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História Além da Esperança - VI - Minhas Motivações.


Escrita por: Vexus

Notas do Autor


Voltei e quem diria dentro do prazo!

Eu tenho um carinho especial por esse capítulo então espero que gostem.

Boa leitura!

P.S.1: O próximo capítulo vai demorar um pouco a sair, minha criatividade decidiu desenvolver um bloqueio então só postarei quando ver que ele está do jeito que eu queria.

P.S.2: Se encontrarem qualquer erro, por favor, me avisem.

Capítulo 7 - VI - Minhas Motivações.


Lentamente as ruas começavam a se esvaziar. Os soldados instruíam as pessoas para que retornassem para o interior do abrigo enquanto barricadas eram erguidas nos extremos da cidade. As luzes de emergência no topo da muralha estavam acesas e por consequência cada guarita brilhava como uma pequena estrela. O sistema de defesa antiaérea fora ligado, apenas a barreira não seria suficiente para impedir o avanço do inimigo, e os soldados preparavam-se para o pior. O céu começava a perder o brilho do sol e calmamente a noite adentrava. A lua já apontava em um círculo branco acompanhada de algumas estrelas.

Era apreensivo esperar, principalmente quando o alvo era você. O vento soprou, arrancando calafrios dos braços de Taeyeon. Ela abraçou a si própria, tentando privar o corpo de um frio inexistente. Na varanda daquele prédio, a cidade se assemelhava ao cenário de um filme pós-guerra. Apesar de a maioria dos escombros terem sido removidos, parte da destruição dos prédios e das casas permanecia. As chaminés, com seus picos enegrecidos, pareciam garras prontas para rasgar o céu.

Ela suspirou e voltou para o interior do escritório improvisado. As luzes artificiais acendiam gradativamente, deixando todo o cômodo iluminado. Taeyeon sentou na cadeira e levou uma das mãos a testa. Temia que a defesa de sua cidade não suportasse o poderio do exército azul e que mais uma vez eles marchassem pelas ruas da Zona Industrial. Se isso ocorresse, significaria o fim de tudo que ela tanto lutara para defender e a morte de milhares de pessoas inocentes.

Taeyeon balançou a cabeça, afastando aqueles pensamentos que insistiam em fervilhar em sua mente. Detestava que essa possibilidade existia e pensar nela apenas a deixava mais apreensiva. Batidas na porta anunciaram a entrada de Emma, ela avançou e parou em frente à mesa. Pondo as mãos atrás das costas logo em seguida.

– O que faz aqui? – Taeyeon indagou.

– Vim informa-lhe que nossas forças estão preparadas para o ataque.

– Achei que o encarregado disso fosse Shindong. – falou com uma das sobrancelhas erguidas. – Onde ele está?

– No complexo policial. – respondeu sem rodeios. – Está investigando o caso dos seis intrusos.

– Entendo... – disse enquanto recostava-se ainda mais na cadeira. – Há algo mais que queira me dizer?

– Sobre a decisão que tomei...

– Não precisa se justificar. – Taeyeon a interrompeu. – Entendo seus conceitos e, se me permite dizer, eu faria o mesmo se estivesse em seu lugar.

– Obrigada.

Taeyeon sorriu minimamente, era curioso que a muralha de gelo possuía sentimentos.

– Alguma notícia da muralha? – Taeyeon indagou, rompendo o silêncio que havia se instaurado.

– Não, mas nossos homens estão atentos a tudo. – Emma respondeu de maneira firme. – Os aviões decolarão daqui a pouco, haverá algum problema em relação à barreira?

– Está querendo dizer se os aviões poderão trespassa-la sem problemas? – concluiu vendo a outra assentir. – Sim eles poderão, a barreira foi projetada para situações como essa.

 – Muito bem. – ela respondeu virando de costas. – Vou preparar a esquadrilha para o ataque.

Taeyeon assistiu em silêncio enquanto a militar se retirava. Sozinha novamente, ela se pôs de pé e caminhou de volta para a varanda. O sol era apenas uma pequena faixa laranja a oeste, a temperatura começava a cair denunciando o início da noite. Lá embaixo, Emma seguia a passos rápidos pelo pátio, indo em direção ao veículo estacionado mais a frente. Não havia mais ninguém nas ruas e o silêncio na região era assustador.

Batidas na porta foram ouvidas novamente, mas dessa vez anunciando a entrada de dois militares.

