História Além do Limite - A doce fuga.

“Acalme-se comigo e eu vou ser a sua segurança, e você vai ser a minha garota.”

 

Eu sentia meu peito bater de forma rápida, eu sabia que nada foi um sonho porque eu sentia o calor de seu corpo sobre o meu, e o seu cheiro misturado com o meu pairava sob o ar. Pela primeira vez depois de tanto tempo eu havia sentido paz, ela era a minha paz. Eu queria apenas permanecer ali com ela em meus braços porque ela me tirava da minha própria realidade.

Apertei seu corpo contra o meu ajeitando o cobertor sobre nós e olhei para seu rosto, ela estava tão serena, e isso me deixava aliviado porque sei que havia conseguido concluir com o meu objetivo, eu havia trazido paz á ela assim como ela trouxe á mim.

Pressionei meus lábios em sua testa por alguns segundos até sentir sua mão deslizar em meu peito.

─ Bom dia. ─ sussurrei contra sua testa.

Escutei ela resmungar e enfiar seu rosto em meu pescoço.

─ Memphis... ─ acaricio seu cabelo sentido sua respiração ali.

─ Shh. ─ ela levou seu indicador aos meus lábios.

─ Eu sei que está cansada. ─ não escondi a malicia em meu tom. ─ Mas seu irmão já pode ter notado o seu sumiço. ─ falo e ela se senta na cama me olhando atônita.

─ Meu Deus Jake! ─ sussurrou levando as mãos até seu cabelo.

Meu olhar desceu de seu rosto até seus seios, umedeci os lábios.

─ Eu te levo. ─ desviei minha atenção de seus seios, e ela acabou notando e puxou o cobertor para si, suas bochechas automaticamente coraram. ─ Mas só mais tarde.

Ela franze o cenho com uma ponta do cobertor na boca para poder prender seu cabelo em um coque e me impedido de ver seus seios, sorri colocando meus braços atrás da cabeça.

Eu queria guardar aquela imagem dela na minha mente pra sempre.

─ Você está bem? ─ pergunto baixo, eu temia a possibilidade de ter machucado ela.

Ela apenas assente e me da um sorriso pequeno.

─ Vem cá. ─ eu a chamo para o meu peito e timidamente ela se deita, com o cobertor entre nós. ─ Sabe que agora você é minha garota né? ─ ela me olha feio pelo meu tom de posse ─ Na verdade você sempre foi. ─ dei de ombros e sorri ─ Você só não sabia.

Olhava ela contornar a cruz em meu peito.

─ Por que estava no Bronx ontem? ─ indago baixinho.

─ Tina trabalha lá. ─ responde simples.

─ Tina? ─ percebendo meu tom confuso ela apenas dá de ombros.

─ Minha amiga.

Ela tinha uma amiga?

─ Amiga?

─ A conheci á um mês.

Soltei uma risada nasalada e ela me olhou.

─ Você sabe que não pode confiar nas pessoas. ─ sua expressão fica séria.

─ Ela é uma pessoa boa, e Jake já investigou toda a vida dela. ─ revira os olhos.

Como eu senti falta dessa mania irritante.

─ Está bem. ─ suspiro beijando o topo de sua cabeça. ─ Agora levanta, você precisa comer.

Ela resmunga e se senta novamente com sua cara emburrada, me sentando eu fico de frente para ela.

─ O que foi? ─ ela pergunta constrangida pela forma que eu a encarava.

─ Você é linda.  ─ beijo seus lábios de leve e ela sorri para mim.

Pego minha regata da noite passada do chão e a estendo para ela.

─ Veste.

Levanto da cama revelando minha nudez e caminho até o pequeno closet vestindo uma cueca limpa e uma calça de moletom, quando olho para cama vejo Memphis ainda sentada nela me olhando com uma cara de sono.

─ Vem. ─ puxo suas pernas para mim e ela enrosca seus braços no meu pescoço.

Desço as escadas com ela em meu colo e vejo Roman dormindo no sofá, passo por ele e dou a volta no balcão sentando Memphis ali.

─ Por que ele sempre dorme no sofá? ─ ela me pergunta olhando para Roman que roncava, apenas dou de ombros a olhando com atenção.

─ O que foi isso no seu rosto. ─ franzi o cenho acariciando o canto de sua boca que estava com um machucado pequeno, quase imperceptível, e a preocupação em minha voz era evidente.

Como eu não havia percebido isso ontem?

