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História Além do Tempo - Capitulo 11 - O Resgate


Escrita por: SheilinhaSaint

Notas do Autor


Olá Pessoal

Pois é depois de um atraso de quatro meses cá estamos com a atualização \o/ Tardo, mas não falho!!!
Mas além dos motivos que eu mencionei na atualização da fic "E Agora?" outras coisas aconteceram que me levaram a atrasa muito essa fic, (Irmão doente tendo que amputar os dedos, mãe doente que precisa de atenção, enfim uma enfermaria em forma de casa ou uma casa em forma de enfermaria), mas quero dizer para quem acompanha que eu amo essa fic e não pretendo abandona-lá jamais!

Dedico esse capitulo a Vivi que além de ser minha amiga irmã, minha Beta e ter feito aniversario mês passado, ela foi responsável pela dinâmica maravilhosa nas cenas de batalhas, (ops sem spoiler), que acontecem aqui.

Vivi esse é pra você!

Chega de papo e vamos a fic

Boa leitura!

Capítulo 11 - Capitulo 11 - O Resgate


Fanfic / Fanfiction Além do Tempo - Capitulo 11 - O Resgate

Além do Tempo — Capítulo 11.


— Malditos! Malditos sejam todos que tiraram meu elfo de mim, eles não sabem do que eu sou capaz. — Radamanthys rosnou ao entrar em seu castelo e quebrar algumas coisas com o poder que saía de suas mãos. — Imprestáveis! Estou cercado de Imprestáveis!

— Senhor meu Rei, acalme-se. — Ichi, o feiticeiro, aconselhou ao ver o descontrole do Rei.

— Quem você pensa que é para me mandar ter calma? — Continuou Radamanthys vociferando irritado.

— Senhor, temo que seus soldados pensem que sem o elfo seus poderes tenham acabado. — Tornou o feiticeiro com real preocupação.

O Rei então pousou os olhos em um grupo de soldados que o olhavam apreensivos e grunhiu antes de soltar seu raio congelante em um deles que foi instantaneamente congelado.

Os demais soldados se afastaram assustados.

— Coloquem este miserável no pátio do castelo, quero que todos vejam que nunca se deve duvidar de mim, ou dos meus poderes!! — Falando isso o Rei se retirou seguindo para o quarto do elfo.

Radamanthys estava dominado pelo mais puro ódio quando entrou nos aposentos do ruivo, o ar refrescante que Camus exalava ainda estava ali, seu cheiro ainda estava ali. — Essa noite você seria meu, Camus. Essa noite eu ia enfim tomar seu corpo, me afundar em suas carnes.

Jogando alguns objetos contra o espelho o Rei voltou a vociferar. — Eu mato seu filho se você não voltar para mim. Ele pagará por sua ousadia de fugir, Camus!

— Meu senhor, ao que tudo indica o elfo foi levado contra a vontade. — O Feiticeiro voltou a falar, fazendo Radamanthys piscar algumas vezes o percebendo ali naquele momento.

Analisando aquela informação o Rei tornou a falar com ódio. — É bom que ele ache um jeito de fugir e voltar para mim, ou a criança arcará com as consequências.

*-*-*-*-*-*-*

Shaka, Aioria e Milo cavalgaram durante todo o dia, o elfo guiava a direção que deveriam seguir, sempre evitando grupos de soldados, uma vez que o elfo, agora com seus poderes voltando, ao conseguia sentir a natureza e os ventos com mais facilidade.

— Precisamos parar, os cavalos precisam de descanso, neste ritmo eles não aguentam. — Foi Aioria quem alertou.

— Mas temos que chegar antes do pulha até o menino, Aioria, o canalha pegou uma criança como refém e sabemos tudo que ele e a corja o que serve são capazes de fazer. — Milo contrapôs, ele também estava cansado, mas havia feito uma promessa ao ruivo e daria a vida para cumpri-la.

— Vamos parar somente para que os animais possam se refrescar, estão com sede e fome. — Shaka concordou, pois como elfo que era podia sentir e entender o sofrimento dos animais.

Pararam próximo ao rio, os três comeram um pedaço de pão que Aioria trazia enquanto os cavalos bebiam água.

Milo, sabendo que Shaka e Aioria precisavam conversar sobre as recentes revelações, se afastou e foi para perto dos cavalos.

Um silêncio constrangedor se fez presente até que Shaka o quebrou. — Aioria... eu... Me perdoe, mas eu não podia me revelar.

— Você não confiou em mim? Por que não confiou em mim? — Perguntou Aioria chateado.

— Não sabia quais eram suas reais intenções, nem comigo, nem com Mu. — Shaka falou sincero.

— Salvei sua vida, me arrisquei por você Shaka, acha que te faria mal depois disso? — Continuou Aioria, olhando para Shaka e tomando consciência de alguns fatos.

— Aioria.

— Foi uma farsa! Você lutou com o leão, eu apenas servi de disfarce, não foi isso? — Perguntou o guerreiro se sentindo ofendido.

— Não! Você lutou... Eu só o ajudei, mas foi você quem me salvou. — Shaka tentou explicar, mas o outro não acreditou, deu de ombros e foi para o rio ter com Milo, deixando o elfo só.

Milo estava sentado observando os cavalos beberem água quando o amigo se aproximou de cara fechada.

— O que foi? — Perguntou o escorpiano.

— O que foi?! Fui um idiota, isso é que foi. — Resmungou o outro.

— Que você é idiota, eu já sei, mas qual é o problema, por que está com essa cara? — Tornou a perguntar Milo.

— Vá à merda, Milo! — Aioria respondeu ainda zangado.

— Acho que eles tinham os motivos deles para não revelar a ninguém que eram elfos também, pense em tudo que passaram nas mãos do tirano. — Milo ponderou, fazendo o amigo refletir.