– Com o todo o respeito, estamos aqui para guia-la até o abrigo. – disse um deles. Era alto, de ombros largos, os cabelos eram ralos e negros.

– Mas estarei em segurança aqui. – Taeyeon protestou. – O prédio foi construído para suportar grandes ataques.

– É uma medida de segurança. – respondeu o outro. Era mais baixo e tinha cabelos loiros. – Estará a salvo no abrigo.

– Tudo bem. – ela respondeu.

A dupla assentiu e se retirou silenciosamente da sala. Taeyeon contornou a mesa e abriu uma das gavetas, de lá retirou seu celular. Aproximou-se do gancho na parede e pegou o casaco. Era irritante ter deixar seu escritório pela segunda vez, mesmo aquele sendo um provisório, mas tudo era em prol da segurança. Ela respirou fundo e encarou o cômodo uma última vez antes de abrir a porta e seguir pelo corredor.

 

Kyuhyun encarava a mulher sentada a sua frente. Após a confusão no corredor, ele aconselhara que Shindong os levassem para um lugar mais reservado e longe de qualquer interrupção externa. Assim ambos poderiam conversar abertamente sem serem abordados por mais um policial.

– Vocês se conhecem? – Shindong indagou olhando de um para o outro com o cenho franzido.

– Sim. – Kyuhyun foi o primeiro a falar. – Ela era a responsável, e por consequência, minha superior no laboratório.

– Trabalhou com Heechul?

– Sim. – Jessica respondeu. – Fui sua funcionária durante anos e obtive progresso em vários projetos científicos.

– Diga o que sabe sobre a Zona Comercial.

– Shindong, por favor, isso não é... – Kyuhyun começou a falar, mas foi interrompido pelo braço erguido do combatente.

Jessica respirou fundo, organizando seus pensamentos, e então começou a falar. Explicou detalhadamente sobre como fora admitida no laboratório do governo e como subira gradativamente de cargo. Suas memórias foram mais fundo e ela não escondeu as atrocidades de alguns casos que foram acobertados pela mídia. Disse que estava envergonhada e até mesmo arrependida de ter feito parte de uma equipe como aquela, e que se pudesse, mudaria o seu passado.

Shindong queria saber mais e não mediu palavras ao perguntar que tipo de projetos e atrocidades o laboratório fazia. Jessica falou a respeito dos experimentos com DNA humano e que em muitos casos o material era injetado no corpo do indivíduo enquanto uma equipe assistia os resultados. Disse também sobre os testes das próteses mecânicas e como Sungmin fora o escolhido para portá-las. Não tinha o que esconder, não ali. Se queria receber o voto de confiança daquelas pessoas, ela não teria esconder nada.

– Ele sofreu um acidente pouco depois dos testes finais. – ela falou. – Heechul então decidiu que ele seria o primeiro ser humano a ter isso em vida.

– Por que Heechul não revelou ao público essa façanha? – Shindong questionou.

– Ele não queria que aquelas próteses fossem construídas para pessoas comuns. – ela engoliu em seco e então continuou. – Para Heechul aquilo era uma arma que não deveria cair em outras mãos.

– Sungmin foi o único a receber os membros mecânicos?

– Sim, mas o laboratório já estava recebendo ordens para a construção de outros.

– Existe algo mais que Heechul tenha projetado sem que as outras Zonas saibam?

– A L23. – falou encarando a mesa. – A primeira Inteligência Artificial criada.

Shindong franziu a testa e encarou Kyuhyun parado logo atrás. Com o testemunho daquela mulher, a história dele começava a parecer menos absurda.

– Sabe o que Heechul planeja fazer com ela?

– Ele a injetou em Sungmin, tornando adormecida sua consciência humana. – ela fechou os olhos, sentindo o peso da culpa sobre os ombros. – Sei disso por que fui eu que a injetei.

– O quê? – Kyuhyun indagou. – Por que fez isso?

– Não tive escolha. – Jessica se justificou. – Heechul me fez acreditar que aquilo era para o bem de Sungmin já que as memórias do acidente ainda o assustavam todas as noites. Quando percebi suas reais intenções, já era tarde demais.

Shindong tocou a superfície da mesa e começou a desenhar círculos com as pontas dos dedos. Não podia culpar aquela mulher dos atos no passado, qualquer um podia ser manipulado por Heechul. Até Taeyeon assumira ter sofrido com isso.

– Por que veio até nós?

– Após o ocorrido na execução, Heechul suspeitava que eu tivesse feito algo então mandou que Sungmin me levasse presa. – ela pigarreou e então continuou. – No caminho eu consegui fugir e desde então sou procurada.

