1. Spirit Fanfics >
  2. Além das Quadras >
  3. As melhores pessoas são

História Além das Quadras - As melhores pessoas são


Escrita por: MarcelineA

Notas do Autor


Oláaa pessoas!
Cá estou eu com mais um capítulo no dia em que prometi postar!
Vocês já podem me amar por isso u.u
Eu particularmente gosto bastante desse capítulo, mesmo que possa dar um pouquinho de raiva xD
Só digo uma coisa: não desistam do Erick, por favor!
Bom, não tenho muito o que dizer! Apenas que aproveitem o capítulo :)
Nos vemos nas notas finais :3
Ghost Kisses
~Marceline

Capítulo 3 - As melhores pessoas são


Fanfic / Fanfiction Além das Quadras - As melhores pessoas são

Final de fevereiro de 2010

Henry sempre detestou acordar cedo, principalmente quando se tratava de ir à escola. Mas detestava ainda mais quando não conseguia dormir por causa do nervosismo que precedia o primeiro dia de aula.

Bom, mesmo não se tratando do primeiro dia de aula, Henry não conseguia dormir naquele momento.

Tinha passado em primeiro lugar no concurso para o Colégio Militar de Belo Horizonte. Como o lugar era um tanto diferente dos demais, os alunos novatos passavam por uma semana de adaptação, em que aprendiam coisas sobre a escola, como as regras, marchar, entrar em forma, toques de corneta, hinos e canções que eram cantadas frequentemente nas formaturas.

Queria muito pegar o telefone e ligar para Erick, mas sabia que o amigo deveria estar no décimo sono àquela hora. Então, o que poderia fazer era ficar rolando na cama até o sono vir.

O que foi uma péssima ideia.

E se eu não conseguir fazer mais amigos?”, pensava Henry. “Eu tenho Erick, mas não posso ficar dependendo dele o resto da vida.”

E se ele arrumar uma garota e me largar de lado?”

E se as pessoas ficarem com inveja por eu ter passado em primeiro lugar e não gostarem de mim?”

E se os professores não gostarem de mim?”

A respiração de Henry começou a ficar pesada, o medo aumentando. Aos poucos, o ar não conseguia mais entrar em seus pulmões, deixando-o mais nervoso ainda. Ele tentava puxá-lo pela boca com força, sem sucesso. Henry se sentou, os olhos castanhos arregalados, sem piscar. As mãos procuravam pelo celular velho que seus pais tinham lhe dado.

Não pensou duas vezes antes de ligar para Erick. Queria falar, respirar, gritar alguma coisa, mas não conseguia, estava entrando em pânico, a garganta completamente fechada.

O telefone tocou algumas vezes antes de Erick atender com uma voz embargada de sono. Henry tentou falar alguma coisa, mas nada saía de sua boca, a respiração pesada o estava impedindo. Seu desespero estava crescendo. O coração acelerado martelava em seu peito, querendo sair.

Ei, ei... – começou Erick, sabendo que era o melhor amigo e o que estava acontecendo. Não era a primeira vez que isso acontecia, de qualquer forma. – Henry, me escuta. Seja lá o que você estiver pensando, não é real, okay? Não aconteceu e nunca vai acontecer. Eu não vou deixar que nada de mal aconteça com você! Eu não vou deixar, está me ouvindo? Nunca. Agora se acalme e respire comigo.

Apenas o “ei, ei” que Erick dizia já era suficiente para que Henry começasse a voltar ao normal. Ouvir a voz do melhor amigo naquelas horas era suficiente para que uma crise de ansiedade iminente não se concretizasse. E Henry sabia que Erick sempre estaria ali para ajudá-lo quanto a isso. Podiam não ter o contato físico, que também ajudava a acalmar Henry, mas a voz de criança de Erick era o suficiente.

Fechou os olhos, respirando o ar aos poucos, o coração desacelerando e a respiração voltando ao normal devagar. A voz voltando à sua boca outra vez.

Melhor? – perguntou Erick.

Muito – murmurou Henry – Obrigado, cara.

Eu imaginei que algo assim iria acontecer – comentou Erick, e Henry pode visualizá-lo dando de ombros – Você é paranoico demais, tem que parar de ser pessimista e ficar pensando muito nas coisas.

Você sabe que não é tão simples assim – resmungou Henry.

Claro que sei! E é por isso que eu estou sempre do seu lado te ajudando, né?

Henry soltou um suspiro e sorriu.

Você tem razão.

Eu sempre tenho razão, Henry – gabou-se Erick.

Idiota.

Então ficaram conversando sobre coisas aleatórias até Henry cair no sono, deixando Erick falando sozinho do outro lado da linha. O garoto não se importou, até porque, sabia que isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde. Iam se ver no dia seguinte mesmo, então não tinha problema.

Nunca tinha.

[…]

Henry queria se enterrar no solo naquele momento.