— Mas não fui eu quem derrotou o leão, não sozinho. — Aioria reclamou infantilmente.

— Pelos Deuses, Aioria! Que importa se o Shaka te ajudou? — Começou Milo. — Foi você quem pulou na arena, foi você quem pulou na frente de um leão, mesmo sem poderes algum para te auxiliar, meu amigo, deixa de besteira. O homem que você ama está aqui, vivo e ao seu lado, aproveite isso, essa dádiva!

Aioria escutou os conselhos do amigo pensando em tudo que foi dito, e ponderando que o amigo tinha razão.

Neste momento Shaka surgiu alarmado. — Um grupo de soldados está se aproximando.

Milo e Aioria pegaram suas espadas e Aioria se posicionou na frente do elfo de maneira protetora.

— Quem são vocês e o que fazem nas terras do Rei Radamanthys? — Um homem de maior patente perguntou aos três, enquanto seus soldados os rodeavam.

— Sou Aioria, um dos campeões dos jogos do Rei Radamanthys de Gonda, estes são Shaka e Milo, estamos a procura do escravo fujão. — Aioria falou imponente.

— Sim, é o Grande Aioria de Leão! — Um dos soldados confirmou cheio de entusiasmo e admiração.

Contudo, o capitão daquela guarda voltou-se sério, encarou os três e continuou a questionar. — Por que está na direção contrária à dos ladrões? Não está fugindo, não é? Oh, Grande Aioria de Leão.

Aioria sentiu o escárnio na voz do capitão e, o olhando de forma fuziladora falou. — Acha mesmo que ladrões que ousaram roubar o escravo pessoal do Rei nas fuças do seu exército real vão mesmo seguir por trilhas óbvias?

O outro nada respondeu e o Leão continuou.

— Não me surpreende terem roubado o rapaz debaixo do nariz da Guarda Real,  se todos têm os pensamentos óbvios como os seus.

— Ora, seu. — O capitão fez menção de pegar sua espada, Aioria, Milo e Shaka pegaram no cabo das espadas também, à espera das atitudes do outro.

O soldado que era admirador de Aioria logo interveio. — Senhores! Nosso Rei ficaria muito triste houvesse um embate entre os seus, isso não seria inteligente.

O capitão olhou seu subordinado analisando suas palavras e voltou-se ao Leão. — Pois bem, siga suas buscas, mas antes me diga quem é esse que nunca vi? — Falou apontando para Milo, uma vez que Shaka era conhecido como ex-pajem de Camus e foi dado como premio a Aioria na frente de todos durante a vitória sob o leão.

— Este é meu amigo e está me ajudando nas buscas. — Respondeu Aioria seco.

— Onde está o Touro? Vocês não eram amigos? — O capitão tornou a perguntar.

— Nós nos dividimos, ele foi para o norte e estou indo para o sul, mas não lhe devo informações alguma, faça seu trabalho, ache o escravo, quem sabe você não consegue a gorda recompensa? — Respondeu o campeão de forma arrogante.

Milo e Shaka continuavam apostos com as mãos no cabo da espada prontos para atacar caso fosse necessário.

Houve um pequeno momento de tensão entre aqueles homens, quando o capitão querendo manter a postura de líder falou. — Tudo bem, deixarei que sigam, mas relatarei ao Rei a direção que estão seguindo.

— Vá e faça como quiser, teu Rei apenas questionará o que fez para achar seu escravo, e penso que não ficará nada feliz ao vê-lo voltando com as mãos abanando.

Os soldados partiram em direção oposta àquela os três estavam viajando.

— Ufa! Achei que teríamos um embate aqui. — Comentou Milo soltando o cabo de sua espada.

— Eles não são tolos, sabem que se tentassem algo sofreriam algumas baixas, posso não ter dado conta do leão sozinho, mas desses soldados eu com certeza daria. — Respondeu Aioria mal-humorado, Shaka apenas se aproximou segurando em suas mãos.

— Aioria, não tenha dúvidas que me salvou. Não sabe como meus dias eram difíceis antes de... antes de nos reencontramos na arena, antes de você me tirar da solidão dos meus dias. — Shaka falou sincero.

E Aioria não pôde negar seu impulso de puxar o loiro para seus braços e tomar-lhe a boca num beijo apaixonado.

Milo apenas girou os olhos deixando o casal com seu momento de privacidade.

*-*-*-*

— Criança, já está hora de dormir vamos os três pra cama. — Natassia falou docemente com seus pupilos, o pequeno Seiya já havia dormido na sala da pequena casinha de madeira onde moravam.

Shiryu prontamente obedeceu e Hyoga também, o pequeno elfo não gostava muito das horas de dormir,  seu sono não era como o dos outros, ele não precisava dormir todas as noites, na realidade geralmente dormia noite sim, noite não.

Nas noites que passava em claro ele ficava com Isaak observando a natureza no topo das árvores.

Não tardou para que todos na casa adormecessem logo Hyoga saiu silenciosamente indo ao encontro de seu amigo.

— Isaak? Onde você está? — Perguntou o pequenino e logo o jovem rapaz apareceu em sua frente o pegando no colo para um abraço fraterno.

Logo Isaak subiu com o menino no topo de uma árvore próxima.

— Isaak, por que sou diferente do Seiya e do Shiryu?  — O menino perguntou atentamente a seu amigo, enquanto tocava em suas orelhas pontudas.

Isaak o olhou com carinho antes de responder. — Hyoga você sabe que é um elfo, não sabe? Elfos são diferentes dos homens mortais.

— Eu não queria ser diferente, nem cresço, até o Seiya já tá maior que eu... — Lamentou o pequenino.

Isaak sorriu.

— Somos diferentes, meu querido, mas se te deixa mais tranquilo um dos seus p... — Isaak iria revelar ao menino que um de seus pais era um mortal, mas parou, não sabia se era da vontade do Rei que o pequeno soubesse.

