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História Alfred's Chronicle - Intrigas, anseios e perigos


Escrita por: AndrewFerris

Notas do Autor


Perdoem minha demora, um longo bloqueio criativo, o que é curioso por que já tenho a história quase que pronta...

Capítulo 2 - Intrigas, anseios e perigos


Diário de guerra: Vietnã, 09 de outubro de 1973. Me levanto sem pressa. A maioria dos meus companheiros já se levantou e toma seu café, melhor dizendo, o que sobrou deles. Ontem vi amigos demais morrerem pelas mãos do inimigo, pessoas que acreditavam que chegariam em casa vivas para aproveitar seus dias futuros curtindo a família, a vida normal e, acima de tudo, a distância do campo de batalha. Mas agora tudo tinha acabado para eles. E pela expressão do general eu poderia ter mais fé ainda de que conseguiria o que meus parceiros não conseguiram, sem dúvidas ele não permitiria que mais dos nossos morressem desse jeito. Se fosse para morrermos, que fosse por ventura da natureza. Depois de um café da manhã silencioso, que de certa forma me impressionou, pois normalmente teríamos uma boa dose do humor de Kilni, o general se levantou de um tronco e pigarreou.
—Espero que estejam com a mesma disposição que nossos inimigos, pois o dia hoje será cumprido. Vamos dividir a equipe pelo maior perímetro possível, a maior cobertura vai proporcionar uma vantagem sobre os viets. Espero chegar o mais rápido possível no ponto de encontro com outro soldado a ser resgatado.
—Outro vai se juntar a nós? - Perguntou Rhasaq incrédulo.
—Exatamente Rhas. Nós o encontraremos no caminho para o ponto de extração, então todos iremos pra casa, entenderam? - todos concordaram com um sinal de cabeça, então o general prosseguiu sem enrolação - Ótimo, estejam prontos para partirem de imediato, crianças. O provável ponto de encontro será um pântano há umas vinte milhas daqui, então a caminhada será longa - Assim que terminou de falar, todos os soldados se levantaram, apanharam suas bolsas e começaram a guardar suas coisas. Alguns foram não muito longe providenciar frutos e lenha para a próxima noite. Em menos de uma hora o grupo estava pronto para partir, o que alegrou o general a ponto de fazê-lo sorrir.
—A formação será a seguinte: Quero três a retaguarda de olho em tudo. Portanto devem ser os mais observadores do grupo. Nas laterais, preciso de quatro em cada lado, nesse caso preciso dos mais rápidos. Na frente quero os mais experientes. Isso inclui Penny e Rhasaq, principalmente. O restante fica no meio cobrindo o restante da equipe e cuidando de qualquer ponto cego.
—Eu fico na retagiarda, senhor - se ofereceu Kilni com seriedade.
—Não Kilni. Quero você no meio com o resto da equipe, você é jovem demais para essa posição.
—Mas senhor - começou o garoto, no entanto o general o cortou.
—Não discuta Kilni, enquanto eu estiver no comando você seguirá minhas ordens, entendeu? - Ele concordou com a cabeça e se afastou um pouco do grupo para brincar com uma faca.
—Alguma pergunta? - Todos negaram ou fizeram um aceno. Assim, pouco depois estavam partindo para o extenso campo que se seguia rumo ao encontro do outro sobrevivente. Penny e Rhasaq tomavam a frente do grupo, sempre seguindo as orientações do general, "se abaixem", "esperem", ou qualquer outra coisa do gênero. Kilni caminhava com o resto do grupo, obviamente incomodado, cercado pelos demais soldados do batalhão. Não tardou para que o grupo chegasse num campo onde a vegetação era bem mais baixa do que o normal, obrigando todos a manter o dobro da atenção. O sol subia mais a cada instante, e as roupas grossas e pesadas dos soldados não facilitavam nem um pouco, então suavam demasiado, ao passo que praguejavam contra o calor pois, embora o general os permitisse parar um momento ou outro para beber um pouco de água, os poucos goles não ajudavam a combater as probalidades, que estavam todas contra eles. Antes do meio-dia, os cantis se encontravam vazios, assim como a vontade dos soldados em continuar andando, até que um jovem de cabelos encaracolados magrelo gritou para todos.
—Tem um pântano lá embaixo.
