História Além do Horizonte. - Quebrado...

Eu não sabia o que dizer, só queria trocar de lugar com ele tirá-lo dali arrancar toda aquela dor, mas eu não podia, uma enfermeira vem me dizer que o tempo havia acabado e eu tinha que sair, Oliver só me olhava seus olhos inchados não transmitiam a alegria de antes e aquilo estava me assustando, deu um leve beijo em sua testa e vi mais lágrimas rolarem de seus olhos, sai sem dizer nada.

Do lado de fora do CTI o Dr Gregory veio falar comigo.

__Connor você está bem? __Ele percebeu que tinha ficado abalado com o estado de Oliver.

__Eu... não sei, ele está tão Machucado.

__Não se preocupe, aqueles hematomas e manchas sumiram, ele voltará a ser como antes, e ele está se recuperando bem, se o quarto continuar assim vamos transferi-lo para a enfermaria.

__Enfermaria? Não...ele não pode ir para enfermaria.

__Bom o seguro do senhor Hamilton não cobre uma hospedagem em quarto particular.

__Não, eu pago... não vão levá-lo para enfermaria.

__Tá certo, então o senhor tem que ir até o financeiro do hospital e acertar tudo.

__Sem problema doutor, mas agora como ele está ele vai ficar bem?

__De acordo com os últimos exames feitos está tudo bem agora, vamos esperar como disse se tudo correr bem vamos transferi-lo para quarto.

__Tudo bem, vou até o financeiro do hospital e depois vou em casa preciso de um banho.

__Isso, vá descanse um pouco, o senhor Hamilton vai precisar de todo apoio para sua recuperação.

Agradeci ao médico, resolvi tudo para a transferência de Oliver, e fui para casa, na saída do hospital, vejo Natália se aproxima com dois senhores, ela caminha em minha direção.

__Ola, Connor como ele está?

__Bem, o médico disse que se tudo correr bem ele vai ser transferido para quarto.

__Graças a Deus, deixa eu te apresentar esses são o senhor é a senhora Hamilton, os avós de Oliver.

__Ah... é um prazer conhece-los sou Connor Walsh, um amigo de Oliver.

__E um prazer conhecer você rapaz...e obrigado por cuidar do nosso menino.

__Sem problema senhora Hamilton.

__Me chame de Marta, querido.

__Claro Marta, eu vou em casa trocar de roupa e comer alguma coisa, mas eu volto assim que terminar.

__Não precisa se preocupar, agora nós estamos aqui, cuidaremos dele, mas obrigada mesmo assim.

Vejo eles entrarem no hospital, me senti estranho com o final daquela conversa, me senti excluído da vida de Oliver, mas não pensaria nisso agora, precisava de um banho e ligar para Bonnie, mais tarde quando voltasse veria como as coisas se encaminhariam.
 

Eu estava deitado em uma cama de hospital, mas como tinha ido parar ali? Meu corpo todo doía, minha cabeça estava pesada toda coberta de faixa, estava tudo confuso, vejo um homem mais velho entra, estava de jaleco branco, devia ser o médico.

__Bom dia senhor Hamilton, como está se sentindo?

__Quebrado...__Respondo tentando dar um sorriso, mas tudo doía.

__Vejo que não perdeu o bom humor,isso é bom.

__O senhor se lembra do que aconteceu?

__Hum...um pouco eu estava no estacionamento do supermercado e aí...a meu Deus...eu...aqueles homens...

__Calma... está tudo bem agora... você está seguro aqui, respira fundo essa sensação de pânico vai passar, tudo bem vamos transferir você para quarto, tem pessoas lá fora querendo te ver.

__Quem está lá fora?

__Seus avós, sua amiga Natália.

__Connor? Ele está lá fora?

__Ele ficou aqui desde que você deu entrada na emergência, ele foi em casa, precisava descansar, ele parece se importar bastante com você.

Não responda ao comentário do médico, não sabia se queria ver Connor, pelo menos não agora.

Fiz alguns exames e fui transferido para um quarto, que mais parecia um quarto de hotel, meu seguro não cobria isso então imaginei,"Connor"

Pouco depois das enfermeiras me acomodarem meus avós e Nati entraram, me senti feliz em vê-los, Minha avó Marta tinha lágrimas nos olhos.

__O meu menino...como você está.

__Não chora vovó, eu estou bem.

__E ai rapaz, já cantou alguma enfermeira gostosa?

__Nick, mas que pergunta besta...__Minha vó repreendia meu avô.

__Deixa vovó, já tô acostumado.

__E bom tiver garoto.__Meu avô diz sorrindo.

Eu estava me sentindo seguro rodeado pelas pessoas que eu amava, foi ai que senti sua falta, eu estava errado eu queria vê-lo.

Nati havia inventado uma história para justificar o meu estado para meus avós, estava tudo correndo bem quando ele entrou pela porta, tinha um ar tão cansado, mas ainda era lindo meu coração disparado, eu não conseguiria disfarçar a emoção de vê-lo.

__Oi...__Foi o que ele disse e sorriu pra mim, eu só queria beija-lo.__Oi eu respondi e ficamos ali perdidos em nossos olhares.

__Senhor Connor, voltou realmente como disse que faria.

__Senhora Marta, Oliver é um amigo muito importante para mim.

Olhei Connor me chamar de amigo, vi que ele estava querendo me proteger, mas eu não queria isso.

__Agora sou seu amigo Connor?

__Perguntei olhando no fundo, de seus olhos.

__Bom...eu não sabia se você irá querer contar agora para sua família...

__Contar o que? __Meu avô pergunta olhando para nós.

__ Este é Connor Walsh e ele não é meu amigo, ele é meu chefe e namorando.

Minha vó da um pequeno sorriso, ela provavelmente já desconfiava, mas meu avô, me olhou com um semblante duro, eu sabia que ele não levaria isso muito bem, mas antes que ele falasse alguma coisa o médico entra.

__Ola, boa tarde a todos, e como se sente senhor Hamilton.

__Bem doutor, só um pouquinho de tontura as vezes, mas estou bem.

__Bom Senhor Hamilton...

__Pode de chamar de Oliver.

__Certo, Oliver é sobre essas tontura que vim falar com você, tenho o resultado do sua ressonância e ela mostrou que pequenos ossos de seu ouvido direito foram quebrados, um deles perfurou seu tímpano, você teve uma perde de 80% da audição no ouvido direito, e com a quebra desses ossos você terá uma sequela, uma doença chamada labirintite, é ela que tem causado essas tonturas, mas no restante está tudo bem, se  continuar evoluindo assim  recebera alta em   dois ou três dias.

Eu não respondi nada, eu não seria mais o mesmo, estava danificado... quebrado...

__Oliver...__ouço a voz de Connor me chamar, mas eu não queria falar, eu só queria ficar sozinho...

__Saia todos...__Minha voz era fria.

__Meu menino, vai ficar tudo bem.__Escuto minha Vó dizer.

__Mas a única coisa que faço e repetir agora com mais força.

__Saiam... Agora.