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História Além da Esperança - Prólogo - Triunfo do Inverno.


Escrita por: Vexus

Notas do Autor


Aeeeeeeeeeee Volteeeeeeeeei! \o/ Prepara pro texto.

Então... Eu sei que demorei para postar essa fic, mas a situação por aqui tava tensa. Pra começar eu tive problemas com o enredo - queria torná-lo mais convencível e em certos momentos o medo me dominou - mas graças a @ChoMinnie eu consegui superá-los. Segundo ela: O universo é seu, se quiser, pode até fazer chover chocolate!

Nesse meio tempo, eu revisei as fics já postadas e percebi que elas aumentaram um pouco de tamanho. Por isso decidi edita-las. Nada que mude o sentido da historia, apenas alguns erros de narração e português.

Essa terceira parte da história tem um "ar" diferente. Ele será focado na historia e na ação, deixando de lado um pouco o romance. Se você não gosta de historias assim, por favor, não leia. Não me sentirei mal por isso.

Peço desculpas pelo atraso e espero que entendam.

Boa leitura!

Ps.: Capítulo sujeito a alterações.

Capítulo 1 - Prólogo - Triunfo do Inverno.


O céu cinzento e o vento gélido que soprava pela janela não ajudavam em nada. As ruas estavam desertas e grupos de policiais andavam de quarteirão em quarteirão monitorando qualquer atividade suspeita. O clima era de medo, porém ninguém demonstrava abertamente. Metade das lojas, naquela região, foi fechada e os impostos subiram assustadoramente, todo o dinheiro era investido na fabricação de armas e no treinamento de novos soldados. A Pele começou a ser produzida em larga escala, tornando o exército azul, o mais resistente entre as Quatro Zonas. Heechul conseguiu transformar a Zona Comercial em um enorme complexo militar.

Uma vez ou outra ocorriam protestos contra o seu governo, mas tudo era rapidamente combatido. A lei de liberdade de impressa fora vetada e todos os programas televisivos, jornais impressos e revistas, eram destinados a enaltecer o quão competente o governo estava sendo e que tudo que estava acontecendo era para o bem da população. A caça aos inumanos se intensificou, e todos aqueles que andavam pelas calçadas, eram vigorosamente revistados – qualquer um que citasse essa palavra era levado, quase imediatamente, para apresentar uma explicação. Se a suspeita se concretizasse, a tortura era utilizada para obter informações.

Encarando o televisor de seu quarto, Kibum se perguntou como as coisas podiam ter chegado a esse ponto. Com um suspiro de frustração, ele silenciou o aparelho e caminhou até o banheiro. Morar em um dormitório cedido pela empresa para qual trabalhava não podia ser chamado de privilégio, metade dos quartos daquele andar estavam vazio. Seus moradores, ou estavam presos sob alegação de conspiração, ou haviam conseguido fugir. Alguns atravessaram a muralha e seguiram correndo através do cemitério verde – nome dado à vegetação crescida ao redor da Zona Comercial.

Após entrar no cômodo, Kibum se despiu e entrou no Box. A água era gelada e, de alguma forma, o ajudou a acordar depois de uma noite inteira mal dormida. Sonhos obscuros atormentavam a sua mente; morte, desespero, sangue e violência. O terror de uma guerra iminente assustava todos aqueles que paravam para raciocinar o quão delicado a situação se encontrava. Quando terminou o banho, ele saiu enrolado na toalha e voltou para o quarto à procura de roupas limpas. Lá fora, a cidade parecia congelada no tempo.

Vestido e alimentado, Kibum enfim iniciou seu trajeto para o trabalho.

As ruas estavam pouco movimentadas – característica típica do começo da manhã – todos os dias ele percorria o mesmo caminho a pé. O dormitório ficava há alguns quarteirões de distância, então ele não via problema algum em caminhar até o prédio. Ao dobrar em uma esquina, Kibum avistou algo que lhe chamou a atenção: o painel de notícias mostrava a manchete do dia. Em letras grandes lia-se a frase: “Vitória. Penitenciária de segurança máxima se torna um circo dos horrores”.

Então Heechul obtivera sucesso na invasão da Zona Industrial.

Kibum respirou fundo quando atravessou as portas de vidro da Sede, sem mais rodeios, ele seguiu a passos rápidos em direção a sua sala. Assim que chegou à porta, algo prendeu seu braço fazendo com que ele se virasse abruptamente. Era uma mulher, para ser mais exato era a sua assistente. Ela usava uma blusa social branca e uma saia azul justa, os óculos escorregaram pelo nariz e ela rapidamente o empurrou para cima novamente. Parecia nervosa.