Estavam numa arquibancada que tinha no pátio do colégio. Todos os calouros, vulgo cotonetes, estavam lá, alguns conversando e outros, como Henry, excluídos em seus cantos. Eram chamados assim por conta do uniforme obrigatório: camiseta branca, calça jeans azul e tênis pretos; vestiam isso até o dia da entrega da boina, depois passariam a usar o uniforme oficial do Colégio.

As instruções diziam para estarem no colégio às 7h30, mas, pelo visto, muitos tinham chegado um pouco mais cedo do que o pedido. Henry tinha chegado antes por causa do trabalho de seu pai. Erick ainda não tinha chegado, então o garoto estava com os nervos à flor da pele, sozinho e assustado.

Ei, qual o seu nome? – perguntou um menino de cabelos ruivos, sentando-se ao lado de Henry. Ele tinha um sorriso simpático, mas Henry o olhou como se fosse um monstro.

Hen-Henrique – gaguejou um pouco antes de pronunciar seu nome. Estava começando a ficar bem nervoso. Desejava que Erick chegasse logo.

O garoto ruivo arregalou os olhos castanhos.

Você é Henrique Diniz? O Zero Um da nossa turma? – perguntou animado.

Henry se assustou um pouco com o que o outro disse, franzindo o cenho curioso.

Zero Um?

O garoto abriu um sorriso.

É como chamam os alunos que passam em primeiro lugar no concurso de admissão. – explicou – Você deve ter estudado bastante para isso, né?

Henry engoliu em seco.

Na verdade eu nem sabia se ia passar – comentou envergonhado.

Então deve ter sido bem legal ter passado em primeiro. Você quer ser coronel-aluno algum dia?

O que?

Aquela situação toda estava deixando Henry mais aflito do que esperava. Sentia-se burro por não saber de nada do que aquele menino estava falando.

Minha irmã mais velha foi coronel-aluna no terceiro ano – comentou – É o aluno que tira as melhores notas, mas acho que só acontece quando você está no terceiro ano.

Henry assentiu.

Acho que não quero tanto destaque assim – torceu os dedos das mãos, que estavam unidas.

Está brincando? Deve ser muito legal ser coronel-aluno! E você já tem destaque, já é o Zero Um da nossa série. – comentou o ruivo, sem um pingo de inveja, apenas animado.

É, eu acho que sim – disse tentando encerrar aquela conversa.

A propósito, meu nome é Ricardo.

Henry ia dizer alguma coisa, quando alguém lhe chamando pelo nome chamou sua atenção. Ao olhar para frente, viu Marjorie vestida com o uniforme oficial do colégio, uma vez que já era veterana. Ao lado dela, vinha uma garota que Henry não conhecia. Ela também estava com a mesma saia bege até os joelhos, a camisa de botões também bege e os sapatos ortopédicos pretos. Além da boina vermelha, é claro.

Marge! – Henry levantou-se aliviado, podendo respirar mais tranquilamente agora.

Caminhou até a garota com um pouco de pressa, dando-lhe um abraço apertado. Ainda era mais baixo que ela, mas nunca se importou muito com isso da mesma forma que Erick se importava.

Meu Deus, Marjorie! Você nunca me disse como ele era fofo! – disse a garota de olhos puxados sorrindo.

Ela ergueu a mão na direção do rosto de Henry na intenção de fazer alguma coisa, provavelmente acariciar seus cabelos, ele deu um passo para trás, saindo do alcance da menina enquanto a encarava de maneira estranha. A garota de cabelos escuros recolheu a mão, o cenho franzido com um pouco de culpa.

Não liga pra isso – comentou Marge vendo a apreensão da menina e o olhar de Henry – Ele não gosta de ser tocado por desconhecidos.

Ah – soltou a menina, levemente desapontada – Meu nome é Rayssa.

Henrique – disse Henry simplesmente, acenando com a cabeça lentamente.

Nosso mais novo Zero Um. – disse Marge sorrindo e colocando a mão na cabeça de Henry, que, instintivamente, inclinou a cabeça na direção da mão da menina. Marge acariciou o cabelo curto e castanho de Henry. – Você ficou bem diferente de cabelo curto. Preferia suas mechinhas bagunçadas.

Henry fez uma careta. Uma das coisas que detestou naquele colégio foi o fato de terem que manter os cabelos sempre curtos.

O que está fazendo aqui? – perguntou Henry, virando-se para Marge.

Como você e Erick entrariam no colégio, resolvi ajudar na semana de adaptação de vocês – ela disse sorrindo, os cabelos loiros presos em um rabo de cavalo, o que era regra para as meninas. Era isso ou coque. Já nas formaturas, o coque era obrigatório. Só se salvava disso quem tivesse o cabelo na altura do pescoço.

Hm...

HENRY! MARGE – ouviu-se a voz reconhecível de Erick ao longe.

Marge e Henry viraram-se para encarar o garoto que vinha correndo em sua direção. Erick também tinha ficado bem diferente com o cabelo tão curto, pensou Henry quando o viu.

