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História Alfred's Chronicle - Atrás do prejuízo


Escrita por: AndrewFerris

Capítulo 8 - Atrás do prejuízo


Diário de Guerra: 28 de outubro de 1973. Quando acordamos de manhã sou espantado pelos gritos da minha mãe. Todos estavam agitados. Diversos objetos de valor (mais valor simbólico do que monetário) tinham sumido e a resposta do enigma era simples. Betty Rogue não estava comigo na cama, tinha sumido no meio da noite e levado nossos pertences. Depois de falarmos com os policiais, que prometeram cuidar do nosso caso, decidi cuidar da situação pessoalmente. Eu lembrava de muitas coisas do meu treinamento, e tinha chegado a hora de usar meu conhecimento. Passei a me punir nas horas seguintes, frustrado e irritado por minha inocência. Como pude ser tão idiota a ponto de permitir que uma pessoa que mal conheço dormisse na minha casa? E aquilo era a prova legítima de que eu não a conhecia. Betty é uma ladra peculiar que se aproxima das vítimas para aplicar o golpe. Ela tem onde dormir, comer, tem uma vida, tudo isso não passava de conversa afiada para que eu sentisse pena dela, uma pena que deixou de existir. Começo a andar pela cidade à procura da desgraçada, mostrando uma foto que ela havia esquecido comigo na noite anterior para todos que eu encontrava na rua, com a esperança de que alguém a reconhecesse. Assim que três pessoas disseram tê-la visto naquela manhã perto da zona sul, montei um perfil de suas aparições e triangulei as posições para ter uma ideia de onde ela se encontrava. Depois de buscar meus irmãos na escola, telefonei para Lucius e consegui seu retorno, o que não aliviou meu dia, pois meu amigo estava diferente. Não era apenas o humor, parecia ter amadurecido de maneira quase irreconhecível. O trabalho tinha feito muito bem a ele, mas não a nossa amizade. Depois de conversarmos um pouco, ele disse que gostaria de me ver, mas que não tinha tempo, então simplesmente nos despedimos e voltei a me concentrar em minha tarefa, não fosse minha obrigação como irmão.
– Jammie.
– O que foi? - Pergunta o menino entediado.
– Sabe o que mamãe me disse ontem? - Questiona Penny cruzando os braços e fechando a cara.
– Não tenho ideia.
– Ela me disse que você está se envolvendo com pessoas erradas - Jammie se faz de desentendido.
– E daí?
– Daí que para mamãe essa é a primeira vez, mas nós dois sabemos que não é. Você está andando com Greg e Matt de novo?
– Eu nunca andei com eles - Recorda Jammie indignado.
– É o que você diz, mas não sei se posso confiar em você - Declara Penny frustrado.
– Então não confie, mas nós fizemos um trato Alfred, eu estou cumprindo.
– Se você está cumprindo então já é um progresso - Comenta Penny aliviado.
– Minha vez de falar - Jammie soava sério - Você mentiu pra mim.
– Menti?
– Mentiu. Você disse que não tinha ido atrás deles mas foi e aí eles te bateram em frente à nossa casa.
– Quem te disse isso?
– Um amigo deles.
– Foi isso mesmo, Jammie. Eu fiz o que tinha de ser feito e paguei o preço. É o tipo de coisa que se faz pelos irmãos.
– Sabe que isso não me ajudou?
– Como assim?
– Eles vieram atrás de mim, Alfred. Me pegaram na saída da escola.
– Desgraçados, eles tocaram em você? - Pergunta Penny enfurecido.
– Me bateram um pouco, mas não ligo. Eu te avisei, falei pra não mexer com eles e você não me escutou. O que estava pensando?
– Estava pensando que meu irmão precisava de ajuda e que aqueles jovens precisavam de uma lição.
– Parece que quem aprendeu a lição foi você - Nota Jammie abrindo um sorriso.
– Como é?
– Quem está mexendo com as pessoas erradas é você Alfred. Desde que voltou tudo tem sido uma desgraça, você chama a atenção onde quer que passe.
– Eu faço o que os outros não fazem - Se defende Penny passando a mão no queixo.
– Vai acabar morrendo se não tomar cuidado e irritar as pessoas erradas.
– Parece que as pessoas da cidade andam de cabeça quente.
– Não mais que você.
– Quer saber, Jammie? Volta a brincar e me deixa trabalhar, tenho muita coisa para trabalhar.
– Mas você não foi contratado ainda.
– E não serei se você não parar de encher o saco - Assim que a conversa termina e Jammie sai do quarto, Penny tranca a porta e volta a estudar seu plano. Ele sai de casa e caminha pela região onde Betty tinha sido vista, parando em bares e restaurantes de vez em quando para não chamar a atenção. De tanto procurar, chega um momento que Penny encontra a jovem saindo de uma loja, indo direto a um prédio pequeno e em péssimas condições. Pouco tempo depois ela sai do prédio com uma bolsa que Penny reconheceu de imediato, pertencia à sua mãe. Dois sujeitos saem atrás dela e começam a discutir seus problemas.
– Nosso cara precisa de mais dinheiro, Betty - Declara um deles.
– Eu sei, mas as coisas não estão fáceis para nós. Conseguimos esse lote a duras penas e agora temos de planejar o próximo golpe.
– Tem de ser algo grande - Explica o outro impaciente - Assim sobra um pouco pra gente.
– Será nosso maior golpe. Assim pagamos ao infelizaa quantidade que ele quer e ainda nos sobra muito dinheiro, satisfeitos idiotas?
– Sim, óbvio.
