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História Além da Esperança - XXVII - Questão de Tempo


Escrita por: Vexus

Notas do Autor


Desculpem a demora... Mas esse mês tá sendo muito corrido pra mim.

Trouxe um capítulo (que não é dos melhores), mas espero que gostem mesmo assim.

Boa Leitura!

P.S.: Caso haja algum erro, por favor, me avisem.

Capítulo 28 - XXVII - Questão de Tempo


Yesung andava de um lado para o outro, como um animal furioso preso em uma jaula. O pedido de Tiffany fora sensato e bem arquitetado, ela parecia realmente estar disposta a ajuda-lo a sair dali. Mas o que estava consumindo-o por dentro era demora e esperar dias mais se assemelhava a esperar anos, milênios. Ele bufou irritado e afundou-se em uma cadeira de metal que descansava ao lado de uma mesa. Pouco depois de Andrew ser devidamente tratado, Tiffany entregou roupas limpas e toalhas para o trio de recém-chegados poderem se limpar. Realmente era reconfortante trocar o macacão ensanguentado e suado por uma roupa limpa e macia – havia tomado um banho e o cabelo úmido potencializava a sensação de frescor.

Krystal se aproximou enquanto amarrava os cabelos. A cientista parecia diferente após tomar um banho e trocar de roupa, seu rosto estava mais iluminado e seu espirito parecia exalar alegria. Yesung sorriu de canto quando ela sentou ao seu lado.

– Parece irritado. – ela comentou. – O que houve?

– Não suporto esperar. – revelou, apoiando-se na mesa. – Tiffany não podia ser mais rápida?

– Calma, ela está fazendo o que pode. Esqueceu-se que esse local é mantido à custa dela?

– Tem razão. – falou sentindo-se levemente culpado. – Não pensei nisso.

A luz que invadia o espaço pelas pequenas fissuras no alto das paredes passara de uma luminosidade aquosa do alvorecer a uma iluminação pálida de inicio da manhã, mas Yesung mal reparara. Metade das pessoas que ali se encontravam estava treinando lutas enquanto a outra metade ainda permanecia deitada nos colchonetes espalhados pelo chão. Após trocar de roupa, Luna não perdera tempo e se juntou ao grupo que treinava no canto, parecia disposta a passar todo o tempo da sua estadia exercitando-se.

De uma porta, do outro lado do galpão, Tiffany surgiu caminhando a passos firmes. Ela passou entre os colchonetes e aproximou-se da dupla sentada nas cadeiras de metal.

– Falando no diabo. – Yesung cochichou, arrancando um sorriso de Krystal.

– Imaginei que os encontraria aqui. – Tiffany anunciou, cruzando os braços.

– Precisa da gente para algo?

– Sim, mais precisamente dela. – revelou, despertando a curiosidade e a surpresa da jovem mulher. – Me fez acreditar que não trabalha mais para Heechul, estou certa?

– Óbvio. – Krystal não conseguia entender para onde aquela conversa se encaminharia. – Por que pergunta?

– Sabe mexer em computadores?

– Claro que sim.

– Ótimo. – Tiffany colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha antes de prosseguir. – Tenho um conhecido que precisa de ajuda com certo programa.

– Onde ele está?

– Naquela sala. – Tiffany apontou para um espaço no fim do galpão, oposto ao estoque. Ela então retirou a pistola do cinto e contou o número de balas no carregador. – Preciso organizar algumas coisas, até lá, por incrível que pareça, Andrew será o responsável por esse local. Entenderam?

– Sim. – Yesung e Krystal responderam em uníssono.

– Ótimo. – falou e então virou as costas. – Até mais tarde.

Krystal levantou e franziu o cenho enquanto dirigia-se para a tal sala que Tiffany havia dito – Yesung vinha logo atrás. Ao abrir a porta, ela se deparou com um equipamento gigantesco que tomava metade da parede, e na frente dele, usando um lado do fone de ouvido, estava o conhecido de Tiffany. De início ela não o reconheceu, mas após aproximar-se, Krystal percebeu que os cabelos negros e porte físico eram familiares à sua memória.

– Kibum? – sussurrou, torcendo para que seu palpite estivesse correto.

O homem retirou o fone e girou a cadeira, ficando assim de frente para a dupla. Ele semicerrou os olhos, procurando identificar quem fora a autora da fala.

– Krystal? – falou por fim e então sorriu.

