História Além de mim - Depois...

Majo acordou com uma baita dor de cabeça, demorou um pouco para abrir os olhos por conta da claridade e quando olhou pro lado quase surtou ao ver Cirilo, olhou em volta recordando da noite passada e deu um tapa em sua testa, o que foi um erro já que aumentou ainda mais a dor. Tentou se levantar calmamente sem acordar o Rivera, mas falhou pois nesse momento ele abriu os olhos e se assustou ao ver Maria, quando ia falar alguma coisa foi cortado pelos gritos de Jaime vindo da sala.

- CIRILOOO O DANIEL TÁ AQUI, ELE QUER FALAR COM. - O Palilo perdeu a fala quando adentrou o quarto, ele estava completamente surpreso com o que via. Majo e Cirilo se olharam e puxaram Jaime para dentro fechando a porta em seguida.

- Olha Jaime você vai lá fora e diz pro Daniel que eu não tô bem e fala que eu converso com ele depois. - Falou enrolado no lençol. Majo correu para dentro do banheiro e se vestiu apressada. 

- Tá legal mass você vai me explicar essa história direito depois tá ouvindo? - Falou Jaime saindo do quarto ainda confuso. Majo saiu do banheiro de cabeça baixa com vergonha.

- Eu já vou indo, depois a gente conversa sobre isso. - Falou apontando para os dois. Cirilo desconfortável só afirmou com a cabeça. Ela saiu devagar esperando que Daniel já tivesse saído, chegou na sala encontrando Jaime que a encarava seriamente e Val que ainda dormia, ela só deu um tchau baixo e foi embora apressada. Carmen chegou ao colégio e a única pessoa da turma que encontrou foi Jorge.

- Éé eu acho que ninguém vem. - Falou ela se sentando ao seu lado com cara de sono. Ele deu um bocejo e respondeu.

-Tão tudo é dormindo, é oque eu deveria tá fazendo também. 

- Porque a gente é assim? 

- Tá aí uma coisa que eu não entendo, até mesmo o Dani e a Majo não vieram. Dá licença. - Falou se deitando no banco com a cabeça apoiada nas pernas de Carmen.

- Mal de nerd querido, olha vê se não dorme. - Disse ela e no segundo seguinte o sinal tocou, Jorge se levantou praticamente a força e Cah só balançou a cabeça afim de afastar o sono, o que não estava dando certo e os dois seguiram para a sala. Durante a aula eles tentavam a todo custo não pegar no sono tanto que quando o sinal tocou avisando o fim da primeira aula eles se espantaram. Jorge se aproximou da mesa de Carmen e falou.

- Olha eu não tô nem um pouco afim de assistir aula mais não.

- Nem eu mauricinho.

- Se a gente pudesse ir embora, o problema é que a gorda não vai deixar, e com certeza não tem como fugir. - Falou ele suspirando.

- Você que pensa meu querido. - Falou Cah o olhando com um sorrisinho no rosto. Carmen puxou Jorge para o lado de fora da sala, eles já estavam com as suas bolsas o que causou estranhamento pelo resto da turma.

- Onde vocês pensam que vão? - Falou Alana uma das colegas de classe deles.

- Isso não te interessa. - Respondeu Jorge impaciente, parte da classe que se encontrava do lado de fora logo parou para ver e um deles gritou " Eita Alana eu não deixava."  Claro que ela respondeu.

- Se não me interessasse eu não estaria perguntando idiota. - Carmen já estava impaciente pois queria ir embora logo.

- Você tá perguntando de besta pois sabe que a gente não vai responder, agora se me da licença eu tenho mais o que fazer do que gastar o meu precioso tempo com você tá legal. - Falou enquanto arrastava Jorge para longe dali deixando Alana com cara de tacho e os alunos zoando com ela. Eles já estavam quase na parte de trás da escola quando Jorge parou de repente deixando a nerd confusa.

- Pra onde é que a gente tá indo.

- Olha o Jaime me deu uma cópia da chave do portão dos fundos da escola caso eu precisasse, e não me pergunte como ele conseguiu porque que eu não sei. - Se apressou em dizer quando viu a cara dele. Já estavam quase chegando quando a diretora Olivia apareceu de repente.

- Onde é que vocês pensam que vão? - Nessa hora eles gelaram completamente e se viraram para ela. 

- Estamos dando uma volta sabe, conhecendo um pouco o lugar. - Falou Carmen sorrindo amarelo.

- É isso mesmo, olha Cah como é linda essa parede. - Comentou Jorge olhando para uma parede em branco enquanto a Carrilho tentava segurar o riso.

- Vocês acham que me enganam? Voltem já pra sala, sinceramente eu esperava mais de. - Mas ela não conseguiu terminar a frase pois Graça vinha correndo em sua direção avisando sobre uma briga. Eles aproveitaram a distração e fingiram que iam seguir para a sala, mas na verdade deram a volta e chegaram no portão correndo, conseguiram abrir e continuaram até está a uma distância segura da escola, pararam ofegantes e Jorge perguntou.

