História Aleatórios - Love you too

Uma chuva torrencial caia lá fora, após meses e meses sem chuva, acho que Deus havia resolvido mandar um verdadeiro dilúvio de vez.

"É só uma chuva Mei, se acalma" Peguei meu celular constatando que o relógio ainda marcava 5:30 p.m " 'Ta tão escuro que nem parece que ainda está tão cedo"

Peguei um livro qualquer e resolvi ler um pouco, a chuva ficava cada vez mais forte, e aquilo estava de fato me assustando, um trovão ecoou no céu e logo uma claridade absurda tomou conta de tudo. "Ouch" afastei-me da parede, havia batido minha cabeça ali com o susto. Mais trovões e pude observar uma dança de raios no céu, eu detestava isso, na minha infância havia passado por uma experiência um tanto traumatizante.

Fechei os olhos e comecei a cantarolar uma música qualquer tentando ignorar o barulho que vinha de fora, mas estava impossível, as gotas batendo contra a janela faziam um barulho insuportavelmente alto e como se não bastasse isso ainda tinha todos os trovões.

Meu celular apitou avisando que uma nova mensagem havia chegado e tirou minha atenção de tudo que acontecia lá fora.

-Que chuva em?

-Sim...

-Está bem?

-Um pouco assustada...

-Um pouco?

-Ok. Eu estou muito assustada

-Por causa da chuva?

-Sim, você sabe do meu trauma com isso.

-Sim eu sei.. só havia esquecido

-'Ta fazendo o que?

-Nada.. e você?

-Nada também..

-Ei

-Diga

-Se eu estivesse ai, você se sentiria melhor?

-Muito, só de não estar sozinha eu já ficaria bem melhor.

-Interessante.

-Porque?

-Então abre a porta.

-Ahn?

-'To aqui fora.

Observei a tela do celular, ele havia enlouquecido, certeza, mesmo assim resolvi ir até a porta conferir. Abri a porta dando de cara com um Adam encharcado, o maluco realmente tinha resolvido vir pra cá debaixo de chuva.

"Adam?"

"Oi"

"O que faz aqui?"

"Bem, eu estava vindo pra cá, e ai começou a chover"

"Meu Deus, porque não ficou em algum lugar esperando a chuva passar?"

"Eu estava na biblioteca esperando a chuva passar, mas tava demorando muito"

"Você ta encharcado, entra, toma um banho, deve ter roupa sua aqui"

"Porque tem roupas minhas aqui?"

"E eu lá tenho cara de quem sabe? Aparece roupa de tanta gente aqui e eu nunca entendi como aparece essas roupas aqui"

"Suspeito"

" 'Ta achando que eu to invadindo a casa das pessoas pra roubar as roupas delas?"

"Vai saber" Riu

"Idiota" Dei um soquinho em seu braço, revirando os olhos, mas logo rindo também. "Vai logo tomar um banho antes que fique doente"

"A água deve estar fria"

"Aquecedor existe pra isso, agora sem desculpas, vai logo. Suas roupas devem estar na terceira gaveta do guarda-roupas do quarto de hospedes" Falei entregando uma toalha e me jogando no sofá, sorri ao ver que passava Bob Esponja na TV.

-x-

"Porque tem tanta roupa minha aqui?"

"Sei lá, eu falei que tinha, direto eu acho roupa aqui que não é minha, eu acho que vocês tem mania de esquecer roupas sempre que vem aqui, ai eu arrumo tudo em gavetas diferentes"

"Não seria mais fácil devolver?"

"Preguiça. Mais fácil deixar ai, já que vocês estão sempre por aqui"

"É, de fato. Se você devolvesse eu nem teria o que vestir agora"

"É" Falei voltando minha atenção à TV

"Bob Esponja? Sério?" Questionou ao me ver cantando a música que ecoava pela sala

"Sim, me deixa ser feliz" Voltei minha atenção à TV novamente

-x-

"Finalmente isso acabou"

"Ouch" Falei fingindo estar magoada

"Era maratona ou algo assim?"

"Sim"

"Agora entendi porque demorou tanto a acabar, tava ficando cansado já disso"

"Para de maldade" Falei ofendida

"To brincando" Falou rindo e eu cruzei os braços com raiva, encarando o chão "Para de birra, vem cá" Falou me puxando para perto e me abraçando

"Senti sua falta..." Falei encostando minha cabeça em seu peito "Pensei que não voltaria nunca dessa viagem"

"Foi mais longa do que o previsto, mas eu voltei"

"Ainda bem"

"O que seria de você sem mim né?" Riu e eu me afastei

"Quem disse que eu preciso de você?"

"Ouch, essa magoou" Ri

"Idiota"

"Boba"

Ficamos parados, nos olhando, com o barulho da chuva mais fraco sendo escutado lá fora.

"Eu também senti sua falta" Falou me surpreendendo

"Mesmo?"

"Sim" Falou e me puxou pra perto novamente "Não via a hora de te encontrar de novo" Sorriu e selou seus lábios com os meus, entreabri a boca pedindo passagem pra um beijo mais profundo, e logo essa fora concedida, foi um beijo calmo, sem pressa, com saudade.

"Eu te amo" Soltei, como sempre fazia, e me encostei no sofá, logo me arrependendo, pois como sempre eu sabia que não haveria uma resposta.

"Eu também te amo" Sorriu, o encarei, ele havia respondido, e eu não conseguia acreditar, o abracei forte, eu estava realmente feliz.

"Não sabe quanto tempo esperei pra ouvir isso"

"Não sabe quanto tempo eu tenho tentado falar isso" Sorri e me aconcheguei em seus braços, sentindo uma paz e uma felicidade inexplicável invadir-me.