A cientista não perdeu tempo e correu para abraça-lo. A euforia e alegria de reencontrar um amigo, e também companheiro de trabalho, foram convertidas em lágrimas que escorreram por seu rosto. Kibum sorriu de maneira tímida e a afagou na cabeça enquanto passava um dos polegares sob os olhos da mulher.

– Ei, por que está chorando? – indagou, ganhando uma risada trêmula como resposta. – O que foi?

– Você não sabe, o quanto é bom ver um rosto conhecido depois de dias de desespero. – Krystal respondeu enquanto afastava-se. – Como fugiu?

– Meu apartamento foi atacado e Tiffany me ajudou a fugir. – explicou enquanto coçava a nuca. – E você? Como saiu da penitenciária? Como se livrou da coleira?

Yesung franziu o cenho ao ouvir aquilo. Desde o incidente com o guarda violento, ele não vira a cientista utilizar o artefato no pescoço.

– Um guarda a danificou e, como o incidente não foi notado, criei coragem e a retirei. E quanto a modificação da que Heechul havia pedido?

– Era uma desculpa para vigiar minha casa. – falou e então respirou fundo. – Descobri da pior forma possível.

– Imagino. – Krystal fungou e então se lembrou de um fato que havia passado despercebido. – Kibum, esse é Yesung, irmão de Heechul e o para o qual a coleira se destinaria.

Kibum ergueu o olhar e encarou o rapaz com a testa franzida. Depois de tudo que passara, não esperava ver o irmão de Heechul ali, no meio daquelas pessoas.

– Prazer em conhecê-lo, Yesung. – cumprimentou com um aperto de mãos. – Devo dizer que você não se parece em nada com Heechul.

– Por mais que seu comentário me alegre, querendo ou não, eu tenho o sangue dele correndo em minhas veias. – lembrou com pesar.

– Mas você não é como ele. – Kibum confortou-o. – O que te torna um ser humano não é o sangue em suas veias, mas sim suas atitudes e escolhas.

Yesung sorriu de canto satisfeito, no fundo sabia que o que o homem disse fora verdade. Cabia a ele moldar o caráter e não se deixar levar pelo passado da família.

– Tiffany disse que você precisa de ajuda com um programa. – Krystal relembrou, rompendo o breve momento de silencio.

– Ah, é verdade. – Kibum voltou-se para o computador. – Acredito que podemos conectar esse computador às escutas que se encontram espalhadas pela cidade.

– Tem escutas na cidade? – Yesung retrucou surpreso.

– Nos principais pontos. – o cientista respondeu sorrindo. – Tiffany pensou em tudo.

– Então você quer calibrar o aparelho para captar as ondas emitidas pelos dispositivos. – Krystal concluiu enquanto balançava a cabeça. – Não entendo muito dessa área, mas acho que posso ajudar.

– O que vocês, cientistas do governo, não sabem? – Yesung questionou, abismado.

– Toda a Sede funciona como um grande laboratório. – Kibum explicou, cruzando os braços. – Quem trabalha lá tem que ter, no mínimo, uma formação na área de computação. Uma exigência que Heechul fez valer.

– Qual o objetivo disso?

– Ele acredita que quanto mais capacitados seus funcionários forem, melhor eles trabalharão.

Yesung umedeceu os lábios e manteve-se em silêncio enquanto Krystal mexia naquele maquinário.

 

A torre de observação onde Gyuri se encontrava ficava no meio da floresta há alguns metros do acampamento, a vegetação abundante em volta da construção era a camuflagem perfeita. Lisa guiou-os pelo melhor caminho que conseguiu encontrar. Desviando de pedras escorregadias e terrenos irregulares, a garota levou o dobro de tempo e quando enfim chegou à torre o sol já brilhava forte no céu. A torre se assemelhava a uma guarita de um guarda florestal. A sustentação, assim como as paredes e o teto, era feita a partir de troncos de árvores perfeitamente trabalhadas.

Ao ver a altura, Ryeowook franziu o cenho.

– Não vou conseguir subir.

– E não vai precisar. – Lisa respondeu colocando a mão em formato de concha ao redor da boca. – Gyuri!

Demorou alguns segundos até uma cabeça surgir no alto da cabine. Gyuri encarou enquanto Lisa gesticulava de maneira exagerada.

– O que foi? – a outra indagou.

– Desce aqui, Ryeowook não conseguirá subir.

Gyuri revirou os olhos e voltou-se para o interior, não demorou muito e a garota estava descendo por uma escada lateral. Ela encarou o trio e então balançou a cabeça.

– Não precisava trazê-los. – falou por fim. – Sabe que Eric instruiu para os dois repousarem.

