“Caminharemos nessa estrada juntos pela tempestade”.
─ Justin, sai daí agora! ─ a voz de JC chia pelo ponto ─ Nós encontramos em meia hora no aeroporto clandestino.
Minha mente estava uma confusão, eu me fazia uma serie de perguntas tentando entender o que exatamente estava acontecendo, entender o real motivo que nos trouxe aqui. Encosto minhas costas no assento e passo as mãos por meu cabelo soltando a respiração.
Eu sentia a agitação percorrer por meu corpo, eu estava a ponto de enlouquecer porque pela primeira vez eu não sabia como reagir, a preocupação me atingia de uma forma tão bruta que fazia com que minha mente se dividisse no meio.
─ Precisamos de um plano. ─ digo esperando por uma resposta de algum deles.
Levanto da cadeira pegando o boné e o colocando na cabeça. Pelas câmeras eu conseguia ver o segurança de plantão se aproximar do corredor. Rapidamente tiro meu celular do bolso colocando na câmera e tiro foto da conta bancaria que estava intacta, e saio do sistema.
─ Quando a gente se encontrar conversamos, agora vocês precisam dar o fora antes que desconfiem. ─ Ryan diz rude.
Abro uma fresta da porta e observo o corredor, passando para fora da sala assim que noto o mesmo vazio.
─ Ryan me ligue diretamente com meu pai. ─ peço apressando meus passos e dobrando o corredor.
Pelo ponto no ouvido consigo ouvir que chamava, abro à porta que dá acesso as escadas de emergência ao ver que o elevador descia.
─ Merda. ─ praguejo quando escuto a voz da secretaria eletrônica. ─ Ryan vai tentando se comunicar com o meu pai. ─ subo as escadas correndo e o ouvindo o som do teclado.
─ Entrada principal, dois homens de preto a paisana.
─ Seguranças? ─ questiono ofegante, ao chegar ao térreo.
─ Não. ─ ele responde.
─ Checa a porta dos fundos. ─ subo alguns degraus e me apoio no corrimão olhando para cima. ─ O prédio tem seis andares?
─ Mais dois homens na porta dos fundos. ─ Ryan avisa. ─ Seis andares. ─ ele confirma.
─ Estamos cercados.
─ Estacionamento do subsolo. ─ a voz de JC soa com eco. ─ Estou no banheiro.
─ Feminino? ─ Ryan questiona com escárnio.
─ O que essa gostosa está fazendo aqui?
─ Você está no banheiro masculino não é. ─ Ryan diz desanimado.
Fecho meus olhos ao ouvir o estrondo de algo colidindo com a porta da cabine.
─ E você bateu no cara. ─ Ryan sentenciou soltando um suspiro.
─ No estacionamento costuma ter apenas um segurança. ─ diz JC ignorando Ryan.
Começo a descer os lances de escada.
─ O que diabos você está fazendo no banheiro masculino? ─ a voz de Roman chia pelo ponto de JC ─ Por que tem um cara no chão?
─ Eu e Roman vamos dar alguma desculpa para o gerente. ─ JC afirma, e de fundo consigo ouvir Roman reclamar. ─ Abre essa porta.
─ Isso não estava nos planos asiático! ─ consigo ouvir um corpo ser arrastado e os resmungos de Roman. ─ Não acredito que você esta usando uma cinta-liga, que nojo.
─ Achou que eu ia colocar minha arma aonde?
Abro a porta de acesso para o estacionamento e ando em passos apressados, abaixando a aba do boné ao passar por um casal.
─ Acho que dentro da sua cueca caberia. ─ Roman debocha e escuto a risada nasalada de JC.
─ Se eu fosse você, eu calava a boca Roman. ─ aviso, porque aquele não era o melhor momento para intriguinhas, sem contar que ele está pedindo para morrer.
─ Vocês é uma decadência, sinceramente. ─ Ryan reclama, por ainda estar ouvindo a voz de Roman.
AGORA.
Manhattan ─ Nova Iorque, 12h24min.
Olhando para as folhas de papeis impresso em cima de uma mesa em um café barato, a descoberta que James, o novato havia descoberto eram impressionantes, porque aquilo não era apenas um caso que teria que ser administrado pelo FBI, mas também a CIA.