—Bom trabalho - disse o general observando o campo abaixo, que aos poucos deixava de ter uma aparência suportável para assumir uma aparência completamente feia. Árvores baixas se erguiam com cipós na encruzilhada, as raízes afundadas na água. Havia bolor nas copas, nos galhos e no chão, que volta e meia fazia os soldados escorregarem, no entanto sem perder a pose. 
Quando chegaram à beira do pântano, o general observou confuso os arredores, então deu meia-volta e se juntou aos demais soldados.
—Algum problema, senhor? - Indagou Rhasaq mantendo uma distância enquanto largava sua mochila no chão com notável satisfação.
—Era pro soldado estar aqui.
—Será que aconteceu algo com ele?- questionou Kilni sentando na própria bolsa.
—Não duvido - Confessou o general preocupado - Mas confio nele, o conheço muito bem de outras missões, vamos montar guarda aqui ao menos por uma hora, caso ele não apareça vou selecionar alguns de vocês para iniciar uma busca.
—O que faremos nesse período? -Perguntou um soldado no fundo, que estava bem cansado do que os demais.
—Vocês se esforçaram muito para chegar aqui, relaxem e descansem um pouco - Ao concluir a frase, os demais soldados em pé se sentaram e abriram suas mochilas para prepararem algum almoço. Outros tomaram a frente e foram procurar um riacho próximo. Já o general permaneceu impaciente pela hora seguinte, apreensivo e concentrado. Seu silêncio preocupava alguns, que o observavam momentaneamente antes de desviarem o olhar bem rápido antes que percebesse estar sendo observado. Alguns dos que percebiam esse comportamento estranho eram Penny e Rhasaq que, embora ocupados conferindo as munições e limpando suas armas, passavam grande parte de seu tempo observando o superior, até que ele olhou para o céu e, suspirando e tomando sua postura de costume, esbravejou para os companheiros:
—Muito bem fedelhos, hora de nos separarmos. Quero quatro rumo à sudoeste, por que é de lá que nosso futuro companheiro de viagem disse que viria. Quero dois em cada direção há três milhas daqui exceto dentro do pântano. Eu irei com a dupla de vocês que se direcionar ao sul. Pelo menos três ficam aqui caso ele apareça. Quero que sejam Leonard, Penny e Rhasaq. Kilni - Chamou o general, então o soldado apareceu de imediato, com uma faca na mão esquerda e uma expressão entediada.
—Senhor - respondeu o jovem se aproximando.
—Você vem comigo e os garotos para o sul.
—Sim senhor - concordou sem objeções.
—Vamos crianças - Depois de se separarem, os soldados restantes no pântano terminaram sua refeição, uma mistura de frutas secas, água e comida pasteurizada, então carregaram suas armas e se posicionaram na frente do pântano.
—Quem diria que terminaríamos assim? - Questionou Leonard incomodado - Quer dizer, eu sempre soube que a chance de sairmos vivos dessa merda era pouca, mas ser deixado pra morrer desse jeito é deprimente.
—Não fomos deixados pra morrer - Discordou Penny irritado - O general sabe o que faz, coloque-se no seu lugar. É óbvio que ele não deseja que nada de mal aconteça com o soldado que virá se unir a nós. Mas fomos colocados nessa posição justamente para sermos a cobertura de qualquer um que vier para cá. Da mesma forma que caso apareçam mais inimigos seremos os primeiros a saber.
—O general nos deixou aqui, por quê ele sabe que o soldado morreu e, provavelmente tinha sido capturado pelos viets e forçado a mandar uma mensagem para nós, asim poderiam montar uma armadilha para nós. Ou seja, Rock sabe muito bem que aqueles cretinos estão nos encurralando. Me diga, isso por acaso não é uma estratégia para o caso de um grupo estar numa armadilha?
—Concordo com ele - Confessou Rhasaq.
—Como pode dizer isso, Rhas? É óbvio que estamos numa formação para o caso de estarmos cercados, é por que nunca se sabe quando o inimigo pode aparecer, isso é o que chamamos de guerra.
—Não fazemos mais parte da guerra - Lembrou Leonard irritado.
—Enquanto estivermos nesse inferno somos parte da guerra, entendeu? - Recordou Penny começando a se irritar.
—Não era mais para estarmos nesse inferno, mas tudo deu errado com a gente. Nosso comboio explodiu, nossos homens encurralados na montanha semana passada, aquele ataque imprevisível ontem e agora mais essa, um soldado que nem faz parte de nosso batalhão vai se unir a nós e desaparece desse jeito.