Também vou sentir falta dos seus cachinhos – comentou Marge quando Erick se aproximou deles o suficiente para ouvi-la. Estava ofegante por conta da corrida até ali.

Erick deu um abraço apertado em Marge e um mais apertado ainda em Henry.

HÁ! Você ficou tão estranho quanto eu! – comentou Erick ao mesmo tempo em que passava uma das mãos nos cabelos espetados de Henry, que não desviou, apenas inclinou a cabeça ainda mais para sentir o toque do amigo.

Odiava ser tocado pelas pessoas que não conhecia, mas amava quando seus conhecidos e principalmente amigos e parentes lhe tocavam. Podia ser um toque simples, Henry ficaria satisfeito. Adorava dar abraços nas pessoas de quem gostava também.

Oi! Você deve ser a Rayssa! – comentou Erick eufórico, abraçando a garota ao lado de Marge, que observava a cena com um sorriso.

Já esse adora uma atenção e contato físico – comentou Marge rindo.

Você é muito fofo também! – disse Rayssa sorrindo.

Pode apertar minhas bochechas se quiser – disse Erick dando de ombros – Todas as amigas da Marge fazem isso.

Rayssa soltou um gritinho e atacou as bochechas de Erick, lhe dando alguns beijos também. Henry fez uma careta e antes que pudesse comentar alguma coisa, uma voz masculina lhes chamou a atenção.

Muito bem, calouros! – disse um homem de uniforme camuflado e cabelos grisalhos. – Todos sentados e em silêncio.

Então Henry e Erick tomaram suas posições na arquibancada. Henry sentia-se melhor agora, com o amigo ao seu lado. E então sentiu que podia se ajustar àquela situação toda se Erick estivesse ao seu lado.

* * *

Atualmente – 19 de julho de 2016

Henry sempre imaginou o reencontro dele com Erick como algo totalmente eufórico e animado. Imaginava o amigo correndo em sua direção e se lançando contra o seu corpo, lhe dando um abraço tão apertado que Henry gemeria de dor. Ou provavelmente o impacto derrubaria os dois no chão e eles ririam um da cara do outro antes de se levantarem e se abraçarem.

Mas nada disso aconteceu.

Henry estava assombrado. Erick não tinha saído do lugar mesmo depois de ver que o garoto em quem trombara era seu melhor amigo. Pelo contrário, olhava-o como se ele fosse um verme no seu caminho. Olhava para Henry, seu amigo de infância, como se fosse matá-lo só por ter trombado com ele.

Por mais que tivesse um olhar mortal lançado para Henry, também havia confusão e curiosidade em seu olhar. Provavelmente estava se perguntando o que Henry estava fazendo ali. Afinal, não conversavam fazia muito tempo.

E Erick não estava sozinho. Uns sete caras estavam atrás dele, olhando a situação com caretas de curiosidade.

– Hm... Oi? – disse Henry com o cenho franzido, não sabendo muito bem o que dizer. Estava realmente espantado com aquele olhar ameaçador.

– Você conhece esse cara, Schneider? – perguntou um dos garotos ao seu lado.

Henry franziu o cenho quando ouviu o sobrenome do amigo ser pronunciado, achando estranho. Ele sabia que o pai de Erick tinha insistido em mudar o seu nome de guerra, mas não sabia que tinha conseguido. Mesmo que tivesse trocado, achava que Erick pediria para todo mundo chamá-lo pelo nome mesmo. Ele nunca foi muito fã de seu sobrenome por parte de pai.

– Não importa, estamos atrasados para o treino – respondeu Erick, falando pela primeira vez desde que se esbarraram.

Henry se assustou mais uma vez. A voz de Erick tinha engrossado um pouco, até ai tudo normal. Mas também estava carregada de uma frieza que nunca pensou ser capaz de ouvir na voz de do amigo. Tinha algo mais, mas Henry não conseguiu identificar exatamente o que era.

Os outros caras murmuraram alguma coisa e foram andando, ultrapassando Henry e levando Erick junto, que continuou encarando o outro mortalmente por cima do ombro. Estava em choque ainda, vendo os garotos andando até a quadra, Erick já tinha virado o rosto para frente.

– Mas que porra... – começou, com o cenho franzido, porém logo foi interrompido pelo toque de seu celular.

Era Vanessa, uma das competidoras do biathlon feminino. Nem se deu o trabalho de atender, apenas saiu correndo para a área da piscina, pensando no que diabos tinha acontecido naqueles poucos minutos, que pareceram uma eternidade.

Colocou seu último chiclete na boca e começou a mastigá-lo. Colocou os headphones sobre as orelhas e ligou a música em seu Ipod, já quase sem bateria. Não deu muita atenção, pois precisava daquelas coisas naquele momento, uma vez que estava prestes a entrar numa competição.