— Um dos meus, o quê? — Insistiu o menino Isaak.

Isaak apenas suspirou e mudou de assunto. — Consegue sentir o vento, Hyoga? Consegue perceber o que ele diz?

Hyoga fechou os olhinhos e ficou sentindo o vento bater seu rosto.

— O que sente pequenino? — Perguntou Isaak didático.

Hyoga olhou para o amigo elfo e com os olhos cheios de lágrimas falou. — Papai está vindo me buscar?

— Sente isso? — Perguntou o elfo, estranhando, pois não percebia a presença de Camus, Shaka talvez.

A criança élfica apenas confirmou com a cabeça e abraçou Isaak.

— Já eu sinto que uma mudança se aproxima, e sinto o perigo, nós devemos ficar atentos, e sair daqui. — Isaak informou.

— Mas não podemos a mamãe, o Seiya e o Shiryu... não podemos abandoná-los, e o papai está vindo. — Tornou o pequenino, todos os três chamavam Natassia de mamãe, apesar dela não ser realmente mãe de nenhum deles.

Isaak olhou para a criança, sabia que a segurança de Hyoga era o mais importante, mas também não podia deixar aquela mulher com as duas crianças à própria sorte, havia maldade se aproximando.

Sentia a ajuda vindo, mas sentia o mal também.

*-*-*-*-*

— Acho melhor pararmos um pouco, por favor. — Máscara da Morte pediu fraco, Shaka havia sim aliviado e quase o curado, mas seu ferimento ainda doía muito.

Os outros se olharam e num acordo mudo concordaram, a viagem seguia silenciosa desde que se separaram de Milo, Aioria e Shaka.

Aldebaran ajudava Máscara, que andava com dificuldade, da mesma forma Mu auxiliava Camus que ainda sentia-se fraco pelo constante contato com o maldito medalhão.

— Vamos descansar um pouco dessa viagem, vou fazer uma fogueira e preparar algo para comermos. — Falou Aldebaran pegando alguns gravetos que trouxe em sua bagagem, uma vez que sabia que dentro da caverna seria impossível achar algo do gênero.

— Camus, você está bem? — Perguntou Mu ao primo que havia se sentado junto a uma pedra.

— Sim, Mu, não se preocupe comigo, vá conversar com o seu salvador, sei que é o que deseja desde que entramos nestes caminhos. — Orientou Camus que podia sentir a aflição no coração de seu primo.

Mu assentiu e seguiu para próximo a Aldebaran.

— Você precisa de ajuda? — Perguntou o elfo.

— Não pequeno, quer dizer senhor. Desculpe-me. — Começou o Touro sem jeito.

Mu pegou em suas mãos e pediu. — Não faz assim, Aldebaran, não me afaste, não sou senhor de nada e você sim, é meu salvador.

Vermelho e sem graça o gladiador respondeu. — Eu... eu já me sentia indigno de você antes, agora então que sei que é um ser superior não sei nem como me aproximar de você.

Aldebaran estava sentado tentando acender o fogo, e Mu havia se abaixado para conversar com ele.

Segurando a mão do Touro o elfo acariciou seu rosto. — Não percebe meus sentimentos Aldebaran? O que sinto por você está além da gratidão por seus atos nobres, mas você nunca deixa eu me aproximar, não me acha bom o bastante para você?

Com os olhos arregalados o Touro falou. — Pelos Deuses! Pequeno! Mil perdões, não sei me comportar, sou rude. Você é incrível, não sou digno nem que me dirija à palavra, você tão lindo e perfeito e.. — Aldebaran falava rápido e sem jeito.

— Aldebaran, posso te pedir uma coisa? — Mu logo cortou o falatório do outro.

— Claro, qualquer coisa, o que você quiser, faço tudo, pode pedir. — Novamente Mu o interrompeu colocando os dedos em sua boca.

— Me beija. — Mu pediu doce.

O gigante Aldebaran, O Touro, ficou imóvel por um instante, Mu o encarava com os olhos cheios de expectativas, mas o gladiador, que já havia lutado em inúmeras batalhas, olhou para o elfo a sua frente completamente acovardado.

Aldebaran sabia que era forte, mas nunca foi belo como os amigos, ao contrário, sempre teve a certeza de que era desprovido de beleza, e como uma pessoa tão feia, poderia sonhar em beijar alguém com a perfeição de Mu? Isso seria até heresia. — Não posso, Mu, não sou digno de você. — Falou se afastando do elfo.

O jovem elfo voltou para junto de seu primo com a tristeza estampada em seus olhos.

— O que houve. Mu? — Camus Perguntou ao ver seu primo triste.

— Ele me rejeitou, Camus. — Revelou Mu deitando no colo do primo sentindo os olhos lacrimejar e seu coração doer de uma forma que nunca havia sentido antes.

— Não entendo Mu, é notório o sentimento que aquele homem nutre por você, o brilho em seus olhos todas as vezes que ele olha para você. — Camus falou tentando consolar o primo.

— Ele disse que não se acha digno de mim. — Contou Mu.

— Ah entendo. — Falou Camus sem poder nega ao primo as palavras do mortal, não pode deixar de lembrar-se das palavras de seu pai...

”— Não há nada que um mortal possa oferecer a um elfo além de dor, tristeza e desespero. — Crystal falou sério e sombrio, — Não se envolva com mortais Camus se o fizer arcará com as responsabilidades dos seus atos. Tudo que vai conhecer é dor, sofrimento e desespero"... a mente de Camus viajou até o momento em que Milo foi morto por Surt, a dor que sentiu naquele momento ainda era pungente em seu coração, então segurou as mãos de Mu e aconselhou. — Afaste-se dele Mu, não insista em algo que só o fará sofrer, aliás, já está o fazendo sofrer, não percebe? . — Camus aconselhou usando a própria história como base para o seu conselho.