– Então quer a Zona Industrial como refúgio?

– Sim.

– Antes de terminarmos essa conversa, eu gostaria de saber uma última informação. – pronunciou cada palavra de maneira suave. – Haveria alguma possibilidade de extrairmos memórias da consciência adormecida de Sungmin?

– Seria algo arriscado e com certeza as chances de uma sequela seriam altas. – Jessica pôs a mão no queixo, pensativa. – Precisaríamos de um dispositivo específico para captar as ondas cerebrais e assim chegar ao hipocampo, já que ele transforma a memória de curto prazo em uma memória de longo prazo. O maior problema seria a L23, ela está alojada em pequenos mecanismos e espalhada em toda a superfície cerebral.

– Que tipo de consequências isso acarretaria? – Shindong murmurou.

– Na pior das hipóteses? – ela perguntou olhando de um para o outro. – Uma amnesia instantânea e irreparável. Por que pergunta?

– Sofremos um ataque da Zona Comercial ontem à noite e nesse ataque nós conseguimos prender Sungmin. – Shindong explicou. – Kyuhyun acha que é possível acessarmos a consciência humana e obter algumas informações que apenas ele saiba.

– Sungmin está aqui?! – ela indagou incrédula. – Aquele homem é um dos soldados mais bem treinados de Heechul, dizem que é impossível derrubá-lo!

– Para tudo existe a primeira vez. – Shindong sorriu minimamente, sentindo orgulho de si próprio. – Acha que isso seria possível?

– Sim, mas teríamos que voltar para a Zona Comercial. Lá existe o equipamento necessário.

– Isso não seria preciso. – Kyuhyun falou. – Há uma inumana, seu nome é Bora, ela é tem a habilidade da Telecinese. Pode entrar nas mentes das pessoas.

– Impressionante. – Jessica comentou. – Ela seria capaz de encontrar as memórias?

– Nós teremos que acreditar nisso. – Shindong comentou. – Por mais absurdo que pareça.

Batidas na porta despertaram a atenção de todos, Kyuhyun se aproximou e então a abriu, revelando a presença de um policial. Ele olhou para o interior da sala e encarou Jessica sentada atrás da mesa.

– Está aqui fora por tempo demais. – ele falou.

– Tudo bem, fui eu que permiti. – Shindong respondeu sem se dar o trabalho de virar.

– Tudo bem senhor, mas...

– Mas o quê?

– Os companheiros dela não param de perguntar. É irritante.

– Companheiros? – Kyuhyun indagou olhando para a mulher; seu semblante era de confusão. – Veio acompanhada?

– Na confusão eu acabei por esquecer. – ela justificou enquanto levantava. – Os inumanos do esconderijo me guiaram até aqui.

 

O vento levantou uma pequena nuvem de poeira do chão e as copas das árvores balançaram, lançando folhas ao chão. Bora seguia a passos rápidos pelas ruas desertas enquanto o sol do fim da tarde lançava seus últimos raios. Era cansativo ir a pé até o abrigo, mas para ela isso não importava já que no trajeto sua mente poderia organizar os pensamentos e assim decidir a melhor opção. Quando virou à esquina, seus olhos flagraram um grupo de soldados marchando em direção à muralha. Eles seguiam em um ritmo contínuo e robótico, quase ensaiado, o som dos passos ecoava pelas paredes das construções abandonadas.

Ela engoliu em seco e apressou o passo. Se aqueles homens estavam indo para a muralha, então significava que a hora do ataque se aproximava. Quando atravessou as portas de metal, seu ritmo mais se assemelhava a uma corrida e seus pés latejavam com o esforço abrupto. Virou à esquerda e trilhou caminho entre os veículos estacionados e os militares que conversavam distraidamente até o prédio residencial. A porta estava aberta e as dobradiças rangeram quando ela a empurrou.

O interior estava silencioso e as luzes da sala lançavam um brilho forte sobre os móveis. Bora avançou até o corredor e então entrou na cozinha, as panelas estavam vazias e os pratos se encontravam largados sobre a mesa. Virou de costas e traçou caminho até o segundo andar, lá flagrou Ryeowook enchendo uma mochila com roupas.

Ao sentir a presença, o garoto parou o que estava fazendo e ergueu o olhar.

– Tem alguém ai? – falou cerrando os olhos, tentando enxergar através da penumbra da escadaria.