Tirou seu cubo mágico da mochila e foi andando até a área da piscina, fazendo e desfazendo o brinquedo. Depois de tantos anos, já sabia os movimentos para montá-lo em poucos segundos. Conseguiu tirar os acontecimentos recentes da cabeça, mas ainda mantinha em mente que não deixaria aquilo barato. Decidiu que falaria com Erick no jantar.

Chegou ao local e acenou com a cabeça para algumas pessoas que o cumprimentavam. Seus companheiros de delegação não sabiam de suas condições de relaxamento, mas mesmo assim o deixaram em paz. O importante era que ele estava ali. Trocou de roupa no vestiário, colocando uma sunga azul-marinho e vestindo um roupão cinza com o nome do colégio nas costas.

Guardou os óculos de grau no estojo, colocando as lentes de contato logo em seguida. Odiava usar lentes, principalmente por conta do astigmatismo. Elas o incomodavam muito, então ele preferia deixá-las apenas para jogar. Infelizmente precisava delas, pois, além de astigmático, Henry era míope.

Pegou suas roupas de corrida e saiu do vestiário, deixando suas coisas trancadas nos escaninhos do local. Vanessa estava sentada com os outros dois competidores da delegação deles, perto do vestiário, então Henry sentou-se com eles. Estavam conversando quando viram uma movimentação estranha ali perto.

– Como assim ele não vai poder competir? – disse uma garota em tom incrédulo. O nome em seu roupão dizia que ela era do CMRJ.

– Eu não sei o que aconteceu direito – disse o garoto – Mas ele está na enfermaria, vomitando e com febre. Ou arrumamos outro competidor, ou perdemos uma chance de ganhar.

– Isso não pode estar acontecendo – ela disse, colocando as mãos no rosto. Henry apenas observava a cena. Ela tirou as mãos do rosto e olhou para o garoto. – Você tem o número do Schneider? Ele não nada muito bem, mas pode conseguir recuperar na corrida. Pelo amor de Deus, liga e fala pra ele vir aqui agora.

Henry demorou alguns segundos para processar o que tinha acabado de ouvir. Se Erick realmente aparecesse, Henry estaria, literalmente, fodido. Não ia conseguir se concentrar na prova sabendo que o amigo, que havia lhe tratado daquela forma estranha, estaria ali, próximo a ele.

Pediu licença para os companheiros de delegação e foi para o vestiário. Ele não podia ficar pensando em Erick naquele momento. Não podia deixar as hipóteses do porquê de Erick estar estranho lhe encherem a cabeça, afinal, tendia sempre a pensar no pior. Lavou o rosto na pia e depois foi até o escaninho pegar sua mochila. Tirou o calmante e empurrou-o goela abaixo sem água mesmo.

Henry odiava usar calmantes antes de suas competições. Na verdade, odiava tomar qualquer tipo de remédio, tanto que preferia usar seus métodos de relaxamento para lidar com as crises. Mesmo com a insistência de seus pais, ele se recusava a ir a um psicólogo ou psiquiatra para tomar medicamento.

Mas em situações extremas em que ele sabia que seus processos de relaxamento poderiam falhar, ele tomava calmantes. Preferia tomá-los a ter uma crise no meio de um jogo importante, como já havia acontecido.

Aproveitou pra ficar um tempo escutando música, concentrando-se nas notas musicais da melodia clássica. Ainda tinha alguns minutos antes da competição e, como o vestiário estava vazio, ele ficou ali.

Quando estava mais calmo, guardou o aparelho e os fones na mochila e trancou o escaninho, caminhando para a porta do local logo em seguida. Assim que saiu, deparou-se com Erick vindo em sua direção. Ele tinha uma sunga e touca nas mãos e caminhava ao lado da mesma garota que entrou em pânico quando soube que um dos outros competidores estava doente. Ela falava alguma coisa para Erick, que apenas assentia olhando para o lado oposto ao que ela estava.

Henry não conseguiu sair dali. Tinha ciência de que encarava o (ex?) amigo e do quanto seu próprio coração estava acelerado. Aquilo piorou quando os olhos de Erick encontraram os seus. Henry primeiro viu surpresa para depois ver raiva e superioridade em sua expressão.

Ele ficou tenso, não sabia o que fazer ou falar. Queria dizer alguma coisa, mas aquela expressão lhe incomodava de maneira absurda.

Erick nem se deu o trabalho de dizer alguma coisa, apenas desviou do corpo em seu caminho e seguiu para dentro do vestiário. Por impulso, Henry virou-se e segurou o braço de Erick, fazendo-o olhar para ele. Porém, antes mesmo que pudessem dizer alguma coisa, Antônio, colega de equipe de Henry, veio na direção deles, chamando o amigo para as últimas informações do treinador. Henry olhou para Antônio ao mesmo tempo em que Erick tirava o braço de sua mão e sumia dentro do vestiário.