Mu nada respondeu, apenas levantou zangado e foi verificar como estava Máscara.

*-*-*-*-*

— Já descansamos o suficiente, devemos seguir viagem! — Milo falou se levantando, haviam parado para os cavalos beberem água e descansarem.

Shaka prontamente se levantou, colocando-se pronto para partir, Aioria por sua vez olhou para o amigo e comentou. — Está realmente empenhado para encontrar a criança, isso tudo é por causa do elfo?

— Não, Aioria, não sei explicar, mas quero e preciso encontrar o menino... É estranho... sinto como se fosse meu próprio filho correndo perigo. — Respondeu Milo ajustando a cela do seu cavalo.

Aioria apenas olhou para o amigo absorvendo aquela resposta, em seu íntimo sabia que algo estranho estava acontecendo, como criticar o amigo se ele próprio também sentia-se ligado ao seu elfo de uma maneira extremamente forte, como se o mundo sem Shaka perdesse o sentido.

Foi em direção a Shaka que estava amuado desde a pequena discussão que tiveram momentos antes.

— Vamos, Shaka. — Chamou pegando na mão do loiro e o guiando até o cavalo.

Uma vez na estrada Aioria abraçou Shaka o pediu. — Me perdoe Shaka, sou um idiota.

— Eu sei. — Falou Shaka com um pequeno sorriso nos lábios.

— Sabe o quê?

— Que você é um idiota.

Aioria indignado ia começar a reclamar quando Shaka o cortou. — É idiota, mas é o meu idiota, o homem que eu amo. — Declarou o loiro para deleite do guerreiro.

— Shaka não vejo a hora de estarmos a sós. — Aioria falou ao ouvido do elfo beijando seu pescoço.

— Teremos muito tempo pra isso Aioria, vamos nos concentrar em resgatar Hyoga. — Pediu Shaka coerente.

O Leão concordou aumentando a velocidade de seu cavalo para alcançar Milo, que já estava muito à frente.

*-*-*-*-*-*-*

— Vamos chegar sem barulho, pegar o garoto loiro. — ordenava Valentine aos seus soldados.

— E os outros? — Heddy perguntou.

— Se oferecerem resistência mate todos.

....

— Vamos meninos com cuidado, as plantas precisam de cuidados, olhem como o Hyoga está fazendo. — Natassia falava com os meninos enquanto cuidavam da horta ao lado da pequena casa.

— O Oga conversa com as plantas. — Seiya reclamou.

— Oras, Seiya todos nós devemos conversar com as plantas. — Respondeu Natassia docemente.

— Mas parece que elas respondem pra ele, ele entende o que elas falam. — Voltou a reclamar o garoto, de fato Hyoga conversava com as plantas, os animais, os insetos, para Hyoga era tão claro e nítido ouvir e conversar com esses seres que ele não entendia o porquê seus amigos não tinham o mesmo dom.

— As minhas também não ficam lindas como as do Hyoga. — Reclamou Shiryu.

— Porque você coloca água demais, elas não gostam, se afogam, já falei isso pra você. — Respondeu Hyoga olhando feio para o amigo, não gostava quando eles deixavam as plantas ou os insetos morrerem.

Shiryu nada respondeu apenas girou os olhos, Hyoga e a mania dele se saber o que as plantas, os insetos e até que os amimais sentiam era irritante.

Hyoga estava ajoelhado no chão enquanto cuidava das plantas e sentiu o vento bater em seu rosto, com ele uma sensação ruim, o pequeno garoto se levantou e olhou fixo para o horizonte.

Não tardou para que a imagem de alguns cavaleiros se aproximando se fez nítida, Seiya, o mais entusiasmado do trio sorriu, o menino gostava de novidades e viajantes sempre tinham algo para contar.

Natassia, por sua vez olhou com apreensão, uma vez que era uma mulher sozinha com três crianças, isso não intimidaria maus feitores.

Seiya fez menção de ir ao encontro dos cavaleiros, mas Hyoga tentou impedir. — Não vá, Seiya, não vá.

— Por que não, Oga? Temos visitas, cansei de olhar pra sua cara feia e suas orelhas pontudas. — O menino falou para o outro infantilmente mostrando a língua, e correndo na direção dos cavaleiros.

— Seiya, volte! — Ordenou Natassia, mas o garoto teimou e prosseguiu correndo.

— Ei! Aqui, eu sou o Seiya! Ei!! Ei!! — A criança sorria e acenava inocentemente para os viajantes.

Hyoga estava com a expressão séria e Natassia tinha no rosto as marcas da preocupação, ao perceber que os homens estavam perto demais de Seiya e não haviam diminuído o galope a mulher gritou. — SEIYAAAAAA!!!

O menino que antes acenava contente tirou o sorriso do rosto dando lugar ao medo, iria morrer, contudo antes que os cavalos o atingissem uma flecha voou nos céus atingindo o cavaleiro do meio bem em seu coração. Ao cair o cavaleiro puxou a cela fazendo com que o cavalo desviasse seu caminho e colidisse com o outro cavalo que também desviou, Seiya gritou se baixando e se protegendo com as mãozinhas na cabeça, quando os cavalos passaram por ele.

— Malditos sejam, vermes!!! — Gritou Valentine empunhando sua espada. — Vou matar o garoto, mas jamais deixarei que o peguem antes de nós!

Em sua mente o General acreditava que os sequestradores estavam ali para levar a criança élfica.

— Corram, se escondam. — Natassia pediu para Hyoga e Shiryu. Se abaixando para ficar a altura do mais velho pediu. — Shiryu você é o mais velho, cuide do Hyoga, corram para a floresta, pelos deuses se escondam.

— Não! Não posso deixar vocês, aqueles homens são maus, não percebe? — Hyoga falou com os olhos cheios de lágrimas, está foi a primeira vez que sentiu medo em sua curta vida.

