História Além de mim - Grávida...

Majo se acalmava aos poucos, Alicia e Valéria ainda não sabiam o que dizer só que no momento o mais importante era mostrar para Maria que ela não estava só.

- O que eu vou fazer agora? - Dizia ela soluçando saindo dos braços de Aly.

- Eu tenho certeza que o Dan não vai te deixar desamparada ele é muito responsável. - Falou Val tentando acalma-la o que não deu certo já que isso provocou outra crise de choro na patricinha.

- Ele não me merece, eu sou muito burra, caralho Maria porque você foi fazer isso?!. - Dizia ela falando pra si mesma  andando de um lado ao outro do quarto nervosa, as amigas a encaravam confusas, ela respirou fundo e falou tentando controlar as lágrimas inutilmente:

- Esse filho não é do Dan.

- Puta merda Majo eu não acredito que você traiu ele. - Disse Alicia sem reação.

- Não eu não trai, tecnicamente, até porque a gente tinha dado um tempo. - Disse olhando para Val que entendeu tudo.

- É do Cirilo. - Disse a Ferreira e Maria confirmou silenciosa. Aly a olhava pedindo uma explicação e Majo contou tudo, desde o dia da festa a conversa que teve com Cirilo.

- Bom, você não queria pensar em nada naquela noite e acabou esquecendo o básico. - Falou Valéria fazendo a Medsen lhe lançar um olhar raivoso mas no mesmo momento acabou concordando.

- Eu não sei o que fazer, tem noção do quanto eu vou magoar o Dani? Eu fiquei com o meu ex no mesmo dia que pedi um tempo pra ele, no mesmo dia que ele disse que me amava pela primeira vez! Ai meu senhor eu sou uma vadia. - Disse se apoiando na parede e deslizando até o chão. Aly se levantou e sentou ao seu lado.

- Pelo menos você é uma vadia com classe. Mas fala sério Majo você nem chega perto da Alana. - Disse sorrindo a fazendo dar um pequeno sorriso. - Você errou, errou e feio mas quem não erra? O que importa agora é essa pequena vida que está aqui. - Disse a morena colocando a mão na barriga de Maria, naquele momento a ficha dela caiu, ela ia ser mãe, a partir desse dia a vida dela não se resumiria a ela mesma. E isso foi o bastante para que ela caísse no choro de novo. Val correu para abraça-la junto com Alicia. 

- Tem uma criança aqui dentro e isso é assustador. Mas que merda. - Dizia ela entre os soluços com a mão na barriga.

- Bom essa é a definição de estar grávida. AÍ. - Falou a Ferreira recebendo uma cotovelada de Alicia.

Ela levantou a cabeça e encarou as amigas.

- Como eu vou contar pros meus pais? A minha mãe vai me matar. E o Dan? Caramba eu não sei o que pensar. 

- Em primeiro lugar eu acho que você tem que falar com o pai dessa criança, ele tem o direito de saber. - Falou Gusman sendo apoiada por Valéria.

- Você não vai passar por essa loucura sozinha, nós somos suas amigas e vamos estar sempre aqui. Até porque eu quero ser madrinha já tô avisando. - Disse a abraçando.

- Obrigada meninas, por tudo. Agora eu vou falar com o Ciro e depois eu vejo o que eu faço. - Disse se levantando e seguindo em direção ao seu celular que estava na cama. As meninas saíram do quarto pra dar privacidade a ela e seguiram em direção a cozinha, Joana estava de folga nesse dia e o único que estava trabalhando era o motorista que no momento se encontrava no shopping com a mãe de Majo.

- Essa é a coisa mais surreal que já aconteceu com a gente. - Dizia Val tirando uma torta da geladeira para dividir com Alicia.

- Eu nunca imaginei a Majo grávida do Cirilo. Merda a viajem pro sítio. - Falou a morena.

- Eu acho que não vai ter mais, a Majo tá desse jeito, a Marce tá vomitando até as tripas. - Falava a Ferreira quando foi completada por Alicia.

- E a Marga tá de castigo. 

- Como? Porque?

- Ela fez uma tatuagem escondida e pelo que o Jorginho ta falando aqui teve a maior confusão na casa dela. - Falava Aly sorrindo lendo a mensagem de Jorge.

- Nossa mas ficou linda, olha. - Disse Val mostrando a foto para a amiga.

- Ficou mesmo, agora deu até  vontade de fazer uma.

-Faz uma igual a do Paulo, ia ficar tão fofo. - Falou fazendo a morena revirar os olhos. Nesse momento Maria entrou na cozinha com os olhos inchados e puxou a torta toda pra si fazendo Val a olhar feio.

- Nem vem eu tô grávida. Falei com o Cirilo e ele disse que vai falar com os pais dele hoje, ou seja, é melhor eu falar com os meus também. 

- Dona Clara vai surtar, agora vai ter dois bebês nessa casa. - Disse Val sorrindo fazendo Majo bufar.

- Se ela não me expulsar quem sabe?

-Ela não vai, caramba é a sua mãe. - Disse Alicia fazendo Majo derramar algumas lágrimas e falar com a voz embargada:

- Exatamente, é da minha mãe que a gente tá falando, a senhora perfeição. A primeira coisa que ela vai dizer vai ser : O que as pessoas vão pensar? Minha filha de 17 anos grávida e ainda por cima não é do namorado.

- É o quê Maria Joaquina? - Nesse momento elas três viraram de repente encontrando Clara que estava completamente pálida, Majo engoliu seco dando sinal para as amigas irem embora, as meninas foram mas antes deram um abraço na patricinha desejando boa sorte.