A explosão do navio cargueiro de Nova Iorque.
O caso havia sido arquivado por falta de testemunhas e provas, agora ele sabia o porquê seu diretor não queria muita gente envolvida no caso.
A explosão tinha haver com a máfia italiana e americana.
Por isso, imediatamente foram proibido que a mídia falasse ou publicasse sobre tal assunto, o Governo não queria deixar os cidadãos com medo. E com aquilo ele percebeu o porquê ordenaram arquivar o caso.
─ Café expresso sem nenhum pingo de açúcar. ─ James coloca o copo ao lado de Henriksen se sentando na cadeira ao lado. ─ Ainda pensando naquilo que te falei? ─ bebericando sua bebida James evita o olhar.
Um riso escapa por seus lábios, como James era novo e participou apenas de casos pequenos ele não tinha consciência do que estava se envolvendo, mesmo que Henriksen tenha notado sua animação.
Respirando pesadamente, Henriksen pousa o café na mesa assistindo a fumaça da quentura sair do liquido.
─ Em 1893, quando um famoso mafioso italiano fugiu para Nova Iorque ele tomou posse da grande parte do território americano, e então outros seguiram seu exemplo após verem como a America lucrava a cada dia e em cada canto Nova Iorquino uma máfia ficava restritamente em seu território conquistado, eles faziam tudo minuciosamente por terem regras e uma dessas regras era não se envolver com as autoridades, era como uma regra que não podia ser desobedecida, e se fosse. ─ Henriksen olhou para James que o olhava atentamente, era como se ele estivesse contando uma história á uma criança. ─ Sofreria as consequências. ─ James engole a seco. ─ Provavelmente você já ouviu falar de Al Capone.
─ Claro, foi um dos homens mais importantes em 1929. ─ ele disse eufórico.
─ E um dos melhores gângsteres da época. ─ concluiu. ─ Era um homem frio, sem escrúpulos que não se importava em sujar suas mãos com sangue humano, sua ficha era enorme. Jogos ilegais, contrabando, bordéis e foi um dos que desrespeitou a lei seca, ele ganhava tanto, mas tanto dinheiro que foi considerando uns dos homens mais influenciados da época, mas ninguém sabia de onde esse dinheiro surgia.
─ Eu sei que ele havia sido preso...
─ Por não pagar impostos, o maldito foi preso por não pagar os impostos. ─ Henriksen solta um riso de sarcasmo, dando um gole em seu café. ─ Durante essa época de surgimento das máfias nos Estados Unidos, á polícia não tinha provas para incrimina-los, e caso surgisse alguma testemunha, eles mandavam alguém dar um fim.
Adkins olhava para o seu superior extasiado, ele sentia um respeito enorme pelo homem ao seu lado e se sentia lisonjeado por ser seu parceiro. E por ser curioso, se aproveitando do conhecimento de Victor, James pergunta:
─ Você sabe... ─ James engole as palavras e olha para os lados e se aproxima. ─ As máfias de hoje, como elas são?
Ele sabia que Victor tinha mais de uma década no FBI e que ele sempre havia ficado encarregado de diversos tipos de casos envolvendo políticos, no entanto, assim que pisou na sede do FBI em Washington o que os outros agentes mais fofocavam entre si era sobre a vez em que Henriksen, ficou encarregado de um caso envolvendo uma máfia dos Estados Unidos.
Esse havia sido o único caso de toda a sua carreira que falhou.
E ninguém se sabe o motivo.
─ Meticulosos.
─ Por qual motivo você abandonou o caso?
Mesmo com medo de levar um esporro, James continuou o encarando esperando por uma resposta, até porque seu parceiro era o único agente que se envolveu com a máfia.
Victor desvia o olhar e os flashbacks de dez anos atrás passam por sua memória, fazendo um calafrio percorrer por seu corpo.
Um carro no meio da estrada, os sons dos galhos das árvores se debatendo com o vento, a chuva grossa, o som de uma arma sendo disparada e um grito fino de uma criança.
Balançando a cabeça, Henriksen tenta tirar as imagens de sua mente.