Ela desviou o olhar e entortou os lábios.

─ É apenas um machucado.

─ Quem fez isso Memphis? ─ minha voz saiu grave, ela baixou o olhar e suspirou.

─ Não é nada, sério.

─ Memphis...

─ Eu apenas me machuquei no treinamento de ontem.

─ Por que treinamento? ─ indaguei apoiando as mãos ao lado do seu corpo. ─ Tudo acabou.

─ Eu sei! ─ ela elevou o tom respirando fundo ─ Mas eu preciso aprender a me defender Justin.

─ Você tem a mim ruivinha ─ puxo seu rosto para o meu a fazendo me olhar. ─, você sabe que eu nunca deixaria nada acontecer com você.

─ Nem sempre você vai estar por perto, e eu preciso aprender não só por mim Justin. ─ umedeci os lábios ─ Mas também pelas pessoas próximas de mim.

Suspirei com o olhar baixo, ela tinha razão, nem sempre eu poderia estar por perto para impedir qualquer coisa que fosse, e essa sempre foi uma de minhas maiores preocupações.

─ Tudo bem. ─ tento me conformar ─ Mas a partir de agora você irá treinar somente comigo. ─ ela revira os olhos e passa seus braços por meu pescoço.

─ Não posso nem contrariar não é? ─ pergunta e eu nego. ─ Você é impossível.

─ O que quer comer? ─ esbarro meus lábios nos seus, tentando deixar aquele assunto de lado, por enquanto.

─ Qualquer coisa.

─ Qualquer coisa não tem. ─ ela revira os olhos, cutuco sua testa.

─ É melhor eu voltar para casa. ─ eu nego com a cabeça.

─ Agora não.

─ Mas Justin, você conhece o Jake...

─ Eu me responsabilizo. ─ ela solta um suspiro e acaricia minha nuca assentindo.

─ Não posso demorar muito. ─ sussurra contra os meus lábios.

─ Eu sei. ─ digo no mesmo tom que o dela puxando seu lábio levemente. ─ Vou preparar alguma coisa e a gente come lá em cima. ─ dei a ideia após ouvir Roman roncar mais alto.

─ Eu te ajudo. ─ ela me empurra para o lado e pula do balcão.

 

Memphis Hudson Point of View.

 

Sinto Justin me puxar pela mão em direção á um carro e o vejo desligar o alarme, ele abre a porta para mim e pisca antes de apontar para que eu entre, assim que me acomodo no banco eu assisto ele dar a volta ajeitando o boné na cabeça e entrar e automaticamente o cheiro do seu perfume tomou conta de todo o ar presente. Ele gira a chave e ajeita o retrovisor, e então ele finalmente me olha.

Negando com a cabeça ele se inclina e puxa o cinto ao meu lado o prendendo.

─ Você sempre esquece o cinto de segurança. ─ ele murmura bravo ligando o rádio, You Shook Me All Night Long começa a tocar assim que ele começa a dar ré.

─ Por que estamos indo de carro se a minha casa é ao lado? ─ pergunto e ele encolhe os ombros.

─ Preciso passar na farmácia. ─ pigarreia.

─ Para? ─ ele troca a marcha e permanece com a mão ali umedecendo os lábios.

─ Ontem eu não usei... ─ ele me olha ─ Você sabe.

Sinto meu rosto esquentar, e escuto ele rir.

─ Tem uma farmácia ao lado do Walmart. ─ ele pega seu celular do bolso. ─ Vou aproveitar e comprar algumas coisas que Roman pediu.

─ Mexer no celular enquanto está dirigindo pode causar um acidente. ─ debocho e ele me olha com aquele maldito sorriso de escárnio.

Ele para no semáforo e apoia o braço na janela, enquanto olhava para o retrovisor.

─ Posso escolher uma música? ─ peço e ele me olha assentindo.

Enquanto conectava o cabo auxiliar em meu celular eu sentia seu olhar me observando cada movimento, entro na playlist e escolho Burnin’ Up e deixo meu celular no suporte entre os bancos com o lábio preso entre os dentes.

─ Jonas Brothers? Sério? ─ ele pergunta dando partida assim que o sinal abriu.

─ Sou apaixonada por eles desde meus dez anos de idade. ─ me defendo, e ele solta uma risada nasalada.

─ Pensei que essa sua fase tinha passado. ─ murmura divertido.

─ Você também gostava! ─ acusei.