—Ele não está desaparecido, só está atrasado - Corrigiu Rhasaq cansado daquela discussão.
—Espera, não era você que estava do lado dele agora a pouco? - Questionou Penny sem conseguir compreender.
—Eu disse que concordava com ele, nunca disse que estava do lado dele. Não confunda as coisas, Pennyworth. Eu acho que o general de fato nos deixou ao vento, mas não acredito que o soldado esteja morto ou qualquer outra coisa do tipo.
—Não confia no general? Virou o Kilni agora?
—Não é que não confie, mas ele só estaria fazendo o trabalho dele nesse caso, afinal a missão dele é manter nosso espírito alerta e pronto para tudo. Nós estamos, não?
—Estamos - Concordou Penny derrotado - O que faremos então é esperar o inimigo chegar e nos matar.
—Você melhor do que ninguém deveria saber disso.
—Eu sei. Sei também que prometi à minha familía que voltaria.
—Todos prometeram - Declarou Rhasaq - Inclusive os que morreram ontem. E da mesma forma nenhum deles voltou pra casa, em breve suas famílias vão tomar conhecimento e suas promessas não terão valido nada.
—Pois eu prometo que a partir desse instante vou fazer tudo o que puder para todos voltarem pra casa, ouviu Leonard?
—Não pose prometer algo assim - disse Leonard revoltado.
—Posso, e acredite quando eu digo que vou fazer de tudo para cumprir essa promessa.
—Certo, essa eu quero ver, senhor arrogante - os três permaneceram em silêncio por um longo período, até que, depois de quase duas horas sem nenhum sinal ou aproximação, Leonard perdeu a paciência e caminhou para longe dos colegas e do bosque apressado, seguido às pressas por Penny e Rhasaq.
—O que está fazendo? - Pergunta Penny puxando-o de canto.
—Estou tomando uma atitude. Por que diabos ninguém deu as caras até agora?
—Não sei, mas temos de esperar aqui, se sairmos podemos por tudo a perder.
—Você não manda em mim, Pennyworth - Depois dessa palavras, Leonard continuou a caminhar, mas de repente caiu no chão imóvel assim que ouviu-se um baque alto.
—Se abaixa Penny - Gritou Rhasaq, mas Penny já tinha se jogado no chão com o rifle apostos. Os dois se entreolharam, Penny fez menção de se arrastar até o pântano e assim fizeram enquanto uma onda de tiros jorrava sobre eles, acertando pedras e terra. Pouco tempo depois os dois alcançaram a beirada do pântano, então ouviram algumas explosões curtas e se jogaram na água imunda, de onde surgiram vietnamitas prontos para atacá-los. Empurrando o amigo para o lado, Penny arremessou três granadas e disparou com sua pistola, acertando quatro viets pelo caminho antes de jogar na água. As granadas explodiram, espalhando sangue vietnamita pelas árvores, enquanto as pessoas de onde o sangue provinha gemiam e praguejavam flutuando na água suja do pântano. Rhasaq prendeu a respiração por momento, seu corpo flutuando imóvel sem dar brecha ao oponente, que se aproximou com a guarda baixa, dando tempo de sobra para um disparo do rifle dele. Penny se levanta e caminha com destreza se escondendo por meio da vegetação baixa, até que se aproxima de um viet e quebra seu pescoço sem clemência pouco antes de dar meia-volta e apanhar seu rifle, acertando dois adversários desprevinidos. Rhasaq nadou um pouco e acertou outro soldado que se aproximava sorrateiro pela retaguarda de Penny, derrubando-o e metendo um tiro na cabeça com a pistola.
—Está ouvindo? - Indagou Penny abaixando o rifle, seu uniforme e armamentos sujos e molhados.
—Não, não estou ouvindo nada - Confessou Rhasaq decepcionado querendo possuir a audição do parceiro.
—É exatamente isso, não tem barulho - Declarou Penny sorrindo - As explosões cessaram.
Os dois saíram de dentro do pântano e se puseram a observar os arredores agora vazios, então viram um soldado solitário se aproximar correndo dos dois, que apenas ergueram seus rifles na direção dele.
—Quem é você que se aproxima? - Vociferou Rhasaq tomando a frente.
—Bem, vocês podem começar abaixando suas armas por quê vieram me salvar. Sou Slade Wilson, sobrevivente dessa merda de lugar que chamam de nação.


Notas Finais


Slade Wilson no universo de Dark Knight...Calma que vocês vão entender em breve...


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