─ Curioso entra em uma vala mais cedo que o normal. ─ sua voz sai áspera e cortante fazendo com que James se encolha no assento.
E a imagem de uma garotinha encharcada com um urso de pelúcia em uma das mãos no meio da estrada passa por diante de seus olhos.
Ele viveria com aquilo o atormentando por toda a vida.
ὂ
─ Acho que já vi essa cena antes. ─ Tina sussurra para Thomas, o mesmo suspira olhando para Memphis no ringue lutando contra seu protótipo.
─ Ela não quer mais ser a aquela garota indefensa. ─ ele deu de ombros ─ Eu até acho isso bom, ela acaba se distraindo. ─ ele desvia seu olhar para Tina. ─ Você não estuda não? ─ pergunta, já que a pessoa que ele mais via nessa casa ultimamente era Tina.
─ Não. ─ ela responde olhando para suas unhas, Thomas a olha com desgosto.
─ Como ela conseguiu entrar em Yael. ─ murmura para si.
─ Ela já está ali á quase uma hora. ─ Tina entorta os lábios com um olhar de pena em direção a Memphis. ─ Ele realmente mexe com ela, queria ter alguém que mexesse comigo assim.
─ Tenho dó do cara que gostar de você. ─ ela ignora seu comentário.
─ Mas diz ai, eu sou muito bonita. ─ cutuca Thomas que a olha com o cenho franzido.
─ Definitivamente... ─ ela sorri ─ Não. ─ ele termina e seu sorriso se desfaz com um surgimento de um bico.
No canto da sala de treinamento, Jake observa a troca de farpas de Thomas e Tina e logo depois seus olhos passam por Memphis que no mesmo momento é jogada no chão chamando a atenção dos dois que discutia.
─ Memphis, tudo bem? ─ Jake se aproxima preocupado agarrando a corda envolta do rinque.
─ Ariel, você se machucou? ─ Tina a chama pelo apelido, empurrando Thomas que ia subir no rinque e sobe em sua frente.
─ Estou bem. ─ Memphis tenta tranquiliza-los, mesmo que sua voz tenha saído falha. ─ Estou bem. ─ repete ainda ajoelhada no tatame e com a cabeça baixa.
Sentia o suor escorrer por sua têmpora e sua respiração pesada, seu coração estava acelerado e sua garganta seca.
─ Já é o suficiente, você está treinando há quase dois dias. ─ Jake diz, autoritário.
─ Não. ─ força seu corpo a levantar, mas seu corpo fraco não a ajudou.
─ Para de ser teimosa Memphis. ─ o tom de voz de Jake aumenta fazendo Tina se assustar. ─ Já disse uma vez, se eu voltar aqui e vê você nesse rinque as coisas irão ficar sérias. ─ da o ultimo aviso antes de dar as costas e sair da ala de treinamento.
─ Uau, você viu a veia do pescoço dele saltada? ─ Tina comenta e Thomas a repreende com o olhar ajudando Memphis a se levantar. ─ Ele está bem estressado.
─ Ele apenas está preocupado. ─ Thomas apoia o corpo de Memphis no seu começando a caminhar com ela. ─ Acho melhor você tomar um banho e descansar. ─ ele sugere para ela baixinho. ─ Tina vai preparar alguma coisa para você comer. ─ ele olha para a morena que assente sorrindo para Memphis.
Após saírem da ala de treinamento com Tina na frente falando sobre o novato que entrou na fraternidade da frente da sua, os três caminham em direção ao andar de cima se encontrando com Lucy no caminho.
─ Memphis, o Boo mandou entregar um box de Criminal Minds! ─ diz eufórica.
Tina olha de soslaio para Memphis com receio de que ela comece a transbordar em lágrimas, mas para sua surpresa Memphis se aproxima de Lucy e acaricia seus cabelos.
─ Que legal amor. ─ sorri para Lucy que a abraça pela cintura. ─ Não se esqueça de ligar para ele e agradecer, ta bom?
─ Sim! ─ grita animada correndo para seu quarto.
Abrindo a porta de seu quarto, Memphis entra e se senta na cama massageando o pescoço, ao abrir os olhos se depara com Thomas e Tina estáticos.
