mas não quero que algo assim se repita, sei que devo continuar com a minha missão se quiser realmente saber o que está acontecendo, vou deter o mascarado, mas para isso preciso da ajuda deles. Não consigo acreditar que tudo é uma mentira, mas não posso deixar de buscar toda a verdade.
- Você tem razão, Nevra, eu estou com medo. - Deixei uma lágrima cair do meu rosto, senti suas mãos passando pela minha bochecha e limpando-a e acariciando minha cabeça.
- Não tema, não vou deixar ninguém machucar você - Ele se aproximou de mim e beijou suavemente minha bochecha. Não soube o que falar ou o que fazer, senti meu rosto queimando, mas não queria que ele notasse.
- Acho melhor eu ir para meu quarto.
- Sabe que pode me procurar sempre que quiser, Lynn. - Virei meu rosto, pois ainda sentia ele queimando.
- Obrigada, Nevra.
Decidi passar a manhã fazendo um relatório de tudo que aconteceu, me sentia enjoada demais para comer e fraca demais para sair dali, fiquei em meu quarto até anoitecer, antes de resolver entregar o relatório ao Kero.
- Kero? - Chamei por ele ao entrar na biblioteca, queria muito terminar aquele dia. Senti uma mão em meus ombros e tomei um susto.
- Desculpa, não quis assusta-lá.
- Ezarel, tudo bem. - Me lembrei do que havia acontecido mais cedo e baixei minha cabeça.
- Sobre mais cedo...
- Tudo bem, tinha razão afinal.
- Não foi motivo, Lynn. - Levantei minha cabeça e ele estava com o rosto vermelho. - Só tenho medo de que se machuque, não sei o que ia fazer se acontecesse. - Não esperava por essa.
- Ezarel, eu. - Ele riu e pegou o relatório da minha mão.
- Não começa a se achar, deixe que eu entregue isso para o Kero, você está tão branca que está me dando medo, coma algo e vai descansar, tem muito trabalho para fazer amanhã. - Suspirei, e caminhei para fora da biblioteca.
- Obrigada, Ezarel.
- Não há de que, Lynn.
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