─ Tem razão. ─ ele me olha ─ Gostava do verbo não gostar mais.

─ Pena que eles se separaram. ─ suspiro. ─ A voz do Nick é tão sexy não é? ─ o olhar de Justin e de descrença.

─ Sexy é a minha.

Ele entra no estacionamento do supermercado e para o carro na primeira vaga que vê, assim que desliga o carro ele se inclina e minha direção abrindo o porta luvas pegando uma pistola e sua carteira.

─ Armado, sério? ─ sussurro para mim mesma.

─ Melhor prevenir no que remediar. ─ me olha enquanto colocava a arma na cintura. ─ Vamos.

Eu o olho séria.

─ Que foi?

Olho dele para a arma.

─ Memphis...

─ Justin só vamos a uma farmácia e mercado! Deixa a arma. ─ ele suspira tirando a arma da cintura e a aguardando no porta luvas.

─ Feliz agora? ─ pergunta cinicamente.

─ Sim. ─ beijo seus lábios e abro a porta do carro.

Puxo as mangas do moletom de Justin que eu vestia e abraço meu corpo tentando me proteger do frio, enquanto esperava ele acionar o alarme e vir em minha direção.

─ Já ligou pro’ Jake? ─ pergunta pegando minha mão. ─ Não quero ter que invadir sua casa pra te ver caso ele proibir você de sair.

─ Mandei uma mensagem pra ele dizendo que estava com Tina. ─ respondo, meu corpo reage a corrente de vento ao sairmos da parte coberta no estacionamento. ─ Até quando você vai ficar aqui? ─ pergunto baixo, ele funga.

─ Não precisa esquentar com isso, relaxa.

─ Uma hora você vai ter que voltar. ─ não o olho, mas sei que ele está me olhando.

Solto minha mão da sua e entro na farmácia indo em direção ao balcão onde uma garota estava com sua atenção no celular, ela nota minha presença e larga o celular se ajeitando.

─ Em que posso ajudar?

Respiro fundo tentando não corar, era uma coisa tão simples, era só eu dizer, pagar e ir embora.

─ Eu preciso de, de... ─ foi impossível não gaguejar, a garota me olha franzindo o cenho e eu engulo a seco.

─ Tem como pegar aquela pílula do dia seguinte pra mim? ─ sinto Justin atrás de mim dizer.

A garota assente e caminha para a prateleira dos fundos.

─ Fácil não é? ─ diz ele zombeteiro.

─ Vai se ferrar. ─ cruzo meus braços, ele me vira para si e abraça meu corpo se inclinando para baixo.

─ Com o tempo você perde essa vergonha, até porque iremos frequentar muito aqui. ─ sussurra no pé do meu ouvido, meu corpo todo trêmulo me entregou.

Escuto um pigarreio e empurro Justin voltando a ficar de frente para o balcão, a atendente desliza a cartela e eu agradeço baixo.

─ Tem como pegar mais? ─ Justin pede e meus olhos se arregalam ─ O que foi? Com você eu não vou usar a droga de um látex.

Sinto meu rosto pegar fogo ao ver a atendente segurar o riso.

─ Justin! ─ rosnei baixo.

─ Ta bom então. ─ ele olha para o lado aonde tinha diversos tipos de camisinhas ─ Viu, aqui não tem do meu tamanho, vamos com as pílulas.

Vejo a atendente sibilar um “uau” e sinto uma imensa vontade de socar Justin, ele estava fazendo de propósito, ele gostava de me ver no limite.

─ Por que você não espera lá fora? ─ peço entre dentes forçando um sorriso.

─ Por quê? Se quiser podemos pegar essas mas...

─ Mas que droga Justin! ─ digo alto batendo o pé no chão, sinto o rabo de cavalo que havia feito em meu cabelo afrouxar. ─ Fora. ─ rosno e ele ri colocando as mãos no bolso da calça.

─ Tudo bem marrentinha. ─ ele coloca algumas notas no balcão. ─ Compre quantas você quiser. ─ ele passa por mim com aquele maldito sorriso.

─ Seu namorado é divertido. ─ ela me diz assim que eu a olho. ─ Vai ser só isso mesmo? ─ ela aponta para a cartela.

─ Sim. ─ murmuro.

Pego a sacola e o troco e sigo para fora vendo Justin encostado em uma coluna, paro em sua frente e ele me olha tomando a sacola de minha mão a abrindo.

─ Cadê o resto? ─ cruzo os braços com um sorriso irônico no rosto.