─ O que foi? ─ pergunta confusa.
Tina se aproxima dela colocando uma mão em sua própria testa e a outra na de Memphis que estranha o ato súbito.
─ Não está febril. ─ sussurra. ─ Acho que as porradas que você levou da lata velha danificou seu cérebro.
Thomas revira os olhos com a forma que Tina se referiu ao seu protótipo. Roman, igualzinho ao Roman.
─ Você não chorou.
Suspirando Memphis tira a mão de Tina de sua testa.
─ Eu chorar não vai mudar em nada, e também acho que já chorei o suficiente. ─ deu de ombros.
─ Estou tão orgulhosa. ─ Tina exclama chacoalhando Thomas pelo ombro que resmunga.
─ Então quer dizer que não vai mais chorar? ─ Thomas cruza os braços e pergunta a desafiando.
─ Não. ─ ela concordou com um sorriso pequeno. ─ Vou começar a focar em algo para não pensar tanto nele, eu preciso ser paciente.
─ Paciente? Acha que teremos que pedir essa paciência a Buda. ─ Tina tira sarro, já que nesse pouco tempo percebeu que um dos defeitos de Memphis era a impaciência.
─ Aproveitar e pedir a Buda paciência para aturar você. ─ Thomas a alfineta.
─ Como você é chato nerd.
Moscou ─ Rússia, aeroporto clandestino, 13h34min.
─ O piloto já está pronto? ─ Justin questiona.
─ Foi um tanto quanto difícil achar um em cima da hora. ─ Ryan o responde, notando seu maxilar travado. Era completamente notável a sua preocupação. ─ Deve estar tudo bem cara. ─ ele tenta de alguma forma amenizar um pouco o clima.
Suspirando, Justin umedece os lábios e encostando-se ao carro para então colocar as mãos nos bolsos, o frio naquele maldito lugar era enorme.
─ Meu pai não responde minhas chamadas. ─ desvia rapidamente o olhar para baixo e depois para o lado. ─ Alguma coisa está estranha Ryan, não é do feitio dele não dar respostas.
─ Você não devia... ─ Ryan se interrompe com o toque de notificação de seu celular, tirando o mesmo do bolso em seguida. ─ Roman e JC já se livraram do gerente, eles deram uma desculpa.
─ Desconfio que esse gerente deva estar no meio disso tudo, deixe alguém de olho nele. ─ Justin ordena e Ryan assente sem tirar sua atenção do celular.
─ O que vamos fazer? ─ Ryan guarda o celular e o olha.
─ Vou voltar para Los Angeles. ─ ele diz, observando uma SUV preta se aproximar. ─ Preciso saber se ele está bem.
A porta do motorista e passageiro se abrem e Roman e JC sai do mesmo com as expressões sérias.
─ Conseguiu ver alguma coisa? ─ Justin pergunta á JC, que nega.
─ As câmeras do armazém estão desligadas, tentei checar por câmeras de comércios próximos, no entanto não encontrei nada.
─ E as CCTV das avenidas principal? ─ Ryan pergunta e JC nega.
─ Eu literalmente não estou entendendo merda alguma! ─ Roman olha para os amigos, que desviam o olhar. ─ Seu pai nos mandou para esse fim de mundo gelado, para depois a gente descobrir que não houve roubo algum. ─ ele coça a cabeça irritado ao ver que nenhum tinha o que falar. ─ Você. ─ ele aponta para JC, tentando não se intimidar com o olhar frio que o mesmo sempre carregava. ─ Você deve saber alguma coisa, alias vocês dois. ─ ele aponta para Ryan.
─ Você acha que eu perderia meu tempo viajando para o outro lado do mundo sabendo que não havia roubo algum? ─ JC pergunta com um tom de sarcasmo presente, calando Roman.
─ Então será que alguém pode me explicar o que diabos está acontecendo!
Olhando de um para o outro o silêncio se faz presente, era de se notar que todos estavam confusos com toda essa situação, diversos tipos de suposições do que teria acontecido rodeia a cabeça de cada um.