– Sim, sou eu, Bora. – respondeu entrando no foco de luz.

Ryeowook relaxou os ombros e abaixou os braços, voltando ao que estava fazendo anteriormente.

– Que susto... – falou dobrando uma camisa. – Devia ter avisado.

– Onde estão os outros?

– Kyuhyun foi atrás de Shindong e Hyoyeon, você já sabe. – disse guardando outra peça de roupa dentro da mochila. – Pouco depois que você saiu, um guarda veio até nós e disse que deveríamos nos mover para o interior do abrigo. Está anoitecendo e não sabemos exatamente que horas será o ataque, Heechul é imprevisível. Sua mãe já está lá, eu fiquei para guardar algumas roupas, nunca se sabe...

Bora sorriu minimamente e adentrou no quarto. O cômodo estava ligeiramente abafado devido a janela fechada e o cheiro do amaciante de roupas dominava. Ela se aproximou e começou a ajudar Ryeowook na tarefa.

– Sobre a resposta... – Bora começou, mas logo se interrompeu. Ryeowook terminou com uma blusa e então começou a dobrar um casaco.

– Vou entender se não quiser. – falou da melhor forma que conseguiu. – Sungmin quase te matou.

– Não... Eu vou fazer, passei muito tempo sentindo medo. – respondeu colocando a peça de roupa na mochila.

– Não precisa se preocupar, não vamos deixa-lo fazer nada com você.

Bora sentiu-se mais calma, mesmo seu íntimo dizendo que aquela proteção seria teoricamente impossível. Ao terminarem, Ryeowook fechou a mochila, colocou a alça sobre o ombro e eles desceram até o pátio. Quando atravessaram a cerca que delimitava a entrada da construção, o céu já estava pontilhado por uma pequena quantidade de estrelas e o horizonte a oeste estava com uma contínua faixa laranja. No trajeto até a entrada do abrigo, eles encontraram com Hyoyeon, que surgira vindo da entrada do complexo.

– Onde você estava? – Ryeowook indagou.

– Acabei me distraindo e quando percebi os militares já andavam pelas as ruas. – Hyoyeon justificou coçando a nuca. – Onde está o seu irmão?

– Ainda com Shindong. – respondeu e então suspirou. – Eles estão demorando demais.

– Calma, ainda temos tempo. Não precisa se preocupar. – Hyoyeon falou. – Além disso, ele está com Shindong, quer proteção melhor do que aquela muralha ambulante?

Ryeowook não pôde deixar de rir com o comentário. De fato ela tinha razão, a presença de Shindong era intimidante e ele inspirava confiança apesar de tudo. De repente uma buzina foi ouvida, um carro atravessava o espaço aberto deixado pelos portões de ferro e lentamente ganhava as ruas. Bora foi a primeira a quebrar o breve momento de silêncio que havia se instaurado.

– Podemos entrar no abrigo?

Ryeowook piscou algumas vezes, como se estivesse saindo de um transe.

– Claro, vamos.

O trio seguiu pela trilha determinada por pequenas luzes presas ao chão até a entrada do abrigo. Parte da descida até o subsolo estava interditada para entrada e saída de veículos, Ryeowook apertou a alça da mochila nas mãos e virou a esquerda, seguindo pelo caminho livre. Eles avançaram pelo norte do galpão principal e contornaram boa parte dos veículos até enfim chegarem a porta que dava acesso aos corredores internos.

O primeiro andar do abrigo estava movimentado, pessoas transitavam de um lado para o outro enquanto crianças corriam – aparentemente em alguma espécie de brincadeira. Por mais que detestasse multidões, Ryeowook se forçou a atravessar toda a extensão para chegar às escadarias que davam acesso aos andares mais abaixo. Enquanto avançava, ele não pôde deixar de notar que apesar da visível segurança, ainda havia medo nos rostos das pessoas. Ele engoliu em seco, apertando ainda mais a alça, e continuou andando.

Quando faltavam alguns metros para a escadaria, ele ouviu seu nome ser chamado. Ao virar-se percebeu que se tratava de Hyoyeon.

– É difícil te acompanhar nessa multidão. – ela falou arfando.

– O que foi? – Ryeowook perguntou olhando por cima do ombro da garota; Bora vinha se aproximando a passos rápidos.

– Estive pensando em ficarmos no quarto onde Donghae está sendo mantido. – explicou Hyoyeon.

– Mas isso é permitido? Aquilo é um quarto hospitalar...