– O presidente deseja que você compareça a sala de reuniões. – ela falou calmamente enquanto soltava o pulso.

– Por que não recebi uma notificação sobre isso? – Kibum questionou.

– Ele informou a respeito dessa reunião vinte minutos atrás. – ela justificou, colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha. – Não tive tempo de notificá-lo.

– Tudo bem, obrigado.

A mulher assentiu e seguiu pelo corredor. Kibum franziu o cenho e caminhou em direção ao elevador. Aquela reunião seria, provavelmente, para Heechul se vangloriar a respeito da vitória recente ou algo do tipo. Quando o cubículo de metal parou no andar, ele saiu e avançou até chegar à sala de reuniões.

Como era de se esperar, as portas de metais estavam sendo vigiadas por dois guardas armados. Ele digitou a sequência de números e a porta deslizou. O interior estava iluminado e quatro cadeiras da extensa mesa retangular estavam ocupadas, Kibum se aproximou e ocupou um dos assentos livres.

– Achei que não chegaria. – Heechul murmurou. – Estávamos esperando você.

– Teria me apressado se essa reunião estivesse em minha agenda. – respondeu de maneira séria.

Houve um breve momento de silêncio. O único som vinha do sistema de refrigeração no alto de uma das paredes.

– Por que nos chamou aqui? – indagou o homem do lado oposto da mesa.

Heechul pigarreou e então começou a falar.

– Vocês são, até então, os responsáveis pelos setores de maior importância da Zona Comercial. – Ele debruçou-se sobre a mesa. – Inteligência, Aeronáutica, Bélica e Militar.

– Isso não é novidade. – falou a única mulher do recinto, responsável pelo setor bélico.

– A decisão que tomei envolve, diretamente, cada um desses setores. – ele informou.

– E que decisão seria? – Kibum indagou.

– Como vocês devem saber, nós obtivemos vitória sobre a Zona Industrial. – começou ele. – E com isso acabamos por trazer diversos inumanos sob custódia da Zona Comercial.

Isso está estampado em cada canto da cidade. Pensou Kibum.

– A decisão que tomei foi utilizar esses inumanos a nosso favor.

– Como é? – indagou o homem sentado ao lado do Kim, pelas vestes ele identificou como sendo o responsável pelo setor aeronáutico. – Passou todo esse tempo caçando essas criaturas e agora quer usar elas a nosso favor? Você bebeu?

– Olha a boca. – O tom de Heechul era sério e sombrio. – Tenho poder o suficiente para te demitir e apagar qualquer sinal de sua existência. Esqueceu?

O homem abaixou o olhar, aparentemente arrependido de ter dito aquelas palavras.

– E como faríamos isso? – a mulher perguntou.

– Faz alguns meses que nosso laboratório conseguiu desenvolver um soro capaz de alterar as decisões que o cérebro toma. Semelhante aos efeitos de uma droga. – Heechul informou. – Esse soro tem como base a L23, caso não saibam, foi a mesma inteligência artificial inserida em Sungmin.

– Então assim assumiríamos o controle sobre suas mentes, é isso? – perguntou o responsável pelo setor militar, substituto do combatente preso.

– Exato. – ele levou uma das mãos até a mesa e começou a tamborilar os dedos sobre a superfície plana. – Mas tenho que ressaltar que é uma droga experimental e seus resultados, às vezes, não são como o esperado.

– E você aceitou utilizá-los mesmo sabendo disso? – Kibum arqueou uma sobrancelha.

– Não temos tempo para testes minuciosos. – Heechul engoliu em seco e então continuou. – Me foi garantido que as chances do soro não funcionar são menores que cinco por cento.

Kibum engoliu em seco ao ouvir aquilo. As coisas estavam saindo do controle.

– Pretende injetar esse soro em todos os inumanos? – indagou o homem sentado ao lado do Kim. – Digo, em todos mesmo?

– Está se referindo a Yesung? – Heechul mantinha a expressão neutra enquanto falava.

– Não é novidade o que ele é, pelo menos não para nós.

– Se está achando que eu levarei em conta o emocional e o fato de ele ser meu irmão, temo dizer que se decepcionará. – o outro respondeu calmamente. – JongWoon será o primeiro a receber o soro.

 

– Não achei que os ricos tinham todo esse conforto. – Sunny comentou enquanto a cadeira reclinava para trás.