Mordendo o lábio, Justin tenta manter a calma. Um amontoando de emoções lhe atinge, como a preocupação, confusão e a raiva. Ele apenas não sabia como reagir á uma situação dessas, já que ele mesmo não tem a mínima ideia do que possa estar acontecendo, a única coisa que o mesmo tem a certeza é que isso tudo não passou de uma cilada.
Justin tinha a sensação como se algo estivesse prestes a acontecer. Ele precisava agir, e rápido.
─ Mas o que? ─ Roman sussurra chamando a atenção dos outros que se viram e olham para o céu.
─ Todos em alerta! ─ Justin aumenta o tom de voz.
A rajada de vento aumenta assim que o helicóptero começa a pousar, a porta lateral é aberta e o som das hélices batendo continua. Justin tenta não deixar transparecer a confusão em seu rosto ao ver dois homens sair de dentro do helicóptero abrindo caminho para um terceiro homem sair.
Trajando uma camisa social branca, óculos escuros o homem permanece no lugar, até as hélices pararem de bater.
Roman troca olhares com Ryan, enquanto JC encarava um dos homens que foi o primeiro a sair sentindo um calafrio percorrer por todo o seu corpo, ele o conhecia.
─ A tendência agora é ser careca? ─ Ryan comenta baixo pelo fato do homem vestido de social ser careca igual á Roman.
Em momento algum Justin desviou seu olhar do homem á cinco metros de distância, mostrando não estar intimidado e assim se foi durante alguns segundos em um silencio perturbador.
─ Justin Bieber. ─ a voz do homem soa firme. ─ Finalmente nos conhecemos. ─ um sorriso prepotente cresce em seus lábios.
─ Quem é você? ─ Justin pergunta áspero.
Umedecendo o lábio, o homem dá alguns passos fazendo com que JC tirasse a arma do coldre e apontar para ele dando um passo a frente de Justin, seguindo o seu mesmo movimento o braço direito do ser a sua frente faz o mesmo apontando a arma para Justin, com um sorriso sádico.
─ Não queremos confusão meu jovem. ─ diz erguendo a mão fazendo com que o seu braço direito abaixasse a arma.
─ A qualquer momento. ─ JC diz para Justin sem abaixar a arma, com os olhos nos homens a sua frente.
─ Foi você. ─ Justin declara, vendo o homem inclinar a cabeça para o lado esperando que ele continue. ─ A razão por estarmos aqui.
─ Foi á única maneira que encontrei para conversar com você. ─ ele balança a cabeça e erguendo os ombros. ─ Devo dizer que esperei alguns anos por esse momento.
Franzido o cenho, Justin o olha de cima abaixo tentando procurar por respostas em sua mente, o que exatamente aquele cara queria com ele?
─ Qual é a dessa cara? ─ Roman pergunta baixo.
─ Seu pai é esperto. ─ olha para JC e Roman. ─ Recrutou bons soldados para te proteger.
─ O que disse? ─ Justin pergunta, querendo saber se foi realmente aquilo que ouviu.
─ Você não sabia que a real razão que recrutarem eles dois foi para te proteger? ─ pergunta, fazendo Justin olhar para JC que não se abalou pelas palavras, continuou firme em sua postura. Em seguida desviou o olhar para Roman, o mesmo sério com o olhar baixo.
Aquilo só o fez perceber que era verdade.
Ele não acreditava que seu pai teve a capacidade de arrumar pessoas para lhe proteger, isso lhe fazia com que se sentisse frustrado, o fez questionar se todo aquele esforço em tentar melhorar suas habilidades foi em vão.
No entanto, Memphis vem em sua mente assim como sua obsessão em querer protegê-la a todo custo. Ele podia pensar que todos os treinamentos, as dores e os machucados podiam ter sido em vão, mas assim que Memphis surgiu em sua vida houve um verdadeiro motivo por querer continuar com os treinamentos que odiava.
Apertando o nariz, Justin solta uma risada e o olha.
Ele começou a entender seu jogo, então agora era a hora de fazer a sua jogada.
─ Assim como eu faria qualquer coisa para protegê-los ─ guarda as mãos no bolso e sorri com escárnio. ─ Olha não me admira você querer me fazer sentir inferior logo quando nos conhecemos.