– Sim, mas achei que eles mereciam conhecer o acampamento.

– O que eu faço com você? – resmungou sorrindo. – Ela obrigou vocês?

– Não, nós... Viemos por vontade própria. – Sungmin respondeu de imediato.

– Não se estressem com a pergunta, é que ela costuma fazer isso. – Gyuri confiou enquanto cruzava os braços. – Com todo mundo.

– Que tal parar de me difamar na frente dos outros? – Lisa retrucou, simulando estar ofendida. – Eu estou aqui, ouvindo tudo.

– E por que acha que eu estou falando isso? – a vigilante abriu os braços. – Nem todo mundo gosta de andar.

– Você não me chamou aqui para falar de mim, não é? – a garota arqueou uma sobrancelha. – O que queria?

– Quero que vá buscar recursos. – instruiu. – As cozinheiras estão reclamando da falta.

Lisa bufou incomodada e assumiu uma carranca de desgosto.

– Só pode ser eu? – inquiriu sem mudar de expressão. – De todas as pessoas no acampamento, só eu posso buscar os recursos?

– Lisa, por favor, não discute. – Gyuri suplicou, exausta. – Elas pediram para você ir.

– ‘Tá bom, eu vou. – resmungou virando-se de costas e caminhando para o meio da floresta.

– Boa sorte, Pranpriya.

Ao ouvir seu nome completo, a garota virou-se abruptamente e jogou uma pedra na direção do trio – o objeto atingiu o chão e rolou alguns centímetros para frente, arrancando uma risada de Gyuri. Antes de sumir no meio das árvores, Lisa ergueu a mão e mostrou o dedo do meio para os que ficaram. A dupla de visitantes não pôde fazer nada além de sorrir.

– As cozinheiras realmente pediram para ela buscar recursos? – Ryeowook tomou coragem e indagou.

– Não, só achei que vocês mereciam uma pausa das loucuras dela. – Gyuri revelou. – Podem descansar, ela só vai voltar quando for mais próximo da hora do almoço.

– Mas não somos residentes daqui. – Sungmin argumentou. – Como as pessoas vão reagir?

– Se não sabem para onde ir, procurem Eric, talvez ele prossiga com o tratamento.

– Ele havia pedido para retornarmos ao anoitecer. – Ryeowook relembrou levando uma das mãos ao queixo. – Não terá problemas irmos tão cedo?

– A maioria de nós já foi atacada pela quimera, claro que não tão gravemente como vocês. – Gyuri espreguiçou-se e então começou a subir as escadas da torre de vigilância. – E acreditem, quanto mais atenção de Eric os ferimentos receberem, mais rápido sararão.

Ryeowook franziu a testa e encarou Sungmin, que deu de ombros como resposta. Não possuíam muitas escolhas e a sugestão da moça mostrara-se ser uma saída viável, principalmente ao relembrarem os ferimentos. Se Eric os curasse, logo, logo eles poderiam retomar a viagem até a Zona Agricultora. A dupla virou de costas e refez o caminho de volta ao acampamento.

––XX––

Já era entardecer e o sol lançava seu brilho sobre terra em tons de rosa, laranja e amarelo. Um sino tocou ao longe e logo em seguida as mães começaram a gritar para seus filhos retornarem para casa. Eric tateou a mesa até encontrar uma caixa de fósforos, riscando alguns palitos em seguida e usando-os para acender uma lamparina velha à gás que descansava sobre a cômoda. Demorou um pouco até todo o ambiente começar a se iluminar.

Ryeowook trincou os dentes enquanto uma sequência de agulhas era retirada de sua perna, uma por uma, com extrema habilidade pelas mãos do homem. Após a conversa com Gyuri de manhã, a dupla retornara até a casa do líder do acampamento para a continuação do tratamento. Tiveram uma rápida pausa durante o almoço – quando Lisa voltou da coleta de recursos acabou por xingar Gyuri até seu vocabulário acabar – onde Eric retirou as agulhas para que ambos pudessem alimentar-se devidamente. Descansaram por uma hora mais ou menos (com a falta de um relógio ficava difícil distinguir) e ali estavam passando por aquilo novamente – durante todo o dia, Ryeowook notara que Minhyuk e Moonbyul não haviam retornado da patrulha.

Sungmin, que estava deitado ao lado, ergueu a mão livre e a utilizou para coçar o queixo – o gesto abrupto assustou Eric minimamente.

– Não se mexa muito. – censurou suavemente. – Sua circulação sanguínea não está normal.

– Desculpe.