─ Como assim? ─ me fingi de desentendida, ele fecha a sacola e olha para o lado respirando fundo.

─ Como assim? ─ ele repete incrédulo ─ Cadê às outras pílulas? ─ ele rosna.

─ Não comprei. ─ ele abre a boca e umedece o lábio desencostando da coluna. ─ Por que não comprou? ─ olho em seus olhos.

─ Porque você não vai me tocar até eu ir ao meu ginecologista. ─ digo pausadamente, ele me olha desacreditado.

─ Que merda é essa Memphis? ─ se exalta, acho que alguém ficou irritado.

─ Ginecologista, é aquele medico da área...

─ Eu sei o que diabos é um ginecologista!

─ Então por que pergunta? ─ provoco o dando as costas, o escuto bufar atrás de mim.

─ Não me provoca Memphis. ─ dou de ombros. ─ E como assim “Meu ginecologista” é um homem?

─ Oras, claro que é! ─ paro de andar, e ele esbarra em mim.

─ Mas que droga Memphis! Por que um homem?

Reviro os olhos.

─ Porque é um homem Justin, meu Deus qual é o problema? ─ ele passa as mãos pelo rosto.

─ Justamente porque é um homem!

─ Essa conversa está ficando estranha e chata, melhor pararmos por aqui!

─ É estranho para mim saber que um cara olha pra vagina da minha garota! ─ arregalo os olhos e olho para os lados para ver se alguém havia escutado aquele absurdo.

─ Ele é um médico Justin. ─ digo entre dentes.

─ Foda-se! Ele continua tendo um pênis! ─ o encaro incrédula por suas palavras.

─ Não vou ficar aqui para discutir esse tipo de coisa com você. ─ meu tom de voz é baixo.

─ Memphis... Droga!

 

ὂ

 

Olho atentamente para a prateleira de cereais havia cerca de cinco marcas diferentes, e na lista que Roman fez no bloco de notas do celular de Justin estava apenas marcado como “cereais” sem nome da marca ou algo do tipo.

Bufo e olho de canto para Justin que me observava, eu e ele não havia trocado nenhuma palavra desde a conversa ridícula que havíamos tido.

Olho novamente para os cereais e mordo os lábios, eu era muito indecisa, eu podia simplesmente perguntar á Justin qual era, mas meu orgulho não deixava. Estico o braço para pegar a marca que Lucy sempre comia, só que um pigarreio falso do Justin me impede, olho para ele cerrando os olhos e ele desvia o olhar, assoviando.

Estico o braço pronta para pegar outra marca, e dessa vez olho para Justin esperando por algum pigarreio ou algo do tipo, entretanto, ele não o faz.

Assim que estou prestes a colocar a caixa na cesta que ele carregava ele pigarreia.

─ Mas que droga Justin! ─ me irrito ─ Porque então você não pega a droga do cereal do seu amigo! ─ ele pigarreia de novo e aponta para sua garganta.

─ Minha garganta está seca, acho que vou ficar doente. ─ ele sorri, eu sabia que era mentira.

Jogo a caixa de cereal nele que me olha descrente, mas sei que queria rir.

─ Eu vou pegar as coisas para fazer a comida de vocês, enquanto você vai pegar a porcaria do shampoo do Roman! ─ murmuro dando as costas ─ Nem sei pra’ que shampoo se ele é careca. ─ sussurro para mim mesma.

─ Essa mulher me ama. ─ o escuto e olho para trás vendo ele dizer isso para um casal que nos olhava assustados.

Caminho em direção à sessão de massas bufando a cada minuto, Justin sempre falava que eu era irritante, mas ele se superava.

─ Idiota. ─ murmuro encarando duas latas de ervilhas de marcas diferentes em minhas mãos ─ Apesar de que eu também estou errada. ─ continuo falando comigo mesma. ─ Eu não devia ter atacado o cereal nele, mas se bem que ele mereceu.

A música que tocava no mercado parou de repente chamando minha atenção, olhei para os alto falantes no teto, e então um ruído fino ensurdecedor tomou minha audição fazendo-me tampar meus ouvidos e segurar o grito em minha garganta.

─ Mas que merda é essa... ─ meu corpo enfraquece e me seguro na prateleira derrubando algumas latas no chão.

O ruído havia parado, porém a dor e a surdez em meu ouvido continuavam, e para piorar a situação as luzes do mercado foram apagando uma seguida por outra, e o tempo nublado lá fora não ajudava nenhum pouco.