Henry respirou fundo e tentou manter a calma. Agora precisava tirar mais aquela situação da cabeça. Foi com Antônio até onde o treinador e as meninas estavam. Para a sua sorte, a falação dele e dos outros fez com que ele se concentrasse na competição que estava prestes a começar.

A primeira prova seria uma competição de cem metros na piscina. Depois, quando tivessem o tempo de todos os competidores, eles se reuniriam para a corrida de 1km. Da junção dos dois tempos, sairia o resultado de quem havia ganhado o biathlon.

Como a prova tinha quarenta e oito competidores, dois meninos e duas meninas para cada delegação, eles seriam divididos em seis baterias com oito alunos em cada. Henry tinha sido sorteado para a primeira bateria, o que o fez sentir-se aliviado, pois quanto mais rápido competisse, mais rápido poderia voltar para o time de vôlei.

– Você está bem? Parece meio branco – comentou Vanessa ao lado de Henry, que estava colocando a touca de silicone e os óculos de nadar.

– Estou, só um pouco de nervosismo mesmo. – ele disse sem olhá-la, não queria responder mais perguntas. – Nada com o que se preocupar.

Na verdade, tinha sim com o que se preocupar. Henry não estava sabendo lidar com o fato de Erick estar ali. Queria voltar a se sentir confiante perto do amigo, mas aquela pessoa definitivamente não era Erick. Aquela situação estava enlouquecendo-o. Esperava do fundo do coração que não surtasse. Tinha que se manter concentrado, pois, se os pensamentos sobre o que tinha feito para Erick tratá-lo assim viessem a tona no meio da prova, ele não teria a menor chance.

Então tratou de se concentrar no chiclete que estava mastigando naquele momento, mesmo não sendo muito bom praticar qualquer atividade física mascando-o. Depois de tanto tempo, tinha adquirido a habilidade de não engolir chicletes enquanto praticava alguma coisa.

Confirmaram a presença de Henry e ele se posicionou na plataforma de uma das raias. Colocou os óculos, entregou o roupão para Vanessa e se inclinou, tocando as mãos na plataforma, esperando o apito de partida.

Então começou, Henry pulou na piscina quando ouviu o apito e começou a nadar crawl o mais rápido que eu conseguia. Como todas as piscinas olímpicas possuem cinquenta metros, ele teria que ir e voltar para completar os cem metros necessários. Mantendo o foco nas braçadas, pernadas e respiração, Henry conseguiu completar a prova sem muitos problemas.

– Um minuto e vinte segundos! – disse o treinador na borda da piscina, cronometrando o tempo de Henry – Você chegou em primeiro, mas vamos aguardar pra ver os outros competidores.

Ele assentiu, tirando a toca e os óculos. Saiu da piscina, vendo que o próximo grupo estava se preparando. Vanessa lhe entregou o roupão e ele o vestiu, indo se juntar à Clarisse, que nadaria na quinta bateria.

Henry começou a conversar sobre coisas banais e assim ficaram até que ela teve que ir nadar, então ele a acompanhou com o olhar, arrependendo-se logo em seguida. Na raia mais próxima dele, Erick se preparava para nadar também. A touca cobria seus cabelos loiros; os óculos ainda não tinham sido postos, permitindo que Henry visse o olhar de indiferença que ele tinha enquanto conversava com uma garota.

Então começou a prestar atenção no que ela falava para ele, pois pareciam estar discutindo.

– Eu já disse mil vezes que você não pode nadar de camisa! – ela exclamou.

– Então beleza, simplesmente não participo – ele disse indiferente, saindo da plataforma.

– Mas nós precisamos de você!

– Eu não preciso disso, então to pouco me fodendo. Vocês precisam mais de mim do que eu de vocês. Ou eu nado com camisa, ou eu não nado. Simples assim.

Henry nunca pensou que veria Erick recusar ajudar outra pessoa. Não era de seu feitio fazer aquilo, muito menos daquela forma. Além disso, estranhou o fato de ele querer nadar com camisa, nunca teve vergonha de seu corpo, até onde Henry podia se lembrar.

Um sargento chegou perto para perguntar o que estava acontecendo e avisar que eles deveriam se apressar para a prova. A garota explicou a situação e, por pura impaciência, o sargento disse que Erick poderia nadar com camisa.

– Você é um idiota! – ela disse para Erick, antes de se afastar. Ele lhe lançou um sorrisinho cínico e colocou os óculos, preparando-se para a largada.

Enquanto aquela bateria era executada, Henry não conseguia tirar os olhos de Erick, muito menos parar de pensar no que diabos estava acontecendo com ele. Queria chegar e perguntar, mas simplesmente não conseguiu. Então colocou na cabeça que seria obrigado a confrontar Erick no jantar.

Quando aquela bateria e a última acabaram, deram cinco minutos para os competidores terminarem de se vestir para a corrida. Henry já estava pronto, então se juntou à Vanessa, Antônio e Clarisse na linha de largada. Quando todos os competidores estavam lá, os organizadores puderam dar inicio àquela prova.