– Sei que pareço um chato, mas é porque estou muito concentrado. – Eric justificou enquanto retirava mais uma agulha. – Me perdoem.

– Tudo bem. – Sungmin comentou e então respirou fundo. – Nunca havia visto algo do tipo.

– Fala das agulhas? – inquiriu sem se desviar do que estava fazendo. – Aprendi quando jovem com minha mãe. Ela era conhecida por ser uma excelente médica, passou tudo o que sabe para mim.

Ryeowook abriu a boca, mas logo a fechou. Queria perguntar, queria saber mais da historia daquele homem, mas tinha medo de soar petulante ou curioso demais. Umedeceu os lábios e virou o rosto, tentando calar aquelas dúvidas na cabeça.

– Pergunte. – a fala de Eric o pegou de surpresa. – Não fique acanhado de perguntar algo, garoto. Não me incomodo com isso.

Ele sorriu de canto, mesmo ciente de que o homem não notaria o gesto.

– Você disse que sua mãe era médica. – relembrou, assumindo um tom neutro. – Ela trabalhava em algum hospital ou algo do tipo?

– Na Zona Habitacional. – o homem respondeu. – Quando nasci toda a família da minha mãe comemorou, mas a alegria durou até os meus quinze anos.

– O que houve?

– Sem motivo aparente, toda a musculatura da minha perna parou de funcionar. – Eric apontou para a perna esquerda. – Após uma bateria de exames, descobri que possuía uma doença degenerativa que ataca o tecido. Ela estava atacando os músculos do meu corpo e era questão de tempo até o coração ser atingido.

– E o que aconteceu depois?

– Passei dez anos da minha vida em um longo e doloroso tratamento que envolvia choques elétricos para estimular as áreas que foram afetadas pela doença. – explicou com pesar. – Isso custou uma fortuna e minha mãe teve que trabalhar o dobro para suprir a falta de dinheiro.

– E quanto ao seu pai? – Sungmin indagou.

– Ele nos abandonou no dia que soube que minha mãe estava grávida. – ele pigarreou e então continuou. – Tudo parecia estar indo bem até o dia em que ela foi encontrada morta no consultório que trabalhava.

– Mas ela morreu como?

– Os médicos disseram que a carga de estresse e a falta de descanso sobrecarregaram o coração, que parou de funcionar. Eu me culpei, é claro, e morte dela fez com que eu entrasse em depressão. – Eric limpou as mãos e então continuou com o processo de remoção das agulhas. – Meses se passaram e eu me vi desesperado, não podia trabalhar, mas precisava de dinheiro. Foi então que o governo lançou o Projeto Esperança.

– Projeto Esperança? – Sungmin repetiu enquanto franzia o cenho. – Nunca ouvi falar disso.

– Uma série de pessoas seria selecionada para passar por exames e testes de novos medicamentos. – falou. – A ideia parecia absurda, mas a quantidade que pagavam era mais tentadora. Eu me ofereci e rapidamente fui chamado.

– Mas todos sabiam sobre esse projeto?

– Não. – revelou para a surpresa da dupla. – O governo entrou em contato com os hospitais e explicou como seria o projeto, pedindo sigilo total por parte dos profissionais; isso fora meses, talvez anos antes. Uma amiga da minha mãe lembrou-se de minha situação e me contatou, oferecendo a proposta. E eu aceitei na hora.

– E como as coisas eram por lá? – Ryeowook reuniu coragem e perguntou.

– Horríveis. – Eric franziu o cenho. – Vi coisas e passei por situações que ninguém no mundo deveria. Nós éramos tratados como verdadeiros animais.

– E como você veio parar aqui?

– Isso foi depois das suspeitas do laboratório estar usando humanos para teste. – continuou. – Em uma última investida, os responsáveis injetaram uma mistura química e biológica em nossos corpos. Levou dias até os primeiros efeitos colaterais serem descobertos. – engoliu em seco antes de prosseguir. – Como consequência de ser uma das vitimas desse experimento, eu fiquei curado da doença, mas acabei perdendo a visão.

– Sinto muito. – Ryeowook murmurou suavemente.

– Não precisa dizer isso. – Eric sorriu. – Eu perdi um dos sentidos, mas a audição se desenvolveu acima do normal. As primeiras pessoas a receberem aquele soro, foram os primeiros inumanos. Nós fomos jogados na rua após o fechamento do laboratório e, como eu não tinha para onde ir, a mesma pessoa que me ofereceu o serviço me recomendou que eu fosse para além da muralha. Que eu fosse buscar abrigo na floresta.