Olho para o corredor em que eu estava me vendo sozinha, tento me levantar apoiando meu corpo na prateleira e respiro fundo, meu ouvido ainda doía o que começava a causar dor de cabeça.

Eu precisava encontrar Justin, eu sabia que isso não era normal, principalmente de um mercado como esse, algo havia acontecido.

Solto a prateleira e caminho até o final do corredor, penso em ligar para Justin, mas desisto da ideia ao lembrar que seu celular havia ficado comigo, olho para a esquerda e direita tentando pensar em algo, sinto uma respiração atrás de mim e solto um suspiro aliviado, me viro pronta para perguntar como ele estava, mas me surpreendo ao ver que não é Justin.

Sinto meu coração acelerar, era um homem vestido de preto com uma mascara que apenas mostrava seus olhos e seu sorriso diabólico.

─ Veio fazer compras também? Olha, aconselho não pegar aquela marca de ensopado, é horrível! ─ meu tom de voz demonstrava o nervosismo, ele apenas inclina a cabeça paro o lado e eu dou passos para trás conforme ele dá para frente. ─ Eu estou em seu caminho não é? Eu posso sair da sua frente sem problema algum. ─ ele nega com a cabeça lentamente se aproximando mais e aponta para mim, seus olhos me olham de cima a baixo. ─ Droga. ─ sussurro assim que ele puxa meu corpo e me coloca sobre seu ombro.

De novo não.

─ Escuta, não vale a pena me sequestrar você precisaria de no mínimo morfina para me fazer calar a boca, sem contar que teria o fodão de Nova Iorque e Los Angeles atrás de você caso isso acontecer, então se eu fosse você me colocaria no chão agora e fugiria antes que nos encontre, porque se meu namorado me encontrar a coisa vai ficar feia para o seu lado ─ sinto meu corpo mover de um lado para o outro ─ Eu comi tacos ontem e eu não me sentiria nem um pouco mal se eu vomitasse em você! ─ sou ignorada completamente, solto o ar totalmente frustrada. ─ Por que isso só acontece comigo? Nem mesmo Kim Kardashian é sequestrada, estou me sentindo até importante agora. ─ o sinto parar ─ O que foi? Desistiu de me sequestrar para sequestrar Kim Kardashian? 

─ Eu vou contar até três para você colocar-lá no chão!

─ Justin...

─ Um.

─ Se eu fosse você eu escutava. ─ sinto sua não subir pela minha perna até minha bunda ─ Ei!

─ Três!

Apenas sinto o homem segurar minhas pernas com um braço enquanto desviava de um soco de Justin, eu sabia que Justin fazia tudo calculado para não ter o risco de me machucar, mas se ele continuasse tentando-o socar e o cara desviar eu vomitaria de verdade.

─ Justin, acho que isso não vai dar certo. ─ murmuro me sentindo enjoada.

─ Aguenta mais um pouco, amor. ─ sinto o homem dar um movimento brusco, e só escuto o corpo de Justin bater contra as prateleiras.

─ Justin você está bem? ─ pergunto me sentindo nervosa, eu conseguia ouvir sua respiração pesada.

Ele realmente estava tentando se conter por causa de mim

─ Que se dane. ─ cravo meus dentes nas costas do cara o ouvindo gritar de dor.

─ Filha da puta!

Mexo minhas pernas e ergo meu corpo e com minhas duas mãos empurro sua cabeça para o lado tentando o fazer me soltar de alguma forma, e consigo tirar sua mascara.

─ Mulher doida, para!

─ Me solta. ─ digo pausadamente entre dentes.

Em seguida só o sinto jogar meu corpo para frente, fecho meus olhos esperando pelo baque do meu corpo contra o chão, mas o que sinto é o corpo de Justin em baixo do meu e o seu gemido de dor.

─ Você está bem? ─ ele me pergunta me virando para si olhando atentamente para cada pedacinho do meu rosto.

─ Estou. ─ ele suspira aliviado e olha para frente. ─ Merda.

Quatro homens se aproximaram e um deles estava com um canivete o girando entre os dedos.

─ Hora do show. ─ Justin diz apenas se levantando e me ajudando a fazer o mesmo.

─ Você vai lutar contra os cinco? Enlouqueceu!

─ Quem disse que eu vou lutar? ─ o olho confusa, e quando estava preste a questionar o sinto pegar meu corpo e o colocar por cima de seu ombro começando a correr.