Henry largou com calma, adotando um ritmo constante, afinal, tinham que percorrer um quilômetro correndo e não adiantava se cansar logo ao início. Não estava tão cansado, então foi tranquilo manter o ritmo nos primeiros duzentos metros da prova. Ele tentava ignorar tudo a sua volta, acompanhando a trilha delimitada por cones laranjas.

Não sabia quanto tempo tinha se passado, mas já estava começando a suar e ofegar um pouco mais. Tinha deixado bastante gente para trás, ficando com poucos competidores a sua cola. Infelizmente, Henry notou que Erick era um dos que estava próximo.

Sua mente vacilou um pouco, mas conseguiu voltar a se focar na respiração quando parou de olhar para Erick, que estava só alguns poucos metros a sua frente. Correu alguns segundos com os olhos fechados, certificando-se antes que a trilha estava reta naquele trecho.

Quanto mais avançava, mas ofegante sua respiração ficava. Estava quente e o sol castigava sua cabeça sem dó nem piedade. Poderia ter desmaiado ali mesmo, mas tentou manter a mente focada para seguir em frente. Tinha sorte que possuía bastante resistência, tanto cardiorrespiratória quanto muscular.

Subir uma parte íngreme do trecho foi o que deixou muita gente para trás. Henry não fazia ideia de quanto tempo estava correndo, apenas sentia cada vez mais o suor descendo pelas suas costas e braços. Quando chegou ao topo daquela parte, notou que mais a frente estava a linha de chegada, tinham apenas que descer uma parte íngreme e correr os cem metros da pista de atletismo.

Deu o máximo de si naquele momento, algumas pessoas mantendo o ritmo na sua frente. Passou por algumas, ficando entre duas meninas, Erick e outro garoto que liderava a prova por poucos metros.

Quanto mais a linha de chegada se aproximava, parecia que mais os músculos de Henry gritavam por descanso, o que acabou diminuindo um pouco o ritmo dele nos últimos metros. Mesmo assim, conseguiu ultrapassar o cara que até então liderava, mas que aparentemente perdeu o ritmo nos últimos momentos. Por fim, chegou em segundo, logo atrás de Erick.

Antes mesmo que pudesse parar e respirar, o treinador foi até ele com um sorriso no rosto.

– Você conseguiu completar em 7 minutos! – ele exclamou – Isso é fantástico! Acho que temos chances de vencer! Você foi muito bem na natação também.

Henry apenas assentiu e aceitou a garrafa de água que o treinador lhe estendia enquanto tagarelava mais um pouco. Ele foi até a mesa de frutas, pegando uma melancia e sentando-se por ali perto. Ele pediu o celular que tinha deixado com o treinador e digitou uma mensagem para Chris, dizendo que tudo tinha ocorrido bem.

“Parabéns, Chibi! Mal posso esperar para nos vermos de novo ;)”, Chris respondeu.

Henry sorriu para o celular com um revirar de olhos. Era um apelido carinhoso que Chris decidiu nomeá-lo e mesmo se referindo à sua altura, ele gostava. Porém o outro só o usava quando estavam sozinhos ou por mensagens. Deixou o celular de lado e passou os olhos pelo local para ver se encontrava Erick, mas não o achou em nenhum lugar.

Era oficial. Conversariam no jantar, nem que para isso fosse preciso amarrar Erick. Ou sedá-lo.

[…]

Conseguiu encontrar Chris apenas na hora do jantar, às sete horas, que foi quando se reuniram no rancho. Depois do biathlon, Henry foi para o alojamento descansar um pouco, mas Chris provavelmente estava treinando handebol com o time, então não estava lá para ficar com ele.

Serviu-se da comida e sentou-se com seu time e o de handebol.

– Fiquei sabendo que você fez um ótimo tempo – comentou Ricardo, animado. – Será que ganha medalha? Seria incrível se ganhasse.

– Duvido um pouco, mas só esperando o tempo dos outros alunos para ver – Henry deu de ombros – Acho que amanhã divulgam a colocação.

Continuaram conversando babaquices, mas Henry não estava prestando atenção direito. Não tinha se esquecido de que forçaria Erick a falar com ele naquela hora. Então, ficava comendo e olhando para o rancho, a procura do garoto. Não seria difícil achá-lo, Erick tinha quase 1,85. Era tão complicado quanto achar um poste.

Quando terminou e estava na mesa apenas por estar, ouvindo mais ou menos o que seus amigos falavam, viu que Erick tinha se levantado de uma mesa só um pouco distante da sua. Levantou-se rápido e seguiu na direção do amigo, ignorando as perguntas de Chris e Rick e dizendo que voltaria logo.

Henry chegou perto de Erick, já o arrastando para fora do rancho e levando-o para um lugar onde não tinha tivesse ninguém, embora o lugar escolhido não fosse tão isolado quanto ele desejava. De qualquer forma, poderiam ter um pouco de privacidade se falassem baixo.

