Algumas semanas depois do feito de Denny, ele e sua família saíram para passear. Foram para a cidade vizinha de carro. Denny diferente do normal, gemia e se balançava constantemente, repetindo a mesma palavra várias vezes: Dor.
Selina tentava acalmá-lo, mas o medo era maior. O pequeno suava.
Em sua "visão", tinha visto um carro capotando e em seguida, um barulho de aparelhos de hospital.
Ainda na premonição, ele vira uma mão delicada cheia de agulhas e coisas de hospital, uma mão feminina.
-- Hospi...Tal.
Louis decidiu parar o carro numa vila pequena. Era bem parecida com uma vila medieval, crianças correndo, mulheres de cabelos ruivos e pele bem branca, vestidos longos que tremulavam ao vento e pais com roupas de tecidos bem delicados tecidos pelas próprias esposas.
Parados em frente á vila, observavam tudo, era surreal, incomum.
Até que...
-- Esperei por tanto tempo.
Diz uma voz fina e cativante, desconhecida até então por eles.
Os três levaram o susto e viraram devagar. Era uma jovem muito pálida, de olhos azuis como o céu e cabelos ruivos como folhas de outono.
Seu sorriso era branco e seu rosto cheio de sardas. Seu vestido era curto, bem diferente das outras mulheres.
Louis pegou Denny no colo, observou bem a garota e perguntou de forma delicada:
-- Hm...Er.... Quem é você?
Pergunta o rapaz para a suposta adolescente.
-- Muito prazer, sou Lannys Backëndor.
Disse a ruiva, observando o pai com um sorriso amigável.
-- Como sabe quem somos?
Disse observando seriamente a garota.
-- Você não vai acreditar! Mas... Sou como ele! -Apontou para Denny, que se encolheu- Eu tenho as mesmas habilidades! Eu também tenho certo grau de autismo mas eu superei!
-- Como assim? Habilidades?
Louis olha para Denny e rapidamente volta o olhar para Lannys.
-- Vocês ainda não sabem? Ele prevê o futuro!
A ruiva diz animada.
-- Me desculpe, não sei do que está falando.
Louis olha para o chão, pensando numa resposta delicada para dar.
-- Entrem que eu explicarei!
Diz a ruiva.
Denny se desprendeu de seu pai e saiu em desparada para Lannys, segurando sua mão com uma risada.
Ele olhava para a adolescente com uma risada aconchegante, parecia que eles eram conhecidos!
Louis e Selina não tiveram escolha e foram atrás.
Era uma casa de pedras e telhado de palha, janelas de madeira e cortinas de tecido de seda. Era um lugar bom pra viver.
Os quatro se sentam numa mesa e se encaram. Menos Denny, se sentia incomodado, característica de um autista. Então, procurou uma distração: brincar com os dedos.
Lannys não tinha papas na lingua, mesmo com um baixíssimo grau de autismo, a premonição poderia ser uma característica de qualquer autista, é um dom raro. Muito mais raro do que encontrar diamantes ou ganhar na loteria, Denny e seus pais foram abençoados por Deus.
-- Deixa eu me apresentar melhor... Meu nome é Lannys Beckëndor, tenho quinze anos e sou um pouco autista. Mesmo que não pareça, tenho grau dois de autismo.
A ruiva desviava o olhar sempre que dava, uma característica comum entre autistas.
-- Eu tive uma premonição há mais ou menos dois anos. Vocês chegavam aqui com ele e faziam as mesmas perguntas! Ele vinha comigo e sentávamos nos mesmos lugares.
Os pais se olharam e meio que duvidaram. Conversa vai e conversa vem, eles perdem meio que a hora e dizem que tem que ir.
Estrada vazia, sem um carro sequer.
Mas, por algum motivo, uma silhueta humana apareceu em meio a neblina e Louis tentou desviar.
E infelizmente, a premonição de Denny estava certa. O carro capotou no canto da pista. Louis conseguiu salvar o filho e se salvar, Selina, não.
Mas não morreu, está em estado grave no hospital. Está entre a vida e a morte.
Mais tarde no hospital, Denny demonstrou sentimento profundo pela mãe, que ali na maca estava a descansar. O garoto chorava em silêncio, Louis estava ali para consolar.
Mas, Louis começou á chorar com o filho e eles se perguntavam: Selina vai ficar viva e sem sequelas?
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