– Um exagero se me permite dizer. – Kangin retrucou. – Como esse tipo de transporte ainda existe?

Jessica encarou a janela e a paisagem que ela lhe mostrava. O grande tapete verde parecia convidativo, a beleza natural que existia além da muralha parecia uma pintura, bem diferente do interior do transporte. O céu laranja-avermelhado reforçava a visão de que a natureza intocada era bela apesar de tudo. Conforme a luminosidade externa diminuía, a interna aumentava, de uma forma tão suave que somente os mais atentos notavam.

– É o único que consegue transitar entre as Zonas sem que haja problemas. – Key falou enquanto tamborilava no braço do assento. – Aviões são armas e helicópteros são usados dentro dos limites de cada local.

– Você parece saber de muita coisa. – Sunny falou subitamente.

– Ando atento a assuntos desse tipo. – ele respondeu engolindo em seco. Key se pôs de pé e caminhou em direção a um pequeno bar dentro do vagão. – Essa viagem está demorando mais do que eu esperava.

– Estamos em baixa velocidade, espera o quê? – Jessica murmurou.

– Estamos a vinte minutos da bifurcação que dá acesso a Zona Industrial. – Kangin falou, olhando o painel onde o GPS era exibido. Um pequeno ponto vermelho avançando lentamente pelo caminho determinado.

Subitamente o monitor acima de Key se acendeu, todos viraram e encararam a imagem que era exibida: Heechul.

Espero que a experiência que estejam tendo nessa viagem seja a melhor possível. Nossos vagões são de alta qualidade e proporcionam o máximo de conforto. – falou ele.

– É uma mensagem gravada. – Jessica concluiu sentindo um alívio súbito.

Nós prezamos a segurança acima de tudo e por isso espero que entendam que algumas situações não são toleradas. – ele continuou. – Inclusive falsidade ideológica.

Key parou subitamente e encarou Jessica que mantinha o olhar fixo no chão. Impossível. Um leve rangido seguido de um impacto seco foi ouvido, a porta que dava acesso ao vagão seguinte fora trancada.

Hoje nossos sistemas de segurança detectaram que seis pessoas embarcaram neste trem sob falsas identidades. – ele mantinha a voz firme. – Seis pessoas procuradas.

Houve um leve solavanco e lentamente o trem começou a diminuir a velocidade. Um burburinho vindo do vagão anterior foi aumentando, até se tornar um falatório. Kangin olhou pela janela e sentiu o desespero tomar conta de seu corpo. Havia sete viaturas policiais paradas mais a frente e uma quantidade considerável de policiais em solo com armas em mãos.

– Merda. – falou por fim. – Eles estão aqui.

Acharam mesmo que conseguiriam enganar o sistema de segurança da Zona Comercial? – Heechul continuou. – Esperava uma atitude mais inteligente ou menos idiota. Vejo vocês mais tarde.

O monitor se apagou deixando todo o vagão em silêncio, segundos depois o trem enfim parou e rapidamente os policiais começaram a subir. Jessica se pôs de pé e caminhou em direção à porta de acesso ao vagão seguinte, a trava de segurança estava fria e lhe causou arrepios.

– O que está fazendo? – Key indagou incrédulo.

– Temos que sair daqui. – ela respondeu bufando frustrada ao não conseguir abrir o objeto de metal. – Eles não sabem em qual vagão estamos... Pode me ajudar com isso?

– E o que pretende fazer? Sair do trem e começar a correr? – falou abrindo os braços. – Eles nos matariam em segundos.

– Não! Temos que chegar a sala de controle, vamos roubar a locomotiva. – falou sentindo-se envergonhada por decidir tal ato. – A usaremos para fugir.

Todos ficaram em silêncio por alguns segundos, os sons de passos rapidamente tomando conta do local.

– Não é uma má ideia. – Kangin comentou. – É melhor do que ficarmos aqui.

Um estampido forte foi ouvido seguido de gritaria, os policiais estavam arrombando os vagões. Key encarou Jessica por alguns segundos e então fechou os olhos.

– Sai da frente. – falou se aproximando. Usando o máximo de força que conseguiu, e com a ajuda de Kangin, ele rodou a trava de segurança, destrancando a porta. – Vamos rápido.

Os seis seguiram correndo entre os vagões enquanto olhares assustados os encaravam. Alguns gritavam, outros cochichavam, mas ninguém se mexia para tentar impedi-los. Quando enfim chegaram à locomotiva, a gritaria já estava mais alta assim como as vozes dos policiais. Key então arrombou a última porta e eles entraram.