Erick pareceu espantado quando eles pararam perto da parede.

– Mas que merda você pensa que está fazendo? – a voz de Erick tinha surpresa e raiva.

– Oi, Henry! Caralho, quanto tempo não nos vemos, né? Como você tá, cara? O que anda fazendo nesse tempo que eu fui um babaca e não falei direito com você? E a Marge, como ela tá? Ela já passou para a faculdade? Estava com saudades de vocês! – disparou Henry, com certa raiva na voz – Era isso que eu esperava ouvir quando nos víssemos depois de tanto tempo. “Não importa, estamos atrasados” – disse debochadamente fazendo aspas com os dedos – Que merda foi aquela?

Henry nunca admitiria que esperava muito mais do que aquilo que havia dito.

Erick apenas o encarou de volta, com aquele olhar mortal que não saía de seu rosto de jeito nenhum. Ele cruzou os braços na altura do peito e franziu o cenho por pura raiva.

– Quando você decidiu virar gay? – perguntou Erick. Henry foi pego de surpresa, mas fez o máximo para não mostrar que estava surpreso, então devolveu com rapidez.

– E você? Quando decidiu virar um babaca?

Erick franziu o rosto com uma raiva evidente. Mas seu rosto também demonstrava um pouco de surpresa, provavelmente pelas atitudes de Henry, que definitivamente não eram assim tão decididas na época em que os dois ainda mantinham contato.

– Só responda a minha pergunta. – Erick ordenou, autoritário. Henry conteve a vontade de revirar os olhos.

– E isso importa onde que eu ainda não saquei? – perguntou Henry, com um tom claramente sarcástico na voz.

– Importa sim, e você não precisa saber por quê. – rebateu Erick. Henry estava começando a se irritar com aquela atitude completamente infantil.

– Claro, porque você nem deveria se importar com quem eu pego ou deixo de pegar pra começo de conversa! Isso não é problema seu. – disse Henry. Ajeitou os óculos no rosto e continuou olhando para Erick. – Que merda de atitude é essa? Você não era assim.

– As coisas mudam. – disse, frio. – Anda logo, eu não tenho o dia todo.

Henry não perdia a paciência com facilidade, mas aquilo já estava beirando o ridículo. Sem perceber, trincou os dentes e cerrou os punhos.

– Eu não devo satisfações pra você e sim o contrário.

– E que tipo de satisfação eu deveria dar para alguém como você? – Erick esboçava um sorriso irônico e irritante.

– Que tipo de satis... Espera aí, o quê? – perguntou Henry, completamente chocado.

– Isso mesmo. Não devo mais nada desde que você me abandonou para ficar com um cara aleatório naquela festa ano passado! – resmungou Erick, agora com uma raiva perceptível na voz. Ele nunca foi bom em esconder quando algo o incomodava, pelo menos isso não havia mudado.

– Não acredito que você está com essa babaquice toda por causa disso! Não acredito que parou de falar comigo por isso!

– Não, mas eu não escolhi ser seu amigo para isso. Se eu soubesse o que você se tornaria, nossa amizade teria acabado ainda na infância!

Aquilo elevou a irritação de Henry ao nível máximo, além de causar uma dor enorme em seu peito, como se houvesse rasgado seu coração. Não estava esperando por aquilo. Não estava esperando que seu melhor amigo fosse alguém preconceituoso e insensível a ponto de quebrar seu coração daquela forma. Por mais que ele negasse, nutria sentimentos amorosos por Erick desde aquele maldito acidente, e ouvir aquilo justo dele o estava matando.

Mas Henry sentiu algo dentro de si quebrar com aquela situação. Toda uma imagem que tinha de Erick foi despedaçada naquele instante. Ele tinha alguma noção do quanto aquelas palavras feriam? De como estava sendo um completo babaca?

Henry não teve uma resposta para dar para Erick e nem precisou, pois alguns caras que estavam com ele de manhã o chamaram ao longe, solicitando sua presença. Erick falou alguma coisa que Henry não se deu ao trabalho de entender e encarou-o, olhando dentro de seus olhos castanhos com sua mais nova amiga frieza.

– Como eu disse, não tenho o dia todo – ele falou – Mas quero que saiba que essa merda toda é culpa sua.

Então deu as costas e saiu andando, deixando Henry completamente desnorteado com essas últimas palavras. Culpa dele? Culpa dele? O que diabos tinha feito para Erick agir daquela forma com ele?

Passou um filme rápido na sua cabeça, lembrando do que tinha feito nos anos em que se separaram e Erick começara a agir de forma tão estranha. Não estava acreditando que ele ter ficado com um cara na festa ano passado era o motivo daquilo tudo. Conhecia a mãe de Erick, sabia que ela não era uma pessoa preconceituosa para passar isso para ele. Apesar de conhecer bem menos o pai do amigo, também duvidava que ele fosse se deixar levar por algo tão banal quanto aquilo.