JC olha rapidamente para Justin, se surpreendendo por sua resposta. Ele não imaginava que essa seria a sua reação quando descobrisse.
─ Então porque não paramos logo com essa enrolação e me diga logo qual a sua intenção com tudo isso?
─ Você é mesmo petulante.
Justin dá de ombros, mostrando sua indiferença com tudo aquilo.
─ Só tenho coisas melhores para fazer do que ficar aqui perdendo meu tempo com vocês. ─ seu olhar passa por cada um, notando que o cara da sua esquerda era asiático e manterá seu olhar em JC com um sorriso de deboche.
─ Está preocupado com seu pai e namorada? ─ sua pergunta deixa Justin alarmado, o que faz o homem sorrir diante de sua inquietude.
Sinalizando com os dedos, o asiático ao seu lado tira um celular do bolso e começa a se aproximar, mas para abruptamente quando um tiro é disparado perto de seus pés, ele olha para JC nada surpreso ou assustado e pisca de maneira insolente e continua a se aproximar erguendo o celular diante os olhos de Justin.
Um vídeo de sua mãe lendo um livro na sala de estar com seu pai logo ao lado faz com que Justin o olhasse com ódio, abaixando o celular o asiático anda de costas para o lugar de antes.
─ Eu sei tudo sobre a sua vida Justin, até mesmo coisas que seu pai jamais contou á você. ─ isso faz com que Justin aperte seus punhos ─ Você é o garoto prodígio, herdeiro de todo aquele império da Califórnia, sem contar o de Montreal no Canadá.
─ Diga algo que eu não sei gênio.
─ Tudo tem um preço não acha? ─ isso faz Justin soltar uma risada nasalada, aquela ladainha toda estava começando a irrita-lo, sua mão estava coçando para pegar a arma e acertar um tiro em sua cabeça, mesmo que isso acabe com sua promessa de jamais matar uma pessoa, mas certas situações o fazia reavaliar sua decisão.
─ E qual é o seu preço? ─ Roman olha para Justin, observando a veia de seu pescoço saltada.
─ Se junte a mim e eu te contarei tudo. ─ Justin gargalha ao escutar aquele absurdo.
─ O que te faz acreditar que eu ─ apontou para si ─, me juntaria a você?
─ Todos que me negaram algo acabaram em uma cova. ─ Justin cruza os braços e nega com a cabeça.
─ Isso é doentio. ─ sussurra para si, porém ele o escuta.
─ Esse é o nosso mundo Justin, você nasceu nesse mundo com um grande poder e potencial que se nega a usar.
─ A tatuagem no antebraço. ─ Roman sussurra para eles. ─ A águia.
─ A máfia de Miami. ─ Ryan continua com a linha de pensamento de Roman.
─ Se junte a mim, e juntos teremos cada pedacinho dos Estados Unidos em nossas mãos. ─ se aproximou e Justin o olhou repudiado.
─ Prepare o jatinho. ─ Justin ordena e olha para Ryan que assente se afastando.
─ Você não pode fugir da sua realidade Justin!
─ Tem razão, essa é a minha realidade. ─ estendeu os braços ─ E eu irei fazer de tudo para não torná-la mais repugnante do que já é, e isso inclui não me juntar com pessoas doentias que fazem qualquer coisa por poder.
─ Tenha em mente que não irei desistir. ─ Justin dá as costas ─ Até lá, mantenha seus olhos nas pessoas que você ama. ─ Justin para, e respira fundo antes de o olhar por cima do ombro.
─ Se você encostar um dedo sequer em qualquer pessoa próxima a mim, saiba que irei te calçar até que esteja fazendo companhia ao diabo. ─ diz por fim, abrindo a porta do carro e entrando.
Soltando um grunhido, Justin soca o volante com raiva. Olhando por trás do vidro, ele assiste o helicóptero começar a subir.
Encostando a cabeça no apoio do banco, Justin umedece os lábios fechando os olhos, sentido seu corpo exausto tanto psicologicamente quanto fisicamente. Ele estava cansado de tudo isso e da porcaria da vida que levava.
Ouvindo duas batidas no vidro, ele aperta o botão ao lado abaixando o vidro e permanece com os olhos fechados.