─ Qual é o problema de vocês, o tempo pré-histórico já passou! ─ ele dobra um corredor e acaba deslizando. ─ Cuidado!

Olho para frente e vejo aquela manada de homens de preto correndo atrás de nós.

─ Me coloca no chão, eu consigo correr! ─ ele me ignora ─ Você nunca me ouve não é? Nunca me ouviu, pelo amor de Deus Justin se vamos ter algum relacionamento os dois lados precisam ser ouvidos! Não quero ser aquele tipo de casal em que só o homem pode fazer exigências, é completamente machista!

─ Amor, esse não é o melhor momento para a gente discutir sobre a nossa relação.

─ Quem disse que estamos em uma relação?! ─ esperneio, e só sinto a ardência em minha bunda.

─ Desde quando você fala tanto mulher! 

─ Estou nervosa tá legal! ─ resmungo ─ E acho que vou vomitar.

─ Ótimo, vomita neles já que você exigiu que eu deixasse a arma no carro. ─ ele exaltou o “exigiu”. ─ Meu celular está com você, pega ele e manda uma mensagem pro’ Roman.

─ Não é mais fácil ligar? ─ de repente as luzes voltam e The Sweet Escape começa a tocar ─ Gwen Stefani?

─ Faz o que eu estou mandando Memphis! ─ pego o celular do meu bolso traseiro.

─ Tem senha! Qual é a senha!

─ Seu aniversário. ─ ele vira um corredor e esbarra em uma pilha de latas.

─ Cuidado! Meu aniversário?

─ É Memphis! Anda logo.

─ Pronto.

─ O que você mandou?

─ S.O.S

─ Por favor, não me diga que você mandou a música do Jonas Brothers.

─ Você a tem aqui? ─ pergunto surpresa ─ Você disse que não gostava mais!

─ E gostar é ter uma música só?

─ A meu ver sim!

─ Esquece isso, precisamos chegar até o carro.

─ Justin. ─ o chamo.

─ O que?

─ Ahn... Sumiu dois.

─ Como assim?

─ Sumiu dois homens de preto.

─ Droga! ─ ele para abruptamente. ─ Já os encontrei.

─ Acho que essa é a melhor hora para me colocar no chão. ─ sugeri ao ver que estávamos cercados.

─ Acho que essa é a melhor hora para você vomitar neles.

─ Não é uma má ideia.

A entrada estava logo à frente, só precisávamos passar pelos dois.

─ Justin se algo acontecer com a gente saiba que eu...

─ Memphis a gente não vai morrer!

─ Vamos sim. ─ choramingo. ─ Eu não quero morrer!

─ Você não vai morrer! ─ ele rosna.

─ Isso só pode ser castigo por eu ter me entregado para você antes de casar! Você me corrompeu! ─ escuto sua risada. ─ Eu te odeio.

─ Você não vai morrer ─ ele acaricia meu bumbum ─ sinta-se sendo acariciada no rosto.

─ Idiota!

E então o som de uma buzina se aproximava cada vez mais, ergo meu corpo e olho para frente assim como todos, a fachada do mercado era toda de vidro e isso possibilitava de ver um carro em alta velocidade se aproximar.

─ Não me diga que...

Antes de poder concluir, eu assisto o momento em que o carro atingi o vidro o quebrando fazendo os dois caras da frente pularem para o lado.

─ A ajuda chegou. ─ Roman coloca a cabeça para fora na janela.

Justin corre até o carro e abre a porta de trás me colocando no chão, eu entro rapidamente com ele entrando em seguida.

─ Pisa fundo Roman. ─ abaixei a cabeça assim que os tiros começaram a atingir o carro.

─ Como você chegou tão rápido? ─ pergunto.

─ Eu já estava a caminho, já estava nos noticiários pensam que é um assalto ─ ele nos olha pelo retrovisor ─, sorte que cheguei antes da polícia.

─ Queriam pegar Memphis.

─ Porra ruivinha tá mais famosa que os atores de Hollywood.

─ Mais que a Kim Kardashian. ─ eu corrijo ─ Precisamos descobrir quem está por trás disso.

─ Eu já tenho ideia de quem possa ser. ─ Roman murmura olhando para Justin. ─ E ele não vai parar até conseguir o que quer. ─ murmura.

─ Que seria...? ─ pergunto, eles se entreolharam.

─ Nossas cabeças.

 

Continua...