— Sim, meu pequeno anjo, esses homens são maus, por isso devemos fugir, vou pegar o Seiya, agora vão, fujam. — A mulher falou em desespero.

Heddy, que também havia pegado sua espada, se voltou para o pequeno Seiya que estava amuado no chão chorando de medo.

Antes que Heddy conseguisse atingir a criança com sua espada uma nova flecha veio voando em um disparo certeiro em seu coração o fazendo tombar como seu companheiro minutos antes, Valentine e os outros soldados tentavam ver de onde vinha o ataque uma vez que essa flecha foi disparada do lado oposta a primeira.

— Malditos covardes apareçam! — Ordenou Valentine, depois se voltou aos seus soldados. — Espalhem-se, eles não darão conta de todos nós, acabou a brincadeira, matem todos, a criança élfica em último caso, mas creio que nosso Rei a prefere morta do que nos braços dos seus desafetos.

— Vejam, os meninos estão fugindo pela mata! — Um dos soldados avisou e correu com seu cavalo atrás deles, Valentine então apontou para que os soldados pegassem a mulher e outros fossem atrás do menino que ainda estava deitado na grama com o rosto coberto numa vã tentativa de se esconder.

Uma flecha atingiu o soldado que correu para alcançar Hyoga e Shiryu, mas Valentine estava atento tentando achar de onde as flechas vinham, viu outra ser disparada contra o soldado que pegou Seiya pelos cabelos, um sorriso escapou de seus lábios, olhou para o seu arqueiro fazendo sinal e o rapaz disparou uma flecha, o elfo poderia se livrar do caminho da flecha lançada contra ele, não fosse a urgência em disparar outra flecha na direção dos soldados que estavam alcançando Hyoga e seu amigo.

— Angh! — Gemeu Issak ao ser atingido no rosto e perdendo o equilíbrio.

Natassia se debatia e, já presa nos braços de um soldado, gritava com toda força. — Corram meninos, se escondam! Se escondam!

— Cale-se idiota! — Valentine gritou já no chão ao lado da mulher dando-lhe uma bofetada no rosto.

Hyoga ao sentir que seu amigo elfo havia sido ferido, virou seu rostinho na direção do amigo gritando.

Ele e Shiryu se abraçaram com medo.

O soldado que estava se aproximando dos garotos sorriu deixando à mostra seus dentes podres, iria pegar os meninos, mas chamou sua atenção.

Cavaleiros estavam se aproximando, pensou em gritar, mas sua voz simplesmente não saiu.

Valentine e seus soldados estavam entretidos em encurralar Isaak que não notaram a proximidade dos outros.

Natassia estava em pânico, sentia que seus meninos corriam perigo, não tinha ideia de quem era aquele garoto que tentou lhe ajudar, sim ela sabia que o rapaz devia ser novo, pois não aparentava ter mais de dezesseis anos. — Solte, ele é uma criança! — A moça gritou para o soldado que estava trazendo Seiya sendo sacudido pelos cabelos.

O soldado então jogou o menino na direção dela que conseguiu pegá-lo antes que ele fosse ao chão.

No mesmo momento Valentine puxava os cabelos de Isaak atrás de informações, não deixou de notar que o rapaz em sua frente era um elfo, levaria não só a criança élfica, mas sim outro elfo, que talvez pudesse substituir o elfo sequestrado no entretenimento do Rei e, com toda certeza, seria muito bem recompensado, além da gratidão do Rei, que pra ele valeria mais que qualquer prêmio.

— Onde estão os outros? Onde está Camus? Anda, diga? — O general de Radamanthys perguntou ao elfo que estava caído no chão sentindo o sangue correr pelo ferimento que a flecha fez em seu belo rosto.

Isaak sentiu a presença de Shaka, sabia que ele o ajudaria a salvar Hyoga daqueles homens, então se virou para Valentine a fim de prender a atenção do general sobre si. — Do que está falando?

— Ora garoto, não me faça perder a paciência com você, me diga onde está Camus. — Valentine perguntou agora puxando os cabelos do elfo e colocando uma faca sobre seu pescoço.

...

Shaka gritou para que os três acelerassem os passos, sentiu que algo de ruim estava acontecendo.

Logo conseguiram visualizar a cena que se desenvolvia na sua frente, alguns soldados caindo após serem atingidos por flechas, Milo e Aioria não conseguiam ver com seus olhos mortais, mas Shaka conseguiu visualizar todo o movimento de Isaak em cima das árvores disparando suas flechas, uma sensação de alívio chegou ao peito de Shaka que pôde finalmente se tranquilizar, pois sabia que Hyoga estava sendo bem cuidado durante este período que a criança ficou longe.

— Isaak! — Shaka falou quando viu o servo do Rei ser atingido por uma flecha.

Estavam perto, Milo instintivamente foi em direção às duas crianças que estavam assustadas e choravam abraçadas, estavam cercados por um bando de soldados, um deles perigosamente perto.

Shaka então voltou a usar seus poderes, que agora longe dos poderes do medalhão haviam voltado quase que totalmente.

Com as palmas das mãos em riste os olhos de Shaka brilharam.

Aioria, que guiava o cavalo, percebeu que o homem que estava próximo ás crianças perdera a visão de repente, soube que seu Shaka tinha algo a ver com aquilo, mas pensaria a respeito em outro momento, àquela era hora de lutar.

Aioria então pegou sua espada e seguiu para cima dos homens que estavam com a mulher e a criança.

Shaka também pegou sua espada, havia passado mais de cem anos treinando, havia enfim chegado o momento da luta, foi então para cima de Valentine que torturava Isaak.

Milo havia pulado de seu cavalo e se colocado em frente às crianças, que estavam muito assustadas, Hyoga apesar do medo acompanhava toda a ação com seus olhos trigueiros, viu Milo empunhar a espada e desferir alguns golpes nos “homens maus”.