- Tá legal, oque a gente faz agora?

- Você eu não sei, mas eu vou pra casa dormir e fazer vários nadas, tchau. - Respondeu Cah se despedindo dele com um beijo no rosto. Eles seguiram caminhos diferentes pois a casa deles eram distantes, ela colocou seus fones e seguiu cantando sua atual música preferida: "I hate you I love you, I hate that I want you ,You want her, you need her And I'll never be her..." . Kokimoto e Bibi acordaram assustados com os gritos da mãe dele que batia na porta sem dó  "BIANCA, KOKIMOTO ACORDEM AGORA. EU VOU SAIR E VOU DEIXAR O SEU IRMÃO PRA VOCÊ OLHAR, TCHAU." Bibi se mecheu e virou em direção a Koki esfregando os olhos de sono.

- Super delicada a sua mãe hein? - Disse sorrindo enquanto se espreguiçava, ele deitou ao seu lado e ia lhe dar um beijo só que ela virou a cara.

- Agora não, eu vou me escovar primeiro.

- Minha fresquinha linda, sabe que eu amo te ver acordar assim toda descabelada? - Disse a abraçando e começando a lhe fazer cócegas.

- Pa-pa-para eu to-to com re-ressaca. - Disse entre as gargalhadas. Ele sentou na cama sorrindo.

- Eu te amo ruiva.

- Também te amo mas não faz mais isso, eu tô com dor de cabeça.- Ela respondeu enquanto recuperava o fôlego.

-  Caramba ainda é nove horas- Falou olhando o celular.- Ela não podia ter deixado a gente dormir mas um pouco?! Sabe de uma coisa, tem uma pessoa que amaria acordar a essa hora.. -  Disse sorrindo já enviando dezenas de áudios pro Paulo e fazendo inúmeras ligações também enquanto Bibi não parava de rir.

- Ele vai te matar darling. - Kokimoto só deu de ombros sorrindo e se levantou indo em direção ao banheiro.Paulo acordou devido as ligações e ficou imediatamente preocupado, quando atendeu Koki disse rindo que era bom pra ele acordar cedo, Guerra o xingou e disse que ia ter volta, deitou de novo mas não conseguiu dormir, resolveu beber água pra ver se o sono voltava, de acordo com a lógica dele. Ele  caminhava em direção a cozinha sonolento, quando chegou se deparou com uma pessoa que não esperava.

- Mãe?! O que você tá fazendo aqui? - Perguntou se sentando a mesa.

- Eu acordei meio mal então resolvi ficar em casa hoje. - Respondeu Lílian enquanto tomava café.

- Mas você está melhor? 

- Estou, só foi um enjoo e um mal estar, deve ser virose. - Paulo percebeu que ela estava um pouco triste e quando ia perguntar o motivo ela pegou em sua mão e o encarou.

- Filho eu sou uma péssima mãe? - Aquela pergunta o pegou de surpresa, ele não sabia direito o que falar.

- Porque você tá perguntando isso? - Ela balançou a cabeça triste e falou.

- Eu estava pensando em quando vocês eram pequenos sabe, naquele dia com a Alicia, e percebi que nós não somos mais os mesmos, certo que vocês cresceram mas isso não tinha que significar nossa distância, eu tenho me saído uma péssima mãe, me desculpa por todo esse tempo que eu fiquei longe de vocês e não dei o seu devido carinho, a devida atenção, mas eu vou tentar compensar, nunca é tarde pra mudar não é? Eu falei com o seu pai e ele não sabe como se reaproximar de novo, ele tem medo de vocês acabarem brigando e isso nos afastar mais, nós erramos mas também aprendemos com os nossos erros, nós vamos tentar ser os pais que vocês merecem tá bom? Eu te amo meu bebê. - Desabafou ela chorando junto com o Guerra, eles logo se levantaram e ela o puxou para um abraço.

- Eu também te amo mãe, mas será que dá pra não me chamar mais de bebê? - Falou enquanto saia do abraço com a voz embargada rindo junto com ela.

-Você vai sempre ser meu bebezinho lindo tá ouvindo?! - Respondeu enquanto apertava a sua buchecha e Paulo revirava os olhos. Majo estava voltando pra casa a pé, seu celular estava descarregado e saiu tão apressada da casa de Cirilo que não notou, a todo momento pensava em Joana "Com certeza ela vai querer comer o meu fígado quando eu chegar em casa, além de não ter ligado eu ainda durmo fora sem avisar." Joana tinha se tornado parte da família para Maria, ela cuidava da menina com muito amor. Majo logo viu que estava chegando em casa e começou a correr com o salto na mão, estava muito cansada e queria ir logo se deitar, quando abriu a porta quase teve um mini infarto ao ver as duas pessoas que a encaravam visivelmente irritados. 

- Mãe?! Pai?! - Falou ela engolindo seco.