─ O que vai fazer agora? ─ JC olha para Justin que solta um suspiro.
─ Preciso voltar para casa e saber quem diabos é aquele cara.
─ Uhn. ─ JC murmura e aperta os nós dos dedos. ─ Sobre o que ele disse...
─ JC. ─ o interrompe abrindo os olhos ─ Sinceramente, no momento eu não estou com cabeça para discutir a razão porque meu pai contratou dois machos para me proteger. ─ cruzou os braços fechando os olhos novamente. ─ Podiam ter sido duas mulheres. ─ resmunga fazendo JC abrir um sorriso. ─ JC.
─ Sim? ─ Justin abre os olhos, olhando para o teto do carro.
─ Você é a única pessoa em que eu confio à segurança de Memphis e Lucy.
─ Porque não liga para ela, sei que deve estar preocupado. ─ sugere e Justin nega com a cabeça.
─ Ela deve me odiar por ter a deixado de novo. ─ sorri fraco.
─ A isso com certeza, mas não custa tentar. ─ diz, fazendo com que Justin se questionasse se deveria mesmo ligar.
─ Até que para um cara rabugento você tem um pouco de compaixão.
─ Não amola. ─ Justin solta uma leve risada ─ Vou comprar uma passagem com o próximo voo para Nova Iorque. ─ bate de leve no capo se afastando.
─ JC! ─ o chama e o mesmo se vira ─ Obrigado, por tudo.
─ É melhor não deixar o Roman saber dessa conversa, sabe como ele é ciumento. ─ Justin assente com um sorriso o vendo dar as costas.
─ Cuida das minhas garotas! ─ grita para ele que apenas ergue o braço dizendo que entendeu.
Suspirando, Justin olha para o celular no banco ao lado e hesita antes de pegar e olhar a hora, provavelmente ela já estaria dormindo e isso o fez hesitar mais ainda, mas ele não sabia quando teria coragem novamente, ele nem mesmo sabia como teria coragem de olhar em seu rosto novamente depois de tê-la deixado.
Eu sou literalmente um merda, pensou antes de discar os números e colocar o celular no ouvido.
Ele já estava desistindo depois do quinto toque, até que a linha ficou muda. Afastando o celular da orelha ele vê a contagem dos minutos, ela tinha atendido.
Ouvindo sua respiração na linha, Justin encosta a cabeça no banco e aperta a coxa tentando tirar o suor da mão.
─ Acordei você? ─ ele pergunta baixo se sentindo envergonhado pela primeira vez em toda a sua vida, porém nenhuma resposta é dita. ─ Olha, só me escuta está bem? ─ antes que minha coragem vá embora, pensou ─ Eu sei que novamente eu fui um idiota com você, eu sei que fui um verdadeiro idiota por simplesmente não ter te contado que eu precisaria sair do país e vir para esse fim de mundo, eu sei que fui um idiota por ter feito você chorar quando te prometi que faria o possível para desses lindos olhos não cair uma lagrima sequer, eu sei que fui um idiota por ser outra pessoa ai te consolando e abraçando quando deveria ser eu, mas eu fui tão idiota que novamente eu deixei para trás uma mulher incrível. ─ suspirou, fechando seus olhos ouvindo sua respiração agora pesada ─ Sou um idiota por estar fazendo ela chorar agora, e sou um completo idiota por não estar ao lado dela, quando o seu lugar é em meus braços. ─ abriu seus olhos, umedecendo o lábio. ─ Sou um idiota por não ter dito que essa mulher é a mulher da minha vida. E sou mais idiota ainda por não ter dito antes o quanto eu a amo, quando eu mesmo tentava me negar o contrário pelo simples fato de pensar que nunca daria certo por nossas vidas serem assim. ─ funga ─ Quando você apareceu em minha vida você me deixou completamente fora dos eixos, você me fez pensar e sentir coisas que jamais havia sentido antes, você é o verdadeiro motivo de tornar o meu mundo louco um pouco normal. Você é além do meu limite Memphis, e é isso que me faz querer melhorar, melhorar para ser digno de ter a mulher que eu amo ao meu lado.
Continua.
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