Enquanto Aioria lutava com alguns soldados, desviando e trocando golpes a esmo, Shaka travava uma batalha contra Valentine, a espada do inimigo pesada contra a dele, os olhos perversos brilharam de contentamento quando o homem de Radamanthys empurrou a lâmina perigosamente perto do braço do elfo.

— Ora, ora, então o grande escravo desapegado Shaka também era um elfo, este tempo todo você não passava de um maldito de um elfo! — Brigou o General de Radamanthys.

Shaka nada respondeu, apenas desviava elegantemente dos golpes do outro com maestria, o corpo movia-se suave, mas rápido, respondendo ao barulho do aço que se chocava ecoando quando as armas colidiam.

— Não faz sentindo, por que aceitou viver como escravo de outro elfo, mantendo sua condição na clandestinidade? — Questionava Valentine com real interesse. — Por que simplesmente não fugiu?

— Isaak, como você está? — Perguntou Shaka ignorando os questionamentos do outro.

— Não se preocupe comigo, Shaka, a segurança do Hyoga é mais importante. — Respondeu o elfo retirando uma tira de sua roupa e colocando sobre o rosto ferido.

— Shaka, não basta desviar dos golpes do seu oponente, você precisa atacar! — Gritou Aioria, desviando de um golpe de espada que acertaria em cheio seu peito, no mesmo impulso trocou golpes com outros dois oponentes, ele ainda lutava com três homens ao mesmo tempo.

Shaka e Valentine se encararam por algum tempo antes do loiro começar a atacar com toda sua desenvoltura, em um giro bem equilibrado desviou a atenção do inimigo e com toda a classe élfica fez a espada de Valentine voar longe, com um lampejo quando caiu ao chão e a lâmina contrastou com o solo.

Uma vez desarmado, absolutamente irritado o General de Radamanthys correu para o seu cavalo enquanto gritava. — Retirada!! Vamos bater em retirada!!! — E olhando para Aioria acrescentou. — E quanto a você, o Rei saberá sobre sua traição.

— Ora seu! — Aioria pensou em ir atrás deles, mata-los para evitar problemas futuros, mas Shaka o impediu apontando para as crianças que choravam assustadas.

Milo virou para o lado, o pulso girou empunhando a espada em frente ao peito, protegia-se e ao mesmo tempo atacava, ele ainda lutava contra dois soldados ao mesmo tempo, desviando o corpo e empurrando a espada contra as lâminas dos oponentes, quando em um movimento, digno de um legítimo guardião, ele fez uma finta colocando o pé esquerdo à frente, como se fosse adiantar-se, os dois inimigos seguiram-no erguendo as espadas, na esperança de agora pegá-lo com a guarda baixa e no contrapé, mas Milo saltou para trás fazendo com que no impulso imparável, um soldado acertasse o outro,­ e ambos caíram sem vida no chão.

Ofegante pela batalha, Milo virou-se e viu os meninos abraçados um no outro aos prantos, então se aproximou com cautela e abaixou-se na altura dos dois. — Calma meninos, os homens maus já foram.

Hyoga soltou o amigo e olhou Milo com curiosidade, Milo por sua vez olhou a criança encantado, as orelhas pontudas não deixavam dúvidas, aquele era o filho de Camus, talvez por isso Milo tenha sentido o que sentiu ao ver a criança.

Seu peito se aqueceu e um amor inexplicável surgiu em seu coração, Hyoga se aproximou do homem loiro a sua frente, levantou uma mão e tocou no rosto de Milo, sempre com os olhos atentos.

Milo não saberia explicar o porquê de estar tão emocionado, mas ao sentir o toque da pequena mão em seu rosto, seus olhos lacrimejaram então ele abraçou a criança o levantando em seu colo.

Hyoga correspondeu ao abraço encostando a cabecinha no ombro de Milo, o clima foi quebrado por Natassia que gritava um pouco mais ao longe.

— Por que eles nos atacaram? O Rei sempre nos protegeu, por que agora quis nos matar? — Questionava a moça nervosa.

 

Shaka após se livrar de seus oponentes e antes de verificar o ferimento de Isaak foi até onde estavam Milo e Hyoga, o pequeno não tirava os olhos de Milo, mas quando ouviu Shaka o chamando sorriu e jogou os braços querendo ir para o colo do primo de seu pai.

— Shaka! — O menino falou com os olhos cheios de lágrimas. — Onde está o papai?

Shaka que nunca foi muito entusiasta de carinhos e mimos, não se conteve ao pegar o menino em seus braços. — Ahh, Hyoga pelo Divino você está bem, eu tive tanto medo pequeno, tanto medo...

— Cadê o papai, achei que ele vinha também? — Perguntou o menino elfo olhando para Milo desconfiado.

— Seu pai Camus nos espera num lugar seguro, nós viemos te buscar, meu querido. — Shaka respondia com amabilidade.

Milo pegou Shiryu nos braços e foi junto com Shaka para perto dos demais.

— Pelo Divino, Isaak, me perdoe a demora. — Desculpou-se o loiro entregando Hyoga para o pai e indo em direção ao amigo elfo.

— Ei, você! Solte essas crianças! — Começou Natassia histérica para Milo. — Quem são vocês? Por que os soldados do Rei atentaram contra nossa vida? O que está acontecendo? — Questionava a mulher nervosa.

Os rapazes presentes se olharam e foi Shaka quem falou com seu ar superior. — Acabamos de salvar sua vida, você deveria ser mais grata.

Natassia olhou para Shaka que havia se abaixado para verificar o ferimento de Isaak e notou que os dois tinham as orelhas pontudas como as de Hyoga, “Pelos Deuses, são elfos” — Afirmou a moça em pensamento.

Quando notou os olhos de Shaka brilharem enquanto ele mantinha as mãos sobre o ferimento de Isaak, que aos poucos cicatrizava, a mulher levou as mãos à boca surpresa, “Seria esse loiro algum Deus?”