A locomotiva era extensa e tão grande quanto os demais vagões, com uma única diferença: oitenta e cinco por cento de seu interior era ocupado por eletrônicos. Jessica não escondeu a surpresa ao ver o enorme computador que fazia todo o trem se locomover.

– Isso já era esperado. – Kangin comentou em um sussurro.

– Alguém sabe mexer em computadores? – Key indagou angustiado.

– Taemin, já pode começar o seu trabalho. – Sunny murmurou.

O garoto respirou fundo e se aproximou do grande aparato eletrônico. A gritaria aumentou novamente e Jessica olhou pela pequena janela da porta: um grupo de policiais estava a dois vagões de distância.

– Temos que nos apressar! – ela falou.

– Taemin! – Kangin gritou.

– Não consigo acessar, a trava de segurança do piloto automático está me bloqueando.

– Inicia a direção manual. – Key sugeriu. – Deve ter uma alavanca abaixo do monitor central.

Taemin tateou até encontrar um pequeno objeto pintado de vermelho e então o empurrou para baixo. Assim que a alavanca foi acionada, os monitores se apagaram e os controles reservas acenderam.

– E agora?

– Empurra a manopla!

Ele obedeceu e logo em seguida um solavanco indicou que a locomotiva estava se movendo. Luzes vermelhas se acenderam e uma baixa sirene começou a tocar. Os policiais que seguiam agachados foram ao chão com o súbito aumento de velocidade, leves estalidos vindos do lado de fora indicavam que os que ficaram para trás estavam abrindo fogo. Key se afastou e abriu a porta, uma rajada de vento rapidamente tomou conta da locomotiva.

– O que está fazendo? – Kangin indagou.

– Temos que separa-la dos demais vagões. – respondeu enquanto agachava-se. – Não vamos conseguir escapar se tivermos peso extra.

Debruçando-se para frente, ele começou a procurar a chave ou algo semelhante que mantivesse os vagões conectados entre si. Após longos segundos angustiantes ele enfim encontrou: duas placas de metal que estavam grudadas magneticamente.

– Rápido... – Jessica falou vendo que os policiais se aproximavam.

Usando o braço esquerdo como apoio, Key puxou um dos cabos de alimentação com o direito. Instantaneamente uma corrente elétrica percorreu todo o seu corpo fazendo com que ele caísse dentro da locomotiva.

– Merda! – gritou. – A porcaria está ligada a rede elétrica interna.

– Conseguiu tira-la?

– Não, ainda faltam dois. – respondeu sentindo o braço direito formigar.

Subitamente algo passou zunindo próximo a cabeça de Jessica. Uma bala. Os policiais estavam atirando. Key arrastou-se para o lado e escondeu-se atrás de uma grande caixa de metal.

– Não vamos conseguir soltar. – Kangin falou enquanto escondia-se atrás da porta.

– Ninguém tem algo guardado na manga? – Key falou, tentando sobrepujar o barulho do vento. – Uma arma, uma bomba... Qualquer coisa!

– Espera, eu tenho algo. – Sunny respondeu enquanto retirava algo preso a seu cinto: uma arma. – Posso disparar contra os cabos de força.

– Não, isso é loucura! – Kangin respondeu. – O vagão pode explodir.

– É nossa única chance! – retrucou. – Confia em mim.

Ele engoliu em seco e assentiu enquanto ouvia mais disparos. Sunny se aproximou e mirou em direção as placas magnéticas, respirou fundo e apertou o gatilho. O recuo fora grande demais e o vento mudaram a trajetória, fazendo com que a bala viajasse em alta velocidade e acertasse a caixa de energia logo abaixo. Uma fraca fumaça surgiu seguida de um pequeno foco de incêndio. A explosão seguinte fez com que todos fechassem os olhos, a locomotiva inteira tremeu e todos foram ao chão.

– Sunny? – Kangin falou sentindo seu braço reclamar devido o forte impacto no chão.

– Estou bem. – ela respondeu, levantando-se. – Consegui separar?

A fumaça negra rapidamente se dissipou, Jessica inclinou-se para fora e assistiu aliviada enquanto os vagões ficavam para trás.

– Sim, você conseguiu. – falou por fim.

– Ainda bem. – Kangin falou aliviado. – Taemin, assuma o controle.

O rapaz se pôs de pé e voltou aos controles, lentamente a locomotiva ganhava velocidade enquanto a paisagem era engolida pela noite que se iniciava.


Notas Finais


E ai? O que acharam?

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