– Eu sei, mas não faríamos nada com ele. Apenas aproveitaríamos o espaço. – ela olhou ao redor, visivelmente incomodada. – Pelo menos será melhor do que ficarmos amontoados dessa forma.

– Tem razão.

Ryeowook passou por Hyoyeon e Bora, refazendo todo o caminho, e virou à direita, tomando um dos corredores principais. Eles desceram um vão de escadas até encontrarem um corredor completamente silencioso e vazio. Após o susto do primeiro ataque, a área hospitalar fora diminuindo de inquilinos com o passar das horas, e agora poucos quartos encontravam-se ocupados. Quando chegou ao quarto em questão, ele girou a maçaneta e empurrou a porta – o objeto deslizou silenciosamente.

O interior continuava o mesmo, com exceção que o ar estava impregnado com aroma de desinfetante. Donghae permanecia inconsciente na cama, o peito descia e subia acompanhado dos sons da máquina ligada ao seu lado. As bandagens foram trocadas, assim como a bolsa de sangue. O laudo médico preso a uma prancheta constava que houve uma melhora considerável do paciente, mas que o mesmo continuava sem prévia de alta.

Ao vê-lo ali, Hyoyeon sentiu um aperto no coração.

– Me pergunto quando ele irá acordar. – ela murmurou.

– Na prancheta diz que ele continua sem prévia de alta. – Ryeowook respondeu colocando a mochila em uma das poltronas.

Ele ergueu os braços e espreguiçou-se, sentindo um alívio ao retirar o peso do ombro. Bora caminhou até a cama de Donghae e sorriu minimamente, para ela era impressionante como a percepção humana era forte.

– O que foi? – Hyoyeon perguntou.

– Ele consegue ouvir vocês. – Bora respondeu se afastando. – É como se estivesse dormindo, mas a audição ainda funciona.

– Sério? – Ryeowook indagou franzindo a testa.

Bora assentiu e então sentou na poltrona livre. Hyoyeon se aproximou e tocou levemente na testa do rapaz, a pele estava quente, mas não em níveis alarmantes.

– Nunca mais me assuste dessa forma. Entendeu? – ela sussurrou para ela mesma e então ergueu a voz. – Acho que vou atrás de comida, estou com fome.

– Se encontrar algo, por favor, traz para mim? – Ryeowook perguntou.

– Tudo bem. – ela respondeu seguindo para o corredor.

Hyoyeon avançou de maneira calma e despreocupada, quando chegou às escadas que davam acesso ao andar de cima, ela encontrou Kyuhyun. Ele estava pálido e a expressão era parecida com a de quem tinha visto um fantasma, o suor brilhava na testa e a respiração era rápida.

– Kyuhyun? – Hyoyeon indagou se aproximando. – Aconteceu algo?

– Onde Ryeowook está? – ele perguntou enquanto tentava diminuir a frequência em que o ar era inalado.

– No quarto onde Donghae está sendo mantido. – ela falou franzindo o cenho. – Por quê...

E então ela se calou. Logo atrás surgiu uma mulher, ela tinha os cabelos castanhos e compridos – tão escuros que beiravam o preto – que caíam como uma cascata, soltos, nas costas. Ela tinha o porte elegante e fino, digno de alguém que vivera apenas entre as pessoas de classe alta da Zona Comercial.

– Quem é ela? – indagou arqueando uma sobrancelha.

– Uma velha amiga. – Kyuhyun respondeu.

– Sou Jessica. – ela falou sorrindo de leve.

– Hyoyeon. – respondeu após um aperto de mãos. – Conseguiu convencer Shindong?

– Sim e também descobri algo. – ele disse de maneira calma. – E é por isso que eu vim atrás de vocês.

Antes que Hyoyeon pudesse responder, o som de passos foi ouvido, dessa vez em maiores quantidades. Quase que instantaneamente uma figura surgiu descendo as escadas. Ela avançou de maneira lenta até finalmente completar a curva da escadaria e ficar de frente para Hyoyeon. Havia um curativo em sua cabeça e alguns hematomas ainda eram visíveis, usava sua típica roupa – casaco azul-escuro e jeans de lavagem escura – com os tênis surrados e manchados. Ele sorriu, revelando os dentes alinhados e perfeitos.

Hyoyeon sentiu seu sangue congelar nas veias e instantaneamente sua visão ficou borrada com as lágrimas. Impossível. Seus lábios se abriram para expelir uma única palavra em forma de sussurro:

– Kangin?


Notas Finais


E ai? O que acharam?

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