– Foi ela que te trouxe aqui? – Eric assentiu. – Sabe o nome dela?

– Infelizmente não. – respondeu. – Fui deixado sob os cuidados dos antigos moradores, que me receberam como um membro da família.

– Sente raiva dela?

– Sinceramente, não. – esclareceu. – Sei que suas intenções comigo foram as melhores, ela não sabia o que esse Projeto Esperança era na realidade.

Ryeowook assentiu enquanto via as últimas agulhas serem retiradas de sua perna; Eric virou-se e começou a fazer o mesmo no braço de Sungmin. A lua já brilhava forte no céu, anunciando o inicio de mais uma noite com ventos gélidos. Tudo no acampamento parecia calmo, o único som vinha dos pássaros e das folhas balançando com a ventania nas copas das árvores. Eric franziu o cenho subitamente, assumindo uma expressão completamente séria e sombria, ele inclinou a cabeça ligeiramente para o lado e respirou fundo.

– Eric... Aconteceu algo? – Ryeowook perguntou assustado.

– Nada que precise se preocupar. – confiou de maneira nervosa e então abaixou o tom, até virar um sussurro. – Assim espero.

O silêncio reinou alguns minutos, tempo o suficiente para todas as agulhas serem retiradas no braço de Sungmin, até o ruído de coisas sendo derrubada ser ouvido. De início Ryeowook não compreendeu o que estava acontecendo, mas Lisa chegou momentos depois e explicou.

– Eric! – ela gritou pelo corredor, seu tom era de medo e ao mesmo tempo de susto. – Eric, por favor, precisamos de ajuda!

– O que houve?

O som de passos aumentou e a jovem surgiu na porta, suas mãos estavam manchadas de vermelho, assim como as mangas de sua blusa de flanela.

– Eles voltaram da patrulha. – ela informou, referindo-se aos gêmeos. – E Minhyuk foi ferido.

– O quê? – Eric aproximou-se da mesa e limpou as mãos. – Isso é impossível, ele nunca é atingido.

– Pois o impossível se tornou possível. Há um buraco de bala no braço e no ombro dele.

Eric suspirou e tateou até encontrar a bengala que usava para caminhar pelo acampamento, apoiada na parede.

– Lisa, por favor, cubra os ferimentos deles. – Gesticulou para Ryeowook e Sungmin. – Eu vou cuidar de Minhyuk.

– Como você vai chegar lá?

– Minha querida, eu conheço todos os cantos desse acampamento e, além disso, – completou tocando um dos ouvidos. – consigo ouvir os palavrões de Moonbyul.

Lisa murmurou uma afirmação e abriu passagem para que o homem pudesse seguir pelo corredor, recuperada do nervosismo, ela começou a vasculhar as gavetas até encontrar os tecidos brancos.

– O que aconteceu? – Ryeowook perguntou enquanto assistia a aproximação da jovem.

– Eles voltaram e... Moonbyul saiu gritando várias coisas, acordando todo mundo... – suas mãos tremiam e ela teve certa dificuldade em achar a ponta do rolo. – Quando cheguei... vi a camisa de Minhyuk completamente suja de sangue e... o braço ferido.

Ryeowook tocou as mãos de Lisa, que parou o que estava fazendo para encara-lo, as pontas dos dedos estavam gélidas e o rosto, pálido. A jovem deixou cair sentada, enquanto exalava ruidosamente.

– Desculpe. – sussurrou.

– Não tem por que se desculpar, está apenas nervosa. – falou suavemente. – Sobre o quê Moonbyul estava gritando?

– Eu não entendi muito bem. – ela balançou a cabeça e se concentrou. – Mas a ouvi dizer algo sobre fardados e de um grupo estar andando pela floresta.

– Fardados?

– Sim... Parece que vinham de alguma zona.

Ryeowook encarou Sungmin, que ostentava uma expressão de dúvida, e ponderou por alguns segundos. Poderia haver uma pequena possibilidade de esses fardados serem, na verdade, soldados da Zona Industrial ou Agricultora que entrara na mata para procura-los.

– Acha que pode nos levar até onde Minhyuk está?

A pergunta pegou Lisa de surpresa.

– Tem certeza? – retrucou vendo o outro concordar com um movimento de cabeça. – Tudo bem, mas antes preciso terminar esses curativos.


Notas Finais


E ai o que acharam?
Eu sei que a fic está seguindo em um ritmo bem confuso (e minha rotina é a principal causadora disso), mas eu prometo tentar consertar isso futuramente.


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