– Ótimo. Vou buscar algumas coisas que serão de grande ajuda no próximo ataque e acredito que essa noite já poderemos agir.
– E se acontecer algum imprevisto?
– Não vai acontecer - Responde a jovem irritada - Vocês não são tão idiotas a esse ponto, espero. Cuidem de tudo, se a polícia vier bisbilhotar, deem um fim no depósito.
– Certo. Boa sorte - Ela entra no carro do trio e sai em disparada onde quer que ela fosse enquanto os dois cúmplices voltavam para dentro do prédio. Sabendo onde Betty morava com os parceiros, restava a Penny tomar uma atitude. Poderia ligar para a polícia e correr o risco dos policiais fazerem vista grossa ou seguir com seu plano e resolver tudo sozinho. Seguindo pela segunda opção, Penny se prepara e, assim que anoitece, vai até a casa de Betty. Vestindo uma jaqueta preta e uma calça esportiva ele corre até uma plataforma e a escala até o último andar, usando um binóculos para ver a situação da casa. Depois de conferir os arredores, Penny entra no prédio velho pela porta da frente e, sem chamar atenção, coloca uma corda entre as laterais do corredor do terceiro andar, que era onde ficava o apartamento de Rogue e seus comparsas. Depois de respirar fundo, Penny bate na porta, que demora a ser atendida.
– Quem é? - Pergunta uma voz masculina atrás da porta, um dos amigos de Betty.
– Pizza - Responde Penny com uma estratégia projetada na mente.
– Não pedimos pizza - Afirma o homem desconfiado.
– Não sei senhor, vários apartamentos aqui não tem número na porta então está meio difícil encontrar o lugar certo.
– Sei como é - O homem atrás da porta destranca a fechadura e retira os ferrolhos - Esse prédio velho é complicado de entregar qualquer coisa - Assim que a porta abre, Penny dá um soco no adversário, que revida com vários socos, acertando alguns e errando outros. Penny segura a cabeça do oponente e desfere uma joelhada certeira que faz o sujeito desmaiar e cair imóvel no chão.
– O que está acontecendo? - Pergunta outro comparsa, aparecendo com uma pistola na mão e descarregando a arma em cima de Penny sem hesitar. Correndo de um lado pro outro, Penny encontra um taco de beisebol e o usa para bater nas mãos do adversário, que larga a arma pouco antes de ser derrubado por uma rasteira e levar três socos no rosto sem clemência. Penny se levanta e vasculha a casa, encontrando dezenas de sacos pretos lotados de objetos, desde prataria barata e relógios de pulso à pulseiras e brincos de luxo, feitos de rubi e safira. Penny também encontra uma porção de sacos lotados de dinheiro e bijuteria que possuíam etiqueta de joalheria, e em seguida encontra seus pertences, que coloca numa sacola única e carrega para fora do apartamento, mas para seu azar os dois capangas acordam e saem em perseguição, tropeçando na corda que Penny havia deixado no corredor. Correndo em disparada, nosso soldado desce as escadas e atravessa a rua, sumindo por um beco sem deixar vestígios.
– Que droga - Reclama um dos sujeitos - A Betty vai falar um monte pra nós.
– Não vai - Afirma o segundo - Nós vimos o rosto daquele cara, ele não deve ter ido longe. Vamos procurá-lo.
– Seria bom se o chefe estivesse aqui.
– Se o chefe estivesse aqui ele teria nos demitido. Agora vamos atrás daquele cara - Os dois entram em seu carro e partem em busca de Penny, que de fato não estava longe, pois estava num bar tomando uma cerveja. Assim que termina e sai do bar, Penny se espanta com a presença dos dois criminosos, que tinham encontrado ele com muita facilidade. Os dois correm atrás dele, e logo os três terminam num confronto onde não se tinha ideia de quem sairia vitorioso. Penny conseguia resistir aos poderosos golpes de seus atacantes, mas sua condição não era boa o suficiente para bater tão forte quanto possível e, com essa desvantagem, restou ao jovem arremessar um oponente no outro e voltar a correr, se escondendo atrás de um carro.
– O que faremos?
– Vamos continuar procurando, esse desgraçado é bom pra fugir, mas é péssimo para se esconder, vai ser uma questão de minutos para acha-lo.
– Eu tinha medo que isso acontecesse.
– Do que está falando?
– Uma coisa como essa pode atrapalhar nossos planos para os Wayne - O parceiro dele o encara com uma expressão de censura.
– Betty disse que nada vai atrapalhar nossos planos. Vamos deixar esse idiota pra lá. Betty não precisa saber que isso aconteceu.
– E os tiros?
– Nos livramos das armas e cuidamos do depósito.
– Você parece ter pensado em tudo.
– É uma questão de pensar com calma - Explica o sujeito dando meia volta - Vamos depressa - Enquanto os dois se afastavam, Penny parava para pensar no que tinha acabado de ouvir.
– Eles tem planos para o senhor Wayne. Não posso deixar eles continuarem com isso, acho que vou ter que enfrentar esses dois de novo - Cansado e com o corpo dolorido, Penny volta para casa com a mente cheia e os objetos recuperados, tendo em mente que teria de descobrir quando os bandidos iriam atrás de Thomas Wayne e que teria de se preparar para o próximo confronto.


Notas Finais


Espero que tenham curtido!!!


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