 Então se ajoelhou perante aos elfos e pediu. — Senhores me digam o que houve?

Milo e Aioria já estavam próximo a Shaka, Milo com os dois meninos nos braços e Aioria com Seiya.

Seiya e Shiryu quando se aproximaram de Natassia quiseram ir em direção a mulher que os abraçou, Hyoga, contudo permaneceu no colo de Milo, observando Shaka curar seu amigo Isaak.

Durante o processo Shaka sentiu-se tonto e se desequilibrou sendo amparado por Aioria.

— Shaka! — Chamou Aioria preocupado.

— Isaak, perdão, ainda estou me reabilitando, não tenho meus poderes por completo, não consigo o curar por completo, seu rosto vai ficar marcado com essa cicatriz.

— Não se preocupe com isso, senhor Shaka, não sinto mais dor alguma, cicatrizes não me afligem. — Respondeu o servo do Rei de Delmare.

Issak se virou para Hyoga e perguntou. — Você está bem? Se feriu?

O menino então esticou os bracinhos para que o amigo o pegasse no colo.

Milo entregou a criança ao rapaz e Hyoga ficou olhando para os ferimentos do amigo acariciando seu rosto, então começou a chorar. — Isaak por que aqueles homens fizeram isso com você? Por que eles maltrataram o Seiya? Eu não entendo.

Isaak olhou para Shaka na esperança que o loiro dissesse algo, pois ele também não sabia os motivos dos ataques, apenas pressentiu que o mal se aproximava.

 “Uma criança élfica jamais deveria ter contato com esse tipo de situação”, — pensou Shaka, nenhuma criança na realidade deveria ter contato com aquele tipo de evento, mas os elfos em geral eram protegidos por toda sua infância, ele e Camus tinham centenas de anos quando tiveram contato com os mortais pela primeira vez. Mas, olhando cansado, Shaka concluiu seu pensamento lembrando que suas tragédias não foram ocasionadas pelos homens e sim pelos seus.

— Hyoga, meu querido, aqueles são homens cujas almas ainda não estão evoluídas, por isso agiram assim. — Respondeu Shaka de forma branda. — Viemos buscá-lo, meu querido.

Ao ouvir as palavras de Shaka, Natassia gritou. — Não! Ninguém vai levar meu menino de mim.

Os quatro homens olharam para a mulher, Milo e Aioria imaginando que talvez a mulher fosse de fato mãe do loirinho. Uma centelha de dor atravessou rapidamente o peito de Milo, ele sentia-se enciumado ao pensar que Camus teve algo com aquela moça.

— Senhora, agradeço muito todo o cuidado e amor que teve com ele, mas o pai deste menino o aguarda. — Respondeu Shaka com seu jeito altivo.

— Não! O menino foi trazido para mim, onde esteve o pai dele este tempo todo? Que pai permite que seu filho fique longe? — Continuou a moça irritada.

— Senhora, meu primo Camus teve seu filho roubado, e ficou durante todo esse tempo se submetendo às loucuras do Rei para proteger o filho, já que o Rei ameaçava tirar a vida do menino caso ele não cumprisse suas ordens. — Começou a explicar Shaka. — Veja, há pouco conseguimos tirar o pai deste menino do castelo em uma missão de fuga, e a primeira coisa que o Rei fez foi mandar seus homens aqui, com ordens precisas. Acho que eles não seriam bons com a senhora, uma vez que não teriam mais serventia para eles.

A moça olhou confusa analisando as palavras do Shaka.

— E a mãe dele, onde ela está? — Quis saber a mortal.

Shaka trocou olhares com Isaak antes de tentar explicar. — O Hyoga foi gerado por Camus.

— O quê? — Perguntaram os três mortais presentes praticamente juntos.

— Que isso, Shaka, você está dizendo que o Camus ficou grávido? — Perguntou Aioria incrédulo.

— Isso é impossível! — Resmungou Milo.

— Francamente, que absurdo! — Falou a moça.

Shaka lançou lhes um olhar cansado antes de começar a falar, sua voz arrogante e implacável. — Acham mesmo que só as fêmeas podem gerar filhos? Na sua raça sim, mas sabem quantas espécies diferentes existem no mundo? Somos elfos, o que sabem sobre elfos? — Shaka perguntou não em tom bravo, mas didático. — Os elfos assim como centenas de outras espécies da natureza não precisam da junção macho e fêmea para se reproduzir, contudo o nascimento de um elfo é algo raro, seja ele concebido como for.

Milo estava chocado, queria poder questionar mais sobre aquilo, mas sabia não ser o momento certo.

 “Caramba, Camus gerou um filho, ele gerou um filho, mas será que existe outra pessoa na vida dele?" — pensou o loiro olhando de Shaka para o menino.

Natassia voltou a chorar. — Pelos Deuses, o que será de nós? Eles vão nos matar quando voltarem.

— Senhora, não se preocupe, arrume suas coisas, vamos providenciar para que chegue a Gales, lá chegando procure por meu irmão, escreverei uma carta, ele os abrigará, a senhora e os meninos.

Assim ela vez, arrumou algumas coisas para a viagem com os dois meninos, Aioria lhe deu uma boa quantia de dinheiro, moedas de ouro que havia ganho como premiação dos jogos de Radamanthys.

Partiram para a cidade próxima e lá encontraram uma caravana de comerciantes que seguiriam por várias cidades e passariam por Gales.

Aioria e Milo pagaram ao chefe da caravana para que Natassia e as crianças fossem levados em segurança para Gales, sob a ameaça de morte, caso a moça não chegasse ao seu destino, ou se algo acontecesse com eles no caminho.

— Estamos entendidos, senhor Kido? Se alguma coisa acontecer a essa moça ou aos seus sobrinhos, nós juramos por Atena que o caçaremos até os infernos de Hades. — Ameaçou Aioria com seu jeito intimidante.