Raiva, dor e nervosismo começaram a subir pelo seu corpo, consumindo sua mente. Apalpou os bolsos, a procura de um de seus chicletes, mas não havia nenhum lá. Pegou os headphones que ficavam em seu pescoço e colocou-os sobre as orelhas, conectando-os ao seu celular, as mãos ainda um pouco trêmulas. Então viu que, além de a bateria do celular ter descarregado, o Ipod não estava com ele, então não poderia ouvir música ou jogar algum jogo para se acalmar.

Começou a estalar os dedos incessantemente, o nervosismo subindo pelas suas entranhas, quente como o inferno. Encostou as costas na parede e desceu até cair sentado no chão, não se importando com mais nada ao seu redor além de seus pensamentos autodestrutivos. Estava se segurando para não chorar ali. Os olhos arregalados olhando para um ponto fixo o impediam de derramar as lágrimas, mas não de formá-las.

Torcia os dedos com fervor, deixando-os doloridos. Mas não se importava com a dor. Na verdade, estava gostando de sentir algo físico que fosse forte o suficiente para se sobrepor à destruição emocional. Com certeza um soco na boca do estômago teria doído menos do que aquelas palavras.

“Eu estraguei uma das poucas amizades que considerei verdadeira durante minha vida toda?”, ele pensava. “Eu nunca deveria ter feito isso.”

– Eu não... – murmurou para si mesmo.

Então, mãos quentes cobriram seu rosto, levantando-o para cima. Por um segundo, diante do toque, pensou que Erick estivesse ali, pronto para pedir desculpas e dizer que nada daquilo era verdadeiro, que tinha inventado tudo para assustá-lo. Mas se decepcionou ao encontrar o rosto de Christian lhe encarando com total preocupação.

– Meu Deus, Chibi, o que aconteceu com você? – a voz de Chris soava preocupada e alarmada. Henry soube que estavam sozinhos assim que Chris o chamou daquela forma.

A garganta de Henry estava fechada, ele não conseguia falar. Sua respiração estava ofegante, a sensação dos pulmões murchando e não sendo preenchidos por ar era horrível como sempre. O coração estava tão acelerado que martelava na cabeça de Henry, o que, além de agoniá-lo, impedia-o de entender Chris.

Tentava respirar com calma conforme Chris ia segurando seu rosto e falando com ele, a dor persistindo. Chris sabia o que fazer nessas horas. Conviveu com Henry o suficiente para saber o que estava acontecendo e como acalmá-lo. Apesar de saber que não precisava dizer que estava tendo uma crise, Henry sempre tentava explicar mesmo assim, embora naquele momento fosse impossível.

Chris entendia, sempre entendeu.

Por isso, começou a cantar uma das músicas preferidas de Henry, que sempre o acalmava. A letra era reconfortante e ele gostava disso, além de adorar ouvir Chris cantar, mesmo que o garoto não tivesse uma bela voz.

I'm nuts, baby, I'm mad. The craziest friend that you've ever had. You think I'm psycho. You think I'm gone. Tell the psychiatrist something is wrong – a voz de Chris estava rouca e ficava engraçada naquela música cantada por uma mulher. Mas Henry não se importava, e logo começou a reagir à música. Sua respiração foi ficando cada vez mais estável, os batimentos cardíacos desacelerando aos poucos. – Over the bend, entirely bonkers. You like me best when I'm off my rocker. Tell you a secret, I'm not alarmed. So what if I'm crazy? The best people are. Vamos, Henry, canta comigo.

All best people are crazy. All best people are – conseguiu cantar junto com Chris.

Sim, Henry se achava um louco por ser tão ansioso e nervoso. Odiava isso do fundo do seu coração, mas não era algo que pudesse mudar apenas com força de vontade. Estava começando a se sentir melhor, a respiração voltando ao normal aos poucos e seu coração desacelerando lentamente a medida que continuavam a cantar.

Sentia-se um pouco melhor quando ouvia essa música. Se ele era louco, era bom saber que, alguém, em algum lugar do mundo, achava-o perfeito mesmo assim. Achava-o uma boa pessoa.

Por mais que detestasse admitir, lá no fundo ele desejava que esse alguém fosse Erick.


Notas Finais


Então? Críticas? Elogios? Pedradas?
Gostaria muito que vocês me dissessem nos comentários o que estão achando! É muito importante para mim e para a história! Quero saber se estou fazendo um trabalho bom, já que é minha primeira original postada aqui no site, então por favor, comentem! Eu respondo todos os comentários com muito amor e carinho ♥
Quero agradecer extremamente a todos que me mandaram comentários até agora! Fico muito feliz que estejam gostando da história *-*
Espero que me acompanhem nessa jornada até o final, pois tem muita treta para rolar ainda haha
Nos vemos nos comentários! Não seja um leitor fantasma!
PREVISÃO PARA O PRÓXIMO CAPÍTULO: 20/11
Ghost Kisses
~Marceline


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...