- Muito bem pode começar a se explicar e eu espero que isso seja mentira. - Disse Clara se recuperando. Na casa dos Guerra Marcelina se encontrava deitada no sofá assistindo um filme.

- Tá melhor mana? - Perguntou Paulo assim que entrou na sala.

- Tô, o médico passou um remédio e eu tô me sentindo bem melhor. - Disse afastando as pernas para o irmão se sentar.

- A mamãe quase fica louca quando você começou a vomitar. 

- Mas o pior foi você e o papai acharem que eu tava grávida. - Resmungou a pequena mas logo caiu na gargalhada. - Você tinha que ter visto a cara do pai quando a mamãe falou que eu ia fazer um teste. - O Guerra acompanhou ela na risada quando Lílian chegou do trabalho. 

- Mãe porque você veio a essa hora? - Perguntou Paulo procupado.

- Eu tava preocupada com a minha bonequinha e não aguentei e resolvi vim pra casa logo. - Respondeu enquanto se abaixava no sofá e beijava a testa de Marce que sorria.

- Pelo menos a febre passou, já tá na hora do seu remédio. - Dizia ela vendo a filha fazer uma careta e balançar a cabeça negativamente. - Nem venha Marcelina Guerra infecção intestinal é coisa séria.

- Eu sei, é só que essa coisa tem um gosto horrível. - Falou manhosa.

- Como você consegue ser tão mimada? - Perguntou Paulo rindo.

- Deixa a minha pequena em paz, ela tá doente. - Falou Lílian saindo da sala defendendo a filha enquanto Marce dava lingua pro Paulo. O clima na casa dos Guerra estava totalmente diferente da dos Medsen. Clara escutava a filha completamente nervosa, mas não poderia se estressar muito por conta do bebê então estava tentando manter a calma. Majo terminou de contar o resumo de tudo chorando.

- Eu só preciso saber se você quer ter essa criança. - Disse Clara friamente. Maria a olhou incrédula.

- Você acha que eu teria a irresponsabilidade de tirar a vida de um inocente?

- Não duvido nada já que você teve a irresponsabilidade de "fazer" este inocente. - Respondeu ela amarga. - Agora não pense que eu ou seu pai vamos sustentar essa criança, este é um problema seu.

- O que você quer dizer com isso? - Indagou Maria confusa.

- Seu pai não sabe de nada,você é menor de idade e não tem emprego, porque você não dá essa criança pros Rivera criarem? Tenho certeza de que eles vão aceitar na hora. Pensa filha, você não vai ter mais nenhuma responsabilidade, vai poder terminar seus estudos,viajar e ter um futuro brilhante como o que a gente sempre sonhou. Nós vamos para um sítio e ficamos os nove meses lá, aí você não precisa passar por toda a humilhação e constrangimentos de gerar essa criança aqui. - Falava Clara se aproximando da filha e segurando em suas mãos. Maria se afastou rapidamente da mãe e a olhava revoltada.

- Eu nunca abandonaria essa criança. Eu posso não ser a pessoa mais responsável do mundo, ou a mais perfeita mas eu não vou fugir. Essa criança não pediu pra vim ao mundo mas ela está aqui. - Falava com a mão sobre a barriga. - E eu nunca a abandonaria, agora ela é parte de mim e isso é completamente assustador e eu sei que não vai ser fácil, muitos vão me criticar, fazer piadinhas ou me ignorar completamente mas nada disso importa porque eu vou dar o meu melhor por ela. Eu não preciso das suas críticas, eu só preciso da minha mãe, eu só preciso do seu abraço, de você me dizendo que vai fizar tudo bem porque você vai estar ao meu lado, pelo menos uma vez só seja a minha mãe, eu estou completamente assustada e perdida e nesse momento eu só preciso de você, por favor. - Majo chorava sem forças nenhuma para continuar discutindo. Clara a olhava e sentia um aperto no coração mas o seu orgulho e senso do que é certo para ela estava falando mais alto do que o seu amor pela filha.

- E eu estou aqui, estou dando a você uma oportunidade de ser uma adolescente normal mas você não quer, então vai ter encarar as consequências da sua decisão, você não se protegeu e acabou gerando essa criança indesejada e eu não vou sustenta-la.

- Eu não acredito que você tá me expulsando de casa. - Dizia completamente desolada. Clara virou as costas para a filha e derramou lágrimas silenciosas.

- Mãe, mãe por favor olha pra mim. Não faz isso por favor.- Falava Maria se aproximando mas viu que a mãe estava irredutível e se afastou enxugando as lágrimas inutilmente. - Então tá se você quer assim. Eu não vou mas ficar mendigando sua atenção ou o seu carinho, eu só espero que você seja uma mãe totalmente diferente pra essa criança do que está sendo pra mim neste momento. - Majo se virou e seguiu rumo ao seu quarto, na cozinha a sua mãe chorava e não sabia ao certo se tinha tomado a melhor decisão mas não ia voltar atrás, o orgulho era maior. A Medsen fez uma pequena mala e no momento em que saia de casa encontrou quem ela menos queria ver no momento.

- Majo pra onde você vai? - Ela o encarou triste, não queria ter que conversar com ele naquele momento.

- Dani me perdoa, eu te amo nunca duvide disso. Nós conversamos depois por favor não me pergunta nada agora. - Disse ela chorando e se despedindo dele com um selinho demorado e depois seguindo em direção ao táxi o deixando para trás completamente confuso e preocupado.