— Podem ficar sossegados, levarei a moça em segurança. — Tornou o homem que também via a possibilidade de se aproximar do Rei Saga de Gales uma boa oportunidade de negócios.

E assim a moça seguiu com a caravana junto dos seus meninos, após uma despedida emocionada.

...

— Então o Rei o mandou para que nos seguisse? — Perguntou Shaka no momento em que estava a sós com Isaak numa pequena pousada na estrada próxima a cidade de onde Natassia seguiria com a caravana.

Shaka e Isaak ficaram no quarto, pois não era seguro que fossem vistos por aquela região.

Hyoga foi com Milo para se despedir de Natassia, o guardião havia colocado um lenço como os de pirata na cabeça do menino a fim de esconder suas pontudas orelhas.

— Ele ordenou que eu cuidasse do Hyoga, pediu para que não tirasse os olhos da criança. — Explicou.

— Você estava lá quando levaram o Hyoga?

— Sim.

— Pelo Divino, Isaak! Por que não os impediu, por que não ajudou Camus? — Shaka Perguntou irritado tentando entender.

— Eu não tinha como lutar contra todos sozinho, senhor Shaka. — Começou o rapaz. — Então optei por seguir Hyoga, não deixaria que o machucassem, e assim eu fiz até hoje. — Respondeu Isaak um tanto quanto incomodado.

— Por que está inquieto, Isaak? — Questionou Shaka.

— Durante esse tempo não tirei Hyoga das minhas vistas, mas o senhor o deixou sair sozinho agora. — Explicou Isaak.

— Ele não está sozinho Isaak, está com o pai, mesmo que Milo não saiba. Eu sei que Hyoga sabe e sente isso. E eu não poderia negar que o menino se despedisse da pessoa que cuidou dele durante esse tempo.

— Ele é um simples mortal Shaka, acha que pode cuidar de um filho que ele nem ao menos sabe que é dele? — Shaka nada respondeu e Isaak continuou. — Se fomos pensar bem Hyoga, nada tem a ver com este homem que está em uma nova vida que nada se lembra do que se passou anteriormente.

— Como pode dizer isso? Isaak, Hyoga foi concebido no solstício, com a benção do Divino, foi feito com a energia cósmica dos dois pais, não entende? — Começou a explicar. — Não é como algo meramente físico, foi usada energia cósmica, energia da alma, isso é pra eternidade Isaak.

O jovem elfo se calou a Shaka suspirou cansado.

— Se soubéssemos que Hyoga estava sendo protegido, tanta coisa poderia ter sido evitada. — Queixou-se Shaka olhando para o jovem elfo. — Mas só temos a agradecer por você ter ficado com nosso amado Hyoga, nunca conseguirei retribuir você por isso. Obrigada Isaak. — Shaka agradeceu e abraçou o rapaz.

Isaak era um jovem elfo, mais novo do que Camus e Shaka, alias era até mais novo que Mu, mas mostrou-se muito leal e corajoso ao permanecer ao lado de Hyoga.

Mandar Isaak para que cuidasse de Hyoga foi uma ordem do Rei Crystal, foi bom para Shaka saber que o Rei não deixou Camus e o neto à própria sorte como se imaginava, mas uma coisa era certa. Crystal não fazia ideia das coisas que o filho tinha passado nestes últimos anos, ele jamais permitiria isso.

*-*-*-*-*

Após alguns dias de viagem pela caverna, Camus e os outros finalmente conseguiram ver a luz do dia.

— Camus, estamos perto, logo chegaremos em Vila Rosalie. — Comentou Mu entusiasmado. — Vocês com certeza vão conhecer o lugar mais lindo da vida de vocês.

Camus achava graça do jeito do primo, não podia se dizer ansioso, uma vez que sua preocupação com os outros afligia seu coração de tal maneira que chegava a doer. Parou alguns instantes para sentir a energia do sol tocando sua pele.

— Acha que seremos bem recebidos pelos seus? — Máscara da Morte perguntou a Camus, o tirando de sua meditação.

O elfo o olhou e continuou em silêncio, não por arrogância, e sim por realmente não ter a menor ideia de como seriam recebidos por seus parentes.

— Claro que seremos bem recebidos. — Afirmou Mu que ouviu a pergunta do outro.

Máscara apenas concordou com a cabeça, não muito seguro ao trocar olhares com Aldebaran.

Os quatro viajantes peregrinaram por mais quatro dias antes de chegarem à floresta, Aldebaran e Máscara da Morte sentiam que ali naquele lugar o ar era mais denso, havia uma atmosfera diferente, observavam Camus e Mu que pareciam escutar as árvores, como se elas dissessem qual caminho seguir.

— Estamos andando há dias, será que nunca chegaremos as terras élficas? — Perguntou o cavaleiro sem nome. — Vocês ao menos sabem para onde estamos indo?

— Estamos indo para Ville Rosalie. — Respondeu Camus, como se a pergunta do outro fosse sem sentido.

Quando estavam retomando o caminho foram surpreendidos por guerreiros elfos que apontavam flechas para todos do grupo.

— Quem são vocês e o que pretendem em Ville Rosalie? — Perguntou Argol chefe dos guerreiros.


Notas Finais


Ohhhhh Milo encontrou o Hyoguinha *-* \o/ Será que essa família vai se reunir em breve?

Como será essa relação? Acho que o Hyoga sentiu alguma coisa estranha ae, não é?

O Camus finalmente chegou em Ville Rosalie, o que será que o aguarda de volta ao mundo dos elfos?

Ansiosa pelos próximos capítulos! *-*

Prometo tentar não demorar muito para atualizar o próximo capítulo. XD

Comentários são sempre bem vindos e necessários, vamos lá deixem de preguiça!! =P


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